SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito, se reuniu na tarde desta sexta-feira (19/01) com representantes da empresa Rigras Transportes e do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes para debater a paralisação dos ônibus ocorrida nesta manhã, feita isoladamente por um conjunto de motoristas, que não permitiu aos demais colaboradores trabalharem e interrompeu as atividades do transporte coletivo por cerca de três horas.
Sem aviso prévio à empresa, ao sindicato e muito menos à Prefeitura, um pequeno grupo de motoristas impediu a saída dos ônibus da garagem da empresa e, assim, prejudicou trabalhadores de diversos setores a se deslocarem aos seus respectivos locais de trabalho, bem como outros munícipes que utilizam o transporte coletivo. O motivo seria uma discussão sobre uma cláusula do acordo coletivo envolvendo empresa e trabalhadores e sem qualquer relação com a Prefeitura.
Os motoristas que impediram os colegas de trabalhar reivindicam a revisão de um prêmio estipulado entre empresa e sindicato para os colaboradores que cumprem determinadas metas, no valor de R$ 300,00 mas empresa, sindicato da categoria e tampouco a Prefeitura foram notificados de uma eventual paralisação.
O advogado do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes, Amador Bandeira, salienta que a iniciativa de interrupção de atividades foi feita por um grupo restrito de motoristas, que também não consultou o conjunto dos trabalhadores. "Não estávamos cientes da paralisação e a própria empresa já havia adiantado que, na próxima semana, iria se reunir com o sindicato para discutir a questão do prêmio. A greve precisa ser notificada com 72h de antecipação depois de esgotadas as negociações e de uma assembleia com a categoria em que a maioria apoia a greve, e não uma minoria. O sindicato jamais iria apoiar uma greve repentina e a população não pode pagar o preço", explica Amador.
Netto Donato, secretário municipal de Governo, exigiu providências imediatas e salientou que as discussões internas entre empresa e colaboradores não podem afetar quem utiliza o serviço de transporte coletivo. "Logo pela manhã, ao tomarmos conhecimento da paralisação que estava ocorrendo, entramos em contato com o sindicato e com a empresa Rigras para entendermos o que estava acontecendo, pois há, inclusive, regras para o início de uma greve e fomos todos pegos de surpresa, sendo inadmissível que cinco pessoas parem o transporte de uma cidade por conta de um entendimento e sem diálogo. Nesta reunião, à tarde, a empresa trouxe a documentação e o acordo coletivo celebrado com os trabalhadores e o sindicato, indicando que estão sendo cumpridas todas as regras e cláusulas do acordo coletivo. Todos os repasses do município à empresa estão em dia e a Prefeitura continuará fiscalizando esta situação de perto, com a certeza de que não podem ficar impunes as pessoas que estão prejudicando a população são-carlense", disse Netto.
Para o vice-prefeito Edson Ferraz, o importante é que essa questão seja resolvida rapidamente para que o usuário do transporte coletivo não seja prejudicado novamente.
Também participaram da reunião os secretários municipais de Transporte e Trânsito, Cesinha Maragno, e de Relações Legislativas e Institucionais, Mateus de Aquino, o diretor do Departamento de Transporte, Acenir Magalhães, o gerente da empresa Rigras, Marcelo Santana, e a também advogada do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes, Renata Ávila.