O projeto “Saúde em Nossas Mãos” foi uma iniciativa do PROADI-SUS em parceria com o Ministério da Saúde e envolveu 120 hospitais públicos e filantrópicos de todo o país
SÃO CARLOS/SP - A Santa Casa de São Carlos conseguiu reduzir em mais de 50% o número de casos de Pneumonia Associada ao Uso de Ventilador Mecânico na UTI Adulto de 2017 a 2020. E, durante esse período, nenhum caso de infecção do Trato Urinário Associada a Cateter Vesical foi registrado. Esses dois tipos de infecção hospitalar são algumas das principais causas de complicações e mortes dentro de uma UTI.
Com a redução desses dois índices de infecção, a estimativa é de que pelo menos 66 vidas tenham sido salvas nesse período. Além disso, os custos com medicamentos e internação em função de infecções hospitalares também diminuiu e representou uma economia de mais de R$ 6,6 milhões nesses 3 anos.
Com esses resultados, a Santa Casa foi premiada com o segundo lugar no Projeto “Saúde em Nossas Mãos – Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”. O projeto faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) em parceria com o Ministério da Saúde e contou com a expertise de cinco dos principais hospitais de excelência do país: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.
Esses 5 hospitais foram responsáveis por aprimorar a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde de 120 hospitais públicos e filantrópicos, com medidas simples de segurança e mudanças de hábitos. A Santa Casa de São Carlos e outros 21 hospitais ficaram sob a tutoria do HCor. E foi dentre esses 22 hospitais, que a Santa Casa ganhou destaque na segunda colocação.
“Conseguimos conquistar esses resultados graças ao envolvimento de todo o hospital. Contamos com o apoio da diretoria técnica, gestores, coordenadores e com a participação efetiva de todos os profissionais de saúde. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais vêm trabalhando de forma conjunta para oferecer o melhor atendimento ao nossos pacientes da UTI. E tudo isso com o apoio da equipe da Central de Relacionamento que, com a Pesquisa de Satisfação de pacientes e funcionários, nos ajudou a melhorar o atendimento e a oferecer uma assistência mais humanizada”, explica a coordenadora do Gerenciamento de Risco da Santa Casa, Maria Carolina Bonelli.
O PROJETO “SAÚDE EM NOSSAS MÃOS
O projeto começou em dezembro de 2017. Para participar, os hospitais tinham que atender a dois requisitos: possuir 10 leitos de UTI SUS e ter um controle de infecção hospitalar instituído.
O programa tinha três objetivos: capacitar as equipes para aumentar a segurança do paciente; reduzir o desperdício e minimizar os custos hospitalares. Para isso, ao longo desse período, os hospitais, periodicamente, participavam de Sessões de Aprendizagem Presenciais, nas quais trocavam experiências, avaliavam indicadores e resultados, estabeleciam novos planos de ação, tudo de uma forma colaborativa.
“Conhecer as práticas e resultados de outros hospitais nos ajuda a encontrar soluções e a implementar medidas que fazem diferença na nossa rotina. Por isso, acredito que essa troca de experiências foi bem positiva”, explica a coordenadora o Serviço de Infecção Relacionada à Assistência em Saúde da Santa Casa (SCIRAS), Carolina Toniolo Zenatti.