A inspeção segue uma agenda que inclui todos os tópicos a serem verificados durante o processo. "Não é apenas uma visita. Dentro de cada um desses tópicos existem vários aspectos verificados, Para cumprir o tópico da água [para fins farmacêuticos], um inspetor leva quatro horas, Nós seguimos padrões internacionais", detalha Gomes.
Após a conclusão da avaliação feita pelos inspetores, ainda existe uma série de burocracias para cumprir e os prazos para a finalização e obtenção do certificado começam a ser contados a partir do último dia de avaliação nas fábricas.
Gomes explica que em até 3 dias úteis a Anvisa deve entregar às empresas que produzem os insumos um documento chamado "Anexo 3", que contém possíveis aspectos inadequados às normas de boas práticas da agência, chamados de "não conformidades".
Então, as fabricantes analisam o que foi listado e devem enviar, em até 5 dias, um plano de ação, que é uma resposta formal às inadequações listadas. "Tudo isso é uma análise de risco sanitário. As não conformidades não necessariamente impedem que o produto seja comercializado", destaca o gerente-geral de inspeção.
Elas são classificadas em três categorias: menores, maiores e críticas. Essas últimas são as que geralmente exigem ações para corrigir possíveis inadequações e podem impedir que o certificado de boas práticas seja obtido, o que impediria a aprovação da vacina.
Por fim, um inspetor que não participou das visitas às fábricas faz a revisão de todos os dados e decide se concorda ou não com a concessão do certificado de boas práticas.
As empresas Pfizer e Jonhson & Jonhson, que também realizam a última fase de testes dos seus potenciais imunizantes contra a covid-19 no Brasil, ainda não solicitaram a inspeção e certificação da Anvisa.