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BRASÍLIA/DF - O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) passará a ter apenas uma edição por ano a partir de 2024. O programa seleciona estudantes para vagas em universidades públicas de todo o país com base na nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com o Ministério da Educação (MEC), ainda nesta semana, será publicado o edital do Sisu do próximo ano, que deverá trazer mais detalhes sobre a mudança.

Criado em 2009 e implementado em 2010, o Sisu é realizado tradicionalmente duas vezes por ano, selecionando estudantes para vagas no ensino superior tanto no primeiro quanto no segundo semestre de cada ano. A partir do ano que vem, no entanto, deverá ser feito apenas um processo seletivo por ano.

O Sisu é um sistema que reúne em uma mesma plataforma as vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior, sejam elas federais, estaduais ou municipais. Para participar, os estudantes devem ter feito a última edição do Enem e não podem ter tirado zero na prova de redação.

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Na hora da inscrição, os candidatos podem escolher até duas opções curso nas quais desejam concorrer a vagas. Uma vez por dia, durante o período de inscrição, é divulgada a nota de corte de cada curso, baseada nas notas dos candidatos inscritos até aquele momento. Os candidatos podem mudar de opção de curso até no último dia de inscrição.

A edição do início do ano é que conta com a maior participação de instituições e também a que tem a maior oferta de vagas. Na primeira edição de 2023, foram ofertadas 226.399 vagas de 6.402 cursos de graduação em 128 instituições federais, estaduais ou municipais de ensino, sendo 63 universidades federais. Já a segunda edição de 2023  disponibilizou 51.277 vagas em 1.666 cursos de graduação, de 65 instituições de educação superior.

 

 

Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

Pesquisadores convidam responsáveis e crianças para participação

 

SÃO CARLOS/SP - Um grupo de pesquisadores da área da Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está investigando possíveis associações entre o tempo de uso de tela e a memória da criança. Para isso, estão convidando pais e/ou responsáveis, para responderem um questionário online, e suas crianças, para atividade presencial no Campus São Carlos da UFSCar. 
"Diversos tipos de telas de TV, celulares e tablets compõem o universo infantil, pois, embora exista um uso funcional dessa tecnologia em prol do aprendizado de crianças na primeira infância, elas passam a maior parte do tempo online consumindo diversos conteúdos. A tecnologia tornou-se um artigo frequente na vida das crianças pequenas pré-escolares, com um aumento de uso ao longo dos anos, acentuado pela pandemia de Covid-19", descrevem os estudantes de Psicologia da UFSCar, Ana Carla Fonseca Salgado, Catarina Rentroia Picca e Julio Moya Kazmarek, pesquisadores envolvidos no estudo. 
Segundo eles, o impacto do uso precoce de telas tem sido investigado em relação ao desenvolvimento cognitivo, linguístico, físico, emocional e social das crianças. "Diversos estudos indicam uma relação importante entre o uso de telas pelas crianças e o desenvolvimento cognitivo, especialmente, das funções executivas. Muitos pesquisadores têm considerado possíveis prejuízos decorrentes da precocidade do acesso e do tempo despendido pelas crianças com as telas", explicam. 
Entretanto, existem lacunas no que diz respeito aos impactos do uso nas funções executivas, especialmente em relação à memória de trabalho, afirmam os  pesquisadores: "A memória de trabalho pode ser entendida como uma capacidade de reter pequenas quantidades de informação durante um curto período de tempo. É possível que o acesso precoce e prolongado às telas tenha impacto sobre essa capacidade das crianças. A importância deste estudo reside justamente em investigar uma possível associação entre o uso de telas e a memória de trabalho de crianças pequenas".

 
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Participação
Pode participar da pesquisa apenas a pessoa responsável que convive com a criança diariamente; para isso, será necessário responder um questionário online sobre a criança, que deverá ter entre 4 a 5 anos de idade e que também realizará uma atividade para verificar como está sua memória. A atividade da criança acontece presencialmente no Laboratório de Interação Social (LIS), na área Sul do Campus São Carlos. A identidade dos participantes será mantida sob sigilo. Os resultados serão devolvidos aos responsáveis na forma de um relatório simplificado. Interessados devem entrar em contato com a pesquisadora Catarina Ricca pelo WhatsApp (11) 99706-3661 ou pelo e-mail catarinarentroia@estudante.ufscar.br, para o envio de mais informações e agendamento de uma visita ao LIS. 
O trabalho "Estudo sobre os efeitos do tempo de tela na memória de trabalho de crianças pré-escolares" tem orientação da professora Maria Stella Gil, do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, sendo desenvolvido no âmbito da disciplina de "Práticas em Pesquisa 4" do curso de graduação em Psicologia da Universidade. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 73825423.5.0000.5504).

ALEMANHA - Para especialistas, declínio nos índices de aprendizado tem a ver, principalmente, com a falta de professores nas escolas. Número de estudantes, por outro lado, continuará crescendo pelos próximos anos.

Professora há mais de trinta anos, Rebecca trabalha em um ginásio – tipo de escola secundária na Alemanha que prepara os alunos para o ingresso no ensino superior – perto de Hamburgo. Ela dá aulas de inglês e história, mas tem se ocupado cada vez mais do inglês, por falta de professores especializados. O ensino de língua estrangeira tem prioridade sobre a outra disciplina, que às vezes chega a ser cancelada por meses.

"A falta de pessoal é constante. Não há mais professores substitutos temporários no mercado", afirma Rebecca, que teve seu nome trocado pela reportagem para permanecer anônima. "A direção escolar não encontra funcionários para as vagas abertas, e frequentemente colegas saem de licença por semanas ou meses porque estão esgotados com a carga de trabalho."

O resultado: alunos chegam a ficar sem algumas disciplinas por um tempo, enquanto as primeiras escolas começam a adotar a semana letiva de quatro dias.

A falta de professores afeta principalmente as escolas primárias – justamente onde as crianças aprendem a ler, escrever e contar.

 

Para sindicato, Alemanha colhe o resultado da falta de professores

Na mais recente Pisa, pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que avaliou e comparou o desempenho de estudantes de 15 anos em 81 países, os alemães registraram sua pior performance em matemática, ciências naturais e habilidades de leitura desde o início da série histórica.

"Os resultados são preocupantes", diz a secretária de Educação de Berlim e presidente da Conferência dos Secretários da Educação, Ciência e Cultura, Katharina Günther-Wünsch, do partido conservador CDU. Ela atribui o quadro principalmente às longas restrições impostas às escolas em razão da pandemia e à heterogeneidade crescente do corpo estudantil nos últimos anos, com o aumento significativo de alunos vindos de famílias vulneráveis.

Para os sindicatos de profissionais da educação, porém, o que realmente explica os resultados do Pisa é a falta de professores. "Agora estamos vendo o que significa escassez", diz Gerhard Brand, do sindicato Verband Bildung und Erziehung. "Suspender e substituir aulas têm consequências."

 

Diferenças regionais e cálculos contraditórios

Faltam dezenas de milhares de professores na Alemanha – quantos, ao certo, ninguém sabe. A educação é responsabilidade dos 16 estados federados, e por isso há diferenças regionais, inclusive nas horas-aula dos professores, o que torna os cálculos difíceis a nível nacional.

Um exemplo: em um ginásio na Baixa Saxônia, 23,5 horas-aula semanais equivalem a uma jornada de trabalho integral, enquanto em Schleswig-Holstein a jornada é de 25 horas-aula.

Há diferenças também conforme o nível de ensino: nas escolas primárias, são necessárias muito mais horas-aula do que nas escolas secundárias, onde o trabalho antes e depois das atividades em sala de aula é maior.

Segundo a Conferência dos Secretários da Educação, Ciência e Cultura, atualmente há cerca de 14 mil vagas para professores em tempo integral não preenchidas. Outros 21 mil professores adicionais devem ser necessários a cada ano a partir de 2025 e até 2035.

Economistas, pesquisadores da área da educação e o Sindicato Educação e Ciência (GEW) consideram os cálculos oficiais muito otimistas. "A diferença entre a demanda por e a oferta de professores chegará até 2035 a cerca de 56 mil postos em tempo integral", afirma a sindicalista Anja Bensinger-Stolze.

 

Imigração aumentou número de crianças em idade escolar

Dados do Escritório Federal de Estatística da Alemanha apontam que, em 2023, 830 mil crianças foram matriculadas no primeiro ano – o maior número em 20 anos. A previsão é de que, nos próximos dez anos, o número de crianças e adolescentes matriculados em escolas aumente de 11 milhões para 12 milhões.

O crescimento se deve, em parte, a um aumento na taxa de natalidade, mas também à imigração.

No final de 2022, o número de crianças com idade entre 5 e 7 anos aumentou em 4% em relação ao ano anterior – enquanto a quantidade de alemães nessa faixa etária mal mudou, entre as crianças estrangeiras o salto foi superior a 20%.

A situação vai piorar porque, a partir de 2026, as crianças do ensino fundamental terão o direito legal à educação em tempo integral. Com isso, segundo a GEW, o total de vagas não preenchidas nas escolas poderia chegar a até meio milhão até 2035.

 

Estados têm formado menos professores, e profissão parece cada vez menos atraente

A formação de professores é uma responsabilidade dos estados. Eles bancam as vagas em instituições de ensino superior, mas os diplomas obtidos têm validade em todo o país. A sindicalista Bensinger-Stolze diz que isso abriu possibilidades de economia para os políticos, que têm formado menos professores do que o necessário, sempre na expectativa de atrair formandos de outras regiões.

Na falta de opção melhor, as escolas estão empregando cada vez mais gente de fora da área, que não cursou pedagogia ou uma licenciatura. Ao mesmo tempo, o número de estudantes de licenciatura diminui – por razões demográficas e porque a profissão parece cada vez menos atraente.

Esse déficit de professores pode ser agravado pelas propostas da Conferência dos Secretários da Educação, que quer combater a falta de profissionais aumentando a carga horária de trabalho, adiando a aposentadoria e eliminando o trabalho em meio período.

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Atualmente, cerca de 40% dos professores reduziram sua carga horária e de ensino. É o caso de Rebecca, que por semana tem 23,5 horas-aulas em vez das usuais 25. "O ensino, a preparação e o acompanhamento das aulas, a correção de trabalhos e provas – somando isso, eu faço mais de 40 horas semanais", afirma. Há ainda as tarefas administrativas. "Quando estou preparando uma excursão, por exemplo, às vezes perco uma hora comprando passagens."

 

A imigração é um desafio

No geral, os relatos são de piora significativa nas condições de trabalho nos últimos anos, com turmas maiores e um ensino mais complexo. "Temos mais alunos com origens migratórias [pessoas que adquiriram a cidadania alemã depois de nascer ou que são filhas de pai ou mãe nesta situação], que precisam de mais apoio porque não têm tanto suporte em casa", diz Rebecca.

Segundo ela, administrar conflitos com jovens também requer muita energia. "Não me abalo quando alunos de origem muçulmana dizem que não vão me ouvir", explica. "Mas isso também vem dos pais! E colegas jovens, que acabaram de começar como professores, muitas vezes estão no limite."

De acordo com o sindicato, o número de professores que questionam sua escolha e abandonam a carreira está aumentando, e isso tem se manifestado também na busca por aconselhamento.

 

Como resolver o problema?

No que parece ser uma resposta às sugestões da Conferência dos Secretários da Educação, o sindicato apresentou um plano para tornar a carreira de professor mais atraente. Os pontos incluem redução da carga horária, classes menores, mais horas de descanso, melhor proteção da saúde e sistemas de alívio para os professores – equipes onde os profissionais podem trabalhar juntos com educadores, assistentes sociais e psicólogos, além de intérpretes e professores de línguas de origem, no caso de imigrantes.

"Há muito tempo pedimos uma melhoria e aceleração do reconhecimento de diplomas de professores adquiridos no exterior", diz Bensinger-Stolze ao ser indagada sobre os refugiados ucranianos, que até agora mal tiveram oportunidades em escolas alemãs. "Se os professores são formados em apenas uma disciplina – o que é comum no exterior –, isso não deve ser um critério de exclusão."

No geral, o sindicato não tem muita esperança de que a situação nas escolas possa ser mudada no curto prazo – os responsáveis na política simplesmente não levaram a situação a sério por muito tempo.

 

Autor: Sabine Kinkartz / DW.com

SÃO CARLOS/SP - "Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca", longa-metragem infantil de animação lançado em 2023, conta a história da pequena traça chamada Teca, um inseto "paz e amor" que não faz mal a ninguém. Teca vive com sua família e seu fiel ácaro de estimação Tuti numa caixa de costura e os livros são sua comida preferida, até que a traça aprende a ler e percebe que as publicações não podem ser devoradas, afinal guardam as histórias que ela adora. Valorizando os livros e a cultura, a animação produzida pela Rocambole Produções - empresa criada por ex-estudantes do curso de Imagem e Som da UFSCar - já foi exibida para convidados e em escolas públicas municipais e estaduais de São Carlos, Casa Branca e Santos, no estado de São Paulo, e em Vitória, no Espírito Santo. Além disso, depois de ter sido selecionado para a Mostra de Cinemas Infantil de Florianópolis, em Santa Catarina, para o Big Cartoon Festival de Moscou, na Rússia, e também para o Festival Internacional de Cinema Infantil de Chicago, nos Estados Unidos - mesmo evento no qual o curta-metragem que inspirou o longa foi exibido há 21 anos -, o filme participará de um dos mais antigos e importantes festivais de cinema do mundo: o 44º Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, que acontece em Havana de 8 a 17 de dezembro de 2023.

"Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca" mistura animação stop motion e cenas filmadas com atores (live action). Para a realização do trabalho, a equipe construiu objetos de cena, cenários, diversos equipamentos de filmagem, além dos próprios bonecos articulados, que foram fotografados em sequência no estúdio da produtora em São Carlos. Os animadores movimentaram os bonecos manualmente e, quadro a quadro, deram vida a eles, imagem a imagem, segundo a segundo. No total, foram necessárias mais de 30 mil fotos para fazer os bonecos andarem, falarem e cantarem.

A história nasceu em 2001, quando os estudantes do curso de Imagem e Som da UFSCar, Diego Doimo, atualmente diretor artístico da Rádio UFSCar, Eduardo Perdido, Tiago MAL e Ana Luiza Pereira, que hoje é professora do Departamento de Artes e Comunicação da Universidade, produziram seu projeto de conclusão de curso, o curta animado de oito minutos "A Traça Teca". "Nós somos da turma de 1998, a terceira do curso de Imagem e Som da UFSCar. A ideia do curta metragem surgiu entre o terceiro e quarto ano da graduação. Optamos por uma produção audiovisual infantil, pois esse tipo de conteúdo tem vida longa. Se não fosse a UFSCar, não teríamos o filme hoje. As relações pessoais e profissionais surgiram aqui", ressalta Diego Doimo.

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Após exibir o curta em festivais, escolas e centros culturais, em 2003, os amigos formalizaram a empresa Rocambole Produções. Ao longo dos anos, dedicaram-se a diferentes funções na área do audiovisual, como roteiro, direção, produção e animação de curtas e séries de animação, em sua maioria voltadas ao público infanto-juvenil. Foi em 2006 que o projeto do longa começou a ganhar forma, com o "Programa de Fomento ao Cinema Paulista do Governo do Estado de São Paulo", que financiou seu desenvolvimento inicial. De 2007 a 2011, foram captados recursos através da Lei do Audiovisual, contando como principais investidores Sabesp, Petrobras e BNDES, por meio de editais públicos, e também através do Programa de Ação Cultural (ProAC), do Governo do estado de São Paulo, por meio de dedução fiscal de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com investimento da Lupo e Mineração Jundu. Ao todo, o orçamento do filme ficou em R$ 2,1 milhões.

"Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca" tem direção de arte assinada por Mateus Rios, premiado ilustrador de livros infantis (e também ex-aluno de Imagem e Som na UFSCar), e canções e trilha sonora original criadas pelo músico Ivan Rocha e por Hélio Ziskind, referência nacional com sucessos nas séries Cocoricó e Rá-Tim-Bum. Saiba mais em www.instagram.com/tecaetuti.

Inscrições no processo seletivo para estágio remunerado seguem até 8/12

 

SÃO CARLOS/SP - O Laboratório de Caracterização Estrutural (LCE) do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está com inscrições abertas na seleção para estágio remunerado. O candidato selecionado irá estagiar por 12 meses, desempenhando atividades relacionadas a preparação de amostras, operação de microscópios, incluindo eletrônico (MEV e MET) e nanoindentação. A dedicação é 30 horas semanais, sendo 6 horas diárias.
Criado em 1976, o LCE tem uma das melhores infraestruturas laboratoriais do País. Em todo o Brasil, trata-se do único laboratório da área de microscopia eletrônica que atua de modo aberto e multidisciplinar, beneficiando pesquisadores acadêmicos e profissionais do mercado por meio da prestação de serviços e consultoria em tecnologia de materiais, ensaios, revisão bibliográfica, desenvolvimento e inovação no âmbito nacional e internacional.
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Para participar do processo seletivo para estagiário, é preciso enviar currículo, carta de intenção e motivação da inscrição no estágio no LCE e carta de recomendação de algum docente e/ou empregador anterior. Os interessados devem se inscrever até 8 de dezembro pelo formulário https://forms.gle/4VUTQpLvcJCxzhAaA. Após análise, alguns candidatos serão selecionados para entrevistas presenciais, a partir do dia 11 de dezembro. A contratação será realizada através da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI) da UFSCar.

SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPDMR) proporcionou na última segunda-feira (04/12), um dia diferente para um grupo de crianças da rede municipal de ensino. Os alunos da EMEB “Dalila Galli” com deficiência passaram o dia no São Carlos Clube. A EMEB é uma escola bilíngue, referência em ensino para surdos em São Carlos.
A vice-presidente do clube, Ana Laura Pedrino Belasco, foi anfitriã das crianças e da equipe técnica da unidade escolar que acompanhou a turma. “Todos puderam aproveitar a estadia para curtir a piscina e as dependências de lazer, e o São Carlos Clube ofereceu, ainda, lanche, almoço e o lanche da tarde com sorvete”, afirmou Lucinha Garcia. 
O Clube também entregou um presente de Natal para cada criança ao final do passeio. A SMPDMR agradeceu a Secretaria Municipal de Educação (SME) que cedeu o transporte para levar as crianças e a diretora, Edivilma Leite Duarte Garcia e as professoras que coordenaram a atividade extraclasse.

Wilton Marques recebeu prêmio Mário de Andrade por livro sobre juventude de Machado de Assis

 

SÃO CARLOS/SP - O professor Wilton Marques, de Departamento de Letras (DL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi contemplado com o Prêmio Mário de Andrade, na categoria ensaio literário, promovido pela Biblioteca Nacional. Sua obra - "Machado de Assis e as primeiras incertezas: a formação literária, o poema inédito e o malogro do primeiro livro" - foi publicada em 2022, pela editora Alameda, e ficou em terceiro lugar.  
O livro premiado é focado na juventude de Machado de Assis; a ideia para escrevê-lo nasceu, segundo Marques pontua no prefácio, a partir da (re)descoberta, em março de 2015, de um poema inédito de Machado de Assis - "O grito do Ipiranga" -, datado de 7 de setembro de 1856 e publicado logo em seguida no jornal "Correio Mercantil". "Evidentemente, tal fato inusitado trouxe consigo várias perguntas. E quase todas levavam ao mesmo lugar histórico da iniciação literária do jovem Machado, ao tempo das primeiras incertezas", conta Marques, que é Professor Titular de Literatura Brasileira na UFSCar. "Esse momento da vida do escritor - embora contemplado com um clássico de nascença, 'A juventude literária de Machado de Assis', de Jean-Michel Massa - não tem sido, desde então, objeto de estudos sistemáticos por parte da crítica machadiana", ressalta o docente. 
"O livro se concentrou nos seis primeiros anos da vida literária de Machado de Assis, entre os anos de 1854 e 1860, delimitados pelo intervalo que separa a publicação do primeiro poema no 'Periódico dos Pobres' e a sua entrada para a redação do 'Diário do Rio de Janeiro', o que, inclusive, permitiu uma visada mais aprofundada sobre o período", conta o professor na introdução do livro. "Esse momento da vida literária de Machado de Assis, além de pouco estudado, é carente de mais informações. Nesse sentido, o livro apresenta várias novidades, algumas inéditas. Dentre elas, a história do primeiro mestre do jovem Machado, o poeta português Francisco Gonçalves Braga; o fim do mistério biográfico de sua passagem como revisor pelo 'Correio Mercantil'; a história da primeira 'tradução' poética; a leitura do poema inédito; a precoce consciência literária nos primeiros poemas e textos críticos; os diálogos literários com Álvares de Azevedo e a história do malogrado primeiro livro de poemas, 'O livro dos vinte anos'", completa.
O livro "Machado de Assis e as primeiras incertezas: a formação literária, o poema inédito e o malogro do primeiro livro", pode ser adquirido pelo site da Editora Alameda, em www.alamedaeditorial.com.br/machado-de-assis-e-as-primeiras-incertezas. Saiba mais sobre a obra na matéria do Portal da UFSCar (https://bit.ly/46zFhZ5).

Sobre o Prêmio
Realizado anualmente desde 1994, o Prêmio Literário Biblioteca Nacional contempla autores, tradutores e projetistas gráficos brasileiros, reconhecendo a qualidade intelectual e estética da produção editorial brasileira. São avaliadas publicações nas categorias poesia, romance, conto, ensaio social, ensaio literário, tradução, projeto gráfico, literatura infantil e literatura juvenil. As comissões julgadoras analisam as obras de acordo com critérios como qualidade literária, originalidade, contribuição à cultura nacional, criatividade no uso dos recursos gráficos e excelência da tradução. 
"O recebimento do Prêmio Mário de Andrade para estudos literários da Biblioteca Nacional é obviamente algo bem gratificante. E não apenas pelo reconhecimento do livro em si, mas também porque vai ajudar a dar mais visibilidade para algumas descobertas, até então inéditas, sobre Machado de Assis, como, por exemplo, o caso do poema 'O grito do Ipiranga', a história da primeira 'tradução' machadiana ou ainda a história do que poderia ter sido o seu primeiro livro de poemas e que se chamaria 'O livro dos vinte anos'", declara o professor da UFSCar.
Confira as informações, incluindo a lista completa das obras premiadas com o Prêmio Mário de Andrade, no site https://bit.ly/3RgYomq.

BRASÍLIA/DF - O ministro da Educação Camilo Santana afirmou, na terça-feira (5), que o governo federal cogita proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino à distância (EaD) e planeja outras mudanças nos de formação de professores online.

Para o ministro, o momento é de avaliação dos cursos de licenciatura não presenciais, que em novembro tiveram as autorizações para novos cursos 100% EaD suspensas por 90 dias. “A ideia do ministério é não permitir mais cursos sempre EAD. Então, vamos definir se vão ser 50%, 30% [da carga horária].”

A preocupação com a formação dos professores brasileiros foi manifestada pelo ministro em entrevista coletiva à imprensa, logo após a apresentação pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na manhã desta terça-feira, dos resultados obtidos pelo Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022. O levantamento mostrou que menos de 50% dos alunos sabem o básico em matemática e ciências.

Pisa 2022

Nesta edição do Pisa, a avaliação de desempenho educacional analisou as respostas dadas por estudantes de 15 anos de 81 países a questões de matemática, leitura e ciências, indicadores contextuais relacionados, entre outros, aos impactos da pandemia de covid-19 na educação, relação da família com os alunos, professores e estudantes e violências nas escolas. No Brasil, a aplicação do Pisa a cerca de 10 mil alunos foi de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao MEC.

O ministro destacou a importância do programa internacional para o Brasil a longo prazo. “Temos no Pisa uma ferramenta importante como orientação para decisões políticas do governo brasileiro. Na federação, o papel da execução da educação básica é dos estados e dos municípios. Portanto, o papel do MEC é de coordenar esse processo, ser o grande maestro dessa política educacional brasileira para garantirmos a qualidade da educação das crianças e jovens brasileiros.”

Por videoconferência, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, disse esperar que o Pisa traga ferramentas de diagnóstico precoce e de cooperação para melhorar a qualidade educacional do Brasil.  O secretário-geral apontou o país como um bom exemplo.

 “Percebemos uma queda sem precedentes por causa dos efeitos da covid [19], equivalente a quase metade de um ano de aprendizado. O Brasil, porém, foi uma das poucas exceções em que a performance não piorou. De fato, permanece estável, desde 2009, sim. Mas a estabilidade foi impressionante, especialmente, considerando que as escolas foram fechadas durante a pandemia, por um longo prazo”, pontou Mathias Cormann.

Matemática

No Brasil, 73% dos estudantes brasileiros avaliados nesta faixa etária apresentaram desempenho em matemática no nível abaixo do básico. O Brasil caiu 5% em matemática, em relação ao Pisa de 2018, e ficou no intervalo entre a 62ª e 68º posição no ranking da OCDE.

De forma global, os países da OCDE registraram, em média, uma queda de 17% em matemática, entre 2018 e 2022.

A coordenadora-Geral do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica do Inep, Clara Machado da Silva Alarcão. ressalta que o Brasil se manteve estável, enquanto outros países tiveram queda de desempenho. “Desde 2009, nosso desempenho é considerado estável. Mas, a gente percebe que, em 2022, os países da OCDE registraram uma queda relevante e que, no Brasil, isso não aconteceu, apesar da situação pandêmica que a gente experimentou nos anos anteriores à aplicação do Pisa”.

Diante do baixo resultado brasileiro na disciplina, o ministro Camilo Santana reconheceu que melhorar a educação em matemática é um grande desafio. O ministro lamentou que nenhum estudante brasileiro tenha alcançado o nível mais elevado da avaliação do Pisa, tanto em escolas públicas, como nas unidades particulares do país. “Ficou claro, mais uma vez, a evidência de que os desafios são enormes e, principalmente, o desafio na área de matemática”.

Estratégias

Camilo Santana listou uma série de estratégias que estão sendo adotadas pelo governo federal para melhorar a educação brasileira e superar os desafios revelados no Pisa 2022.

De acordo com o ministro, a política do Ministério da Educação está focada no compromisso de ter as crianças alfabetizadas na idade certa. “Nossa preocupação, em primeiro lugar, é o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Uma criança para aprender matemática deve primeiro saber ler e escrever da idade certa. E as evidências já mostraram isso”.

O ministro ainda relacionou outras políticas públicas sob sua gestão: as escolas em tempo integral; conectividade com fins pedagógicos em todas as escolas da educação básica; a qualidade da formação de professores; a redução da repetência do ano letivo dos estudantes do ensino médio e a permanência de estudantes em escolas.

“A escola em tempo integral tem mostrado que os resultados têm sido melhores, a permanência do jovem na escola, a formação na educação do ensino médio para o ensino técnico profissionalizante, a garantia de uma formação técnica para o jovem. Tudo isso tem estimulado a melhoria da aprendizagem na educação básica do Brasil, mas também, ao mesmo tempo, melhora as oportunidades para reduzir a distorção idade/série e a evasão dos nossos alunos nas escolas brasileiras”.

Para redução da evasão escolar, o ministro sinalizou que a poupança destinada a estes jovens será importante. “Temos a maior evasão [escolar] no primeiro ano [do ensino médio]. Portanto,  já queremos iniciar esse programa, a partir de janeiro do ano que vem. Essa é uma ação importante, claro que com a contrapartida de frequência escolar e aprovação ao final de cada ano letivo do ensino médio”.

Ele valorizou a gestão da educação por todos os entes da federação. “Não acreditamos em nenhuma ação de melhoria da qualidade da educação básica, se não tiver a participação, o compromisso e a contribuição na construção dessa política dos estados e municípios brasileiros”.

O secretário-geral da OCDE destacou o papel da valorização dos professores . “Percebemos que apenas uma pequena porção dos professores brasileiros avaliam que sua profissão é, realmente, considerada valiosa e aumentar os salários dos professores também seria um decisão bem-vinda”.

Formação profissional

Além do MEC não querer permitir cursos de licenciatura  na modalidade 100% à distância, o ministro da Educação Camilo Santana confirmou que o ministério tem discutido com o Conselho Nacional de Educação (CNE) alterações na formação continuada dos docentes e outras mudanças nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de licenciatura. “O Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes] vai mudar. A avaliação será anual, ao invés de trianual, em relação à licenciatura,” adiantou o ministro.

Santana acrescentou que o Enade ainda contará com uma avaliação dos estágios supervisionados dos estudantes matriculados em cursos de licenciatura.

Avaliação

O ministro da Educação planeja também que a próxima edição do Pisa, em 2025, avalie o desempenho educacional em cada estado e não somente nas cinco regiões do país, como ocorreu na edição de 2022. O objetivo é possibilitar a adoção de estratégias mais pontuais para melhoria da área, em cada unidade da federação e, assim, reduzir desigualdades regionais.

“Precisamos ter uma amostra maior para ter representatividade, para garantir as avaliações por estado. Não dá para fazer somente com essa amostra de 10 mil alunos, que no próximo Pisa, deverá ser com uns 40 mil ou mais alunos para que a gente possa ter uma amostra por estado brasileiro, para que cada estado, cada governador, cada prefeito possa ter o retrato do seu estado e traçar suas estratégias para melhorar a qualidade da educação”.

Reestruturação do ensino médio

Sobre a carga horária proposta no projeto de lei que definirá a nova Política Nacional de Ensino Médio no Brasil, o ministro esclareceu que antes de ser enviado ao Congresso Nacional, foi amplamente discutido, durante vários meses deste ano, com cerca de 150 mil pessoas de diversos setores da sociedade, inclusive, representantes das secretarias municipais e estaduais de educação e outras entidades representativas.

Camilo entende que o Pisa é a demonstração de que é necessário reforçar as disciplinas básicas do ensino médio, principalmente, a matemática e o português. A recomposição da base comum curricular e da carga horária é fundamental para a gente garantir a base para os nossos jovens nesse país.”

O ministro diz esperar que a reestruturação do ensino médio não seja politizada.

“Espero a gente possa dialogar com muita franqueza, com muita abertura,. Esse projeto não é um projeto do MEC, não é um projeto do presidente Lula, não é projeto do ministro Camilo. É um projeto construído a várias mãos, ouvindo professores e estudantes de todo o Brasil”.

Segurança

O Pisa 2022 mostrou também que, no Brasil, 10% dos estudantes avaliados responderam que não se sentem seguros dentro da sala de aula e no trajeto até a unidade escolar.

O ministro da Educação lembrou que o governo federal criou um Grupo de Trabalho Interministerial, em abril deste ano [decreto 11.469/2023], para prevenir e enfrentar a violência nas escolas e enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que prevê a implantação de uma política nacional de segurança em ambiente escolar.

Orçamento

Por fim, o ministro da Educação Camilo Santana também garantiu que no orçamento público haverá recursos da União para executar todas as políticas públicas voltadas à educação citadas por ele durante o evento. “Aqueles projetos que foram colocados como estratégicos e prioritários por parte do [presidente] Lula terão prioridade nos orçamentos do Ministério da Educação até o final de 2026”, finalizou o ministro.

O governo disponibilizou os resultados oficiais do Pisa 2022 do Brasil e dos demais países avaliados pela OCDE.

 

 

Por Daniella Almeida - Repórter da Agência Brasil

SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação realiza de 4 a 8 de dezembro uma série de eventos que fazem parte do XII Curso de Formação de Gestores e Educadores do Programa de Educação Inclusiva: Direito à Diversidade.
É um programa de formação continuada da Educação Especial, financiado pelo Ministério da Educação em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. São várias atividades que ocorrem no CPP (Centro do Professorado Paulista), no Teatro Municipal e também na UNICEP (Centro Universitário Central Paulista), com palestras, atividades culturais, peça teatral, minicursos, workshop e mesa redonda, que abordam temas neurodivergentes.
O curso é oferecido para os gestores, professores da educação especial efetivos e temporários da rede municipal de ensino de São Carlos, para parceiros como ACORDE (Associação de Capacitação, Orientação e Desenvolvimento do Excepcional) e APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e para gestores dos municípios que fazem parte dos polos regionais da Undime.
A inclusão de alunos depende de toda equipe escolar, gestores, professores e equipes pedagógicas e se caracteriza em princípios que visam à aceitação das diferenças individuais.
Segundo o secretário municipal de Educação, Roselei Françoso, São Carlos tem na rede municipal mais de 800 alunos com essas necessidades. “Temos algumas parcerias importantes como a ACORDE e com a APAE, portanto é um número bastante expressivo, o que requer atenção especial para essa situação de inclusão na rede municipal de educação. A troca de experiências, de como fazer a abordagem, como incluir, como conter, como acolher nossos alunos é fundamental, nós temos que construir uma política pública de qualidade e quando a abrimos o debate para o conhecimento ganhamos muito”, ressaltou o secretário.
Toda a programação, pode ser conferida nas redes sociais da Prefeitura Municipal de São Carlos.

Resultados foram publicados em artigo derivado de pesquisa da UFSCar

 

SÃO CARLOS/SP - Os ecossistemas de água doce enfrentam sérios problemas devido a proliferações de algas nocivas, a exemplo da Prymnesium parvum ou "alga dourada". Um trabalho publicado no mês de setembro em uma revista científica demonstrou o alto potencial invasor dessa alga em reservatórios da América do Norte, Europa e Austrália, embora a presença de populações tóxicas da espécie já tenha sido reportada em ambientes aquáticos no Brasil. A publicação é derivada da pesquisa de doutorado do primeiro autor do artigo, Rafael Lacerda Macêdo, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais (PPGERN) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 
O artigo, intitulado "Towards effective management of the marine-origin Prymnesium parvum (Haptophyta): A growing concern in freshwater reservoirs?" ("Em busca do manejo eficaz da alga de origem marinha Prymnesium parvum: Uma crescente preocupação em reservatórios de água doce?"), foi publicado na revista científica Harmful Algae e está disponível em https://bit.ly/3QzIlOR
No estudo, foram utilizadas "técnicas avançadas de Modelos de Distribuição de Espécies (SDM) para avaliar o risco de invasão de P. parvum em reservatórios de diferentes partes do mundo: na América do Norte, Europa e Austrália. O estudo alerta para o fato de que o potencial de invasão do P. parvum é muito maior do que se pensava, abrangendo áreas geográficas muito mais extensas. Isso é preocupante, pois essa espécie pode colonizar várias bacias e regiões em que ainda não se tem registro de sua ocorrência", alertam os autores.
"A Prymnesium parvum é comumente referida como alga dourada devido aos pigmentos de fucoxantina encontrados em seus cloroplastos [organelas que ocorrem nas células de plantas e algas]; trata-se de uma microalga unicelular que possui dois longos flagelos [filamentos finos e compridos] que permitem o movimento e auxiliam na absorção de nutrientes", descreve Macêdo. "Seu sucesso como invasora dá-se, entre outras coisas, à capacidade eurihalina (capacidade de tolerar grandes variações de salinidade) e euritérmica (capacidade de tolerar grandes variações de temperatura) do organismo", explica o pesquisador. "Ela é capaz de tolerar, por exemplo, salinidades que variam, na Escala Prática de Salinidade, de 3 PSU (ligeiramente acima da água doce) a 30 PSU (água do mar), e temperaturas entre 2 e 30°C, além, ainda, da sua capacidade mixotrófica (capacidade de alternar o mecanismo de obtenção de energia entre eutotrofia - quando efetuam a síntese de moléculas orgânicas através da fotossíntese - e heterotrofia - a partir da obtenção de fontes orgânicas externas). Ao alcançar áreas não nativas, ainda por meios não totalmente claros (possivelmente por água de lastro não tratada), essas características a tornam uma alga altamente competitiva, dominando a comunidade planctônica onde ela invade, com riscos à fauna e ao ambiente locais".
O trabalho é destinado, principalmente, a tomadores de decisão como órgãos ambientais de países afetados ou sob risco de nova invasão da alga, além da comunidade civil em geral que faz uso recreacional e utiliza para consumo a água proveniente de reservatórios, explica Macêdo. "O risco é maior principalmente durante períodos de estiagem quando algas nocivas aumentam seu potencial tóxico devido ao aumento da salinidade. A alga dourada já tem registro de ocorrência no Brasil e pode causar danos ambientais como mortandade de peixes, além de prejuízos econômicos e sociais se não houver monitoramento em estágios iniciais da invasão", ressalta o pesquisador. Ainda não há modelagem preditiva para avaliar riscos de invasão pela alga dourada no Brasil, porém outros fatores como mudanças climáticas e a instabilidade do nicho da espécie, como descrito por Macêdo, podem colocar os ecossistemas aquáticos brasileiros na rota de mais uma espécie invasora nociva.
O estudo de Rafael Macêdo, orientado pela professora Odete Rocha, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva (DEBE) da UFSCar e uma das autoras do artigo, surgiu a partir do contato com o pesquisador Phillip Haubrock, pós-doutorando no Department of River Ecology and Conservation do Senckenberg Research Institute and Natural History Museum, de Frankfurt, na Alemanha, que também assina o artigo. Macêdo atualmente desenvolve seu projeto de pós-doutoramento acerca de espécies invasoras aquáticas na Freie Universität, Berlim, também na Alemanha. Para ele, "esse trabalho ressalta a importância de conexões e colaborações entre profissionais de diferentes áreas e países".

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