IRÃ - O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou na terça-feira (9) o número "terrivelmente" alto de execuções este ano no Irã, que sobe a média para mais de 10 por semana.
Neste ano, até agora, pelo menos 209 pessoas foram executadas no Irã, a maioria por crimes relacionados a drogas, de acordo com um comunicado da ONU - que observa, no entanto, que esse número pode ser maior.
"Em média, desde o início do ano, mais de 10 pessoas foram executadas todas as semanas no Irã, tornando-o um dos países com mais execuções no mundo", declarou Türk, segundo o comunicado.
"Nesse ritmo, é preocupante ver que o Irã continua no mesmo caminho do ano passado, quando cerca de 580 pessoas foram executadas", acrescentou. Ele descreveu essa quantidade como "abominável".
Se esta tendência continuar ao longo do ano, "representaria um dos níveis mais elevados de aplicação da pena de morte no Irã desde 2015", ano em que foram aplicadas 972 penas de morte, afirmou a porta-voz do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani.
Apenas um pequeno número de países impõe e aplica a pena de morte.
"Impor a pena de morte para crimes relacionados a drogas é incompatível com as normas internacionais dos direitos humanos", alertou Türk.
A ONU lembra que o Comitê de Direitos Humanos proíbe a imposição da pena de morte para crimes - exceto nos "crimes mais graves", aqueles de extrema gravidade que envolvem homicídio doloso, o qual não inclui crimes relacionados a drogas.
PEQUIM - Os ministros das Relações Exteriores da Arábia Saudita e do Irã, dois países rivais e sem relações oficiais desde 2016, se comprometeram na quinta-feira (6) em Pequim a trabalhar juntos para levar “segurança e estabilidade” para sua região turbulenta.
Depois de romper os vínculos em 2016, Arábia Saudita e Irã, países de religião sunita e xiita respectivamente, anunciaram em março o restabelecimento das relações diplomáticas, após uma negociação mediada pela China.
Em um comunicado conjunto divulgado após uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, e seu homólogo saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, os dois países se comprometeram a seguir colaborando para melhorar suas relações.
“As partes destacaram a importância de dar continuidade à aplicação do Acordo de Pequim e sua ativação, de forma que amplie a confiança mútua e os âmbitos de cooperação e contribua para criar segurança, estabilidade e prosperidade na região”, afirma a nota.
A Arábia Saudita cortou relações em 2016, depois que manifestantes iranianos atacaram suas representações diplomáticas em resposta à execução em Riad do clérigo xiita chiita Nimr al Nimr.
O anúncio da reconciliação em 10 de março surpreendeu a comunidade internacional e pode transformar as relações no Oriente Médio, uma região caracterizada por décadas de turbulência.
– Reabertura das embaixadas –
As duas partes “negociaram e trocaram opiniões com uma ênfase na retomada das relações bilaterais e medidas executivas para a reabertura das embaixadas e consulados dos dois países”, afirmou o ministério iraniano das Relações Exteriores.
O canal saudita Al Ekhbariya exibiu imagens dos dois ministros apertando as mãos, conversando e sorrindo.
Mao Ning, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, elogiou o encontro e destacou que os ministros “expressaram gratidão a China por sua contribuição para a promoção do diálogo”.
“A China trabalhará com os países do Oriente Médio para implementar iniciativas (…) com o objetivo de promover a segurança, estabilidade, desenvolvimento, prosperidade, tolerância e harmonia”, destacou Mao.
Com o acordo anunciado no mês passado, os dois países devem reabrir suas embaixadas e consulados no prazo de dois meses e aplicar os acordos de cooperação econômica e de segurança assinados há mais de 20 anos.
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, deve visitar Riad em breve.
Raisi aceitou o convite do rei Salman da Arábia Saudita, anunciou na segunda-feira o primeiro vice-presidente do Irã, Mohamad Mokhber.
– Grupos rivais –
Irã e Arábia Saudita apoiam grupos rivais em diversas áreas de conflito da região, incluindo o Iêmen, onde os rebeldes houthis têm o apoio de Teerã, enquanto Riad lidera uma coalizão militar de apoio ao governo.
Os dois países também disputam influência na Síria, Líbano e Iraque.
Washington, tradicional aliado de Riad, recebeu com satisfação a aproximação, mas afirmou que ainda é necessário observar se os iranianos “cumprirão sua parte do acordo”.
O sucesso da China na aproximação diplomática entre Irã e Arábia Saudita provoca dúvidas sobre o papel dos Estados Unidos como principal país de influência no Oriente Médio.
O Irã também espera restabelecer as relações com o Bahrein, grande aliado saudita, que há alguns anos acusou Teerã de apoiar uma revolta liderada por xiitas no reino governado por sunitas, uma acusação que o regime iraniano nega.
CHINA - O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, desembarcou nesta terça-feira na China à frente de uma ampla delegação para uma visita de três dias, durante a qual pretende fortalecer a cooperação econômica e consolidar as relações entre os dois países.
Raisi se reunirá em Pequim com o presidente chinês, Xi Jinping, com quem deve assinar uma série de "documentos de cooperação", informou Teerã.
Ele é acompanhado na visita pelo presidente do Banco Central e pelos ministros do Comércio, Economia e Petróleo.
Irã e China têm grandes vínculos econômicos, em particular nas áreas de energia, transporte, agricultura, comércio e investimento. Em 2021 os dois países assinaram um "acordo de cooperação estratégica".
As duas nações enfrentam pressões do Ocidente por suas posturas sobre a invasão russa da Ucrânia.
Teerã é um dos poucos aliados que restam a Moscou, que enfrenta um crescente isolamento desde a invasão, que completará um ano na próxima semana.
Os países ocidentais acusam o Irã de vender drones armados à Rússia para uso na guerra na Ucrânia, acusação que Teerã nega.
A ofensiva de Moscou na Ucrânia é uma questão delicada para Pequim, que procura seguir uma postura neutra, mas tem oferecido apoio diplomático à Rússia, sua aliada estratégica.
De acordo com a agência estatal de notícias IRNA, Raisi participará em reuniões com empresários chineses e iranianos que moram na China.
A China é a principal parceira comercial do Irã, de acordo com a IRNA. Com base em dados oficiais, o Irã exportou 12,6 bilhões de dólares para a China e importou US$ 12,7 bilhões de seu sócio nos primeiros 10 meses do ano passado.
IRÃ - O Irã executou no sábado (14/01) um britânico-iraniano, que havia sido condenado por suposta espionagem para os serviços de inteligência do Reino Unido.
Alireza Akbari, de 61 anos, ex-funcionário de alto escalão da Defesa iraniana, foi condenado por "corrupção na Terra e atacar a segurança interna e externa do país ao passar informações de inteligência" para o Reino Unido, disse a agência de notícias da autoridade judicial, Mizan Online, neste sábado.
A execução por enforcamento ocorreu três dias após o anúncio da sentença de morte. Akbari foi acusado pelo regime iraniano de atuar como "espião-chave" do Serviço Secreto de Inteligência britânico (SIS), mais conhecido como MI6.
É um "ato bárbaro" que "não ficará sem resposta", disse o ministro britânico das Relações Exteriores, James Cleverly, após a execução. O governo britânico "convocará o encarregado de negócios iraniano para transmitir a ele nosso descontentamento", acrescentou Cleverly.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, denunciou no Twitter a execução como "implacável e covarde", enquanto a Anistia Internacional descreveu o episódio como um "ataque atroz" do Irã ao "direito à vida".
Pouco depois, o Executivo britânico afirmou que ordenou sanções contra o procurador-geral do Irã, Mohammar Jafar Montazeri.
O governo do Irã convocou o embaixador britânico em Teerã para protestar contra o que descreveu como "intervenções não convencionais", denunciando o "apoio malicioso" de Londres a um "espião".
A França também condenou a execução "com a maior firmeza", segundo um comunicado de imprensa do Ministério das Relações Exteriores divulgado neste sábado.
Já o diplomata americano Vedant Patel expressou a "grande preocupação" de Washington na sexta-feira com relatos de que Akbari havia sido "drogado, torturado enquanto estava sob custódia policial" e "forçado a fazer confissões falsas".
De acordo com a mídia oficial iraniana, Alireza Akbari ocupou altos cargos no aparato de segurança e defesa iraniano.
Este veterano da guerra entre o Irã e o Iraque (1980-1988) foi, entre outros, vice-ministro da Defesa para as Relações Exteriores, chefe de uma unidade num centro de pesquisa ministerial e assessor do comandante da Marinha, segundo a agência de notícias Irna, sem fornecer datas.
O Irã frequentemente anuncia a prisão de agentes suspeitos de trabalhar para serviços de inteligência estrangeiros. Quatro pessoas acusadas de cooperar com os serviços de inteligência israelenses foram executadas em dezembro.
por dw.com
DUBAI - Quatro pessoas foram condenadas à morte nesta quarta-feira pelo Judiciário do Irã por supostamente cooperar com o serviço de inteligência israelense e cometer sequestros, informou a agência de notícias semioficial Mehr.
A República Islâmica há muito acusa o arqui-inimigo Israel de realizar operações secretas em seu solo. Teerã acusou recentemente os serviços de inteligência israelenses e ocidentais de planejar uma guerra civil no país, agora dominado por alguns dos maiores protestos antigovernamentais desde a Revolução Islâmica de 1979.
Mehr nomeou os quatro acusados e, referindo-se a Israel, disse que eles foram "condenados à morte pelo crime de cooperação com os serviços de inteligência do regime sionista e por sequestro".
"Com a orientação do serviço de inteligência sionista, essa rede de bandidos estava roubando e destruindo propriedades públicas e privadas, sequestrando pessoas e obtendo confissões falsas", acrescentou.
Três outras pessoas foram condenadas a penas de prisão entre cinco e 10 anos por supostamente cometerem crimes como agir contra a segurança nacional, ajudar em sequestros e possuir armas ilegais, afirmou.
Reportagem da Redação de Dubai / REUTERS
IRÃ - O Irã anunciou na terça-feira (22) que começou a produzir urânio enriquecido a 60% na central nuclear de Fordo, reaberta em 2019, quando o governo de Teerã deixou de cumprir progressivamente o acordo internacional com as grandes potências sobre seu programa nuclear.
O nível de 60% está muito acima da cota de 3,67% estabelecida pelo acordo 2015 para evitar que o Irã produza uma arma atômica.
A fabricação de uma bomba nuclear exige um nível de enriquecimento de urânio de 90%.
Sob o acordo, o Irã também aceitou congelar as atividades de enriquecimento na central de Fordo, que fica 180 quilômetros ao sul de Teerã e foi construída no subsolo para evitar ataques com mísseis de um país inimigo.
"A produção de urânio enriquecido a 60% começou em Fordo na segunda-feira", anunciou o diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, Mohammad Eslami, citado pela agência de notícias ISNA.
"Nós alertamos que as pressões políticas não mudam nada", acrescentou o diretor.
O Irã sempre negou que suas atividades nucleares tenham como objetivo a produção de uma bomba e insiste em que seu programa tem finalidades civis.
Teerã se comprometeu a restringir suas atividades com o acordo internacional de 2015 e, em troca, as grandes potências suspenderam as sanções impostas a Teerã por seu programa nuclear.
O acordo está na corda bamba desde 2018, porém, quando o governo dos Estados Unidos abandonou o pacto de maneira unilateral, durante o governo de Donald Trump, e restabeleceu as sanções contra o país.
- Medidas de represálias -
Um ano depois, Teerã começou a deixar de cumprir, de maneira progressiva, suas obrigações.
Em janeiro de 2021, a República Islâmica anunciou que estava trabalhando para enriquecer urânio a 20%. Alguns meses depois, outra instalação iraniana alcançou o nível de 60%.
O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, expressou nesta terça-feira a "profunda preocupação" do governo americano com o "progresso do programa nuclear do Irã" e com "a melhora constante de suas capacidades de mísseis balísticos".
Os Estados Unidos devem participar de uma retomada do acordo internacional. As negociações estão em curso desde abril do ano passado.
Em outubro, no entanto, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que vê poucas chances de retomada do acordo, no momento em que o Irã enfrenta uma onda de manifestações motivada pela morte, em setembro, da jovem Mahsa Amini, detida pela polícia da moralidade.
O inimigo do Irã na região, Israel, nunca descartou a possibilidade de efetuar ações, caso considere necessário, para impedir o Irã de desenvolver capacidades nucleares.
O acordo internacional entre as grandes potências e o Irã foi supervisionado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas a relação entre Teerã e o organismo da ONU ficou tensa nas últimas semanas.
Na quinta-feira (17), o conselho de ministros da AIEA aprovou uma resolução que critica a falta de cooperação do Irã. Foi o segundo pronunciamento neste sentido, depois de outra declaração divulgada pela agência em junho. Teerã anunciou que adotará medidas de represálias para responder à resolução da AIEA.
A agência oficial ISNA afirmou que o aumento da capacidade da central de Fordo é parte da resposta iraniana.
As negociações para a retomada do acordo internacional de 2015 estão paralisadas, e Teerã deseja o fim de uma investigação da AIEA.
IRÃ - O Irã desenvolveu um míssil balístico hipersônico, anunciou nesta quinta-feira (10) o general Amirali Hajizadeh, comandante da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária.
"Este míssil balístico hipersônico pode contra-atacar os escudos de defesa antiaérea. Poderá atravessar todos os sistemas de defesa antimísseis", afirmou o general, citado pela agência Fars.
Um míssil hipersônico atinge velocidades superiores a Mach 5 (cinco vezes a velocidade do som), a quase 6.000 km/h.
De acordo com o comandante militar iraniano, "este míssil, que tem como alvo os sistemas antimísseis inimigos, representa um grande salto geracional na área dos mísseis".
Os mísseis hipersônicos representam desafios para os desenvolvedores de radares por sua velocidade elevada e capacidade de movimento.
Vários países tentam desenvolver este tipo de armamento. Rússia, Coreia do Norte e Estados Unidos anunciaram em 2021 testes, o que provocou os temores de uma nova corrida armamentista.
A Rússia tem vantagem neste setor, com vários tipos desses mísseis, e em agosto anunciou a presença de aviões equipados com estas armas hipersônicas em Kaliningrado, um enclave russo cercado por países da Otan no nordeste da Europa.
ALEMANHA - A Alemanha e outros oito estados-membros da União Europeia preveem ampliar as sanções ao Irã e a cidadãos e instituições ligadas à violenta repressão contra os protestos que acontecem no país. A informação foi publicada na revista alemã Der Spiegel, que não nomeou suas fontes. Mais de 220 manifestantes foram mortos desde setembro.
Um pacote com 31 propostas de sanção foi apresentado em Bruxelas na última quarta-feira (2), de acordo com a revista. As proposições têm como alvo responsáveis e instituições do setor de segurança, assim como empresas responsáveis pela repressão no Irã.
As medidas propostas incluem o congelamento de seu patrimônio na Europa e a proibição de entrada nesses países. Conforme a reportagem alemã, o pacote tem grandes chances de ser votado e aprovado pelos ministros de relações exteriores da União Europeia na reunião do dia 14 de novembro.
Revolta popular com centenas de mortos
A República Islâmica vive a maior onda de protestos vista no país em anos, desde a morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, três dias após ser detida pela polícia da moralidade por supostamente violar o rígido código de vestimenta do país.
Os protestos começaram em setembro, com milhares de mulheres indo às ruas tirando e até queimando seus véus. O movimento que atinge diversas cidades do paٌís, desde o princípio, foi reprimido violentamente pelo governo iraniano. Até o momento, mais de 220 pessoas foram mortas, segundo uma ONG.
Carta branca para matar
No dia 30 de setembro, mais de 60 pessoas foram mortas durante os protestos na cidade de Zahedan, quando a polícia iraniana abriu fogo contra os manifestantes. No entanto, parte das outras mortes registradas foram causadas por "armas não letais".
Dezenas de imagens publicadas em redes sociais, e denunciadas pela Anistia Internacional, documentam o uso de escopetas de pressão pelas forças de segurança iranianas, incluindo policiais, forças paramilitares da Basij, e a polícia de choque.
Apesar de usarem cartuchos sem pólvora, essas armas podem ser fatais se não usadas corretamente. Em entrevista ao site de notícias France24, um oficial das forças iranianas contou que muitos de seus colegas atiram à curta distância e miram na cabeça e no peito dos manifestantes.
“Se matamos alguém, não há qualquer consequência. Isso dá carta branca a muitos agentes que não titubeiam em mirar na cabeça, o que pode ser fatal”, contou o agente em condição de anonimato.
Protestos continuam
Apesar da forte repressão, os protestos ganharam novo impulso nesta semana com funerais e cerimônias tradicionais de luto.
Durante uma manifestação na cidade de Karaj, a oeste de Teerã, na última quinta-feira, os manifestantes gritavam: "este ano é o ano do sangue, Seyyed Ali [Khamenei] será derrubado", em referência ao líder supremo do Irã.
(Com informações da France24 e da AFP)
IRÃ - O Ministério das Relações Exteriores do Irã anunciou na segunda-feira,31, sanções contra pessoas e entidades dos Estados Unidos, incluindo a CIA, por incitarem "a violência e os distúrbios" no Irã, em meio à onda de protestos pela morte da jovem Mahsa Amini.
As sanções se aplicam "a 10 pessoas e quatro entidades, por terem realizado atividades contra os direitos humanos, interferido nos assuntos internos da República Islâmica do Irã e incitado a violência e os distúrbios no país, além de atos terroristas", informou o ministério iraniano.
Essas medidas se dirigem, entre outros, ao chefe do Comando Central do Exército americano (Centcom), Michael Kurilla, à CIA e à Guarda Nacional americana, e envolvem a proibição de conceder vistos de viagem e entrada no Irã e "o congelamento de suas propriedades e ativos" no país, segundo o ministério.
Washington anunciou no último dia 26 sanções econômicas contra funcionários e empresas iranianas pela repressão violenta aos protestos recentes.
IRÃ - O ministro das Relações Exteriores do Irã informou na segunda-feira (24) que Teerã não ficará "indiferente" caso se evidencie que a Rússia está usando drones de fabricação iraniana na Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse nesta segunda que a Rússia encomendou cerca de 2.000 drones ao Irã para dar apoio à invasão.
"Na guerra na Ucrânia [...] somos contra armar tanto a Rússia quanto a Ucrânia", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, em um vídeo publicado pela imprensa local.
"Não fornecemos à Rússia nenhuma arma ou drone para seu uso contra a Ucrânia", acrescentou, reiterando desmentidos anteriores, embora tenha admitido que os dois países têm vínculos de cooperação.
O chefe da diplomacia iraniana reafirmou o desejo de manter discussões diretas com a Ucrânia sobre o tema e disse tê-lo informado ao encarregado das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Josep Borrell.
A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam Moscou reiteradamente de usar drones de fabricação iraniana em seus ataques contra a Ucrânia nas últimas semanas.
O Irã negou as acusações de ter entregue à Rússia armas para serem usadas na Ucrânia e a Rússia sustenta que os países ocidentais querem pressionar a república islâmica.
Mais cedo, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, negou as acusações dos Estados Unidos de que há pessoal iraniano "no terreno na Crimeia" - uma península do sul da Ucrânia, anexada por Moscou em 2014 - para dar apoio técnico à Rússia.
"Rechaçamos firmemente estas informações", disse Kanani, afirmando que os Estados Unidos "buscam desviar a opinião pública do papel destrutivo que eles têm na guerra na Ucrânia, ao apoiar um lado do conflito e exportar grande número de armas e equipamentos à Ucrânia".
O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, John Kirby, afirmou que "Teerã agora está diretamente envolvida no terreno e mediante o fornecimento de armas que estão afetando os civis e a infraestrutura civil na Ucrânia".
Kanani respondeu afirmando que seu país "não toma partido na guerra na Ucrânia".
"Não estamos exportando armas a nenhum lado do conflito para a guerra na Ucrânia", insistiu o porta-voz.
Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia impuseram sanções contra o Irã, acusando a república islâmica - como também fez o governo ucraniano - de vender drones que a Rússia está utilizando no conflito.
Em setembro, a Ucrânia decidiu reduzir significativamente suas relações com o Irã a partir do suposto fornecimento de armas de Teerã a Moscou.
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