SÃO CARLOS/SP - Temporariamente afastado do Instituto de Física de São Carlos (IFSC -USP) para realizar pesquisas e organizar um centro de biofotonica na “Universidade do Texas A&M”, o docente e pesquisador, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, recebeu das mãos do governador do Texas, Greg Abbott, uma homenagem com distinção honrosa premiando e enaltecendo o seu desempenho e relevância nas pesquisas, da mesma forma que tem feito, desde 2017, a um grupo restrito de cerca de vinte pesquisadores americanos e de outras nações.
A cerimónia de homenagem ocorreu no último dia 7 de agosto, na residência oficial do governador - Texas Governor’s Mansion -, localizada na cidade de Austin – Texas. Segundo o homenageado, em entrevista à Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, tratou-se de uma distinção por ter aceitado atuar no estado do Texas para o avanço da área do conhecimento em biofotônica, além de outras de contribuições para a ciência. Segundo Bagnato, em seu discurso, o governador Abbott, deixou claro a importância que tem em se olhar para o futuro atraindo para o estado cientistas que poderão fazer a diferença. Segundo ele, os cientistas escolhidos para serem homenageados são considerados “estrelas científicas brilhantes” que ajudam a brilhar mais intensamente o estado do Texas. Abbott elogiou ainda o reforço da conexão científica entre o seu estado e o Brasil, considerando as vocações similares que ambos têm - agricultura, agropecuária, inovação cientifica e tecnológica, e, principalmente, ter os cidadãos como alvos de todas as prioridades. o cidadão como alvo das prioridades.
Em conversa mantida com a Assessoria de Comunicação do Prof. Vanderlei Bagnato, o pesquisador deixou claro que sua missão – entre outras – é mostrar que os brasileiros são extremamente importantes no mundo em vários aspectos relacionados com o desenvolvimento científico e tecnológico. Ao deixar claro a sua paixão pela cidade de São Carlos, pelo Instituto de Física de São Carlos e pela USP, como um todo, Vanderlei Bagnato sublinhou suas saudades de tudo e de todos e que “Temos que apreciar os pequenos sucessos e reconhecimentos que recebemos. Estou plenamente convencido que a caminhada ao longo da carreira é muito mais prazeirosa do que quando chegamos no final dela. Tenho tido sorte de ter excelentes colaboradores num instituto que comprova todos os dias a sua excelência nacional e internacional – o IFSC/USP, e de estar estar ao serviço de uma instituição - a USP - que nunca mediu esforços para apoiar todos os desenvolvimentos que fazemos, e que, inclusive, me tem apoiado nesta missão temporária, no Texas, consubstanciada na criação de um grupo de pesquisa, num centro de biofotônica com as mesmas características daquele que existe no IFSC/USP, e com o objetivo principal de desenvolver estudos e pesquisas bilaterais relacionadas com o câncer de pele e no combate às bactérias resistentes. Então, não é o Vanderlei Bagnato que está no Texas: é o IFSC, a USP e o Brasil que estão no estado do Texas”, sublinha Bagnato
O pesquisador são-carlense espera retornar em breve e de vez à sua cidade, ao seu país, de uma forma mais consolidada, independente da idade. “Espero retornar uma pessoa ainda melhor, mais experiente e humilde o suficiente para enfrentar todos os problemas junto com meus colegas do IFSC/USP. Como eu disse ao governador, certamente não mereço a honraria, por isso vou trabalhar mais para poder merecê-la. Só tenho receio de ter medo frente aos desafios, mas isso não me impedirá de continuar”.
Para o IFSC/USP, a honraria atribuída ao Prof. Vanderlei Bagnato e sua decisão de a compartilhar com todos os seus colaboradores e instituições só demonstra o caráter firme de um grande pesquisador entre seus iguais e a sua humildade perante toda a sociedade. É um privilégio poder contar com o Prof. Vanderlei Bagnato no IFSC e na USP.
Obra vencedora traz relatos de experiências e explora os futebóis transmodernos, onde caiba a diversidade da sociedade
SÃO CARLOS/SP - O livro "Do futebol moderno aos futebóis transmodernos: a utopia da diversidade revolucionária", publicado pela Editora da Universidade Federal de São Carlos (EdUFSCar), foi contemplado no 1º Prêmio Jabuti Acadêmico (https://www.premiojabuti.com.
A obra vencedora da UFSCar foi organizada por Osmar Moreira de Souza Júnior, docente no Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas dos Aspectos Pedagógicos e Sociais do Futebol (ProFut), juntamente com Ricardo Souza de Carvalho e Denis Prado, pesquisadores do ProFut.
"Ao longo dos capítulos, pesquisadores e pesquisadoras compartilham relatos de experiências e críticas ao futebol moderno - capitalista, machista e racista - e exploram os futebóis transmodernos. Estes incluem todas as formas de futebol que sobrevivem à margem da modernidade, como os futebóis das mulheres, indígenas, pessoas com deficiências e da população LGBTQIAPN+. Ainda consumimos o futebol moderno, mas também reconhecemos, valorizamos e abrimos espaço para essas alternativas", expõe Souza Júnior.
Para o Diretor da EdUFSCar, Wilson Alves-Bezerra, esta é uma obra fundamental para a construção de um Brasil menos violento. "O futebol moderno costuma ser exaltado na nossa sociedade contemporânea pelo viés do profissionalismo, da competitividade e do lucro. Os organizadores da obra criaram uma utopia, na qual o futebol é lugar de encontro, para além da lógica neoliberal e individualista. Eles falam de diversidade revolucionária, do potencial da convivência entre as pessoas que não estão no padrão eugenista do esporte de alto rendimento. Assim, o futebol torna-se espaço não do machismo tribal onde vige a lei do mais forte, mas o lugar no qual todas as pessoas podem participar. O esporte vira espaço lúdico de convivência, para 'jogar junto' e não mais 'jogar contra'", registra.
O reconhecimento pelo Prêmio Jabuti Acadêmico tem, portanto, uma significação singular. "Estamos imensamente felizes com a conquista, que valida o potencial revolucionário e humanizador que nos empenhamos para incluir no livro. Dedicamos esta vitória em memória de Wagner Barbosa Matias e Gilmar Araujo, pesquisadores que lutaram para que tivéssemos políticas públicas e produção de conhecimento na área. Com a colaboração de 40 autores e autoras - de acadêmicos a ativistas, jogadoras de futebol a doutores e graduandos, incluindo pessoas fora do meio acadêmico -, nossa obra reflete a utopia de diversidade, de futebóis e revoluções. Agradecemos a todos que contribuíram e à Editora pelo apoio. Que possamos acreditar nas editoras universitárias e na universidade pública e gratuita, produzindo conhecimento que dialogue com o público geral e com as maiorias minorizadas e que transforme a sociedade", enfatiza Souza Júnior.
"Ao premiar este livro, o Jabuti Acadêmico dá visibilidade a um tipo de pesquisa que é a um só tempo acadêmica, extensionista e revolucionária para nossa vida social. A EdUFSCar, com sua equipe dedicada, tratou e apresentou o material ao público na melhor versão possível. Convidamos todas as pessoas a lerem o livro, para que ele cumpra sua função de ser acolhido, discutido e compartilhado por toda a gente", destaca o Diretor da Editora.
Detalhes sobre o livro estão disponíveis em episódio do videocast "Conexão Federal" no YouTube (https://bit.ly/conexao-
Sobre a premiação
O Prêmio Jabuti Acadêmico foi criado em 2024 e visa reconhecer a produção científica, técnica e profissional no Brasil, divulgando autores e editores que contribuem para a cultura e o conhecimento no País. Os vencedores receberam uma estatueta e um prêmio de R$ 5 mil.
A lista completa das obras premiadas pode ser conferida no site da iniciativa (https://www.premiojabuti.com.
Estudo na área da Ciência da Informação busca voluntários para responderem questionário online
SÃO CARLOS/SP - Um estudo na área de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está investigando como as pessoas, em seus respectivos contextos, compartilham informações relacionadas ao climatério e à menopausa. Para isso, está convidando voluntários para responderem um questionário online.
"As práticas informacionais são o resultado de um comportamento dentro de um contexto social a partir de uma informação. Ou seja, é a somatória de como as pessoas, em seus respectivos contextos sociais, desejam, precisam, buscam, usam e compartilham informação", explica Juliana Buzinaro Andrikonis, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) e responsável pelo estudo, que tem orientação da professora Ariadne Chloe Furnival, do Departamento de Ciência da Informação (DCI) da UFSCar.
"O tema surgiu após uma conversa de corredor com minha atual orientadora. Percebemos, a partir de incômodos e relatos pessoais, que falar sobre saúde e sistemas reprodutivos femininos ainda é um tabu, e esses temas podem ser ainda mais invisibilizados quando somados a preconceitos como etarismo, machismo e LGBTQIAPN+fobia", explica a mestranda. "Essa situação impacta nossa saúde, autonomia e qualidade de vida durante ciclos menstruais, desempenho da sexualidade, gestação e nas fases do climatério. Esta última, em especial, pode causar sintomas físicos e psicológicos que se manifestam em períodos delicados da vida de mulheres cis e homens trans, afetando negativamente suas vidas. Isso torna necessário verificar se o acesso à informação em saúde está democratizado", completa. "Considerando que esse acesso é um direito garantido por lei e essencial para a tomada de decisões conscientes, a pesquisa busca identificar como ocorrem as práticas informacionais das pessoas em situação de climatério, menopausa e pós-menopausa, para trazer visibilidade a informações de saúde baseadas em evidências nos mais diversos contextos socioculturais e econômicos".
Como participar
O questionário pode ser respondido por pessoas de todo o território nacional que afirmam ter experiência empírica quanto ao climatério e à menopausa. Esses períodos são inerentes à trajetória de vida das pessoas designadas ao gênero feminino ao nascer, caracterizados por reduções nos níveis de estrogênio e progesterona, que ocorrem predominantemente entre os 45 e 55 anos de idade.
O anonimato dos participantes será garantido. O tempo estimado para responder o questionário, composto por 17 (dezessete) questões estruturadas e uma opcional aberta, é de aproximadamente 10 minutos. Para participar, basta acessar o formulário disponível em https://bit.ly/
O trabalho, intitulado "Práticas informacionais acerca da menopausa e do climatério: uma análise a partir dos sujeitos afetados", tem apoio financeiro da Capes. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 69958623.6.0000.5504).
Estudo convida pessoas de 18 a 61 anos para participação online
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa na área da Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está convidando pessoas entre 18 e 61 anos para responder um questionário online sobre o uso problemático da internet e sua relação com as variáveis psicológicas de bem-estar subjetivo (relacionado à avaliação que as pessoas fazem acerca da felicidade e da satisfação com suas vidas) e Inteligência Emocional (habilidade de processar informações emocionais) entre as gerações X, Y e Z.
"Nas últimas duas décadas, com o avanço das tecnologias e a intensificação do uso da internet, a percepção do uso excessivo da internet como prejudicial para nossa saúde física e psicológica tem sido comprovada por vários estudos ao redor do mundo. No entanto, essa temática pode ser considerada ainda recente, o que indica uma necessidade de maior exploração do tema ‘uso problemático da internet’ e de suas consequências", detalha a estudante do curso de Psicologia da UFSCar, Letícia Brant Sá Ferreira, responsável pelo projeto. Ela explica que o termo "uso problemático da internet" tem sido utilizado por alguns estudiosos para designar a incapacidade do usuário de controlar o uso da internet, o que provoca dificuldades acadêmicas, sociais, profissionais e/ou psicológicas, podendo acarretar sofrimento e/ou prejuízos na vida do usuário, como sentimentos de angústia, tristeza, descontentamento, estresse, ansiedade, podendo também comprometer as atividades diárias do indivíduo.
Além disso, surgiu a curiosidade de verificar se há o uso problemático em diferentes gerações (X,Y e Z) e compreender se nessas gerações os construtos de bem-estar e de inteligência emocional são afetados de maneiras diferentes frente ao uso problemático da internet. Embasada em autores da área, a pesquisadora relata que no Brasil não há um consenso com exatidão quanto às faixas etárias que compreendem cada geração, no entanto, as diferenças de ano de nascimento propostas por diferentes autores não apresentam diferenças significativas. "Para tanto, em minha monografia optei por utilizar como referencial as seguintes faixas etárias para as gerações a serem estudadas: geração X, os nascidos entre 1963 e 1982 (nascidos antes da era digital); geração y, os nascidos entre 1983 e 1997 (cresceram em contato com as tecnologias de informação); e geração Z, os nascidos entre 1998 e 2006 (já nasceram imersos no ambiente conectado à internet)".
Para a autora, o estudo é importante visto que a determinação desta relação pode auxiliar na investigação dos efeitos causados pelo uso problemático da internet. "Devido a sua natureza recente, ainda existem poucos estudos acerca de seus efeitos no âmbito psicológico do bem-estar e da inteligência emocional. Além disso, este trabalho pode indicar como três diferentes gerações utilizam a internet (de modo problemático ou não) e auxiliar a compreender se nessas gerações os construtos bem-estar e inteligência emocional são afetados de maneiras diferentes frente ao uso problemático da internet".
Como participar
Para participar basta ter entre 18 e 61 anos e ter a disponibilidade de aproximadamente 25 minutos para responder aos questionários de pesquisa. "Estamos precisando, principalmente, aumentar o grupo de pessoas entre 27 e 41 anos", destaca a estudante. A participação é online e consiste no preenchimento do formulário disponível no link https://bit.ly/46mzdEZ, onde constam mais informações sobre o trabalho. O tempo de resposta é de cerca de 25 minutos.
O estudo, intitulado "O uso problemático da internet e sua relação com bem-estar e Inteligência Emocional em diferentes gerações", tem orientação de Monalisa Muniz Nascimento, professora do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 77436824.4.0000.5504).
Tecnologia identifica rapidamente contaminação em urina de trabalhadores rurais
SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IFSC/USP), em colaboração com o Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IQ-UFRJ) e o Hospital de Câncer de Barretos (Hospital de Amor), desenvolveram um novo sensor capaz de detectar a presença dos defensivos agrícolas paraquat e carbendazim, ainda utilizados apesar de proibidos, em menos de 70 segundos.
O pesquisador Thiago S. Martins, do IFSC/USP e atualmente na Imperial College London, é o autor principal do artigo recentemente publicado na revista científica "Chemical Engineering Journal". Ele destaca que a importância do desenvolvimento deste sensor, que utiliza uma técnica eletroquímica, reside na capacidade de monitorar rapidamente e com precisão a exposição dos trabalhadores rurais a esses agrotóxicos. Portátil e de fácil utilização, o sensor pode ser usado pelos próprios trabalhadores em seus locais de trabalho ou em suas residências. Basta coletar um pequeno volume de urina e obter o resultado em aproximadamente setenta segundos.
Para a equipe de pesquisadores, a detecção de pesticidas em águas e fluidos corporais é crucial para proteger o meio ambiente e a saúde humana, especialmente nas zonas rurais onde ocorre a aplicação dos defensivos agrícolas.
Esta pesquisa envolveu a participação de 9 trabalhadores rurais da região de Barretos, com idades entre 18 e 65 anos e incluiu a criação de tiras impressas contendo um nanomaterial orgânico denominado "RIO 17" (Reticular Innovative Organic Framework 17), desenvolvido no IQ-UFRJ. Utilizando um método eletroquímico, o sensor pode detectar os dois agrotóxicos no corpo humano com apenas 100 microlitros de urina, bem como na água e em outras amostras, se necessário.
Thiago S. Martins enfatiza a importância desta pesquisa, que revelou que todos os nove trabalhadores rurais testaram positivo para pelo menos um pesticida. "Isso é extremamente preocupante, pois não há nível seguro de exposição a esses químicos. Nossa pesquisa evidencia a necessidade de desenvolver soluções acessíveis para monitorar a exposição dos trabalhadores rurais aos agrotóxicos durante a pulverização. Atualmente, não existem tecnologias viáveis para realizar esse monitoramento in loco e garantir a proteção da saúde desses trabalhadores," afirma o pesquisador.
Como tudo começou
Esta pesquisa, que se estendeu por mais de cinco meses, teve início com uma colaboração entre o IFSC/USP, o IQ-UFRJ e o Hospital de Amor. Este último já desenvolvia um projeto destinado a monitorar os níveis de pesticidas em trabalhadores rurais, suas famílias e nas águas circundantes. "O hospital usava métodos cromatográficos e espectroscópicos para detectar os pesticidas individualmente. Ao saber que desenvolvíamos dispositivos miniaturizados, a parceria foi rapidamente estabelecida. O IQ-UFRJ então contribuiu com o nanomaterial para as tiras sensores e assim foi criado um dispositivo semelhante a um glicosímetro, que não exige tratamento ou diluição das amostras. Com apenas 100 microlitros, o resultado é obtido em cerca de setenta segundos." explica Thiago S. Martins.
A importância do IQ/UFRJ nesta pesquisa
A formação do pesquisador é na área de Química, com ênfase em Físico-Química Orgânica, atuando principalmente nos seguintes temas: nanociência, nanotecnologia, química reticular, materiais porosos, carbocátion, hidrocarboneto, superacido, carbônio, substituição eletrofílica aromática, hidratos de gás natural e garantia de escoamento.
A colaboração para esta pesquisa começou de forma furtuita, através de uma conversa e convite feito pelo atual diretor do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior. Ao estudar as demandas desta pesquisa, o Prof. Pierre e seu grupo acabaram por construir um novo material nanoestruturado equivalente a um engradado molecular. “Conseguimos construir esse engradado, extremamente poroso, feito de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, constituído por poros bastante seletivos, o que aumenta muito a sensibilidade. Entreguei uma amostra desse material ao IFSC/USP com a finalidade de testar o sensor que estava sendo proposto. Esse material tem uma grande afinidade para detectar pesticidas e afins, já que ele absorve coisas que estão muito diluídas, devido à sua grande área específica e organofilicidade. Por exemplo, proteínas não passam pelos poros, apenas pequenas moléculas, como as que se encontram nos pesticidas. Considero este novo material como se fosse uma grande “esponja seletiva”, pontua o pesquisador.
O pesquisador considera uma agradável surpresa saber que esse material desenvolvido por seu grupo foi um sucesso nesta pesquisa. Atendendo às inúmeras denominações registradas na International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), o grupo do Prof. Pierre Esteves decidiu batizar este novo material de “Reticular Innovate Organic From Work 17” (RIO-17). “Fiquei extremamente feliz, pois descobrimos um material com nanoporos que tem um potencial enorme de aplicações e que se destina perfeitamente à finalidade desta pesquisa, dentro da classe de materiais porosos orgânicos. O Brasil é o grande celeiro do mundo e talvez essa seja a razão por se utilizar tanto defensivo agrícola. Há quem diga que no Brasil já não existe agricultura orgânica, de tanto agrotóxico que é utilizado. Por cada metro quadrado de agricultura existem em torno de 10 miligramas de pesticidas e eles são dispersos pelo vento, se entranham na terra, entram nos lençóis freáticos, etc., e por isso não são demais todos os esforços que possam ser feitos para detectá-los”, pontua o pesquisador.
Para o pesquisador da UFRJ, este sensor, dedicado aos agrotóxicos paraquat e carbendazin, abre portas para que, no futuro, se possa ter a esperança de ser possível detectar outros tipos de agrotóxicos, já que “temos a capacidade para desenhar não só o formato, quanto o tamanho desse “engradado molecular”, tal como fizemos para utilizar nesta pesquisa. Somos uma espécie de alfaiates moleculares”, finaliza o pesquisador.
A parceria com o Hospital do Amor
O Dr. Henrique Santejo Silveira é igualmente um dos co-autores do artigo científico publicado na revista “Chemical Engineering Journal”. Pesquisador no Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular do Hospital de Câncer de Barretos (Hospital do Amor), ele é docente da Pós-Graduação em Oncologia do Instituto de Ensino e Pesquisa também no Hospital de Câncer de Barretos, e tem experiência em Genética e Biologia Molecular e Prevenção de Câncer, atuando principalmente nos seguintes temas: populações expostas ocupacionalmente, câncer relacionado ao trabalho, interações genes e ambiente e sua influência na carcinogênese, resposta ao estresse ambiental e saúde ambiental.
O Hospital do Câncer de Barretos já mantém uma profícua parceria com o IFSC/USP em diversas áreas. Assim, a contribuição com o fornecimento de amostras de urina oriundo de um grupo de trabalhadores rurais que foram estocadas no Biobanco do Hospital do Câncer de Barretos foi essencial para os testes do sensor. “Estas amostras derivam de um projeto de coorte (RUCAN study) que reunirá cerca de 2.200 trabalhadores rurais daquela região e cujo objetivo é acompanhar, ao longo do tempo, a incidência de diversas doenças causadas pela exposição aos agrotóxicos, incluindo o câncer e doenças neurológicas, sublinha o pesquisador. O Dr. Henrique Silveira salienta, ainda, que uma eventual evolução deste sensor poderá ser utilizada com mais eficácia e rapidez na prevenção e vigilância da saúde dos trabalhadores rurais, principalmente nas intoxicações causadas por agrotóxicos. “O -paraquat e o carbendazim são muito utilizados aqui na região e não só. Até para o próprio Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), que tem inúmeras unidades dispersas pelo país, seria fantástico poder utilizar este sensor na vigilância do trabalhador rural”, pontua o pesquisador.
O pesquisador Thiago S. Martins ressalta: "É crucial evitar a aplicação de químicos proibidos e assegurar a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) apropriados durante a pulverização de agrotóxicos", finaliza.
Para conferir o artigo científico, acesse o link - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2024/07/SENSOR-PESTICIDAS.pdf
Trabalho investigou relação causal entre hesitação à vacina de Covid-19 e orientações ideológicas no Brasil
SÃO CARLOS/SP - Três integrantes do grupo Interfaces - Núcleo de Estudos Sociopolíticos dos Algoritmos e da Inteligência Artificial, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), liderado pela professora Sylvia Iasulaitis, do Departamento de Ciências Sociais (DCSo), publicaram um artigo na revista Vaccine (https://bit.ly/4bI7dwn), a mais conceituada mundialmente sobre o tema.
O trabalho, intitulado "Analysis of causal relations between vaccine hesitancy for COVID-19 vaccines and ideological orientations in Brazil", foi desenvolvido por Sylvia Iasulaitis, pelo professor Eanes Torres Pereira, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), e por Bruno Cardoso Grecco, aluno do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da UFSCar e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) com orientação de Iasulaitis. Todos integram o Interfaces.
O trabalho analisa um conjunto de dados obtidos por meio de questionários de uma pesquisa de opinião pública, que foram aplicados no ano de 2021, tão logo as vacinas contra Covid-19 foram disponibilizadas no Brasil. O público foram cidadãos de todo o território nacional, a partir de 16 anos. A partir dos dados de 2.002 respondentes, foram investigadas, utilizando-se abordagens de Ciências Sociais e algoritmos de Inteligência Artificial (IA), as principais variáveis que poderiam afetar a aceitação em receber o imunizante - a exemplo de preferências políticas, faixa etária, escolaridade, faixa salarial, região do País, gênero, crença em fake news, confiança e intenção de se vacinar contra a Covid-19.
Entre os resultados apresentados no artigo, estão: quanto mais avançada a idade, maior a probabilidade de se considerar a vacina segura e, consequentemente, de se vacinar; as crenças religiosas apresentam efeito causal simultâneo em preferências políticas e na percepção de segurança da vacina; e a probabilidade de uma pessoa aceitar a vacinação contra Covid-19 é reduzida dado o fato dela acreditar em fake news relacionadas ao tema.
"O que mais surpreendeu foram os achados empíricos sobre a influência causal das fake news e das convicções religiosas e ideológicas na hesitação vacinal", comenta a pesquisadora da UFSCar. "O fenômeno da desinformação na área da saúde não é recente, e tende a ocorrer com mais frequência em casos de doenças graves, uma vez que é um fator de ansiedade para a maior parte da população, que possui pouco conhecimento sobre a área. Não obstante, seu efeito causal ainda tem sido muito pouco estudado, então o artigo contribui com a compreensão do fenômeno".
Segundo Iasulaitis, o modelo desenvolvido nessa pesquisa poderá ser utilizado por órgãos governamentais ou entidades da área de saúde para auxiliar na tomada de decisão quanto à redução da hesitação vacinal ou aumento da adesão da população a campanhas de vacinação. "Utilizando esse modelo, as entidades responsáveis por campanhas de vacinação poderão decidir onde os esforços devem ser aplicados para gerar os resultados de vacinação de modo mais eficiente. A metodologia aplicada nesta pesquisa pode ser replicada para populações de outros países para que seja possível gerar modelos personalizados".
A ideia do estudo surgiu devido à rejeição da vacina por uma parcela da população brasileira tão logo a vacina foi disponibilizada no Brasil, relata a professora da UFSCar. "Pretendeu-se avaliar os fatores de influência para aceitação ou rejeição da vacina, tais como: (1) Características socioeconômicas: renda pessoal, renda familiar, idade, faixa etária, sexo, alfabetização, escolaridade, região e religião; (2) Preferências político-ideológicas, avaliadas a partir da intenção de voto em presidenciáveis do pleito de 2022, da opinião sobre o governo federal e da confiança expressa no então presidente Jair Bolsonaro; e (3) Opiniões sobre a segurança da vacina e percepções a respeito de fake news que foram disseminadas sobre a vacina contra Covid-19". Para avaliar este terceiro conjunto de fatores, foi investigada, no questionário, a concordância/discordância em relação a perguntas baseadas em fake news: "existem tratamentos mais eficientes do que a vacina (o kit covid, por exemplo)?"; "A vacina altera o DNA das pessoas?"; "A vacina implanta microchip nas pessoas?"; "A vacina provoca câncer, autismo e/ou HIV?" e, por fim, "A vacina é feita com células de fetos abortados e tumores?".
Resultados
A seguir, a professora Sylvia Iasulaitis detalha alguns resultados obtidos na pesquisa:
- Quanto mais avançada a idade, maior a probabilidade de se considerar a vacina segura e, consequentemente, de se vacinar: "Nosso estudo demonstrou que considerar a vacina segura ou não também era uma variável afetada diretamente pela faixa etária. Quanto mais avançada a idade, maior a probabilidade de se considerar a vacina segura e, consequentemente, de se vacinar. Este achado condiz com o fato de que a severidade do Covid-19 é maior em idosos e pessoas com comorbidades. A vulnerabilidade a condições que levavam a óbito também eram (e são) maiores em idosos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde e a Organização Panamericana da Saúde, entre pacientes com idade acima de 60 anos é comum a presença de doenças pulmonares crônicas, doenças renais crônicas, diabetes mellitus, doenças hepáticas crônicas, obesidade e quadros de imunossupressão. Estas são comorbidades que podem elevar o risco de complicações do Covid-19. Dados da Fundação Oswaldo Cruz dão conta de que a população idosa é maioria em casos de óbito por Covid-19 no Brasil, evidência que leva à compreensão da importância assumida pela variável idade na explicação causal da vacinação de Covid-19 no Brasil".
- As crenças religiosas apresentam efeito causal simultâneo em preferências políticas e na percepção de segurança da vacina: "A variável religião demonstrou grande importância no modelo, pelo fato de apresentar efeito causal simultâneo em preferências políticas e na percepção de segurança da vacina. Tornou-se evidente a associação causal entre religião evangélica e voto no candidato de ultra direita e conservador Jair Bolsonaro. Portanto, nesse estudo verificou-se a associação entre preferências políticas e religiosas. Foi possível identificar, ainda, que os evangélicos conservadores possuíam no momento da investigação menor probabilidade de se vacinarem. Portanto, as preferências ideológicas influenciaram na hesitação vacinal especialmente quando associadas às convicções religiosas".
- A probabilidade de uma pessoa aceitar a vacinação contra Covid-19 é reduzida dado o fato dela acreditar em fake news relacionadas ao tema: "Os dados revelam que a probabilidade de uma pessoa aceitar a vacinação contra Covid-19 é reduzida dado o fato dela acreditar em fake news relacionadas à vacina. Ademais, o impacto causal de acreditar em fake news e desconfiar da segurança da vacina é grande. Acreditar em fake news e considerar a vacina como não sendo segura impacta em uma probabilidade de cerca de 70% na decisão de não se vacinar. Neste estudo, as fake news se mostraram como uma variável independente, o que significa que não é afetada diretamente por nenhuma outra variável do modelo. Deste modo, não se pode estabelecer um perfil demográfico e socioeconômico específico de indivíduos ou grupos que apresentam crença em fake news".
O artigo "Analysis of causal relations between vaccine hesitancy for COVID-19 vaccines and ideological orientations in Brazil" na íntegra pode ser acessado no sitehttps://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0264410X24004365.
BRASÍLIA/DF - Amais recente pesquisa Genial/Quaest sobre a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divulgada nesta quarta-feira, 10, mostra uma leve melhora na aprovação do mandatário. De acordo com nova rodada do levantamento, o governo Lula ficou com 54% de aprovação, acima da rodada anterior de maio, quando o índice foi de 50%. Nesta edição, 43% o desaprovam, ante os 47% do levantamento anterior.
A avaliação geral do governo também melhorou. O número dos que avaliavam o trabalho do presidente como positivo subiu de 33% para 36%. Os que viam como negativo, também 33% em maio, ficaram agora em 30%.
No entanto, de acordo com a pesquisa, para a maioria, 36%, a economia no Brasil piorou nos últimos 12 meses. Outros 32% disseram acreditar que a economia ficou do mesmo jeito e 28% avaliam que houve melhora.
O levantamento foi feito entre os dias 5 e 8 de junho. Foram 2000 entrevistas com eleitores de 16 anos ou mais. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo. O nível de confiança é de 95%.
SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) - um CEPID da FAPESP alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) -, em parceria com o Departamento de Morfologia e Patologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e com o Núcleo Integrado de Laser em Odontologia (NILO), de Ribeirão Preto (SP), concluíram recentemente uma pesquisa que tem o objetivo de combater a acne - tipos 1 e 2, menos severas - substituindo os tratamentos convencionais pela introdução de terapia fotodinâmica.
Esta nova abordagem inclui a utilização de curcumina como elemento fotosensibilizador e a aplicação de laser com luz azul, um método que foi desenvolvido no programa de mestrado em biotecnologia na UFSCar, em colaboração com o IFSC/USP. A pesquisadora Gabriely Simão, primeira autora do estudo que foi publicado na revista “Aesthetic Orofacial Science”, é formada em odontologia pela UNICEP, com orientação do Prof. Clóvis Wesley Oliveira de Souza, docente do Departamento de Morfologia e Patologia da UFSCar e orientador no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, e pesquisador colaborador no CEPOF, e da Profª Rosane de Fátima Zanirato Lizarelli (NILO).
Muito comum, a acne é o nome dado a espinhas e cravos que surgem devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos, sendo muito frequente na fase da adolescência, sem deixar de ser comum também em adultos, principalmente em mulheres. Além do incômodo das lesões, como na adolescência a aparência é um fator importante, o comprometimento estético determinado por alterações da pele pode atingir o lado psicológico e tornar o adolescente - ou o adulto - inseguro, tímido, deprimido, infeliz, com rebaixamento da autoestima e com consequências sérias que podem persistir pelo resto da vida.
Os tratamentos convencionais de combate à acne incluem aplicações de cremes antibióticos na pele, principalmente o Roacutan, ou ainda a ingestão de medicamentos orais que têm a tendência de provocar efeitos colaterais. “A aplicação da terapia fotodinâmica com a utilização de curcumina e de laser luz azul comprovou nos estudos laboratoriais realizados por Gabriely a eficácia no combate à acne tipos 1 e 2, ou seja, no início da doença, e a possibilidade dessa técnica substituir os tratamentos convencionais com maior segurança e bem-estar para os pacientes, além de ser um procedimento menos invasivo e de baixo custo”, relata a pesquisadora.
Esta pesquisa, traduzida em um caso clínico, incluiu a colaboração de várias dezenas de pessoas com acne (tipos 1 e 2), sendo que os resultados alcançados deram origem agora a uma chamada de pacientes com essa doença para avançar com o novo tratamento. Esta chamada é dedicada apenas a pessoas com idades compreendidas entre os 25 e 35 anos, de ambos os sexos. “Para pacientes mulheres, há algumas restrições para participarem nesta chamada, como, por exemplo, não estarem grávidas, amamentando, fazendo uso de contraceptivos, de hormônios, enfim, de medicamentos tópicos e sistêmicos. Quanto à participação de homens, eles também não poderão estar tomando hormônios”, adverte a pesquisadora. Este tratamento irá ocorrer na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) e compreenderá a realização de 16 sessões em cada paciente, ao longo de 60 dias.
Para o Prof. Clóvis Wesley Oliveira de Souza “A curcumina é um fotosensibilizador. Então, quando existe uma interação entre a luz azul e a curcumina, na presença do oxigênio, essa interação vai produzir espécies reativas de oxigênio, como oxigênio cingleto e os íons hidróxido, e aí ocorre um efeito nas bactérias, que acabam por morrer. Também existe um procedimento que utiliza a luz azul diretamente no tratamento da acne, sem o fotosensibilizador, porque ele também tem uma alta energia e pode igualmente ativar alguns componentes das células bacterianas, causando-lhes igualmente a morte. Só que nesta pesquisa, o grande efeito foi combinar tudo, ou seja, utilizar a terapia fotodinâmica, atendendo a que a curcumina é um antioxidante, anti-inflamatório de baixo custo, e a luz azul é antibacteriana”, explica o docente.
Focada em introduzir seus conhecimentos em clínicas de estética, atendendo a que esta pesquisa foi já aprovada pelo Comitê de Ética, a pesquisadora Gabriely Simão acredita que, se tudo correr bem, em cerca de seis meses este protocolo poderá estar disponível, até porque o equipamento dedicado à emissão de luz azul também já está disponível no mercado.
Além de Gabriely Simão e do Prof. Clóvis Wesley Oliveira de Souza, assinam esta pesquisa a Profª Rosane de Fátima Zanirato Lizarelli e a Drª Fernanda Mansano Carbinatto.
Os interessados em fazer parte desta pesquisa deverão contatar a UTF da SCMSC através do telefone (16) 3509-1351.
Para acessar o artigo científico relativo a esta pesquisa, acesse o link - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2024/06/PAPER-ACNE.pdf .
SÃO PAULO/SP - Após a divulgação da pesquisa Genial/Quaest em que aparece tecnicamente empatado com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) afirmou que "não tem volta atrás" e "não tem recuo" quanto à candidatura. O jornalista é pré-candidato ao cargo à Prefeitura de São Paulo, mas já desistiu de outras empreitadas eleitorais no passado, o que faz com que mesmo aliados atuem com cautela sobre suas reais intenções de concorrer. Nunes e Boulos se disseram otimistas com seus resultados. A assessoria de Tabata Amaral (PSB) informou que ela não vai comentar os números.
Datena afirmou, em áudio enviado à imprensa, que o resultado em que aparece com 17%, contra 22% de Nunes e 21% de Boulos, só "aumentou" sua "vontade de ser prefeito de São Paulo". "Ficou claro que a cidade procura uma alternativa", afirmou Datena, que reforçou as críticas à atual gestão da prefeitura. "Eu quero ser prefeito para tirar o crime organizado da Prefeitura e dos serviços públicos. PCC não vai mais mandar nos ônibus de São Paulo. A saúde precisa funcionar direito, a educação precisa melhorar e muito", disse o pré-candidato do PSDB, que também criticou o plano de recapeamento da cidade gerido por Nunes.
"Eu quero ser prefeito para acabar com essa bandalheira. E a população, pelo jeito, também quer. Não tem volta atrás, não tem recuo. Acabou para eles", completou.
O prefeito Ricardo Nunes, em entrevista à Rádio CBN, também se disse otimista com os resultados, citando a vantagem que tem sobre todos os candidatos nas simulações de segundo turno. "Recebo a pesquisa com dois principais sentimentos: alegria e humildade. Alegria por estar liderando, ainda mais na questão de segundo turno. Contra todos os candidatos, eu apareço na frente com mais de 10% (dez pontos porcentuais, na verdade). E humildade por saber que a gente ainda tem muita coisa pra fazer. Temos muito trabalho ainda pela frente a percepção que se tem é que a população vai reconhecendo os avanços que a gente vai tendo em são Paulo", afirmou.
Já Boulos afirmou que a pesquisa retrata "o sentimento de mudança na cidade de São Paulo". "Nós temos um empate técnico em primeiro lugar, como têm mostrado outras pesquisas também. Nós seguimos liderando na votação espontânea, o que é um ponto bastante importante. Ou seja, não vai ser máquina, dinheiro ou quem só apareceu na véspera de eleição depois de ter deixado a cidade abandonada. Não é isso que vai decidir a eleição em São Paulo", afirmou.
Quarto colocado no levantamento, com 10% no cenário principal, com todos os pré-candidatos, Pablo Marçal (PRTB) minimizou o resultado. "Quem fica preocupado com pesquisa é porque deixou de trabalhar, o que não é meu caso. Resultado de pesquisa não mexe com a minha cabeça, mas fazer São Paulo avançar mexe com meu coração e é nisso que eu tenho trabalhado. Pesquisa nenhuma vai me envaidecer, muito menos me abalar", disse o empresário e influenciador.
Marina Helena (Novo), que aparece com 4%, numericamente atrás de Tabata Amaral, que soma 6%, também comemorou seus números. "A pesquisa mostra que temos um público fiel a nossos valores e 68% dos eleitores não nos conhecem. Isso nos diz que temos um grande potencial com o começo da campanha. Vamos mostrar a todos os paulistanos que somos a única opção sem rabo preso com máfias e cabides de emprego", disparou.
POR ESTADAO CONTEUDO
BRASÍLIA/DF - O presidente Lula (PT) teve oscilações positivas à avaliação do seu trabalho, de acordo com nova rodada da pesquisa Datafolha divulgada na terça-feira, 18 de junho. A avaliação positiva, que em março era de 35%, e ficou em 36% neste novo levantamento. Já a reprovação foi de 33% para 31%. A avaliação regular passou de 30% para 31%.
De acordo com o Datafolha, se comparar o mesmo período da gestão Bolsonaro, Lula está melhor avaliado. Aos seis meses de gestão, o ex-presidente tinha 32% de aprovação e 44% de uma avaliação negativa com relação ao seu trabalho.
Na seara da economia, a expectativa é de melhora. Os que avaliam que o cenário será positivo estão em 40%. Já 28% preveem uma piora e 27% acham que tudo ficará igual. Em março, os números eram, respectivamente, 39%, 27% e 32%.
No entanto, de acordo com o levantamento, para 42% a situação econômica do País piorou nos últimos meses, enquanto 27% falaram em melhora. Sobre a sua própria situação econômica, 29% dizem ter visto melhora, enquanto 24% falam em piora.
O instituto ouviu 2.008 eleitores em 113 municípios brasileiros de 4 a 13 de junho. A margem de erro é de 2 p.p., para mais ou para menos.
POR ESTADAO CONTEUDO
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