fbpx

Acesse sua conta de usuário

Nome de usuário *
Senha *
Lembrar de mim
 

EUA - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump tem uma liderança folgada sobre seus rivais republicanos no Estado de Iowa, onde a disputa presidencial do partido começa em janeiro, de acordo com uma pesquisa de opinião divulgada nesta segunda-feira.

A pesquisa Des Moines Register/NBC News/Mediacom de prováveis ​​participantes do caucus republicano (assembleias de eleitores que discutem as candidaturas) de Iowa mostra que Trump tem o apoio de 42%, enquanto o governador da Flórida, Ron DeSantis, atingiu 19% e o senador Tim Scott ficou em terceiro lugar com 9%.

Outros candidatos republicanos que desejam enfrentar o presidente Joe Biden nas eleições de novembro de 2024 pontuaram em apenas um dígito.

Mesmo assim, J. Ann Selzer, a veterana pesquisadora de Iowa cuja empresa conduziu a pesquisa, disse que a disputa não está decidida e pode estar "mais acirrada do que parece à primeira vista".

A maioria -- ou 52% -- disse que tinha uma primeira escolha para presidente, mas ainda poderia ser persuadida a apoiar um candidato diferente, enquanto 40% disseram que já estavam decididos.

Entre os apoiadores de Trump, no entanto, 66% disseram que seu voto estava definido, enquanto 34% disseram que poderiam ser persuadidos a mudar de ideia.

As quatro acusações judiciais contra Trump mostraram poucos sinais de dissuadir seus apoiadores. A pesquisa mostrou que 65% dos prováveis ​​participantes do caucus republicano não achavam que Trump havia cometido crimes graves, em comparação com os 26% que acreditavam que sim.

A pesquisa foi realizada de 13 a 17 de agosto, coincidindo com a notícia de 14 de agosto de que um grande júri da Geórgia havia emitido um indiciamento acusando o ex-presidente de realizar esforços para reverter sua derrota nas eleições de 2020 para Biden no Estado.

A sondagem ocorreu antes do primeiro debate das primárias republicanas na quarta-feira, que Trump disse que não vai comparecer, citando sua grande vantagem nas pesquisas.

Uma pesquisa nacional da CBS mostrou no domingo que Trump era o candidato preferido de 62% dos eleitores republicanos, com DeSantis atrás, com 16%.

 

 

Por David Ljunggren / REUTERS

Tese recebeu o Prêmio "Prof. Evaristo Marzabal Neves" em Administração Rural de 2023

 

SÃO CARLOS/SP - Cerca de 1/3 de tudo que é produzido de alimento no mundo é perdido ou desperdiçado anualmente, o que gera impactos econômicos, ambientais e sociais. Em se tratando de Brasil, a quantidade de perda é maior nos elos iniciais da cadeia (produção, transporte, armazenamento etc.), que é uma característica dos países em desenvolvimento em virtude da falta de infraestrutura adequada. A pesquisa de doutorado de Lucas Rodrigues Deliberador, que teve a orientação do professor Mário Otávio Batalha, do Departamento de Engenharia de Produção (DEP) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), desenvolveu um modelo teórico que permite identificar e aquilatar as causas que levam ao desperdício de alimentos nos domicílios brasileiros. A tese foi ganhadora do Prêmio "Prof. Evaristo Marzabal Neves" de melhor tese de doutorado em Administração Rural de 2023, premiação concedida anualmente pela Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober).
O trabalho, defendido no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) em 14 de fevereiro de 2023, tem como título "O comportamento do consumidor no desperdício de alimentos em domicílios brasileiros". O desperdício estudado foi do alimento destinado ao consumo humano e que é descartado devido ao comportamento do consumidor. "É importante ressaltar que a maior parte do desperdício pode ser evitável ou possivelmente evitável, por exemplo, partes de alimentos que algumas pessoas comem e outras não (cascas de frutas, legumes etc.). A ideia foi elaborar um modelo teórico, criado a partir de diferentes variáveis encontradas na literatura, que abordasse as possíveis causas do desperdício. Esse modelo foi testado empiricamente para saber quais dessas variáveis poderiam ser validadas para a nossa amostra. A análise dos resultados se deu por meio da técnica estatística de modelagem de equações estruturais", explicou Deliberador.
Como parte da pesquisa, foi aplicado um questionário online, com cerca de 70 questões. Para responder o questionário, o participante deveria ser maior de 18 anos e o responsável pela compra/preparação dos alimentos em seu domicílio. "Tivemos um alcance de mais de 100 mil pessoas, porém nem todas responderam. A etapa de divulgação foi muito interessante, porque recebemos feedback de muitas pessoas que se interessaram pela pesquisa. As pessoas comentavam sobre o que elas faziam para diminuir o desperdício em casa e o quanto elas achavam a pesquisa importante para reduzir a insegurança alimentar do nosso País. Outras contavam histórias sobre seus comportamentos alimentares de infância e que, por isso, elas cresceram com determinado comportamento", comentou o pesquisador. Ao todo, 2.047 pessoas responderam o questionário por completo, com respostas de todos os estados do Brasil. 
Entre alguns resultados, estão que aquelas pessoas que se preocupam mais com as questões ambientais e em poupar dinheiro (visto que o desperdício de alimentos também é um desperdício de recursos financeiros) possuem maior intenção em reduzir o desperdício. Pessoas que se preocupam com as causas sociais, como com pessoas que passam fome, também desperdiçam menos alimentos. No entanto, o brasileiro também tem a característica de ser um bom provedor de alimentos para seus familiares e convidados. Assim, aquelas pessoas que gostam de fornecer alimentos em abundância em suas refeições tendem a desperdiçar mais. O mesmo acontece com pessoas que são mais seletivas com a aparência dos alimentos, que descartam, por exemplo, uma fruta ou vegetal com algum "machucado".
"Nós esperamos que o estudo não contribua apenas com a teoria, embora estudos dessa problemática sejam escassos em países emergentes. Queremos que, além de entender o comportamento do consumidor brasileiro frente ao desperdício de alimentos em domicílios, a pesquisa possa contribuir com as políticas de prevenção do desperdício e segurança alimentar, conscientização dos consumidores e elaboração de futuras agendas de pesquisas nesta área", acrescentou Deliberador.
E quais são as melhores formas de reduzir o desperdício de alimentos? O pesquisador citou algumas: planejar melhor as suas refeições; dar um melhor aprovisionamento dos alimentos prontos; conferir as datas de validade das embalagens e a quantidade de alimento que vem em uma embalagem ao comprá-lo; fazer uma lista de compras consciente e segui-la ao ir ao supermercado; se policiar com promoções do tipo "compre um, leve dois", que podem levá-lo a comprar em excesso; reaproveitar as sobras; checar os alimentos que foram esquecidos no refrigerador. E o principal, não esquecer daqueles que vivem com insegurança alimentar, esta pode ser a maior forma de conscientização.
O Prêmio foi entregue em cerimônia solene que aconteceu durante o 61º Congresso da Sober, realizado entre os dias 23 e 27 de julho, na Esalq/USP, em Piracicaba. "Eu sabia que o meu trabalho havia sido indicado ao prêmio e já estava feliz pelo reconhecimento do PPGEP. Sabia que seria difícil receber o prêmio em virtude da quantidade de bons estudos que são indicados por diferentes programas de pós-graduação. Quando recebi a notícia do prêmio, enviada pelo meu orientador, fiquei sem acreditar! Meus orientadores também fazem parte desta conquista, sem eles eu não teria conseguido. Agradeço ao professor Mário Batalha e à professora Aldara César pela confiança e dedicação. Também gostaria de deixar os meus agradecimentos à equipe da Sober e ao PPGEP pelo reconhecimento e incentivo dado aos pesquisadores brasileiros", concluiu.
Estudo da UFSCar avalia o trabalho híbrido, remoto e presencial

 

SÃO CARLOS/SP - Investigar de que forma o ambiente de trabalho - no escritório,  em casa e trabalho híbrido - afeta os comportamentos físicos e os indicadores de saúde física e mental, percepção de produtividade e a qualidade do sono de trabalhadores administrativos. Esse é o objetivo central de pesquisa de doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação  em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 
A pesquisa é realizada pela doutoranda Marina Caldeira, sob orientação da professora Ana Beatriz de Oliveira, docente do Departamento de Fisioterapia da Universidade. "Esse estudo é importante para que possamos conhecer os impactos causados na saúde do trabalhador de acordo com o seu ambiente de trabalho. Os resultados permitirão informações valiosas para traçar políticas públicas trabalhistas, para que empresas públicas e privadas conheçam os riscos e benefícios de cada ambiente de trabalho na saúde do funcionário, e fornecerão evidências para a literatura científica da área", avalia a pesquisadora.
De acordo com ela, os postos de trabalho tornaram-se mais sedentários e isso pode ser atribuído à evolução de tecnologias de comunicação e informação, que possibilitaram a oferta de arranjos de trabalho mais flexíveis, como a oportunidade de trabalhar de casa, principalmente para trabalhadores administrativos. Na Europa, a modalidade de trabalho remoto, ou home office, já era conhecida, mas, no Brasil, essa possibilidade veio com a pandemia de Covid-19, a partir da necessidade do distanciamento social por um longo período. Com a vacinação e o retorno às atividades presenciais, a organização do trabalho híbrido, que intercala dias de trabalho em casa e outros dias no escritório, também se tornou uma realidade para muitos profissionais.
Marina Caldeira expõe que o trabalho em casa e o trabalho híbrido, em menor extensão, durante a pandemia, causaram impactos nos comportamentos físicos e na saúde física e mental dos trabalhadores. "Contudo, pouco se sabe como os novos arranjos de trabalho impactam a saúde dos trabalhadores no contexto pós pandêmico", considera. É nesse cenário que a pesquisadora propõe a realização do estudo para entender e comparar os impactos desses três ambientes tanto na saúde física quanto nos fatores biopsicossociais dos trabalhadores. "O que já sabemos é que os longos períodos de trabalho na postura sentada oferecem maior risco de desenvolvimento de doenças musculoesqueléticas e cardiovasculares", complementa Caldeira.

Pesquisa
Para desenvolver o projeto, a equipe de pesquisa vai utilizar um acelerômetro, sensor vestível, que será fixado na coxa da pessoa voluntária por um período de 7 a 14 dias para mensurar o comportamento físico do participante. O equipamento é pequeno e fica imperceptível, podendo ser usado, inclusive, durante o banho. Além disso, os voluntários também responderão questionários eletrônicos para avaliação dos indicadores de saúde física e mental, percepção de produtividade e qualidade do sono.
Além dos dados utilizados para a pesquisa, os voluntários receberão uma devolutiva sobre seus comportamentos físicos levantados durante o uso do sensor.
Podem participar da pesquisa trabalhadores entre 18 e 65 anos, que atuem quatro horas, ou mais, na frente de um computador. Os interessados podem ser de São Carlos e região e a equipe de pesquisa irá até o local para fixar e retirar o sensor. Pessoas interessadas em participar do estudo devem acessar este formulário de inscrição (https://forms.gle/d7tuF8yaUuSiqssL9). Projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 67899423.0.0000.5504)
Participação de pais e mães é online, através de formulário

 

SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa na área da Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está buscando compreender a média de uso de dispositivos eletrônicos pelas crianças e suas finalidades. Para isso, está convidando pais e mães de crianças de 8 a 11 anos para responderem um formulário online. 
"Pesquisas recentes têm investigado mudanças no tempo de uso de telas, isto é, dispositivos eletrônicos pelas crianças em consequência da pandemia da Covid-19 e de que forma elas potencialmente afetam o desenvolvimento da criança. É necessário, entretanto, compreender melhor a perspectiva dos pais em relação a estas possíveis mudanças, em especial, no que diz respeito ao tipo de dispositivo utilizado, finalidade, ao tempo de uso, e estratégias de controle parental", afirma a aluna do curso de graduação em Psicologia, Bruna Motta Fodra, responsável pelo estudo. 
O objetivo é obter esta compreensão da perspectiva parental sobre o uso das telas por seus filhos durante e posteriormente ao período de isolamento social. "Espera-se que os resultados possam elucidar aspectos importantes da relação das crianças com diferentes dispositivos eletrônicos e possíveis mudanças nesta relação durante os tempos da pandemia Covid-19", explica Fodra.
O trabalho, intitulado "Qual é o tempo certo?: o uso de telas em crianças escolares", tem orientação da professora Débora de Hollanda Souza, do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, e apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Como participar
Podem participar pais e mães de crianças de 8 a 11 anos de todo o País. Para isso, basta preencher o formulário online, disponível até 30 de setembro, através do link https://encurtador.com.br/inwF0. O questionário contém perguntas sobre o acesso de seus filhos às telas, com o objetivo de identificar os principais dispositivos utilizados, sua avaliação dos mesmos, o tempo gasto em média em frente a telas, as principais atividades realizadas, bem como possíveis medidas de controle/monitoramento parental do tempo e conteúdo de acesso. Adicionalmente, pretende-se explorar como os pais avaliam esse uso das telas por seus filhos. 
O tempo de resposta estimado é de 15 a 30 minutos; é garantido o sigilo de todas as informações e toda a participação é online. Saiba mais no perfil do Instagram do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Sociocognitivo e da Linguagem (GPDeSoL) da UFSCar, em https://encurtador.com.br/tAJOQ. Dúvidas podem ser esclarecidas com a pesquisadora Bruna Fodra, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 66734422.0.0000.5504).
Estudo contou com participação de 800 indivíduos para testar instrumento em diferentes contextos

 

SÃO CARLOS/SP - Como rastrear o talento musical em crianças de diversos perfis - incluindo indígenas, indivíduos com deficiência e participantes de programas de talentos - vinculadas tanto a escolas públicas como privadas? Esse é um dos desafios de um estudo na área da Educação Especial do Departamento de Psicologia (DPsi) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que pretende, com isso, incentivar a difusão do rastreio do talento musical em estudantes. 
Fabiana Oliveira Koga, pós-doutoranda do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar e responsável pelo estudo, explica que, quando se rastreia um conglomerado de indivíduos, especificamente os diversificados, torna-se possível conhecer os índices e as características de suas aptidões musicais e, por conta disso, há a possibilidade de direcionar recursos, estratégias e metodologias de modo mais significativo para o individuo. "Pautando-se no principio da inclusão, o rastreio permite 'ajustar' ou 'adequar' conteúdos, elementos e habilidades musicais na medida do potencial de cada individuo e gradualmente desafios são oferecidos à medida que se desenvolvem. O rastreio não é importante apenas para os talentosos, mas para qualquer estudante uma vez que se descobre onde o estudante está em desenvolvimento projetando onde ele pode chegar se enriquecido musicalmente. Há indivíduos que gostam da Música e a praticam por entretenimento, mas há aqueles que almejam uma carreira. Portanto, ambos vão requerer estratégias e planejamento educacional distintos. O talento musical requer identificação e atenção educacional especializada, como está previsto na legislação brasileira".
Segundo Koga, "infelizmente, existe uma discrepância entre o que é estabelecido pela legislação (Lei n. 13.278/16) e a prática nas escolas em relação ao ensino de Música. Ainda não há professores de Música em todas as escolas, assim como profissionais de outras áreas artísticas. Quando a disciplina de Música é oferecida, isso ocorre apenas em alguns municípios e em determinados períodos escolares, havendo variações na implementação da Educação Musical nos diferentes estados brasileiros", descreve a pesquisadora. "Por esse motivo, torna-se complexo discutir a importância da identificação e da atenção educacional especial aos talentos musicais", explica.

A pesquisa
O estudo busca a validação, normatização, padronização e fidedignidade do Protocolo para Screening de Habilidades Musicais (PSHM) para ser utilizado como instrumento de sondagem para identificação de estudantes com indicadores de talento musical. O trabalho usou uma amostra diversificada de estudantes da rede básica de ensino do Estado de São Paulo, escolas públicas e privadas, um centro brasileiro especializado na área do talento e uma escola pública mexicana específica para estudantes talentosos. Para isso, participaram do estudo cerca de 800 indivíduos, incluindo crianças 6 a 11 anos de diferentes regiões do estado de São Paulo (escolas públicas, privadas e indígenas); estudantes de um programa para alunos talentosos - Centro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento (CEDET - São José do Rio Preto) - e uma escola pública específica para estudantes talentosos em Jalisco, no México (Centro Educativo para Altas Capacidades - CEPAC), além de professores, gestores e familiares dessas crianças. A participação foi presencial; foram testadas as versões impressa e online dos instrumentos. 
O trabalho, que teve início em 2021, conta com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), está na fase final da análise dos dados, e tem previsão de término para setembro deste ano. "Os dados obtidos apresentam que os instrumentos são eficazes para rastrear aptidões musicais em crianças em grupos de estudantes em ambientes diversificados: indígenas, com deficiência, escola e programas específicos para talentosos e escolas públicas e privadas", esclarece a professora Rosemeire de Araújo Rangni, do DPsi/UFSCar, que supervisiona o estudo. 
"O PSHM e seus instrumentos complementares são para rastreio inicial medindo o estado latente do fenômeno, ou seja, a aptidão musical (giftedness). O talento é algo mais complexo e abrangente, dependendo das oportunidades de prática e do contato com a área da Música para se desenvolver. Nesse sentido, constatou-se, que a aptidão musical (giftedness) pode ser observada em diferentes contextos sociais, culturais, faixas etárias, etnias, entre outros e em estágio inicial. Os instrumentos utilizados no PSHM mostraram convergência, inclusive quando comparados a outros procedimentos padronizados e validados. No entanto, é importante ressaltar que existem limitações e, por essa razão, destaca-se a necessidade de buscar a validação em outros contextos sociais e culturais mais ampliados", esclarece Fabiana Koga. Esse instrumento encontra-se nas versões Português, Inglês e Espanhol. "Com as devidas adaptações, nos três idiomas, o PSHM também se mostrou sensível para medir a aptidão musical em pessoas com deficiência", completa.
O PSHM foi desenvolvido pela própria pesquisadora durante o doutorado: "Esse instrumento foi patenteado pela Plataforma Profa. Fabi, que hospeda todos os materiais relacionados ao PSHM e, atualmente, está passando por reformulação e modernização de alguns de seus comandos para maior acessibilidade", afirma Koga.
Mais informações e publicações derivadas do trabalho de pós-doutoramento "Protocolo para Screening de Habilidades Musicais (PSHM): validação, padronização e normatização" estão disponíveis em https://orcid.org/0000-0002-4646-1537 e www.altashabilidadesgrupoh.com.br.

RÚSSIA - As percepções mundo afora sobre Vladimir Putin caíram para mínimos históricos, de acordo com uma pesquisa recentemente divulgada pela Pew Research Center, na qual pessoas de 24 países foram entrevistadas.

Não é uma novidade que a popularidade de Putin fora da Rússia sofreu uma grande baixa desde que ele tomou a decisão de invadir a Ucrânia.

Agora, após um ano e meio de conflito, 82% dos adultos entrevistados disse ver o presidente russo de forma desfavorável.

A pesquisa concluiu ainda que uma média de 87% das pessoas não tinham “muita ou nenhuma confiança” na capacidade de Putin de lidar com assuntos mundiais.

“Consistente com as visões sobre o país em geral, a confiança no presidente russo, Vladimir Putin, é extremamente baixa”, informou o Pew Research Center.

A confiança global em Putin contrasta fortemente com as classificações dadas ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pelos entrevistados.

Segundo os números levantados pela pesquisa, as pessoas acreditam que o presidente ucraniano pode ser confiável em suas decisões sobre assuntos globais.

Enquanto apenas 11% das pessoas entrevistadas confiam na capacidade de Putin de lidar com assuntos mundiais, 51% disseram ter confiança em Zelensky. Entretanto, as opiniões sobre o líder da Ucrânia variam: menos da metade das pessoas confiam nele em 10 países.

O relatório do Pew Research Center observou que “a confiança em Zelensky alinha-se amplamente com as opiniões sobre o presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz”.

“Uma média de 54% confia em Biden no cenário mundial, 50% confia em Macron e 49% diz o mesmo sobre Scholz”, detalha a pesquisa do Pew.

Os entrevistados na Polônia, em particular, foram extremamente críticos à invasão russa da Ucrânia e 98% deles disseram não ter confiança em Putin.

Por outro lado, a Índia seguiu um caminho muito mais intermediário com a Rússia, e isso refletiu-se nos números registrados pelo Pew Research Center. Um total de 59% dos entrevistados indianos disseram ter confiança em Putin, um aumentou de 17 pontos com relação à pesquisa Pew de 2019.

Os poloneses também tiveram a opinião mais desfavorável sobre a Rússia, com 98% dos adultos respondendo que tinham uma visão negativa do país. Já 57% dos indianos entrevistados relataram uma “opinião favorável”.

O relatório descobriu que a confiança em Putin variava de acordo com a ideologia em alguns países: “Aqueles à direita do espectro político costumam dizer que confiam em Putin, ao contrário daqueles à esquerda.”

A Itália forneceu um bom exemplo de apoio ideológico a Putin, com 16% da direita política do país dizendo que confiava no presidente da Rússia, enquanto apenas 4% da esquerda relataram o mesmo.

“Os europeus que apoiam partidos populistas de direita em seu país têm maior probabilidade de expressar confiança em Putin, em comparação com aqueles que dizem não apoiar os partidos populistas de direita em seu país”, observou o Pew Research Center.

 

 

 

por Zeleb.es / thedailydigest.com

Estudo quer verificar função autonômica cardíaca, composição corporal, perfil inflamatório e aptidão física dos participantes

 

SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de mestrado, desenvolvida no Programa Interinstitucional de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PIPGCF/UFSCar-Unesp), tem como objetivo avaliar a função autonômica cardíaca, composição  corporal, perfil inflamatório e aptidão física em jovens saudáveis que tiveram ou não a Covid-19. Para isso, pessoas entre 18 e 30 anos, que tiveram ou não a doença, podem participar do projeto que vai oferecer exames e avaliações gratuitos.
A pesquisa é realizada por Marco Antônio de Lima, sob a orientação de Ana Cláudia Garcia de Oliveira Duarte, docente do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). De acordo com Lima, o estudo permitirá o aprofundamento na compreensão de sintomas - fadiga, dispneia, falta de concentração - em pessoas que tiveram casos leves de Covid-19. O pesquisador aponta que alguns estudos dentro da temática recomendam que as avaliações também sejam realizadas em pessoas que tiveram casos leves da doença, exatamente por não se conhecer quais sintomas ou alterações podem estar ocorrendo fisiopatologicamente a longo prazo. "Assim que sejam detectadas algumas alterações, o próximo passo é pensar em estratégias de intervenção para possíveis tratamentos. As abordagens ainda são especulativas, porém, nosso grupo pensa em estratégias não invasivas como, por exemplo, o exercício físico", acrescenta Lima.
A pesquisa vai avaliar o sistema nervoso autonômico pela variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e será, minimamente invasivo - haverá apenas uma coleta de sangue realizada por profissional capacitada. "Poderemos utilizar as análises da VFC e checar se as alterações no sistema autonômico de pessoas que estão tendo sintomas que limitam suas atividades da vida diária são diferentes na comparação com as pessoas que não tiveram a doença. Dessa forma, ao utilizar ferramenta não invasiva, de baixo custo e com avaliação precisa e segura, poderemos ajudar no diagnóstico e determinação de terapias e abordagens para tratar as pessoas que estejam sendo limitadas nas suas atividades diárias", explica o pesquisador. 

Voluntários
Para desenvolver o estudo, estão sendo recrutadas pessoas entre 18 e 30 anos, saudáveis, que não tenham limitações físicas, cardiovasculares, respiratórias, diabetes, hipertensão, obesidade, que façam uso de remédios, suplementos esportivos ou estejam em tratamento médico. Os participantes devem ter tido contágio leve da Covid-19 (com 40 dias após a infecção), ou podem estar com algum sintoma relacionado à doença. Pessoas que não foram contaminadas também podem participar. Os voluntários farão testes de esforço físico e outras avaliações no Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar (LACAP), na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. As visitas serão agendadas com cada participante. Pessoas interessadas podem entrar em contato com os pesquisadores até o mês de novembro, pelos e-mails Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e telefone (14) 99874- 4097 (Marco Antônio de Lima), e pelos e-mails da orientadora Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 65158322.5.0000.5504)

SÃO CARLOS/SP - O Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar) apresentou, na última sexta-feira (16/6), os resultados de trabalhos desenvolvidos por jovens cientistas e pesquisadores dentro do Programa de Iniciação Científica da Rede Ebserh/CNPq - 2022 (PIC/Ebserh), em um evento marcado pela importância da pesquisa científica para a vida acadêmica, para a qualificação de novos profissionais e para a sociedade. O HU-UFSCar é um dos 41 hospitais universitários gerenciados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
As pesquisas e seus resultados foram apresentados no 1º Congresso de Iniciação Científica do Hospital Universitário da UFSCar, realizado pelo Setor de Gestão da Pesquisa e da Inovação Tecnológica em Saúde (SGPITS) e pela Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) do HU.
Na abertura do Congresso, foi apresentado um vídeo no qual o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, parabenizou os pesquisadores e falou sobre a importância da Iniciação Científica para a formação acadêmica e para o País. "Os hospitais da Ebserh têm por natureza garantir assistência de qualidade e ensino, pesquisa e inovação e, quando esta pesquisa é capaz de responder a problemas da população, ela é capaz de interferir na produção de uma vida com mais qualidade e mais dignidade", afirmou.
O superintendente do HU, Fábio Fernandes Neves, destacou a importância da parceria entre hospitais universitários e a universidade. "O protagonismo dos hospitais universitários e das universidades em ciência garante a qualidade técnica e ética das pesquisas e dos estudos que são colocados a serviço da sociedade", disse o dirigente, reforçando o impacto positivo que a formação de uma rede nacional de pesquisa pode trazer para situações de emergência na área de saúde.
O gerente de Ensino e Pesquisa do HU, Thiago Luiz de Russo, falou sobre o caráter simbólico do Congresso, por ser o primeiro ano do PIC/Ebserh no HU e pelo impacto da ciência na sociedade. "A pesquisa é transformadora e a Iniciação Científica é fundamental não só para a formação acadêmica, pois vocês tiveram a oportunidade de adquirir conhecimentos técnicos, mas também de aprimorar competências importantes, como o pensamento crítico, a capacidade de resolução de problemas complexos e o trabalho em equipe em um cenário tão importante para a comunidade como um hospital", resumiu.
A chefe do Setor de Gestão de Pesquisa e Inovação do HU, Renata Pedrolongo Basso Vaneli, que apresentou uma palestra sobre a escrita científica antes da abertura do evento, parabenizou os dez bolsistas contemplados pelo programa da Ebserh/CNPq no ano passado, destacou o papel de parceiros no fomento à pesquisa científica e o crescimento do HU nessa área. Segundo ela, o Hospital tem cadastrados mais de 200 pesquisadores e o Programa de Iniciação Científica é um marco nessa trajetória de crescimento. "A gente tem conseguido prosperar na pesquisa e nossos esforços são para aumentar não só a quantidade de pesquisa, mas também para entregar uma estrutura adequada de pesquisa e produção de conhecimento", disse.
Os resumos dos trabalhos apresentados no Congresso podem ser acessados no link https://encurtador.com.br/elGJT e os trabalhos premiados podem ser conhecidos neste link (https://encurtador.com.br/eoETZ). 

SÃO CARLOS/SP - O novo edifício “poloTErRA”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), localizado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, nasceu de um projeto lançado pelo Governo do Estado de São Paulo entre os anos de 2008 e 2009, com o objetivo de se desenvolver a área de biotecnologia e bioenergia no Estado e com isso poder abranger o território nacional.

A partir desse projeto e através de uma sólida parceria entre o Governo do Estado, a FAPESP e a USP, foi criada a Rede Paulista de Bioenergia, com cada ator a iniciar uma série de iniciativas específicas para esse fim. A USP encarregou-se de contratar técnicos e pesquisadores, a FAPESP, por seu lado, financiou projetos de pesquisa nas áreas de interesse, e o Governo do Estado, por sua vez, não só fez o investimento na construção das infraestruturas necessárias, como também transferiu verbas para que cada uma das três universidades estaduais modernizassem seus laboratórios e centros de pesquisa.

Particularmente, a USP investiu em três áreas importantes: a construção do edifício “poloTErRA”, em São Carlos, os laboratórios na Escola Superior  de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), em Piracicaba, e na USP de São Paulo, para permitir que os pesquisadores interessados no programa e no projeto pudessem ter possibilidades de trabalhar em condições adequadas.

Como já informamos acima, implantado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, a construção do edifício “poloTErRA” passou por uma série de desafios ao longo dos últimos onze anos, com a falência de duas das empresas encarregadas da construção e que acarretaram inevitáveis atrasos e contratempos, problemas que, contudo, não retiraram o entusiasmo e a entrega do Prof. Igor Polikarpov, docente e pesquisador do IFSC/USP responsável pela infraestrutura e que acompanhou todo o processo. “Apesar desses atrasos, estamos cumprindo a nossa missão fundamental, trabalhando nesta área de biotecnologia molecular em prol do Estado de São Paulo e do País”, comemora Igor.

Para o pesquisador, o “poloTErRA” tem um perfil bem definido, desenvolvendo pesquisas que são a especialidade de quem trabalha neste novo Polo: caracterização bioquímica, biofísica estrutural de enzimas ativas em carboidratos complexos, bem como nos estudos de biomassa de resíduos agrícolas, nos pontos de vista químico e físico, prevendo-se, para breve, a introdução de outros destaques. “Os resíduos agrícolas  são substratos nos quais as enzimas atuam e, por isso, existe uma grande interação com outros pesquisadores do IFSC/USP que trabalham em paralelo com as nossas pesquisas, utilizando as técnicas físicas disponíveis para entender as estruturas físicas desses substratos. Como todo o nosso aprendizado e evolução do nosso conhecimento em cristalógrafos de proteínas, implantamos aqui a infraestrutura que permite a clonagem, expressão, purificação, cristalização e resolução estrutural de macromoléculas que se encontram inseridas num gigantesco grupo de proteínas que atuam em carboidratos complexos. Estes carboidratos complexos encontram-se, por exemplo, na parede celular de plantas, com milhares de ligações químicas e milhares de enzimas que criam e degradam essas mesmas ligações”, explica o pesquisador.

*Etanol celulósico (etanol verde ou etanol de segunda geração)

A produção do designado etanol celulósico (etanol verde) começou a ser desenvolvida há já algum tempo, principalmente através de várias iniciativas nos Estados Unidos e na Europa, grande maioria dos quais entretanto não deram certo devido às dificuldades de execução, sendo que no Brasil esse projeto foi um sucesso. “O Brasil é um país agrícola e por isso tem muito resíduos que, antigamente, eram muito mal aproveitados e utilizados. Ao finalizar a produção de açúcar e etanol, por  exemplo, sobra o bagaço e o que se fazia antigamente era queimá-lo... Um desperdício! Então, a tecnologia de produção de etanol celulósico despontou no Brasil, sendo que os Estados Unidos reiniciaram esse projeto enquanto os países em desenvolvimento, como a Índia e Indonésia aparecem agora com projetos muito forte nessa área. O melhor exemplo, no Brasil, foi e está sendo dado pela empresa Raizen que já confirmou a construção de sete mega-usinas que serão adicionadas à já existente. Dessa forma, a produção de etanol celulósico por essa empresa - que é de 30 milhões de litros/ano - passará num futuro próximo para 680 milhões de litros/ano, algo que é verdadeiramente extraordinário, tendo em consideração que a empresa já tem toda a sua safra vendida para os próximos cinco anos. Com isso, irão ser criados - direta e indiretamente -milhares de postos de trabalho para os próximos vinte anos, além da venda da tecnologia.”, sublinha o Prof. Igor Polikarpov, acrescentando que o poloTErRA está contribuindo para todo esse processo, inclusive com a formação de alunos que já hoje desempenham cargos importantes setores produtivos nacionais e no exterior.

poloTErRA - Ampliando horizontes científicos

Além da compreensão dos mecanismos de ação das enzimas em carboidratos complexos, o poloTErRA ainda tem vários desafios pela frente e que ampliam seus horizontes científicos para outras áreas, como é o caso da indústria do papel celulose, que é bastante forte no Brasil. Assim, outra linha de ação é usar as enzimas para facilitar o processo de uma desfibrilação da celulose para produzir a calulose nanofibrilada que pode ajudar tornar o papel mais resistente para determinadas aplicações cotidianas.

Outro exemplo do aumento dos horizontes do “poloTErRA” - talvez mais ousado - é o estudo das enzimas como arma de combate à resistência aos antibióticos, conforme explica o Prof. Igor Polikarpov. “Começamos a prestar atenção na forma como os microrganismos vivem. O ciclo de vida das designadas bactérias-livres, que se grudam a uma determinada superfície, é prolongada porque elas criam um biofilme, vivendo dentro dele, onde se comunicam entre si e se protegem das condições adversas do meio ambiente. Quando o recurso de sua sobrevivência se esgota, as bactérias-livres rompem o biofilme e migram para novos locais (novas superfícies), reproduzindo-se e criando novas colónias e novos biofilmes. Aí, elas têm a particularidade de escapar à ação dos antibióticos, ficando resistentes devido ao biofilme. Esse é um problema muito sério em termos de saúde pública, já que existe a produção de novas cepas resistentes das bactérias. Dessa forma, começamos a estudar do que é feito esses biofilmes e descobrimos que eles são feitos de DNA extracelular, proteínas e, principalmente, de exopolissacarídeos (estes últimos na ordem dos 85%). Observamos, então, que esses exopolissacarídeos lembram muito os polissacarídeos usados pelas plantas na construção de suas paredes celulares. Esses biofilmes servem exatamente para proteger as bactérias da ação dos antibióticos”, explica o pesquisador.

Assim, ao degradar o biofilme, a equipe de Igor Polikarpov conseguiu expor as bactérias aos antibióticos, aniquilando-as. “Esta poderá ser uma importante contribuição para o combate à resistências aos antibióticos, sendo um processo muito mais viável e economicamente mais barato do que desenvolver novos fármacos que estão sempre sujeitos a uma eficácia de curta duração devido ao surgimento de novas cepas bacterianas. Vamos ver se conseguimos desenvolver coquetéis enzimáticos para essa finalidade, cujo propósito é salvar vidas”, conclui Igor Polikarpov.

A expectativa do responsável pelo poloTErRA é de poder agregar mais pesquisadores e especialistas nos estudo que estão sendo elaborados, por forma a aumentar a interdisciplinaridade, com a introdução de novas tecnologias, começando pela Inteligência Artificial e Biotecnologia Avançada.

*O Etanol Celulósico (etanol verde), também chamado etanol de lignocelulose ou de segunda geração, é a denominação dada ao etanol obtido a partir da quebra das cadeias da celulose, hemicelulose e pectina, que são polímeros que constituem a estrutura fibrosa dos vegetais, através de reações químicas ou bioquímicas. Uma das principais matérias-primas usada para produção do etanol celulósico é a biomassa de plantas composta pelos resíduos das colheitas e do processamento de vegetais, que não é utilizada para alimentação humana e animal, ou para outras finalidades.

SALVADOR/BA - Comunidades da floresta, periferias rurais e regiões do interior do Brasil estão cada vez mais conectadas nas redes nacionais e internacionais do crime organizado. A ponto de não fazer mais sentido diferenciar violência urbana da rural.

A conclusão é do estudo “Além da floresta: crimes socioambientais nas periferias”, divulgado nesta segunda-feira (19) pela Rede de Observatórios da Segurança. O projeto reúne pesquisadores do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania. 

Nessa perspectiva, ganha destaque o processo de dominação de territórios no norte e nordeste por facções criminosas do sudeste. O que inclui tanto as áreas de fronteiras, quanto as cidades pequenas, os centros urbanos, os quilombos e as aldeias indígenas. Nos últimos anos, houve crescimento e diversificação de atividades ilegais. Além das microcriminalidades, como roubos de motos e celulares, há conflitos armados entre grupos rivais, tráfico de drogas e exploração ilegal de insumos florestais. 

A pesquisa reúne dados obtidos via Lei de Acesso à Informação com as secretarias de segurança pública de sete estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Ela mapeia tanto os crimes cometidos contra populações tradicionais, como quilombolas e indígenas, quanto os crimes ambientais (grilagem de terras, exploração ilegal de madeira e garimpo em áreas não autorizadas). 

Guerra às drogas

Apesar da variedade e da complexidade desses problemas nos estados, os pesquisadores indicam que as autoridades insistem em um modo único de ação: o modelo de segurança pública baseado na guerra às drogas. O que acaba produzindo o mesmo cenário de racismo e encarceramento da juventude negra. 

“É necessário fugir do modelo bélico do combate às drogas e às ilegalidades. E, principalmente, estabelecer contenções ao tipo de desenvolvimento que destrói a vida na floresta. Mostra-se importante fortalecer os órgãos de prevenção da destruição e incluir no centro do diálogo organizações indígenas, rurais e ribeirinhas, além dos movimentos de periferia urbanos que lutam por direitos sociais”, defende Silvia Ramos, coordenadora da Rede de Observatórios da Segurança. 

O caso do Pará 

A pesquisa aponta o Pará como uma região emblemática das novas configurações do crime no país. As redes do narcotráfico - lideradas por facções do Rio de Janeiro e São Paulo - chegaram em diferentes municípios do interior. Altamira, Marabá, Parauapebas, Jacareacanga, Floresta do Araguaia e Senador José Porfírio são exemplos citados como rotas importantes de drogas, mas também de exploração de madeira, contrabando de manganês e cassiterita, grilagem de terras e avanço do garimpo ilegal. As atividades estão intimamente conectadas por meio da ação dessas organizações criminosas e do uso dos mesmos portos e vias de escoamento. 

No caminho, comunidades tradicionais do estado sofrem com a violência gerada por essas atividades ilegais. Os dados obtidos com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará mostram aumento a cada ano dos crimes contra povos indígenas e quilombolas entre 2017 e 2022. No total, foram 474 vítimas de crimes contra a vida, violações sexuais e patrimoniais. 

Dados por estado 

No Ceará, pesquisadores criticam a forma como o governo estadual produz os dados. Só foram disponibilizadas informações genéricas sobre crimes ambientais, que totalizaram 6.995 ocorrências entre 2017 e 2022. Mas não foi possível analisar os tipos criminais, os grupos atingidos ou perfil das vítimas. 

No Maranhão, os principais problemas verificados foram as violações aos biomas nativos da região e exploração dos territórios de comunidades tradicionais para fins lucrativos. Entre 2020 a 2022, o estado teve aumento de 28,93% nos registros de crimes ambientais, com 2.568 ocorrências. E os principais tipos são relacionados à exploração ilegal de madeira e à devastação de floresta nativa. 

Em Pernambuco, crimes socioambientais cresceram nos últimos dois anos. Foram de 800 casos por ano para uma média de mais de mil. As principais ocorrências referem-se a incêndios florestais e maus tratos contra animais. Dados sobre quilombolas, indígenas e outros povos tradicionais não foram enviados pela Secretaria de Defesa Social. 

No Rio de Janeiro, há destaque para a exploração das milícias e redes do tráfico de animais silvestres. Dados do Instituto de Segurança Pública mostram 21.476 casos de crimes ambientais 2017 e 2022. A capital do estado do Rio teve o maior número de casos (4.783), com aumento de 52,23% entre 2017 e 2022. Os números são sete vezes maiores do que a segunda colocada, a cidade de Maricá, com 684 registros. O terceiro lugar ficou com Duque de Caxias (613 casos). 

Em São Paulo, há destaque para a expansão da degradação de territórios verdes ligados ao tráfico de animais e construções imobiliárias, além do caso peculiar de guerra política contra as pichações como principais crimes socioambientais. Entre 2017 e 2022, foram 34.772 ocorrências. Os crimes cometidos especificamente contra animais, florestas e pichações concentraram mais da metade dos registros (56,70%).

 

 

Por Rafael de Carvalho Cardoso - Repórter da Agência Brasil

Nosso Facebook

Calendário de Notícias

« Setembro 2025 »
Seg. Ter Qua Qui Sex Sáb. Dom
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30          
Aviso de Privacidade

Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.