RÚSSIA - As percepções mundo afora sobre Vladimir Putin caíram para mínimos históricos, de acordo com uma pesquisa recentemente divulgada pela Pew Research Center, na qual pessoas de 24 países foram entrevistadas.
Não é uma novidade que a popularidade de Putin fora da Rússia sofreu uma grande baixa desde que ele tomou a decisão de invadir a Ucrânia.
Agora, após um ano e meio de conflito, 82% dos adultos entrevistados disse ver o presidente russo de forma desfavorável.
A pesquisa concluiu ainda que uma média de 87% das pessoas não tinham “muita ou nenhuma confiança” na capacidade de Putin de lidar com assuntos mundiais.
“Consistente com as visões sobre o país em geral, a confiança no presidente russo, Vladimir Putin, é extremamente baixa”, informou o Pew Research Center.
A confiança global em Putin contrasta fortemente com as classificações dadas ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pelos entrevistados.
Segundo os números levantados pela pesquisa, as pessoas acreditam que o presidente ucraniano pode ser confiável em suas decisões sobre assuntos globais.
Enquanto apenas 11% das pessoas entrevistadas confiam na capacidade de Putin de lidar com assuntos mundiais, 51% disseram ter confiança em Zelensky. Entretanto, as opiniões sobre o líder da Ucrânia variam: menos da metade das pessoas confiam nele em 10 países.
O relatório do Pew Research Center observou que “a confiança em Zelensky alinha-se amplamente com as opiniões sobre o presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz”.
“Uma média de 54% confia em Biden no cenário mundial, 50% confia em Macron e 49% diz o mesmo sobre Scholz”, detalha a pesquisa do Pew.
Os entrevistados na Polônia, em particular, foram extremamente críticos à invasão russa da Ucrânia e 98% deles disseram não ter confiança em Putin.
Por outro lado, a Índia seguiu um caminho muito mais intermediário com a Rússia, e isso refletiu-se nos números registrados pelo Pew Research Center. Um total de 59% dos entrevistados indianos disseram ter confiança em Putin, um aumentou de 17 pontos com relação à pesquisa Pew de 2019.
Os poloneses também tiveram a opinião mais desfavorável sobre a Rússia, com 98% dos adultos respondendo que tinham uma visão negativa do país. Já 57% dos indianos entrevistados relataram uma “opinião favorável”.
O relatório descobriu que a confiança em Putin variava de acordo com a ideologia em alguns países: “Aqueles à direita do espectro político costumam dizer que confiam em Putin, ao contrário daqueles à esquerda.”
A Itália forneceu um bom exemplo de apoio ideológico a Putin, com 16% da direita política do país dizendo que confiava no presidente da Rússia, enquanto apenas 4% da esquerda relataram o mesmo.
“Os europeus que apoiam partidos populistas de direita em seu país têm maior probabilidade de expressar confiança em Putin, em comparação com aqueles que dizem não apoiar os partidos populistas de direita em seu país”, observou o Pew Research Center.
por Zeleb.es / thedailydigest.com
SÃO CARLOS/SP - O Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar) apresentou, na última sexta-feira (16/6), os resultados de trabalhos desenvolvidos por jovens cientistas e pesquisadores dentro do Programa de Iniciação Científica da Rede Ebserh/CNPq - 2022 (PIC/Ebserh), em um evento marcado pela importância da pesquisa científica para a vida acadêmica, para a qualificação de novos profissionais e para a sociedade. O HU-UFSCar é um dos 41 hospitais universitários gerenciados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
As pesquisas e seus resultados foram apresentados no 1º Congresso de Iniciação Científica do Hospital Universitário da UFSCar, realizado pelo Setor de Gestão da Pesquisa e da Inovação Tecnológica em Saúde (SGPITS) e pela Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) do HU.
Na abertura do Congresso, foi apresentado um vídeo no qual o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, parabenizou os pesquisadores e falou sobre a importância da Iniciação Científica para a formação acadêmica e para o País. "Os hospitais da Ebserh têm por natureza garantir assistência de qualidade e ensino, pesquisa e inovação e, quando esta pesquisa é capaz de responder a problemas da população, ela é capaz de interferir na produção de uma vida com mais qualidade e mais dignidade", afirmou.
O superintendente do HU, Fábio Fernandes Neves, destacou a importância da parceria entre hospitais universitários e a universidade. "O protagonismo dos hospitais universitários e das universidades em ciência garante a qualidade técnica e ética das pesquisas e dos estudos que são colocados a serviço da sociedade", disse o dirigente, reforçando o impacto positivo que a formação de uma rede nacional de pesquisa pode trazer para situações de emergência na área de saúde.
O gerente de Ensino e Pesquisa do HU, Thiago Luiz de Russo, falou sobre o caráter simbólico do Congresso, por ser o primeiro ano do PIC/Ebserh no HU e pelo impacto da ciência na sociedade. "A pesquisa é transformadora e a Iniciação Científica é fundamental não só para a formação acadêmica, pois vocês tiveram a oportunidade de adquirir conhecimentos técnicos, mas também de aprimorar competências importantes, como o pensamento crítico, a capacidade de resolução de problemas complexos e o trabalho em equipe em um cenário tão importante para a comunidade como um hospital", resumiu.
A chefe do Setor de Gestão de Pesquisa e Inovação do HU, Renata Pedrolongo Basso Vaneli, que apresentou uma palestra sobre a escrita científica antes da abertura do evento, parabenizou os dez bolsistas contemplados pelo programa da Ebserh/CNPq no ano passado, destacou o papel de parceiros no fomento à pesquisa científica e o crescimento do HU nessa área. Segundo ela, o Hospital tem cadastrados mais de 200 pesquisadores e o Programa de Iniciação Científica é um marco nessa trajetória de crescimento. "A gente tem conseguido prosperar na pesquisa e nossos esforços são para aumentar não só a quantidade de pesquisa, mas também para entregar uma estrutura adequada de pesquisa e produção de conhecimento", disse.
Os resumos dos trabalhos apresentados no Congresso podem ser acessados no link https://encurtador.com.
SÃO CARLOS/SP - O novo edifício “poloTErRA”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), localizado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, nasceu de um projeto lançado pelo Governo do Estado de São Paulo entre os anos de 2008 e 2009, com o objetivo de se desenvolver a área de biotecnologia e bioenergia no Estado e com isso poder abranger o território nacional.
A partir desse projeto e através de uma sólida parceria entre o Governo do Estado, a FAPESP e a USP, foi criada a Rede Paulista de Bioenergia, com cada ator a iniciar uma série de iniciativas específicas para esse fim. A USP encarregou-se de contratar técnicos e pesquisadores, a FAPESP, por seu lado, financiou projetos de pesquisa nas áreas de interesse, e o Governo do Estado, por sua vez, não só fez o investimento na construção das infraestruturas necessárias, como também transferiu verbas para que cada uma das três universidades estaduais modernizassem seus laboratórios e centros de pesquisa.
Particularmente, a USP investiu em três áreas importantes: a construção do edifício “poloTErRA”, em São Carlos, os laboratórios na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), em Piracicaba, e na USP de São Paulo, para permitir que os pesquisadores interessados no programa e no projeto pudessem ter possibilidades de trabalhar em condições adequadas.
Como já informamos acima, implantado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, a construção do edifício “poloTErRA” passou por uma série de desafios ao longo dos últimos onze anos, com a falência de duas das empresas encarregadas da construção e que acarretaram inevitáveis atrasos e contratempos, problemas que, contudo, não retiraram o entusiasmo e a entrega do Prof. Igor Polikarpov, docente e pesquisador do IFSC/USP responsável pela infraestrutura e que acompanhou todo o processo. “Apesar desses atrasos, estamos cumprindo a nossa missão fundamental, trabalhando nesta área de biotecnologia molecular em prol do Estado de São Paulo e do País”, comemora Igor.
Para o pesquisador, o “poloTErRA” tem um perfil bem definido, desenvolvendo pesquisas que são a especialidade de quem trabalha neste novo Polo: caracterização bioquímica, biofísica estrutural de enzimas ativas em carboidratos complexos, bem como nos estudos de biomassa de resíduos agrícolas, nos pontos de vista químico e físico, prevendo-se, para breve, a introdução de outros destaques. “Os resíduos agrícolas são substratos nos quais as enzimas atuam e, por isso, existe uma grande interação com outros pesquisadores do IFSC/USP que trabalham em paralelo com as nossas pesquisas, utilizando as técnicas físicas disponíveis para entender as estruturas físicas desses substratos. Como todo o nosso aprendizado e evolução do nosso conhecimento em cristalógrafos de proteínas, implantamos aqui a infraestrutura que permite a clonagem, expressão, purificação, cristalização e resolução estrutural de macromoléculas que se encontram inseridas num gigantesco grupo de proteínas que atuam em carboidratos complexos. Estes carboidratos complexos encontram-se, por exemplo, na parede celular de plantas, com milhares de ligações químicas e milhares de enzimas que criam e degradam essas mesmas ligações”, explica o pesquisador.
*Etanol celulósico (etanol verde ou etanol de segunda geração)
A produção do designado etanol celulósico (etanol verde) começou a ser desenvolvida há já algum tempo, principalmente através de várias iniciativas nos Estados Unidos e na Europa, grande maioria dos quais entretanto não deram certo devido às dificuldades de execução, sendo que no Brasil esse projeto foi um sucesso. “O Brasil é um país agrícola e por isso tem muito resíduos que, antigamente, eram muito mal aproveitados e utilizados. Ao finalizar a produção de açúcar e etanol, por exemplo, sobra o bagaço e o que se fazia antigamente era queimá-lo... Um desperdício! Então, a tecnologia de produção de etanol celulósico despontou no Brasil, sendo que os Estados Unidos reiniciaram esse projeto enquanto os países em desenvolvimento, como a Índia e Indonésia aparecem agora com projetos muito forte nessa área. O melhor exemplo, no Brasil, foi e está sendo dado pela empresa Raizen que já confirmou a construção de sete mega-usinas que serão adicionadas à já existente. Dessa forma, a produção de etanol celulósico por essa empresa - que é de 30 milhões de litros/ano - passará num futuro próximo para 680 milhões de litros/ano, algo que é verdadeiramente extraordinário, tendo em consideração que a empresa já tem toda a sua safra vendida para os próximos cinco anos. Com isso, irão ser criados - direta e indiretamente -milhares de postos de trabalho para os próximos vinte anos, além da venda da tecnologia.”, sublinha o Prof. Igor Polikarpov, acrescentando que o poloTErRA está contribuindo para todo esse processo, inclusive com a formação de alunos que já hoje desempenham cargos importantes setores produtivos nacionais e no exterior.
poloTErRA - Ampliando horizontes científicos
Além da compreensão dos mecanismos de ação das enzimas em carboidratos complexos, o poloTErRA ainda tem vários desafios pela frente e que ampliam seus horizontes científicos para outras áreas, como é o caso da indústria do papel celulose, que é bastante forte no Brasil. Assim, outra linha de ação é usar as enzimas para facilitar o processo de uma desfibrilação da celulose para produzir a calulose nanofibrilada que pode ajudar tornar o papel mais resistente para determinadas aplicações cotidianas.
Outro exemplo do aumento dos horizontes do “poloTErRA” - talvez mais ousado - é o estudo das enzimas como arma de combate à resistência aos antibióticos, conforme explica o Prof. Igor Polikarpov. “Começamos a prestar atenção na forma como os microrganismos vivem. O ciclo de vida das designadas bactérias-livres, que se grudam a uma determinada superfície, é prolongada porque elas criam um biofilme, vivendo dentro dele, onde se comunicam entre si e se protegem das condições adversas do meio ambiente. Quando o recurso de sua sobrevivência se esgota, as bactérias-livres rompem o biofilme e migram para novos locais (novas superfícies), reproduzindo-se e criando novas colónias e novos biofilmes. Aí, elas têm a particularidade de escapar à ação dos antibióticos, ficando resistentes devido ao biofilme. Esse é um problema muito sério em termos de saúde pública, já que existe a produção de novas cepas resistentes das bactérias. Dessa forma, começamos a estudar do que é feito esses biofilmes e descobrimos que eles são feitos de DNA extracelular, proteínas e, principalmente, de exopolissacarídeos (estes últimos na ordem dos 85%). Observamos, então, que esses exopolissacarídeos lembram muito os polissacarídeos usados pelas plantas na construção de suas paredes celulares. Esses biofilmes servem exatamente para proteger as bactérias da ação dos antibióticos”, explica o pesquisador.
Assim, ao degradar o biofilme, a equipe de Igor Polikarpov conseguiu expor as bactérias aos antibióticos, aniquilando-as. “Esta poderá ser uma importante contribuição para o combate à resistências aos antibióticos, sendo um processo muito mais viável e economicamente mais barato do que desenvolver novos fármacos que estão sempre sujeitos a uma eficácia de curta duração devido ao surgimento de novas cepas bacterianas. Vamos ver se conseguimos desenvolver coquetéis enzimáticos para essa finalidade, cujo propósito é salvar vidas”, conclui Igor Polikarpov.
A expectativa do responsável pelo poloTErRA é de poder agregar mais pesquisadores e especialistas nos estudo que estão sendo elaborados, por forma a aumentar a interdisciplinaridade, com a introdução de novas tecnologias, começando pela Inteligência Artificial e Biotecnologia Avançada.
*O Etanol Celulósico (etanol verde), também chamado etanol de lignocelulose ou de segunda geração, é a denominação dada ao etanol obtido a partir da quebra das cadeias da celulose, hemicelulose e pectina, que são polímeros que constituem a estrutura fibrosa dos vegetais, através de reações químicas ou bioquímicas. Uma das principais matérias-primas usada para produção do etanol celulósico é a biomassa de plantas composta pelos resíduos das colheitas e do processamento de vegetais, que não é utilizada para alimentação humana e animal, ou para outras finalidades.
SALVADOR/BA - Comunidades da floresta, periferias rurais e regiões do interior do Brasil estão cada vez mais conectadas nas redes nacionais e internacionais do crime organizado. A ponto de não fazer mais sentido diferenciar violência urbana da rural.
A conclusão é do estudo “Além da floresta: crimes socioambientais nas periferias”, divulgado nesta segunda-feira (19) pela Rede de Observatórios da Segurança. O projeto reúne pesquisadores do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania.
Nessa perspectiva, ganha destaque o processo de dominação de territórios no norte e nordeste por facções criminosas do sudeste. O que inclui tanto as áreas de fronteiras, quanto as cidades pequenas, os centros urbanos, os quilombos e as aldeias indígenas. Nos últimos anos, houve crescimento e diversificação de atividades ilegais. Além das microcriminalidades, como roubos de motos e celulares, há conflitos armados entre grupos rivais, tráfico de drogas e exploração ilegal de insumos florestais.
A pesquisa reúne dados obtidos via Lei de Acesso à Informação com as secretarias de segurança pública de sete estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Ela mapeia tanto os crimes cometidos contra populações tradicionais, como quilombolas e indígenas, quanto os crimes ambientais (grilagem de terras, exploração ilegal de madeira e garimpo em áreas não autorizadas).
Apesar da variedade e da complexidade desses problemas nos estados, os pesquisadores indicam que as autoridades insistem em um modo único de ação: o modelo de segurança pública baseado na guerra às drogas. O que acaba produzindo o mesmo cenário de racismo e encarceramento da juventude negra.
“É necessário fugir do modelo bélico do combate às drogas e às ilegalidades. E, principalmente, estabelecer contenções ao tipo de desenvolvimento que destrói a vida na floresta. Mostra-se importante fortalecer os órgãos de prevenção da destruição e incluir no centro do diálogo organizações indígenas, rurais e ribeirinhas, além dos movimentos de periferia urbanos que lutam por direitos sociais”, defende Silvia Ramos, coordenadora da Rede de Observatórios da Segurança.
A pesquisa aponta o Pará como uma região emblemática das novas configurações do crime no país. As redes do narcotráfico - lideradas por facções do Rio de Janeiro e São Paulo - chegaram em diferentes municípios do interior. Altamira, Marabá, Parauapebas, Jacareacanga, Floresta do Araguaia e Senador José Porfírio são exemplos citados como rotas importantes de drogas, mas também de exploração de madeira, contrabando de manganês e cassiterita, grilagem de terras e avanço do garimpo ilegal. As atividades estão intimamente conectadas por meio da ação dessas organizações criminosas e do uso dos mesmos portos e vias de escoamento.
No caminho, comunidades tradicionais do estado sofrem com a violência gerada por essas atividades ilegais. Os dados obtidos com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará mostram aumento a cada ano dos crimes contra povos indígenas e quilombolas entre 2017 e 2022. No total, foram 474 vítimas de crimes contra a vida, violações sexuais e patrimoniais.
No Ceará, pesquisadores criticam a forma como o governo estadual produz os dados. Só foram disponibilizadas informações genéricas sobre crimes ambientais, que totalizaram 6.995 ocorrências entre 2017 e 2022. Mas não foi possível analisar os tipos criminais, os grupos atingidos ou perfil das vítimas.
No Maranhão, os principais problemas verificados foram as violações aos biomas nativos da região e exploração dos territórios de comunidades tradicionais para fins lucrativos. Entre 2020 a 2022, o estado teve aumento de 28,93% nos registros de crimes ambientais, com 2.568 ocorrências. E os principais tipos são relacionados à exploração ilegal de madeira e à devastação de floresta nativa.
Em Pernambuco, crimes socioambientais cresceram nos últimos dois anos. Foram de 800 casos por ano para uma média de mais de mil. As principais ocorrências referem-se a incêndios florestais e maus tratos contra animais. Dados sobre quilombolas, indígenas e outros povos tradicionais não foram enviados pela Secretaria de Defesa Social.
No Rio de Janeiro, há destaque para a exploração das milícias e redes do tráfico de animais silvestres. Dados do Instituto de Segurança Pública mostram 21.476 casos de crimes ambientais 2017 e 2022. A capital do estado do Rio teve o maior número de casos (4.783), com aumento de 52,23% entre 2017 e 2022. Os números são sete vezes maiores do que a segunda colocada, a cidade de Maricá, com 684 registros. O terceiro lugar ficou com Duque de Caxias (613 casos).
Em São Paulo, há destaque para a expansão da degradação de territórios verdes ligados ao tráfico de animais e construções imobiliárias, além do caso peculiar de guerra política contra as pichações como principais crimes socioambientais. Entre 2017 e 2022, foram 34.772 ocorrências. Os crimes cometidos especificamente contra animais, florestas e pichações concentraram mais da metade dos registros (56,70%).
Por Rafael de Carvalho Cardoso - Repórter da Agência Brasil
SÃO CARLOS/SP - Estão abertas até o dia 20 de julho do corrente ano as inscrições para o “Curso de Pós-Graduação em Laser em Saúde”, promovido conjuntamente pela Santa Casa de Misericórdia de São Carlos e Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), cujo início das aulas está marcado para o dia 27 do próximo mês de julho.
Com 35 vagas disponíveis, O presente curso emerge no momento de maior necessidade de desenvolvimento de profissionais da saúde na região de São Carlos, tornando-os habilitados na utilização de tecnologias e metodologias inovadoras, que possam restabelecer a qualidade de vida dos pacientes acometidos pelas mais diversas doenças, dores ou processos inflamatórios.
Com uma matriz curricular voltada para temas fundamentais em Laser e Terapia Fotodinâmica, integrada por pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, (IFSC/USP) e do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), CEPID da FAPESP alocado no mesmo Instituto, o curso tem como base a utilização em processos fotofísicos e fotoquímicos que permitam contemplar um público de diferentes áreas profissionais, como medicina, odontologia, enfermagem, fisioterapia, farmácia, estética, podologia e educação física, possibilitando ampla utilização em estabelecimentos de saúde públicos ou privados, locais, regionais e nacionais.
Esta pós-graduação terá a duração de 18 meses, com um total de 400 horas, sendo que as aulas ocorrerão entre as 08h00 e as 17h00 em um final de semana por mês. Dessa forma, será mais fácil os profissionais de saúde ajustarem seus horários para participarem do curso.
André Mascaro, gerente do IEP, sublinha que como a Santa Casa de São Carlos tem uma parceria consolidada com a USP, principalmente através do Comité de Ética e Pesquisa, foi relativamente fácil encontrar um caminho para que se pudesse trabalhar com profundidade a questão da utilização do laser na área da saúde. “Este curso, em específico, único no país, visa dar continuidade aos cursos já existentes na área de laser e capacitar os profissionais de saúde nessa vertente, que cada dia apresenta mais inovações no combate a diversas doenças. E essa aposta, essa determinação, foram concretizadas agora graças ao empenho do docente e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (USP), Prof. Dr. Vanderlei Bagnato e do pesquisador desse mesmo instituto, Dr. Antonio Aquino, que têm trazido para a cidade de São Carlos os protocolos necessários e o desenvolvimento de equipamentos que tornam possível avançar rapidamente nesse caminho”, sublinha André Mascaro.
Por outro lado, segundo o gerente do IEP, a Santa Casa de São Carlos trabalha também em uma parceria com a UNICEP com a finalidade de instituir uma graduação em medicina, algo que poderá surgir nos próximos meses. Já com uma experiência vasta em pós-graduação Lato Sensu, graças aos diversos programas de residência realizados e reconhecidos pelo MEC e pelo Ministério da Saúde, a Santa Casa de São Carlos tem atualmente cursando cerca de sessenta médicos residentes, algo que confirma a qualidade do trabalho ali desenvolvido.
Esta especialização, além de proporcionar as necessárias habilidades para trabalhar com laser na área da saúde, traz também preciosos conhecimentos nas áreas de gestão da saúde, logística e em recursos humanos. “É, de fato, um curso bastante amplo, robusto, com uma integração entre a parte teórica e a prática, algo que considero muito importante para os profissionais que serão formados aqui, conciliando algo que é necessário hoje em dia. Trabalhamos por cerca de dois anos formatando este curso, que conta com cerca de 90% de seu corpo docente constituído por doutores, obviamente graças à parceria estabelecida com o Instituto de Física de São Carlos com a iniciativa do Dr. Antônio Aquino Junior e sua equipe”, conclui André Mascaro.
Para saber mais sobre este curso e/ou para se inscrever, acesse
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