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KIEV - Belarus, aliado da Rússia, disse na quarta-feira que está movendo tropas e equipamentos militares para neutralizar o que chamou de ameaça de terrorismo, em meio a sinais de que Moscou pode estar pressionando seu parceiro leal a abrir uma nova frente na guerra contra a Ucrânia.

O presidente Alexander Lukashenko, que contou com tropas russas para reprimir uma revolta popular há dois anos, permitiu que Belarus servisse de base para a invasão russa, mas até agora impediu que seu próprio Exército se juntasse a ela.

Mas nas últimas semanas houve sinais crescentes de envolvimento de Moscou em Belarus, culminando no sábado, quando o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, voou sem avisar para a capital Minsk. Ele e seu colega bielorrusso, Viktor Khrenin, assinaram emendas ao acordo de cooperação de segurança dos dois países, sem divulgar os novos termos.

Milhares de soldados russos foram deslocados para Belarus desde outubro, diz a Ucrânia, e as autoridades de Belarus têm falado cada vez mais sobre uma ameaça de "terrorismo" de guerrilheiros que operam do outro lado da fronteira. Lukashenko ordenou que seus militares compilassem informações sobre os reservistas até o final deste ano.

Na última ação, nesta quarta-feira, o Conselho de Segurança de Belarus, citado pela agência de notícias estatal BelTA, disse que tropas e equipamentos estarão se deslocando no país nos próximos dois dias. O acesso a algumas estradas e conexões de transporte será restrito e haverá treinamento.

O órgão não deu detalhes sobre o número de tropas ou tipos de equipamento que serão deslocados, as estradas e conexões de transporte que serão fechadas ou sobre a natureza dos exercícios de treinamento. Moradores da capital, Minsk, disseram que não há sinais externos de atividade incomum por lá.

No passado, alguns diplomatas ocidentais se mostraram céticos sobre a entrada de Belarus na guerra, observando que o país tinha um Exército comparativamente pequeno e que Moscou teria receio de provocar uma oposição pública que enfraqueceria Lukashenko por pouco ganho.

Autoridades ucranianas também disseram que acham que a Rússia ainda não tem tropas suficientes em Belarus para atacar de lá, e a ação perto da fronteira pode ser uma isca.

O Instituto para o Estudo da Guerra disse este mês que acredita que Belarus está conduzindo uma "operação de informação destinada a fixar as forças ucranianas na fronteira".

Mas alguns analistas dizem que a onda de atividade nas últimas semanas também pode ser um sinal genuíno de que Belarus pode enviar tropas para a guerra.

 

 

 

Por Tom Balmforth /  Reuters

UCRÂNIA - O envio de drones contra duas bases aéreas russas localizadas a centenas de quilômetros de sua fronteira representa uma importante vitória simbólica para a Ucrânia, que demonstra sua capacidade de contrariar a aparente superioridade armamentista de seu inimigo.

Moscou acusou na segunda-feira as forças ucranianas de atacar duas bases aéreas em seu território, afirmando que três soldados morreram e dois aviões sofreram danos leves.

Kiev não reivindicou o ataque na terça-feira (6), mas especialistas ocidentais disseram à AFP que a ação foi realizada por drones de reconhecimento dos anos 1970, de fabricação soviética.

Embora ainda existam incógnitas, os especialistas apontam que é uma operação limitada, mas muito eficaz em nível simbólico.

 

- Drones soviéticos -

Várias fontes mencionam drones de reconhecimento Tupolev TU-141 Strizh, aparelhos soviéticas capazes de voar a grandes altitudes. Nesse caso, "os drones teriam sido modificados para terem capacidade de bombardeio", agindo como um drone suicida que se autodestrói com o impacto, disse à AFP Vikram Mittal, professor da Academia Militar dos Estados Unidos em West Point.

"Não se trata de tecnologia sofisticada", afirmou à AFP Jean-Christophe Noël, especialista do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI).

Mas os ucranianos poderiam ter adicionado uma carga explosiva e orientação por GPS, ou mesmo "orientação terminal por forças especiais ucranianas" em solo russo.

 

- Dois objetivos estratégicos -

De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, Kiev "tentou realizar ataques de drones projetados pelos soviéticos contra a base aérea de Diaghilevo na região de Ryazan e a base aérea de Engels na região de Saratov" (centro).

Moscou acusa o inimigo de tentar "inutilizar aviões russos de longo alcance", que são usados para ataques direcionados contra inúmeras infraestruturas de energia na Ucrânia.

 

- Profundidade dos ataques -

As bases atingidas estão localizadas a várias centenas de quilômetros da fronteira com a Ucrânia, e ainda mais longe do front.

Os ataques são uma resposta aos bombardeios russos no interior do território ucraniano.

Embora não tenham nada a ver com a letalidade e os alvos dos ataques russos (nenhum civil foi atingido e nenhuma infraestrutura crítica foi afetada), a Ucrânia demonstra uma significativa capacidade de ataque de longa distância.

"A capacidade da Ucrânia de atacar a essa distância é impressionante", disse o ex-general australiano Mick Ryan no Twitter.

Os ucranianos "podem ter tido a ajuda de terceiros para planejar a missão, mas não é uma certeza. Uma combinação de fontes abertas, conhecimento das falhas da rede de defesa russa e observação do solo pode ter sido suficiente", analisou.

 

- Fragilidade russa -

A maior vitória ucraniana foi o óbvio efeito surpresa e a incapacidade dos russos de contra-atacar antes que os drones se aproximassem de seus alvos.

"O que é realmente incrível é que esses drones conseguiram superar os sistemas de defesa russos terra-ar", disse Vikram Mittal.

Rob Lee, pesquisador do King's College de Londres, vê isso como um sinal muito desfavorável para Moscou.

"Se os radares russos e as defesas aéreas não puderem impedir um TU-141 voando a centenas [de quilômetros] de atingir a principal base aérea de seus bombardeiros estratégicos em uma situação de guerra, isso não é um bom presságio para sua capacidade de impedir um ataque massivo com mísseis de cruzeiro", explicou.

 

- Impacto simbólico -

"É um golpe psicológico" que "vai causar consternação numa opinião que se acreditava protegida da guerra", disse Ryan, curioso para ver "a reação da máquina de propaganda russa".

O Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) observou nesta terça-feira uma abundância de críticas nas contas do Telegram de observadores militares russos.

 

 

AFP

KIEV - A Rússia lançou mísseis de longo alcance sobre a Ucrânia na segunda-feira, 05, matando duas pessoas, destruindo casas no sudeste e causando cortes de energia, mas Kiev disse que suas defesas aéreas limitaram os danos.

Sirenes de ataque aéreo soaram por todo o país, e homens, mulheres e crianças se amontoaram no metrô da capital para se proteger durante a mais recente onda de ataques com mísseis desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.

Moscou tem como alvo a rede elétrica da Ucrânia em intensas séries de ataques desde outubro, e a empresa estatal de energia Ukrenergo, que opera a rede elétrica nacional, disse que mais infraestrutura foi atingida nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro Denys Shmyhal afirmou mais tarde que instalações de energia foram atingidas nas regiões de Kiev, Vinnytsia e Odessa, mas que o sistema de energia da Ucrânia ainda estava funcionando.

A Força Aérea disse que mais de 60 dos mais de 70 mísseis disparados contra a Ucrânia foram abatidos.

"Nossos caras são incríveis", escreveu Andriy Yermak, chefe da equipe presidencial ucraniana, no Telegram.

Kiev, uma cidade de cerca de 3 milhões de habitantes, parece ter escapado de danos graves, embora o governador da região de Kiev tenha dito que 40% dos moradores da região ficaram sem energia depois que uma infraestrutura não especificada foi atingida.

Depois que um alerta de ataque aéreo de uma hora terminou, Zelenskiy afirmou aos ucranianos que as defesas aéreas "derrubaram a maioria dos mísseis". Autoridades de Kiev disseram que nove em cada dez mísseis disparados contra a capital foram abatidos.

 

 

 

Reportagem de Pavel Polityuk, Max Hunder e Olena Harmash / REUTERS

UCRÂNIA - As autoridades ucranianas disseram na segunda-feira que as tropas russas mataram uma pessoa e feriram outras três na cidade de Krivói Rog, na região de Dnipropetrovsk.

"Noite trágica... Um morto, três feridos. Depois da meia-noite, os russos dispararam três foguetes em Krivói Rog. Visavam uma empresa industrial", anunciou Valentin Reznichenko, o governador de Dnipropetrovsk.

Reznichenko disse que a vítima fatal era um empregado da empresa visada pelo exército russo. Acrescentou que as equipas de salvamento tinham recuperado o corpo do trabalhador dos escombros da fábrica destruída.

Os feridos foram levados para um hospital local em condições moderadas, de acordo com as autoridades de saúde, como relatado pelo governador na sua conta do Telegrama.

Além disso, o distrito de Nikopol - também na região de Dnipropetrovsk, a cerca de 100 quilómetros de Kryvoi Rog - também foi descascado de um dia para o outro.

 

 

por Pedro Santos / NEWS 360

UCRÂNIA - O governo ucraniano redobrou nos últimos dias os seus apelos para um tribunal especial cuja principal tarefa seria julgar crimes cometidos com a Rússia, uma tarefa ambiciosa para a qual Kiev procura a ajuda dos seus principais aliados internacionais, enquanto se aguarda a definição de onde e como os julgamentos hipotéticos poderiam ser realizados.

O artigo 125 da Constituição da Ucrânia estabelece explicitamente que "não é permitido o estabelecimento de tribunais extraordinários e especiais", um legado do contexto pós-soviético em que se temia um sistema de justiça à la carte como na URSS.

No entanto, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, não hesita em apelar a um "tribunal especial" para julgar "todos os responsáveis por esta guerra criminosa", como salientou esta semana durante um discurso à nação em que apelou à cooperação de outros países europeus.

Os peritos não consideram esta exigência incompatível com o direito ucraniano, desde que o conceito de "internacional" seja acrescentado ao tribunal que Zelenski exige, de modo que, mesmo que pudesse ser constituído na Ucrânia, o faria dentro de um quadro fora do próprio sistema judicial ucraniano, nota o portal Just Security.

Zelenski recebeu um apoio chave da Presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen, que ao estabelecer uma série de medidas propôs a criação de um tribunal tão especial para que "os crimes horríveis da Rússia não fiquem impunes" e o regime de Vladimir Putin "pague" por eles.

Neste contexto, Bruxelas propõe que, "embora continuando a apoiar o Tribunal Penal Internacional", sejam feitos progressos no sentido da criação de um "tribunal especializado" apoiado pelas Nações Unidas para "investigar e julgar o crime de agressão da Rússia".

É precisamente neste crime de agressão que Zelenski também se concentra, consciente de que não é possível destacar Moscou para o início do próprio conflito sob a égide do TPI, um tribunal com o qual, no entanto, ele quer continuar a colaborar.

O Estatuto de Roma, que moldou o TPI, prevê a agressão como crime a ser processado, mas a sua definição não foi aprovada por todas as partes, o que a impede de exercer jurisdição sobre ela. Só seria possível se o país de origem do alegado agressor, neste caso a Rússia, aceitasse a jurisdição do tribunal.

O Gabinete do Procurador da República das TIC lançou a sua própria investigação sobre possíveis crimes de guerra e crimes contra a humanidade, e Kiev tem promovido ativamente estas investigações. Não surpreendentemente, o governo ucraniano já decidiu submeter-se à jurisdição do tribunal de Haia em 2014, quando o conflito eclodiu no leste do país e a Rússia absorveu a península da Crimeia.

Um hipotético julgamento de Putin por crimes que recaem sob a jurisdição do TPI está longe de estar concluído, em qualquer caso, uma vez que dependeria de, no caso de ser acusado de crimes de guerra ou de crimes contra a humanidade e de ter um mandado de captura pendente, viajar para um país que coopera com a Haia, onde poderia ser detido.

 

O PAPEL DA ONU

Fontes da UE reconhecem que, para que as reivindicações de Von der Leyen sejam satisfeitas, o tribunal necessitará do "apoio político, financeiro e administrativo" das Nações Unidas, uma organização que, por outro lado, tem uma mão atada atrás das costas devido ao poder de veto da Rússia no Conselho de Segurança, o principal órgão executivo.

Seria possível questionar o Secretário-Geral da ONU António Guterres e procurar legitimação na Assembleia Geral, onde todos os Estados membros estão representados e nenhum país tem o direito de veto. Nos últimos meses, a Ucrânia já obteve vários apoios diplomáticos sob a forma de resoluções na Assembleia.

O escritório de Guterres, por enquanto, prefere permanecer à margem. "Qualquer decisão para estabelecer este tribunal, com ou sem o envolvimento da ONU, cabe aos estados membros", disse o porta-voz principal Stéphane Dujarric numa conferência de imprensa esta semana.

O ICC também evita entrar no debate e um porta-voz consultado pela Europa Press afirmou que o órgão "está concentrado no cumprimento do seu próprio mandato". Contudo, acrescentou: "Saudamos qualquer esforço que traga mais justiça às vítimas, onde quer que seja.

A ONU já tem um precedente na criação de tribunais especiais, tal como o exigido pela Serra Leoa em 2000, com um pedido direto ao Secretário-Geral na altura, Kofi Annan, que levou a uma resolução do Conselho de Segurança que apelava a negociações para a criação deste mecanismo.

Três anos antes, o Camboja também pediu ajuda à ONU para julgar os líderes dos Khmers Vermelhos. Neste caso, a colaboração levou à criação de um tribunal cambojano com participação estrangeira e normas internacionais.

 

INÍCIO DOS CONTATOS

O governo ucraniano redobrou a sua ronda de contatos internacionais em busca do tribunal que procura, com reuniões nos principais países europeus e também em Washington. À frente deste grupo está Andriy Yermak, uma figura chave na presidência e um dos conselheiros de maior confiança de Zelenski.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros Dimitro Kuleba também levou a questão a reuniões da OTAN e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), das quais a Rússia continua a ser membro.

O governo francês, que já se declarou a favor da iniciativa e confirmou contatos com outros parceiros, espera "obter o mais amplo consenso possível no seio da comunidade internacional" no caso da Ucrânia, embora pareça claro que já foram estabelecidas posições.

As sucessivas resoluções da ONU nos últimos meses deixaram claro quais os aliados que a Rússia tem, quer através de apoio explícito, quer através de equidistância como a adoptada pela China, outro dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança.

Moscou deixa claro que não respeitará qualquer tribunal "ad hoc" criado para rever o que continua a definir como uma "operação especial", que continua a justificar com base em alegados riscos de segurança nacional. Tais esforços "não terão legitimidade, não os aceitaremos e condenamo-los", disse na quinta-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

 

 

por Pedro Santos / NEWS 360

KIEV – As Forças Armadas da Ucrânia disseram nesta quinta-feira que a Rússia retirou algumas tropas de cidades na margem oposta do rio Dnipro à cidade de Kherson, o primeiro relato oficial ucraniano de uma retirada russa do que agora é a principal linha de frente no sul.

A declaração deu apenas detalhes limitados e não fez nenhuma menção de quaisquer forças ucranianas terem cruzado o Dnipro. As autoridades ucranianas também enfatizaram que a Rússia intensificou os bombardeios do outro lado do rio, desligando a energia novamente em Kherson, onde a eletricidade só começou a ser restaurada quase três semanas depois que as tropas russas deixaram a cidade e fugiram pelo rio.

Desde que a Rússia abandonou Kherson no mês passado, nove meses após a invasão da Ucrânia, o rio agora forma todo o trecho sul do front.

A Rússia já disse aos civis para deixarem as cidades dentro de 15 km do rio e retirou sua administração civil da cidade de Nova Kakhovka na margem. Autoridades ucranianas disseram anteriormente que a Rússia tinha retirado parte da artilharia perto do rio para posições mais seguras mais longe, mas até agora não havia dito que as forças russas estavam deixando cidades.

“Uma diminuição no número de soldados russos e equipamentos militares é observada no assentamento de Oleshky”, disseram os militares, referindo-se à cidade oposta à cidade de Kherson, do outro lado de uma ponte destruída sobre o rio Dnipro.

Segundo eles, a maioria das tropas russas na área é reservista mobilizada recentemente, sugerindo que as tropas profissionais mais bem treinadas de Moscou já haviam partido.

A Reuters não pôde confirmar o relato de forma independente.

Sirenes de ataque aéreo soaram novamente em toda a Ucrânia nesta quinta-feira e os moradores foram para abrigos, mas não houve relatos imediatos de grandes ataques com mísseis e o alerta foi suspenso.

Desde o início de outubro, a Rússia tem lançado grandes ataques com mísseis e drones quase semanais em toda a Ucrânia para interromper seu fornecimento de energia, água e aquecimento, o que Kiev e o Ocidente dizem ter a intenção de prejudicar civis, um crime de guerra.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, defendeu esses ataques, dizendo nesta quinta-feira que Moscou tinha como alvo a infraestrutura civil da Ucrânia para impedir que Kiev importe armas ocidentais. Ele não explicou como tais ataques poderiam atingir esse objetivo.

“Desativamos as instalações de energia (na Ucrânia) que permitem a você (Ocidente) lançar armas letais na Ucrânia para matar russos”, disse Lavrov.

 

 

Por Tom Balmforth / por Reuters

UCRÂNIA - O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, revelou que estão a ser preparadas "novas soluções" para as questões de energia e comunicação do país, na sequência dos bombardeamentos russos, que destruíram grande parte do sistema de energia do país.

"Estamos a preparar novas soluções para impedir que a Rússia manipule a vida interna da Ucrânia", começou por dizer o líder ucraniano no seu habitual discurso noturno, ressaltando que "a partir desta noite, cerca de 6 milhões de habitantes na maioria das regiões do nosso país e em Kyiv estão sem eletricidade".

Zelensky afirma que "a situação continua muito difícil na capital, bem como nas regiões de Kyiv, Vinnytsia, Lviv, Odesa, Khmelnytskyi e Cherkasy", avançado que "estão a fazer de tudo" para que os sistemas voltem a estar estáveis por mais tempo.

"Engenheiros de energia e concessionárias, todos os nossos serviços, estão a fazer de tudo para estabilizar o sistema e dar às pessoas mais energia por mais tempo. E quero enfatizar mais uma vez: é muito importante que as pessoas entendam quando e por quanto tempo a sua eletricidade será cortada. Esta é uma responsabilidade das próprias empresas de energia e das autoridades locais. As pessoas têm o direito de saber. E na medida em que agora é possível, a previsibilidade da vida deve ser assegurada. As pessoas veem que nas casas vizinhas ou nas ruas próximas, por algum motivo, as regras em relação à luz são diferentes. E deve haver justiça e clareza", explica o chefe de Estado ucraniano.

No seu discurso noturno, Volodymyr Zelensky falou ainda de "duas notícias internacionais muito importantes".

A primeira vem do Canadá. O país "concluiu com sucesso a colocação de títulos de apoio soberano da Ucrânia. O volume é de 500 milhões de dólares canadenses [cerca de 358 milhões de euros]".

A segunda boa notícia para o povo ucraniano chega da Alemanha: "O Bundestag votou a favor de uma resolução que reconhece o Holodomor como genocídio do povo ucraniano. Esta é uma decisão pela justiça, pela verdade. E este é um sinal muito importante para muitos outros países do mundo de que o revanchismo russo não conseguirá reescrever a história".

Segundo os mais recentes dados da ONU, a ofensiva russa na Ucrânia, lançada a 24 de fevereiro, já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas. É a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A organização confirmou também a morte de 6.655 civis e 10.368 feridos desde o início da guerra. Contudo, estes números podem estar muito aquém dos reais.

 

 

por Daniela Carrilho / NOTÍCIAS AO MINUTO

UCRÂNIA - A Ucrânia pressionou os países da Otan, na terça-feira (29), para que agilizem o envio de armas e de recursos para recuperar a rede elétrica, devastada por bombardeios russos, como parte de um esforço para ajudar os ucranianos a enfrentar o inverno, que se aproxima no hemisfério norte.

Durante uma reunião ministerial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Romênia, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu que as entregas, especialmente para a defesa aérea, cheguem "mais rápido, mais rápido, mais rápido".

Um intenso bombardeio com mísseis russos abalou drasticamente a infraestrutura de energia da Ucrânia e deixou milhões de pessoas sem eletricidade.

Kuleba afirmou que, "quando tivermos transformadores e geradores, poderemos restaurar nosso sistema (...) Quando tivermos sistemas de defesa aérea, poderemos proteger a infraestrutura da próxima salva de mísseis russos".

Segundo o chefe da diplomacia ucraniana, o país precisa urgentemente de mísseis "Patriot e transformadores".

Este apelo dramático por mais ajuda veio logo depois de o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, alertar que a Rússia tenta usar o inverno como uma "arma de guerra" contra a Ucrânia.

Ao iniciar a reunião em Bucareste, Stoltenberg afirmou que "a mensagem de todos nós será que devemos fazer mais" para ajudar a Ucrânia a consertar sua infraestrutura de gás e eletricidade, bem como fornecer defesa aérea para ajudar a Ucrânia a se proteger melhor.

"A Otan não participa da guerra, mas continuará apoiando a Ucrânia pelo tempo que for necessário", afirmou Stoltenberg.

O chefe da Otan disse acreditar que a Rússia fará mais ataques à rede elétrica da Ucrânia e alertou que a Europa deve "estar pronta para mais refugiados".

"A Rússia, na verdade, está falhando no campo de batalha. Em resposta a isso, agora ataca alvos civis (...) porque não pode ganhar território", disse Stoltenberg na abertura da reunião da aliança transatlântica.

Os ataques às infraestruturas civil e energética "obviamente foram planejados para tentar congelar os ucranianos até que se rendam", disse o ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, acrescentando: "Não acho que eles terão sucesso".

 

- 'Mantenham a calma e enviem tanques' -

Os membros da Otan já enviaram bilhões de dólares em armas e equipamentos – médicos, ou de telecomunicações – para a Ucrânia, mas o país pede mais recursos de defesa aérea, tanques e mísseis de longo alcance para repelir as forças russas.

Está evidente a crescente preocupação com o declínio acentuado e o quase esgotamento dos estoques estratégicos, especialmente de munições, em vários países da Otan após os envios para a Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, disse que as exigências aos ministros da Otan eram simples, resumidas no slogan "Mantenham a calma e enviem tanques".

O governo alemão anunciou o envio de "mais de 350 geradores" elétricos à Ucrânia.

A França irá disponibilizar 100 milhões de euros em ajuda financeira, para além dos 300 milhões de euros anteriormente concedidos à Ucrânia, que atravessa uma situação econômica frágil.

Fontes da Otan insistem em que a reunião em Bucareste mostrará a unidade da aliança transatlântica em seu apoio à Ucrânia. A aliança não deve, contudo, avançar com o pedido de adesão da Ucrânia ao bloco.

Stoltenberg afirmou que a "porta está aberta" para novos membros, mas acrescentou que o foco por enquanto é ajudar a Ucrânia frente à ofensiva russa.

Para além da guerra na Ucrânia, os ministros da Otan devem fazer um balanço dos progressos nas adesões da Finlândia e da Suécia. Já foram ratificadas por 28 dos 30 países-membros, mas seguem suspensas enquanto se espera o sinal verde da Turquia.

Os ministros das Relações Exteriores de Suécia, Finlândia e Turquia se reuniram em paralelo, mas o governo turco minimizou as esperanças de um avanço rápido.

 

 

AFP

UCRÂNIA - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, recorreu às redes sociais para fazer o seu habitual discurso noturno, dando força ao povo ucraniano e garantindo que a Ucrânia fará tudo para "restaurar cada objeto, cada casa, cada empreendimento" que tenha sido destruído pelas tropas russas.

"Não são capazes de nada além de devastação. Isso é tudo que deixam para trás. E o que estão a fazer agora contra a Ucrânia é a sua tentativa de vingança para se vingar do fato de os ucranianos se terem defendido repetidamente deles. A Ucrânia nunca será um lugar para devastação. A Ucrânia nunca aceitará ordens desses ‘camaradas’ de Moscovo. Faremos de tudo para restaurar cada objeto, cada casa, cada empreendimento destruído pelos ocupantes", afirmou o líder ucraniano, salientando que "grande parte de seu próprio território está em tal devastação, como se ali tivesse ocorrido uma guerra".

Esta segunda-feira, o Exército russo bombardeou a região de Kherson e, em Mykolaiv, o ataque danificou a estação de bombeamento que fornecia água para a cidade.

Zelensky agradeceu a vários responsáveis do governo de diferentes países pela cooperação e solidariedade para com o seu país e ressaltou a iniciativa ‘Grãos da Ucrânia’, para a qual já angariou mais de 180 milhões de dólares americanos, cerca de 174 milhões de euros.

"Esta já é uma das maiores iniciativas humanitárias ucranianas da história. E será ainda maior. Áustria, Bélgica, Bulgária, Reino Unido, Grécia, Estónia, Irlanda, Espanha, Itália, Canadá, Qatar, Letónia, Lituânia, Holanda, Alemanha, Noruega, Polónia, Portugal, Roménia, Eslovénia, EUA, Turquia, Hungria, Finlândia, França, Croácia, República Checa, Suíça, Suécia e União Europeia já anunciaram a sua contribuição financeira, técnica ou logística para a iniciativa. Mais a República da Coreia e o Japão, a NATO e, claro, a ONU", acrescentou o presidente ucraniano.

Apesar da mensagem positiva, Zelensky apela a todos os ucranianos para que fiquem sempre atentos aos ataques iminentes.

"Por favor, prestem atenção aos alarmes aéreos, não se esqueçam disso", concluiu.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

 

 

por Daniela Carrilho / NOTÍCIAS AO MINUTO

KIEV - As autoridades ucranianas afirmaram nesta segunda-feira (28) que preveem uma nova onda de bombardeios por parte da Rússia esta semana, após os ataques contra infraestruturas críticas que provocaram cortes de água e de energia elétrica, inclusive na capital Kiev.

"É muito provável que o início da semana seja marcado por um ataque do tipo", declarou nesta segunda-feira a porta-voz do comando sul do exército ucraniano, Natalia Gumeniuk, antes de destacar que um navio russo com mísseis foi observado no Mar Negro.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu no domingo à noite que "a semana que começa pode ser tão difícil como a anterior", marcada por bombardeios em larga escala que provocaram grandes cortes de energia elétrica e água no momento em que o país registra temperaturas próximas de zero.

"Nossas forças estão se preparando. Todo o Estado está se preparando. Imaginamos todos os cenários, inclusive com os aliados ocidentais", acrescentou Zelensky, antes de pedir aos compatriotas que prestem atenção aos alertas antiaéreos.

Zelensky também destacou uma situação "muito difícil" na frente de batalha, em particular na região de Donetsk, leste do país, onde os combates se concentram desde a retirada das forças russas da região de Kherson (sul).

 

 

por AFP

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