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UCRÂNIA - O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, criticou, esta quinta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, por ter afirmado que a Ucrânia poderia “pôr fim ao sofrimento” da sua população se respondesse às exigências da Rússia para acabar com o conflito armado.

Em causa está o facto de o Kremlin ter negado atacar a rede elétrica da Ucrânia para prejudicar a população civil e afirmado que a Ucrânia poderia "pôr fim ao sofrimento" da sua população.

“Não houve bombardeamentos a alvos 'sociais' - é dada especial atenção a isso”, afirmou Peskov, ressalvando, no entanto, que “quanto aos alvos que estão direta ou indiretamente relacionados com o potencial militar, estão consequentemente sujeitos a ataques”.

“A liderança da Ucrânia tem todas as oportunidades para normalizar a situação, tem todas as oportunidades para resolver a situação de modo a satisfazer os requisitos do lado russo e, consequentemente, pôr fim a todo o sofrimento possível entre a população”, disse ainda.

Na rede social Twitter, o conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky fez questão de lembrar Peskov que “a Rússia invadiu a Ucrânia” e “pode parar a guerra a qualquer momento, sem mais mísseis e sem retirada de tropas”.

“Apelo à paz durante o lançamento de mísseis em cidades pacíficas - o mais alto grau de desordem de personalidade. Um lembrete para Peskov: A Rússia invadiu a Ucrânia. E a Rússia pode parar a guerra a qualquer momento, sem mais mísseis e sem retirada de tropas. Não é suficientemente inteligente para construir uma relação causa-efeito?”, criticou Podolyak.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e mais de dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

 

 

por Márcia Guímaro Rodrigues / NOTICIAS AO MINUTO

KIEV - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, apelou aos ucranianos para economizar energia em meio a ataques implacáveis ​​russos que reduziram pela metade a capacidade de energia do país, enquanto o órgão de saúde das Nações Unidas alertou sobre um desastre humanitário na Ucrânia neste inverno.

Autoridades disseram que milhões de ucranianos, inclusive na capital Kiev, podem enfrentar cortes de energia pelo menos até o final de março devido aos ataques com mísseis, que, segundo a operadora de rede nacional da Ucrânia, Ukrenergo, causaram danos "colossais".

As temperaturas estavam excepcionalmente amenas na Ucrânia neste outono, mas estão começando a cair abaixo de zero e devem cair para -20 graus Celsius ou até menos em algumas áreas durante os meses de inverno.

Os ataques da Rússia às instalações de energia ucranianas seguem uma série de contratempos no campo de batalha que incluíram uma retirada das forças russas da cidade de Kherson, no sul, para a margem leste do poderoso rio Dnipro, que corta o país.

"O dano sistemático ao nosso sistema de energia causado pelos ataques dos terroristas russos é tão considerável que todo o nosso pessoal e empresas devem estar atentos e redistribuir seu consumo ao longo do dia", disse Zelenskiy em seu vídeo noturno.

O chefe da Ukrenergo, Volodymyr Kudrytskyi, afirmou nesta terça-feira que praticamente nenhuma usina termelétrica ou hidrelétrica foi deixada ilesa, embora tenha descartado a necessidade de retirar os civis.

"Não podemos gerar tanta energia quanto os consumidores podem usar", disse Kudrytskyi em um briefing, acrescentando que, após uma breve onda de frio na quarta-feira, as temperaturas devem subir novamente, proporcionando uma oportunidade para estabilizar o sistema de geração de energia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que centenas de hospitais e instalações de saúde ucranianas carecem de combustível, água e eletricidade para atender às necessidades básicas das pessoas.

"O sistema de saúde da Ucrânia está enfrentando seus dias mais sombrios na guerra até agora. Tendo sofrido mais de 700 ataques, agora também é vítima da crise energética", declarou Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, em um comunicado após visitar a Ucrânia.

Os trabalhadores estão correndo para consertar a infraestrutura de energia danificada, de acordo com Sergey Kovalenko, chefe da YASNO, que fornece energia para Kiev.

"Estoque roupas quentes, cobertores, pense em opções que o ajudarão a passar por uma longa interrupção", disse Kovalenko.

 

 

Por Pavel Polityuk / REUTERS

EUA - Os Estados Unidos e a Rússia pediram moderação à Turquia, nesta terça-feira (22), depois que seu presidente, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou lançar uma operação terrestre contra posições de combatentes curdos no norte da Síria.

Erdogan ameaça com uma nova ofensiva nesses territórios desde maio. Mas o ataque de 13 de novembro em Istambul, que deixou seis mortos e 81 feridos e que a Turquia atribui a combatentes curdos do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) e das YPG (Unidades de Proteção Popular), corre o risco de acelerar as operações.

"Sobrevoamos os terroristas por alguns dias com nossa Força Aérea e nossos drones. Se Deus quiser, vamos eliminá-los em breve com nossos soldados, armas e tanques", disse Erdogan em um discurso nesta terça-feira no nordeste do país.

A Força Aérea turca lançou no domingo (20) a chamada "Operação Garra-Espada", uma série de ataques aéreos contra posições do PKK e das YPG no norte do Iraque e na Síria, que deixaram quase 40 mortos em território sírio, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Nesta terça-feira, os bombardeios turcos continuaram atingindo Kobane, no norte da Síria, bastião das YPG que, em 2015, retomaram a cidade dos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) com ajuda ocidental, informou o OSDH.

Outro ataque com drones turcos teve como alvo uma base conjunta na Síria entre as forças curdas e a coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos.

A base está localizada 25 quilômetros ao norte da cidade de Hassaka, segundo informou um porta-voz curdo à AFP, e o ataque deixou dois combatentes curdos mortos, afirmaram as forças curdas e o OSDH.

Também morreram cinco civis, entre eles uma criança, em Azaz (norte), na província de Aleppo. Outros três soldados sírios morreram no bombardeio contra a base aérea de Menagh, perto de Azaz.

Outros bombardeios tiveram como alvo um campo de petróleo perto da cidade de Al Qahtaniyah, na fronteira com a Turquia, segundo um correspondente da AFP.

"Respondemos a este ataque feroz que custou a vida de seis pessoas inocentes, incluindo crianças, varrendo organizações terroristas no Iraque e no norte da Síria", declarou Erdogan nesta terça. "Sabemos quem arma, quem encoraja os terroristas", acrescentou.

 

- Preocupação em Washington e Moscou -

O chefe de Estado turco alertou no dia anterior que "não se trata de esta operação se limitar apenas a uma operação aérea" e mencionou "consultas" para decidir sobre "a potência" das suas forças terrestres.

Em Karkamis, cidade turca localizada na fronteira, vários foguetes lançados da Síria mataram um menino e uma jovem professora.

"Faremos aqueles que nos incomodam em nosso território pagar", alertou Erdogan.

As declarações do presidente turco preocupam os Estados Unidos e a Rússia, que pediram moderação.

Ambos os países estão envolvidos na guerra na Síria, que já matou quase meio milhão de pessoas desde 2011.

"Pedimos uma desescalada na Síria para proteger os civis e apoiar o objetivo comum de derrotar o Estado Islâmico", declarou o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, nesta terça-feira.

"Continuamos nos opondo a qualquer ação militar não coordenada no Iraque que viole a soberania" do país, acrescentou em comunicado.

Os Estados Unidos apoiam as YPG, a principal milícia curda da Síria, na luta contra os jihadistas do EI, o que permitiu que recuperassem o controle de Kobane em 2015.

A Rússia espera, por sua vez, que a Turquia mostre "moderação" e se abstenha de "qualquer uso excessivo da força" na Síria.

"Entendemos as preocupações da Turquia sobre sua própria segurança (...) Mas, ao mesmo tempo, pedimos a todas as partes que se abstenham de qualquer iniciativa que possa levar a uma séria desestabilização da situação", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

As Forças Democráticas da Síria (FDS), uma coalizão dominada pelas YPG, indicaram nesta terça-feira que estão concentrando seus esforços na "desescalada".

Entre 2016 e 2019, a Turquia realizou três grandes operações no norte da Síria contra milícias e organizações curdas.

O governo turco afirma que quer criar uma "zona de segurança" de 30 quilômetros de largura ao longo de sua fronteira sul.

 

 

AFP

UCRÂNIA - "Um grupo de sabotagem e reconhecimento das forças armadas da Ucrânia foi aniquilado na zona da localidade de Dniprovske, na região de Kherson, quando procurava atravessar de barco para a margem esquerda do rio Dnieper", assinaliu o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, no seu balanço diário.

No passado dia 14, o Ministério da Defesa da Ucrânia divulgou um vídeo na sua conta na rede social Twitter em que se viam soldados em lanchas anfíbias, sob a etiqueta 'Lindo Dnieper', o que levou alguns meios a afirmar que as tropas ucranianas tinham atravessado o rio e inclusive desembarcado na península de Kinburn, na região de Mykolaiv.

Poucos dias antes, as tropas russas tinham-se retirado de Mykolaiv, em simultâneo com a sua concentração na margem esquerda do rio.

O Dnieper, o quarto maior rio europeu, com mais de 2.200 quilómetros, pode alcançar no sul do Ucrânia entre 10 a 20 quilómetros de largura, o que o torna uma barreira quase insuperável se o inimigo controlar uma das margens.

 

 

 

Lusa

NOTÍCIAS AO MINUTO

UCRÂNIA - O comissário dos direitos humanos do parlamento ucraniano, Dmytro Lubinets, manifestou-se hoje chocado com a "dimensão da tortura" durante a ocupação russa na região de Kherson, que agora se revela.

Numa declaração emitida na televisão, Lubinets disse que as descobertas feitas pelas forças ucranianas após terem retomado parte da região são diferentes das encontradas nas regiões de Kiev ou Kharkov, onde foram descobertas numerosas valas comuns.

"Nunca vi uma tal escala e visitei pessoalmente todos os centros de tortura nas diferentes regiões da Ucrânia. A dimensão é simplesmente terrível", sublinhou.

Segundo Lubinets, as investigações demonstraram que as forças russas torturaram prisioneiros ucranianos com choques elétricos, espancaram-nos com barras de ferro, partiram ossos e, por vezes, executaram-nos.

O Ministro do Interior ucraniano, Denys Monastyrskyi, anunciou hoje que já foram exumados nas áreas recuperadas de Kherson os corpos de 63 pessoas com sinais de tortura.

"É necessário ter em conta que a procura só agora começou", acrescentou o ministro, citado pela agência noticiosa Interfax, sublinhando ser provável que muitos mais locais de tortura e valas sejam encontrados.

Monastyrskyi acentuou que 11 centros de detenção operados pelos russos durante o período em que controlavam a parte de Kherson agora recuperada foram descobertos e que quatro deles mostram vestígios de tortura de prisioneiros, incluindo civis.

A parte ocidental da província de Kherson, a oeste do rio Dnipro, ocupada em março pelas tropas russas, foi recuperada pelas forças ucranianas em 11 de novembro.

 

 

Lusa

Notícias ao Minuto

UCRÂNIA - A Ucrânia persistiu em afirmar, nesta quarta-feira (16), que o míssil que caiu ontem na Polônia, matando duas pessoas, era russo, contrariando as versões de Estados Unidos e Otan, que o atribuem a um disparo da defesa antiaérea ucraniana.

"Não tenho nenhuma dúvida de que não foi um míssil nosso", disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. "Penso que é um míssil russo, com base em nossos relatórios militares", acrescentou.

O míssil provocou a morte de dois homens no pequeno povoado polonês de Przewodow, situado a seis quilômetros da fronteira com a Ucrânia.

Inicialmente, o incidente gerou temores de uma escalada bélica, já que a Polônia é um país-membro da Otan e está amparada pelo compromisso de defesa coletiva da aliança.

Mas, com as primeiras investigações sobre o ocorrido, a tensão diminuiu parcialmente.

"O incidente foi provavelmente causado por um míssil do sistema ucraniano de defesa antiaérea para defender o país dos mísseis russos", disse o secretário-geral de Otan, Jens Stoltenberg.

O presidente polonês, Andrzej Duda, também afirmou que "não há indícios de que se trate de um ataque intencional contra a Polônia" e reiterou que é "bastante provável" que o míssil fosse ucraniano.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também disse em Bali, na Indonésia, onde participa da cúpula do G20, que era "pouco provável" que o míssil procedesse da Rússia.

E a Casa Branca indicou depois que não havia "visto nada que contradissesse" a versão polonesa, embora isso não eximisse a Rússia de "responsabilidade" pelos bombardeios maciços que realiza na Ucrânia.

Mas esses relatórios não convenceram Zelensky, que pediu acesso a "todas as informações" das quais dispõem seus aliados ocidentais na guerra que a Ucrânia trava contra a Rússia desde o fim de fevereiro, quando as tropas de Moscou invadiram seu país.

O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa ucraniano, Oleksiy Danilov, disse que possuía "provas" do envolvimento russo e que estava disposto a entregá-las.

Por sua vez, as autoridades da Hungria, outro país da Otan, consideraram a atitude de Zelensky pouco "responsável".

A Rússia, em contrapartida, louvou a "reação comedida" de Washington.

Contudo, na localidade de Przewodow, os moradores estavam preocupados.

"Tenho medo. Não dormi durante a noite toda", disse Anna Magus, uma professora de 60 anos da escola primária do povoado.

 

- 'Evitar a escalada' -

Depois do incidente, os líderes mundiais pediram que não houvesse conclusões precipitadas.

A China pediu "calma e moderação" e o chefe de governo alemão, Olaf Scholz, advertiu sobre o perigo que supõe chegar a conclusões "apressadas".

É "absolutamente essencial evitar a escalada da guerra na Ucrânia", assinalou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e continua ocupando partes de seu território apesar de uma série de derrotas nos últimos meses, como a retirada na semana passada da cidade de Kherson (sul).

O general americano Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, reconheceu nesta quarta-feira que é pouco provável que Kiev recupere o controle de todos os territórios ocupados pelo exército russo, muitos deles desde 2014, como a península anexada da Crimeia.

Moscou também enfrenta uma onda de sanções do Ocidente, que fizeram com que o país entrasse em recessão econômica, com duas quedas sucessivas de seu PIB, de 4,1% no segundo trimestre e de 4% no terceiro.

 

 

AFP

POLÔNIA - Ao menos duas pessoas morreram na terça-feira (15) em uma explosão na pequena cidade de Przewodow, no leste da Polônia, a oito quilômetros da fronteira com a Ucrânia. A hipótese de um ataque da Rússia contra o país que é membro da Otan, fez aumentar a tensão e a possibilidade de desdobramentos mais graves no conflito que se desenrola no Leste Europeu há mais de oito meses.

A rádio polonesa ZET inicialmente reportou que dois mísseis teriam atingido a cidade, sem dar mais detalhes. Ao jornal britânico The Guardian e à agência Associated Press autoridades da inteligência americana disseram sob condição de anonimato que os artefatos seriam russos —o que, por ora, não é corroborado nem negado pelo Pentágono.

O Ministério de Defesa da Rússia negou envolvimento na ação e definiu esses relatos como uma provocação para escalar as tensões. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, se limitou a dizer que não tinha informações sobre o caso.

Declarações posteriores à explosão deram um indicativo do risco de escalada. A Polônia faz parte da Otan, aliança que tem como princípio a defesa coletiva —ou seja, a garantia de proteção militar a qualquer membro do bloco; na prática, um ataque a um Estado da organização pode ser considerado uma ofensiva contra todos os demais.

Varsóvia tem ainda alguns dos líderes mais vocais contra a ação de Vladimir Putin na Ucrânia. Em junho, o presidente Andrzej Duda chegou a comparar o líder russo ao ditador nazista Adolf Hitler (1889-1945).

Segundo o governo polonês, o país avalia acionar o artigo 4 da Otan, que prevê que membros da aliança faça, consultas internas sempre que, na opinião de qualquer um deles, "a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes estiver ameaçada". O porta-voz Piotr Müller disse também que a Polônia está aumentando a prontidão de algumas unidades militares.

O primeiro-ministro Mateusz Morawiecki disse que convocou uma reunião de emergência com um grupo de segurança nacional e defesa —segundo Müller, devido ao que chamou de "situação de crise".

Entre os líderes que falaram com Duda estão o americano Joe Biden, que reforçou o compromisso dos EUA com a defesa da Otan, e o secretário-geral da coalizão, Jens Stoltenberg. O norueguês disse que manifestou pesar pelas vítimas e afirmou que a entidade monitora o caso de perto, cobrando o esclarecimento de todos os fatos.

Representantes da aliança devem fazer uma reunião de emergência nesta quarta (16) para tratar do assunto. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou que está investigando o caso, e um porta-voz do Departamento de Estado disse que os relatos são "incrivelmente preocupantes".

Mais cedo, o Kremlin promoveu uma série de ataques contra o país vizinho, incluindo na capital Kiev e na cidade de Lviv, próxima à fronteira com a Polônia, deixando milhares de pessoas sem energia.

O ucraniano Volodimir Zelenski classificou a explosão no país vizinho de "escalada significativa do conflito", convocando outros países a agir contra Moscou. "Quanto mais a Rússia sentir impunidade, mais ameaças haverá para qualquer um ao alcance dos mísseis russos. Disparar mísseis contra o território da Otan é um ataque contra a segurança coletiva. Devemos agir."

Líderes de outros países europeus manifestaram solidariedade à Polônia. O vice-primeiro-ministro da Letônia, Artis Pabriks, disse apoiar Varsóvia e subiu o tom contra a Rússia. "O regime criminoso russo disparou mísseis que atingiram não apenas civis ucranianos, mas também o território da Otan na Polônia", escreveu nas redes sociais. "A Letônia apoia totalmente os amigos poloneses e condena este crime."

O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, afirmou que "cada pedaço do território da Otan deve ser defendido". O premiê da República Tcheca, Petr Fiala, expressou preocupação e disse que, se a Polônia confirmar que foi atingida por mísseis russos, o episódio evidenciará uma escalada militar iniciada por Moscou. "Apoiamos firmemente nosso aliado". A Hungria convocou reunião de seu Conselho de Defesa após as explosões.

Autoridades de Alemanha, Bélgica e França também manifestaram solidariedade às vítimas e apoio à Polônia.

A episódio se deu horas depois do primeiro dia de reuniões de líderes mundiais na cúpula do G20, o grupo das economias mais desenvolvidas do mundo, na Indonésia. Convidado para discursar no evento em videoconferência, Zelenski afirmou em sua fala que esse era o momento para acabar com a "guerra destrutiva" iniciada pela Rússia.

Em resposta, o Kremlin declarou, por meio de porta-voz, que as declarações do líder ucraniano demonstram que o país não está interessado em estabelecer negociações de paz com Moscou.

Na véspera, Zelenski se juntara às comemorações pela retomada da cidade de Kherson após oito meses de ocupação russa. O local havia sido tomado pelo Exército inimigo ainda no início da guerra, e é capital de uma das quatro regiões recentemente anexadas por Putin por meio de referendos considerados ilegais pelo Ocidente.

A retirada das tropas russas da região é considerada uma das mais simbólicas derrotas de Moscou em seus quase nove meses de campanha militar contra o vizinho.

 

 

FOLHA de S.PAULO

UCRÂNIA - Os habitantes da recém-libertada cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, mostravam sinais de alívio no domingo (13), enquanto tentavam voltar a uma certa normalidade sob as autoridades de Kiev, após meses de ocupação russa.

Os moradores denunciaram que as forças russas, que concluíram sua retirada na sexta-feira após oito meses de presença, semearam desolação.

Longas filas se formavam em frente aos postos de distribuição de alimentos e de ajuda emergencial. E, nas ruas, crianças e adultos caminhavam envoltos na bandeira azul e amarela da Ucrânia.

Alguns se reuniram na praça principal para poderem se comunicar com seus familiares por meio de um ponto do serviço de Internet via satélite Starlink, de propriedade de Elon Musk, dono da Tesla e do Twitter.

Os russos "levaram tudo. Saquearam as lojas", disse a vendedora Viktoria Dybovska, de 30 anos.

"Cortaram (a eletricidade) há três ou quatro dias, quando estavam começando a ir embora. Sumiram em uma noite", acrescenta Antonina Vysochenko, de 29.

Oleksandr Todorchuk, fundador do UAnimals, um movimento de defesa dos animais, afirma que as tropas russas levaram animais do zoológico.

“Levaram a maioria dos animais do zoológico da Crimeia (território ucraniano anexado por Moscou em 2014)”, relatou no Facebook.

Após os múltiplos reveses militares do exército russo desde o verão (inverno no Brasil), a retirada de Kherson é uma humilhação para o Kremlin, especialmente quando a região desta grande cidade é uma das quatro anexadas pela Rússia.

 

- 'Eufóricos' -

Este é o terceiro grande revés para as forças russas desde o início de sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, depois que eles tiveram de renunciar a Kiev em março e foram praticamente expulsos da região de Kharkov (nordeste) em setembro.

"Estamos todos eufóricos", disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, na noite de sábado, acrescentando que a região está muito destruída.

"Antes de fugir de Kherson, os ocupantes destruíram toda infraestrutura crítica", incluindo comunicações, abastecimento de água, calefação e eletricidade, detalhou.

Mais de 2.000 explosivos foram removidos após o recuo russo, acrescentou o presidente. Segundo ele, as Forças Armadas ucranianas recuperaram o controle de cerca de 60 localidades na região de Kherson.

No sábado, em Pravdyne, um dos povoados libertados, os habitantes que voltavam para casa se abraçavam, às lágrimas.

"Nos demos conta de que os russos tinham ido embora, porque nossos soldados estavam passando de carro. Chorei de felicidade, que a Ucrânia finalmente foi libertada", afirmou Svetlana Galak, uma mãe de 43 anos que perdeu sua filha de 15 anos em um bombardeio em sua localidade.

 

- Ordem de retirada -

Em Kherson, a primeira grande cidade a cair após o início da ofensiva russa, os programas nacionais de televisão voltaram. E o fornecedor de energia da região anunciou que trabalha para restabelecer o fornecimento de eletricidade.

Cerca de 200 policiais foram enviados à cidade para isolar áreas e documentar "os crimes dos ocupantes russos", declarou o chefe da polícia nacional, Igor Klymenko.

Ele também alertou os moradores para a presença de artefatos explosivos, plantados pelas forças russas, e pediu que se desloquem "com cautela".

Na noite de sábado, autoridades locais pró-Rússia emitiram uma ordem de evacuação de seus trabalhadores no distrito de Kakhovka, na margem leste do rio Dnieper, para a região russa de Krasnodar, perto da Crimeia.

O Estado-Maior do Exército ucraniano informou, por sua vez, que as forças russas estão, no momento, "consolidando a fortificação" das linhas defensivas na margem leste do Dnieper.

 

 

AFP

RÚSSIA - O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acusou os Estados Unidos, no domingo (13), de querer militarizar a região da Ásia-Pacífico para conter a China.

A declaração foi dada às vésperas de uma reunião crucial entre o presidente americano, Joe Biden, e seu homólogo chinês, Xi Jinping.

"Os Estados Unidos e seus aliados, assim como a Otan, estão tentando conquistar a Ásia-Pacífico", disse o chanceler russo a jornalistas, em Phnom Penh, no Camboja, onde participou da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

"Estão planejando uma militarização desta região claramente para conter a China e limitar os interesses russos na região", insistiu.

O Sudeste Asiático é palco de uma crescente rivalidade entre os Estados Unidos e a China, que se enfrentam em uma luta por influência econômica e de segurança.

Biden e Xi devem se reunir na segunda-feira durante a cúpula do G20, em Bali (Indonésia), em um contexto marcado por suas divergências sobre a crise dos mísseis norte-coreanos e o "status" de Taiwan.

Pequim também considera que a aliança Quad, grupo de segurança que inclui Austrália, Estados Unidos, Japão e Índia, é uma tentativa de isolá-la na Ásia.

Lavrov deu essas declarações no aeroporto de Phnom Penh antes de voar para a ilha de Bali, onde representará o presidente russo, Vladimir Putin, na cúpula do G20 na terça e na quarta-feiras.

 

 

AFP

UCRÂNIA - A Ucrânia diz ter recapturado das tropas russas mais de 40 cidades e vilarejos no sul do país. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, anunciou que 41 assentamentos foram "libertados" dos ocupantes russos.

A Rússia, enquanto isso, diz ter concluído na sexta-feira (11/11) a retirada de suas tropas da cidade de Kherson, no sul da Ucrânia.

"O número de bandeiras ucranianas retornando ao seu devido lugar como parte das operações de defesa em andamento já está na casa das dezenas", disse Zelenski. Ele falou de "boas notícias do sul".

Em Kherson, unidades russas recuaram "para posições preparadas na margem esquerda do rio Dnipro", segundo o Ministério da Defesa russo.

O exército russo anunciou ter completado sua retirada do norte daquela região ucraniana, afirmando que "a transferência de soldados russos para a margem esquerda ou leste do rio Dnipro terminou", disse o Ministério da Defesa russo em comunicado. "Nenhuma peça de equipamento militar e armas" foi deixada para trás do outro lado do rio, acrescentou.

No entanto, Moscou continua a considerar a região ucraniana de Kherson como território russo, mesmo após a retirada de suas tropas. "A região de Kherson continuará a fazer parte da Federação Russa", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência de notícias Interfax. "Esse status é determinado e consolidado por lei. Não há mudanças aqui e não pode haver nenhuma", disse Peskov.

Na quarta-feira, o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, tinha ordenado a retirada da estrategicamente importante cidade de Kherson e de partes da região de mesmo nome.

 

Desconfiança

Zelenski reagiu com desconfiança ao anúncio. "O inimigo não nos dá presentes, não faz 'gestos de boa vontade'", alertou, ressaltando que o exército ucraniano procede "com muito cuidado, sem emoções, sem riscos desnecessários". Ele reiterou a meta da Ucrânia de "libertar todo o nosso país e manter o número de baixas o mais baixo possível".

A região de Kherson tem sido alvo há semanas de uma abrangente contraofensiva ucraniana.

Para Moscou, a região é de grande importância estratégica para poder continuar a ofensiva em direção a Mykolaiv e ao porto de Odessa, no Mar Negro. Além disso, Kherson abriga a represa Kakhovka, que fornece água para a península da Crimeia, anexada pela Rússia.

Se Kherson ficar novamente sob controle ucraniano, as tropas ucranianas poderão usar artilharia de longo alcance para atingir a Crimeia diretamente de lá.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, já falou de uma possível "vitória adicional" para a Ucrânia. "Temos que esperar e ver como a situação no terreno se desenvolverá nos próximos dias. No entanto, está claro que a Rússia está sob alta pressão, e uma retirada de Kherson seria outra vitória para a Ucrânia", disse ele na quinta-feira.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viu o anúncio da retirada de Moscou como prova de que os militares russos têm "problemas reais" na guerra na Ucrânia.

 

Mais ajuda dos EUA

Enquanto isso, a Coreia do Sul negou nesta sexta-feira uma reportagem do diário americano The Wall Street Journal que o país queira fornecer projéteis de artilharia para a Ucrânia através dos Estados Unidos. "Quando as negociações estiverem concluídas, a munição será usada apenas pelas forças dos EUA", disse o Ministério da Defesa em Seul.

A "política sul-coreana de não fornecer armas letais à Ucrânia permanece inalterada", frisou a pasta.

O Wall Street Journal informou na quinta-feira que os Estados Unidos queriam comprar munição da Coreia do Sul, que seria então entregue à Ucrânia. O acordo está em fase de conclusão. O jornal citou "funcionários dos EUA encarregados do assunto".

Enquanto isso, os Estados Unidos prometeram à Ucrânia uma nova ajuda militar totalizando 400 milhões de dólares (R$ 2,1 bilhões). Com a nova remessa, Washington está entregando a Kiev pela primeira vez o sistema de defesa aérea Avenger, conforme anunciado na quinta-feira. De acordo com o Departamento de Defesa dos EUA, quatro sistemas Avenger e correspondentes mísseis Stinger devem ser entregues.

Os EUA também estão fornecendo aos ucranianos mísseis para os sistemas de defesa aérea do tipo Hawk, que a Espanha prometera à Ucrânia, munição para lançadores de foguetes Himar, munição de artilharia, lançadores de granadas e mais de 20 milhões de cartuchos de munição para armas pequenas.

A Lituânia, que faz fronteira com a Rússia, diz que planeja comprar oito lançadores de foguetes múltiplos Himars dos Estados Unidos.

 

 

md/ek (AFP, AP, Reuters)

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