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EUA - Washington afirma que haverá consequências se Pequim ajudar Moscou a contornar sanções internacionais impostas devido à guerra contra a Ucrânia. Rússia teria pedido ajuda militar e econômica à China nos últimos dias.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertou que haverá consequências caso a China ajude a Rússia a contornar sanções internacionais impostas devido à guerra contra a Ucrânia.

Segundo uma fonte do governo americano citada pela mídia dos Estados Unidos sob condição de anonimato, a Rússia teria pedido apoio à China nos últimos dias, incluindo assistência militar na forma de equipamentos bélicos e ajuda econômica. A fonte governamental dos EUA não forneceu detalhes sobre o pedido de ajuda, que foi noticiado primeiramente pelos jornais Financial Times e The Washington Post.

O Ministério do Exterior chinês negou a notícia, afirmando que Washington está disseminando "desinformação" contra a China de forma maliciosa.

Sullivan tem encontro agendado para esta segunda-feira (14/02), em Roma, com Yang Jiechi, assessor de política externa do governo chinês.

"Não vou sentar-me aqui publicamente e brandir ameaças", disse Sullivan em entrevista à CNN na véspera do encontro. "Mas estamos comunicando direta e privadamente a Pequim que haverá absolutamente consequências" se a China ajudar a Rússia a contornar suas perdas com as sanções.

A invasão da Ucrânia pela Rússia deixou a China numa posição delicada em relação a dois de seus principais parceiros comerciais: os EUA e a União Europeia. Pequim precisa de acesso a esses mercados e, no entanto, demonstrou apoio a Moscou, com quem afirmou ter uma amizade "sem limites". Em sua conversa com Yang Jiechi, Sullivan deverá justamente buscar limites para o que Pequim fará por Moscou.

Ao alegar que os EUA estão espalhando desinformação contra a China, o porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Zhao Lijian, afirmou que todas as partes deveriam contribuir para reduzir as tensões relativas à Ucrânia. "Deveríamos promover acordos diplomáticos em vez de escalar mais a situação", disse.

 

Suposta desinformação sobre armas químicas

A possibilidade de a China oferecer ajuda financeira à Rússia é uma das várias preocupações do presidente americano, Joe Biden. Washington também acusa Pequim de espalhar desinformação russa que poderia servir de pretexto para forças de Putin atacarem a Ucrânia com armas químicas ou biológicas.

O governo Biden diz que Pequim está espalhando falsas alegações russas de que a Ucrânia opera laboratórios de armas químicas e biológicas com apoio dos EUA.

Quando a Rússia começa a acusar outros países de se prepararem para o lançar ataques biológicos ou químicos, "é um sinal de que eles podem estar à beira de fazer isso eles mesmos'', disse Sullivan à emissora NBC.

A comunidade internacional concluiu que a Rússia utilizou armas químicas em tentativas de assassinar opositores de Putin, como Alexei Navalny e o ex-espião Serguei Skripal. A Rússia também apoia o governo de Bashar al-Assad na Síria, que usou armas químicas contra a população na guerra civil que assola o país há mais de uma década.

RÚSSIA - O banco central da Rússia disse neste sábado que decidiu não reabrir as operações do mercado de ações na Bolsa de Moscou de 14 a 18 de março, com exceção de algumas transações que não são de mercado aberto e transações usando o sistema de pagamento SPFI.

UCRÂNIA - As forças russas lançaram vários ataques aéreos contra um centro de treinamento militar nos arredores da cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, perto da fronteira com a Polônia. De acordo com as autoridades locais, nove pessoas morreram no bombardeio deste domingo (13).

"Infelizmente, 57 pessoas ficaram feridas e hospitalizadas, nove heróis morreram", disse o governador militar da região de Lviv, Maxim Kozitsky no Telegram.

Segundo Kozitsky, a Rússia "lançou um ataque aéreo ao Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança", a cerca de 40 quilômetros a noroeste de Lviv. O governador militar indicou que oito mísseis foram lançados.

Muitos ucranianos fugiram para a relativa segurança de Lviv desde que a invasão russa de seu país começou em fevereiro. A uma curta distância da Polônia, a cidade também é um centro de trânsito para quem sai da Ucrânia.

Por outro lado, o prefeito de Ivano-Frankvisk, no oeste da Ucrânia, indicou que o aeroporto da cidade foi alvo de um ataque.

MARIUPOL - Uma mesquita que abriga 80 civis, incluindo turcos, foi bombardeada em Mariupol, um porto no sudeste da Ucrânia onde milhares de pessoas estão cercadas há dias, disse o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia neste sábado (12).

"Mais de 80 adultos e crianças estão se refugiando na mesquita, incluindo cidadãos turcos", disse o ministério no Twitter sem especificar quando ocorreu o bombardeio.

A cidade estratégica para os russos foi bombardeada durante dias e sofre um cerco devastador. Os habitantes, entrincheirados em porões, estão isolados, sem água, gás ou eletricidade e até brigam para conseguir comida. É uma situação "quase desesperadora", alertou os Médicos Sem Fronteiras (MSF) na última sexta-feira.

"Mariupol é agora a pior catástrofe humanitária do planeta", com "1.582 civis mortos em 12 dias", disse o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba.

Um hospital infantil e uma maternidade foram atacados na quarta-feira, matando três pessoas e ferindo muitas outras, provocando protestos internacionais.

Nesse contexto, uma nova tentativa de corredor humanitário está planejada para permitir que os civis deixem a cidade em direção a Zaporizhia, cerca de 200 km a noroeste, segundo a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk.

Há dias, os ucranianos afirmam que o exército russo está bombardeando a rota de retirada. Como nos dias anteriores, os corredores humanitários ao redor de Kiev também deveriam ser reabertos, para retirar a população das cidades a noroeste da capital ucraniana.

"Espero que o dia corra bem, que as rotas planejadas sejam abertas e que a Rússia respeite suas obrigações em relação ao cessar-fogo", disse Vereshchuk, em um vídeo divulgado pela presidência ucraniana.

Enquanto o exército russo continua avançando e se posicionando em torno de Kiev, os ataques atingiram a cidade de Vasylkiv, cerca de 40 km ao sul da capital, na manhã deste sábado.

Oito foguetes russos atingiram o aeroporto local por volta das 7h (horário de Brasília), que foi "completamente destruído", disse a prefeita Natalia Balassinovich em sua conta no Facebook. Um depósito de petróleo também foi atingido e pegou fogo, acrescentou.

 

Mykolaiv

A cidade portuária de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, perto de Odessa, também foi bombardeada. O taque ocorreu na noite da última sexta-feira (12), e o fogo atingiu um centro de tratamento de câncer e um hospital oftalmológico, informou um jornalista da AFP.

As janelas do centro de tratamento recém-reformado, onde os pacientes recebem quimioterapia, foram quebradas. Os impactos dos projéteis podiam ser vistos nas portas.

No momento do ataque, não havia pacientes ou cuidadores no centro de câncer. Mas o hospital oftalmológico tinha um número desconhecido de pacientes.

"Passamos a noite inteira no porão, tudo estava tremendo, os pacientes estavam apavorados", disse sua diretora Kasimira Rilkova. Os moradores do bairro de Ingulski não têm aquecimento e muitos agora estão sendo forçados a deixar a região.

 

 

por AFP

WASHINGTON - Nos últimos dias, o governo dos Estados Unidos tem indicado uma possível mudança de tom em relação ao Brasil, com elogios pontuais à posição da diplomacia do país em meio à guerra na Ucrânia.

As falas contrastam com uma série de críticas públicas, carregadas de palavras duras, pela visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia, dias antes de a invasão começar.

No domingo (6), Brian Nichols, secretário-assistente para o Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado, elogiou no Twitter a atuação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU. "Cada voto para responsabilizar o Kremlin por essas ações horríveis importa. Os EUA estão orgulhosos de ficar ao lado do Brasil para defender os direitos humanos de todos na Ucrânia", escreveu.

As posições no Conselho de Segurança também foram bem recebidas, segundo um funcionário do Departamento de Estado ouvido pela reportagem. Sob condição de anonimato, ele ressaltou que, apesar das críticas públicas dos EUA à viagem de Bolsonaro, os dois países continuam a trabalhar juntos em vários níveis de governo para tentar ajudar a resolver a crise na Ucrânia.

Na semana passada, o Brasil votou a favor de duas resoluções no colegiado: uma condenando a invasão --o texto foi barrado pela Rússia, que tem poder de veto-- e outra que fez com que o tema fosse levado à Assembleia-Geral. Nela, uma moção de condenação às ações da Rússia foi aprovada no dia 2 de março, também com voto do Brasil.

Em entrevista ao podcast da revista America's Quartely no último dia 3, Juan Gonzalez, diretor para o Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional, buscou mostrar que compreende as dificuldades do governo brasileiro.

"Você tem uma zona de paz e segurança no Atlântico Sul, uma área que o Brasil e sua política externa buscam tornar um lugar de neutralidade, porque eles não querem virar peças de xadrez em uma, digamos, Guerra Fria. E a neutralidade é boa até que um país invade outro. Nesse ponto você tem que escolher um lado, e eu penso, sem especificar nenhum país, que a articulação da neutralidade é uma racionalização por não querer tomar uma posição", disse.

Apesar dos votos anti-Moscou da diplomacia brasileira na ONU, Bolsonaro tem falado em manter equilíbrio no conflito, temendo abalos que a guerra pode ter na economia, como no fornecimento de fertilizantes agrícolas --23% dos insumos consumidos no Brasil em 2021 vieram da Rússia. "Para nós, a questão do fertilizante é sagrada", afirmou o brasileiro. Desde que a invasão da Ucrânia começou, o presidente fez inclusive acenos públicos a Vladimir Putin.

Na entrevista, Gonzalez também falou de meio ambiente, um dos pontos recentes de tensão entre EUA e Brasil. Afirmou que o país é um líder global e regional nas questões climáticas e que o combate ao desmatamento seguirá sendo uma questão difícil, mesmo que Bolsonaro deixe o poder.

"O PT [de Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas] não era pró-clima até isso se tornar uma questão global. Mesmo em um governo do PT, isso será muito difícil, porque há atores políticos muito fortes nessa área, muitos negócios poderosos ao redor. Não vou subestimar os desafios políticos que qualquer governo do Brasil terá na Amazônia", ponderou.

Esse tom mais ameno na diplomacia com Brasília se dá ao mesmo tempo em que os EUA buscam se reaproximar da Venezuela. Uma rara rodada de negociações foi realizada no fim de semana, seguida de especulações de que isso poderia abrir caminho para atenuar sanções e liberar a compra de petróleo venezuelano por Washington.

Dois americanos presos foram soltos nos últimos dias, após a visita da delegação de Joe Biden ao ditador Nicolás Maduro.

À reportagem o Departamento de Estado não comentou possíveis relações entre os dois movimentos. "A parceria estratégica de longo prazo é importante para as duas nações e para as duas regiões, baseada em um compromisso compartilhado com os valores democráticos. Continuaremos a trabalhar com o Brasil para enfrentar os desafios globais, incluindo ameaças à paz e à segurança globais", disse, em nota, um porta-voz do órgão.

Em fevereiro, o governo americano fez críticas públicas a Bolsonaro pelo fato de ele ter visitado a Rússia em meio à tensão entre Moscou e Kiev, que mais tarde desembocaria na guerra. Em 16 de fevereiro, o brasileiro esteve com Putin e se disse "solidário à Rússia" --sem especificar a que aspecto manifestava sua solidariedade.

No dia seguinte, o Departamento de Estado fez críticas. "O momento em que o presidente do Brasil expressou solidariedade com a Rússia, justo quando as forças russas estão se preparando para lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ser pior", disse um porta-voz da pasta, em nota a jornalistas. "Isso mina a diplomacia internacional direcionada a evitar um desastre estratégico e humanitário."

Logo depois foi a vez de a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, falar. "Eu diria que a vasta maioria da comunidade global está unida em sua visão de que outro país tomando parte de sua terra, aterrorizando seu povo, é certamente algo não alinhado aos valores globais. Então, penso que o Brasil pode estar do outro lado em que a maioria da comunidade global está."

 

 

RAFAEL BALAGO / FOLHA

EUA - A Western Union anunciou na quinta-feira, 10, que está suspendendo seus serviços na Rússia e em Belarus depois de avaliar fatores internos e externos em meio à invasão da Ucrânia.

A empresa de transferência de dinheiro e pagamentos condenou o que chama de "invasão não provocada e injustificada" e disse que se envolveu em "amplo diálogo" com várias partes interessadas antes de tomar a decisão.A empresa disse que as considerações incluíam os efeitos sobre seus funcionários, parceiros e clientes, mas que, em última análise, tomou a decisão à luz do impacto contínuo do ataque prolongado da Rússia à Ucrânia.

As sanções recentemente impostas à Rússia e Belarus não são mencionadas na declaração da Western Union. Mas a empresa disse em seu relatório anual de 2021, apresentado em fevereiro, que as sanções governamentais relacionadas à Rússia e à Ucrânia estavam afetando sua capacidade de oferecer serviços na região e que mais instabilidade ou tensão na região poderiam fazer com que ela mudasse seu modelo operacional.

A Western Union também disse na quinta-feira que suas equipes estão trabalhando para apoiar seus clientes ucranianos nas últimas semanas, especialmente aqueles que foram deslocados. A empresa disse que essas medidas incluem fazer doações para apoiar os esforços de ajuda humanitária e isentar as taxas por serviços de transferência de dinheiro. A Western Union teve forte crescimento de receita no serviço de transferência de consumidor para consumidor na Rússia em 2021, de acordo com seu relatório anual. A empresa não divulgou os números de receita da Rússia, mas disse que a receita em seus negócios de transferência de consumidor para consumidor na Europa e na Rússia totalizou cerca de US$ 1,3 bilhão em 2021, um aumento de 3% em relação a 2020.

Algumas outras empresas internacionais de transferência de dinheiro, incluindo Remitly Global, Wise e WorldRemit, disseram na semana passada que suspenderam o serviço para a Rússia. As maiores redes de cartões de crédito dos EUA, Visa e Mastercard, não estão mais lidando com transações para instituições financeiras sujeitas às sanções da Rússia.

 

 

ESTADÃO CONTEUDO

 

JAPÃO - Nintendo e PlayStation anunciaram nesta quinta-feira (10) a suspensão dos envios de produtos para a Rússia, no momento em que grandes marcas internacionais suspendem as operações no país devido à invasão da Ucrânia.

A Sony, proprietária do PlayStation, anunciou em um comunicado que sua unidade de jogos se une à comunidade global pedindo paz na Ucrânia".

"Suspendemos todas as remessas de software e hardware, o lançamento do Gran Turismo 7 e as operações da PlayStation Store na Rússia", acrescentou.

A gigante de tecnologia japonesa também anunciou que doará dois milhões de dólares à agência de refugiados da ONU e à organização Save the Children "para apoiar as vítimas desta tragédia".

Um porta-voz da Nintendo disse à AFP que a empresa com sede em Kyoto, proprietária do popular console Switch, suspendeu o envio de todos os seus produtos para a Rússia "por enquanto", sem revelar detalhes sobre o início da aplicação da medida.

"Há duas razões. Uma é que nossa loja eletrônica (na Rússia) está em manutenção desde 4 de março porque o provedor de pagamento suspendeu as transações em rublos. Outra é a interrupção logística", disse o porta-voz.

Um número crescente de empresas multinacionais, como McDonald's, Adidas e Samsung, suspenderam total ou parcialmente os negócios na Rússia após a invasão do país vizinho em 24 de fevereiro.

Alguns citaram interrupções na cadeia de suprimentos e outros o vincularam à decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de enviar tropas para a Ucrânia.

 

 

AFP

UCRÂNIA - Os Estados Unidos alertaram na quarta-feira (9) que a Rússia pode estar planejando o uso de armas químicas ou biológicas na Ucrânia, sob o pretexto de responder a uma suposta ameaça no país que, segundo asseguraram, é "falsa".

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, fez essa advertência em resposta às acusações russas de que os Estados Unidos estão financiando um suposto programa biológico-militar na Ucrânia.

"Agora que a Rússia fez essas acusações falsas e a China parece ter endossado tal propaganda, todos devemos estar atentos à possibilidade de a Rússia usar armas químicas ou biológicas na Ucrânia", escreveu Psaki em sua conta oficial no Twitter.

Moscou também poderia usar essas armas como parte de uma "operação de bandeira falsa", acrescentou Psaki, referindo-se a uma tática de guerra na qual uma parte de um conflito comete um ato e faz parecer que a outra parte é a responsável.

A porta-voz da Casa Branca reagiu assim às afirmações do governo russo de que teria descoberto na Ucrânia evidências de uma "eliminação de emergência" de vestígios de um suposto programa biológico-militar.

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, assegurou que os funcionários desses laboratórios biológicos teriam relatado a destruição no último dia 24 de fevereiro de patógenos particularmente perigosos, como peste, antraz, tularemia, cólera e outras doenças mortais.

A ONU disse nesta quarta-feira que não tem registro da existência de programas ilegais de armas químicas e biológicas na Ucrânia, enquanto Psaki chamou essas acusações de "falsas" e "ridículas". "Este é o tipo de operação de desinformação que vimos repetidamente que a Rússia vem usando há anos na Ucrânia e em outros países, que foram desacreditadas, e um exemplo do tipo de falsos pretextos que alertamos que os russos usariam", escreveu Psaki Twitter.

A porta-voz do presidente Joe Biden afirmou também que os EUA "não desenvolvem ou possuem" armas químicas ou biológicas "em lugar nenhum" e que "é a Rússia que tem um longo histórico de uso" desse tipo de arma proibida por convenções internacionais. "Tudo isso é uma tentativa óbvia da Rússia de tentar justificar seu ataque premeditado, não provocado e injustificado à Ucrânia", enfatizou.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, também chamou as acusações russas de "mentiras" em um comunicado, no qual garantiu que não é a primeira vez que Moscou "acusa o Ocidente dos mesmos crimes que a própria Rússia está cometendo". "Nossa expectativa é que a Rússia continue a insistir nesses tipos de alegações com acusações mais infundadas", disse Price, frisando que os Estados Unidos "não possuem ou operam nenhum laboratório químico ou biológico na Ucrânia".

 

 

 

por Agência EFE

EUA - Três gigantes do ramo alimentício dos Estados Unidos anunciaram na terça-feira (8) a suspensão das operações na Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia. Coca-Cola, McDonald’s e Starbucks interromperam suas operações no país por tempo indeterminado.

A primeira empresa a anunciar a suspensão foi o McDonald’s. A companhia fechou os 850 restaurantes que possui no país, mas se comprometeu a manter os salários dos 62 mil colaboradores russos da rede de fast-food na Rússia.

"A situação é extraordinariamente difícil para uma marca mundial como a nossa e há muitas considerações a fazer", enfatizou o diretor-geral do McDonald’s, Chirs Kempczinski, em mensagem.

Segundo a agência AFP, 80% dos restaurantes do McDonald’s na Rússia são gerenciados diretamente pela empresa, representando um volume de 9% dos negócios do grupo, além de 3% do lucro operacional.

Horas depois, foi a vez da rede de cafés Starbucks anunciar a interrupção das operações na Rússia. Segundo o CEO da empresa, Kevin Johnson, todos os franqueados da companhia no país concordaram em suspender as atividades comerciais e se comprometeram a apoiar os cerca de 2.000 colaboradores do grupo no país.

“Continuamos acompanhando os trágicos eventos e hoje decidimos suspender todas as atividades comerciais na Rússia, incluindo o envio de todos os produtos da Starbucks”, disse Johnson em comunicado à imprensa.

A empresa, que reiterou sua condenação "aos horríveis ataques da Rússia na Ucrânia", adiantou que, à medida que a situação evoluir, continuará tomando medidas que estejam alinhadas com seus "valores", informou a agência EFE.

No fim da tarde, a Coca-Cola divulgou à imprensa que também suspenderá as operações na Rússia, seguindo os passos do McDonald’s e da Starbucks.

“Continuaremos monitorando e avaliando a situação à medida que ela evolui”, comunicou a Coca-Cola por meio de nota. Entretanto, a empresa não deu maiores detalhes sobre quais serão as atividades exatas interrompidas na Rússia.

A PepsiCo, grupo detentor de marcas como Pepsi e Ruffles, também está sob pressão com as operações ainda vigentes na Rússia. Segundo o Wall Street Journal, a empresa procura alternativas para se posicionar em resposta ao público ocidental da companhia.

 

 

Lucas Ferreira, do R7, com informações da AFP e Reuters

UCRÂNIA - O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pelas sanções adicionais tomadas contra a Rússia na terça-feira (8). Segundo Zelenski, as medidas "enfraquecerão significativamente os russos".

As novas medidas incluem a proibição de importações de petróleo, derivados de petróleo, gás e carvão da Rússia. Os cidadãos também estão agora proibidos de investir no setor de combustível e energia da Rússia.

"A proibição das importações de petróleo para os Estados Unidos enfraquecerá o estado terrorista economicamente, politicamente e ideologicamente, porque se trata de liberdade, sobre o futuro, sobre para onde o mundo se moverá", disse Zelenski.

As forças russas continuam a se posicionar em torno de grandes cidades e bombardeá-las em alguns casos, de acordo com líderes ucranianos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou uma invasão da Ucrânia alegando querer proteger a população de língua russa das regiões separatistas do leste, em guerra contra Kiev desde 2014.

O presidente russo exige a desmilitarização da Ucrânia, um status neutro para o país (agora voltado para o Ocidente) e garante que nunca fará parte da OTAN.

O último balanço das Nações Unidas coloca o número de civis mortos pela invasão em 406, embora esse número seja certamente muito menor do que o real.

O Pentágono estimou que "2.000 a 4.000 soldados russos" foram mortos desde o início da ofensiva, uma estimativa aproximada que deve ser tomada com cautela, pois foi extraída de várias fontes, segundo autoridades de inteligência dos EUA.

Na tentativa de pressionar Moscou a terminar a guerra na Ucrânia, os EUA anunciaram a proibição de importação de petróleo russo. O presidente Joe Biden, que enfrenta críticas desde o início dos confrontos, pode ver a popularidade cair ainda mais, já que a medida vai aumentar o valor da gasolina no país.

O Reino Unido também anunciou que reduzirá gradualmente as importações de petróleo procedente da Rússia e deixará de importá-lo desse país até o final deste ano, anunciou na terça-feira (8) o ministro de Empresas, Energia e Estratégia Industrial britânico, Kwasi Kwarteng.

O período de transição dará ao mercado britânico nove meses para se ajustar às mudanças e garantir novas rotas de abastecimento até que o petróleo bruto e os produtos petrolíferos da Rússia, que representam 8% da demanda britânica, sejam vetados.

Evacuação de civis

Milhares de civis fugiram na terça-feira de áreas sitiadas pelas forças russas. Dois comboios de dezenas de ônibus deixaram Sumy, cerca de 350 quilômetros a nordeste de Kiev, na terça-feira, em uma nova tentativa de criar corredores humanitários após os bombardeios do dia anterior, que deixaram pelo menos 21 mortos naquela cidade de 250 mil habitantes, informou o procurador regional escritório.

Cessar fogo temporário

O Exército russo anunciou que nesta quarta-feira (9) haverá um novo cessar-fogo temporário na Ucrânia. A medida visa garantir a saída de civis ucranianos e será imposta a partir das 9h (horário local, 4h no horário de Brasília). Nesta terça, já há uma pausa nos confrontos para que as pessoas possam deixar o país com segurança.

"A Rússia anuncia um cessar-fogo a partir de 9 de março, às 9h, para que se criem corredores humanitários", diz o comunicado divulgado pelo governo russo.

As tréguas humanitárias vêm sendo motivo de polêmica na guerra entre Rússia e Ucrânia. No último sábado (5), os russos acusaram tropas nacionalistas ucranianas de impedir a evacuação da população civil de Mariupol e Volnovakha, no sudeste da Ucrânia, e garantiram que, das 215 mil pessoas das duas cidades cuja saída teria sido permitida, nenhuma chegou aos corredores humanitários abertos.

Segundo a Tass, agência de notícias oficial russa, o chefe do Centro Nacional para o Controle de Defesa da Rússia, Mikhail Mizintsev, declarou que Moscou respeitou "todas as condições da parte ucraniana, tanto em termos de horas como em termos de rotas e segurança".

 

 

Do R7

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