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RIO DE JANEIRO/RJ - A apresentadora e esposa de Luciano Huck, Angélica surpreendeu os seguidores nesta segunda-feira (28) ao revelar que sofreu um abuso sexual, quando ainda era menor de idade. Pela primeira a ex-apresentadora infantil, comentou o assunto e ainda incentivou vítimas a não se calarem diante das mesmas situações.

Durante uma entrevista com a advogada Luciana Temer para o site Mina Bem-Estar, onde o tema foi A Exploração e o Abuso Sexual contra Crianças e Adolescentes, Angélica explicou que a situação ocorreu na época em que ela lançou o famoso hit Vou de Táxi.

“Eu estava fazendo foto, estava lançando o ‘Vou de Táxi’, devia ter uns 15, 16 anos. Eu estava em Paris, fazendo foto, porque a música ‘Vou de Táxi’, é uma versão de uma música francesa. E estava na rua com 15 anos fazendo foto, os franceses perguntavam ‘quem é?’, ai falavam ‘ah é apresentadora brasileira’. ‘Ah é brasileira…’ eles falavam”, iniciou ela.

“Era um grupo de jovens, de homens, meninos. O fotografo falou ‘fica aqui do lado dela pra fazer foto’. E aí vieram aqueles meninos todos e quando o fotógrafo falou que era uma brasileira, cantora do Brasil, eles foram chegando perto de mim e se esfregando em mim”, revelou a apresentadora.

Angélica contou ainda que ficou sem reação: “Um dos meninos ficou passando a mão na minha bunda. Passando a mão em mim inteira. Eu estava atrás de um táxi, ninguém estava vendo e eu não fiz nada”.

Angélica ainda disse que estar em outro país deixou as coisas mais complicadas “Eu estava num país que não era o meu, eles conversavam numa língua que não era a minha. É um assunto que ninguém fala… Eu estava sendo ali violentado por dois, três meninos, ninguém viu, eu sabia e eu não tive reação nenhuma, não fiz nada”, contou.

Pesquisa do IBGE apontou que 14,6% deste público já foram tocados, manipulados, beijados ou passaram por situações de violência sexual

 

BRASÍLIA/DF - A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada na última semana, mostrou que um em cada sete adolescentes brasileiros em idade escolar (14,6%) - até os 17 anos - já sofreu algum tipo de abuso sexual ao longo da vida. Além disso, cerca de 9% das meninas já foram obrigadas a manter relação sexual contra a vontade. O levantamento reuniu informações de 188 mil estudantes de todo o país.

Para enfrentar esta situação, o Governo Federal, por meio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), executa uma série de ações que vão desde a denúncia até a capacitação de profissionais nas áreas de saúde, educação e assistência social.

“Outros números mostram que em cerca de 80% dos casos, os agressores, abusadores, estão dentro de casa. O contexto da pandemia agravou ainda mais essa situação e pode ter prejudicado a identificação e denúncias desses casos”, avaliou o secretário Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente, Maurício Cunha.

O primeiro passo tem sido reforçar os canais de denúncia como o Disque 100 e o ligue 180. “O Governo Federal passou a priorizar este tipo de ferramenta. Por exemplo, realizamos mudanças no protocolo da central de atendimento, que fez diminuir o tempo de espera dos denunciantes de 50 minutos para menos de um minuto”, relatou Cunha.

Atualmente, também é possível realizar atendimento imediato por meio do site da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH), pelo aplicativo “Direitos Humanos Brasil”, pelo Telegram e WhatsApp.

Acesse o site da ONDH

Iniciativa do MMFDH acontece em alusão ao Maio Laranja, ação que alerta sobre a proteção de crianças e adolescentes

 

BRASÍLIA/DF - O combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes é o tema de uma campanha de conscientização do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Com cartilha, cards e vídeo informativos, a iniciativa reforça as atividades do Maio Laranja, mês marcado pelo combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. As peças da campanha serão publicadas durante todo o mês nas redes sociais do MMFDH (@mdhbrasil).

O objetivo da campanha é levar informações à população e, principalmente, aos profissionais do Sistema de Garantia de Direitos (SGD), que atuam de maneira mais direta com o público infanto-juvenil. A ideia é que esses atores conheçam a realidade atual de crianças e adolescentes que sofrem violência e outras violações de direitos, para que o atendimento a esse público seja cada vez mais eficaz.

"A campanha do Maio Laranja é uma das mais importantes que fazemos durante o ano. Acreditamos que as crianças e adolescentes devem ser protegidos com prioridade absoluta, como está na Constituição Federal. E, para isso, é preciso que governo, instituições e sociedade civil caminhem de mãos dadas", defende o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA), Maurício Cunha.

Produtos

O vídeo informativo da campanha revela que 52% dos casos de exploração, violência ou abuso sexual ocorrem dentro da casa da vítima, e que apenas um em cada 10 casos é notificado às autoridades.

No material, também é destacado o Disque 100, canal de denúncias de violações a direitos humanos do MMFDH. Além do telefone, as denuncias podem ser realizadas pelo WhatsApp, pelo Telegram ou pelo aplicativo para celular "Direitos Humanos Brasil".

Outra ação da campanha é a divulgação de cards com informações sobre o tema. O objetivo é orientar a população sobre as diferenças entre abuso e exploração sexual, traz dicas de como identificar a violência e incentiva que situações como essas sejam denunciadas.

Cartilha

Além da campanha na internet, o MMFDH também atualizou uma cartilha com dados atualizados a respeito do abuso sexual de menores. O documento está sendo enviado a gestores do SGD e está disponível no site do ministério.

Clique aqui para saber mais e acessar a cartilha do Maio Laranja 2021.  

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