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SÃO CARLOS/SP - A coluna de hoje traz a tona um assunto que impactou de forma direta trabalhadores e consumidores em todo país.

A Ford anunciou o fechamento de suas três fábricas, ou seja, a de Taubaté  no estado de São Paulo, Camaçari no estado da Bahia e a de Horizonte no estado do Ceará.

É fato público e notório que a fabricante de veículos vem encerrando suas atividades também em outros países, mas trataremos em específico a situação ocorrida em nosso país.

Desde o anúncio de fechamento das unidades, o consumidor passou a ter inúmeras dúvidas sobre a compra, venda,  reposição de peças entre outras situações que podem ocorrer com os veículos.

É evidente que a montadora quando decidiu deixar o país, já tinha ciência da desvalorização dos veículos e da queda de vendas.

Em relação as peças de reposição, não tenho qualquer dúvida quanto a responsabilidade da montadora, uma vez que o estabelecido no artigo 32 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), pelo qual tanto fabricantes quanto importadores têm o mesmo dever:  assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.

Com o fechamento e saída das fábricas, as concessionárias que conseguirem se manter no mercado passarão a figurar como importadoras.  Saliento que mesmo que posteriormente as concessionárias (importadoras) fechem a “portas”, o dever de fornecer peças de reposição nos termos do parágrafo único do citado artigo acima continuam vigentes.

Resumindo, de qualquer maneira o consumidor não poderá  ficar sem peças de reposição, tendo em vista a Lei que o protege. Saliento que embora exista a Lei protecionista, a dificuldade na reposição poderá vir a existir, trazendo transtornos aos consumidores que terão que se socorrer até mesmo de auxílio jurídico.

Já em relação a eventuais vícios e defeitos que vierem a ocorrer em período com garantia de fábrica, a responsabilidade é da concessionária e o consumidor não pode arcar com quaisquer valores. A cobertura também se estende para vícios ocultos que deverão ser cobertos pelas concessionárias, sem custos aos consumidores. Da mesma forma se dará com vícios ocultos.

Deixo claro que a responsabilidade civil das concessionárias será conforme o caso solidária ou subsidiária, uma vez que a responsabilidade pelo vício é solidária ao passo que a decorrente do fato do produto (ou acidente de consumo) poderá ser ou solidária (caso configurada a presença da concessionária como importadora) ou subsidiária ao comerciante quando não encontrado fabricante ou importador.

Agora vamos analisar um assunto polêmico, o chamamento ao Recall que deve ser realizado não apenas pelos fabricantes, mas também pelos  fornecedores (concessionárias) que deverão se encarregar do controle de qualidade dos veículos no momento em que for constatado risco de segurança, seja qual for (inteligência da lei 8.078/90).

Infelizmente no Brasil, fabricantes e fornecedores relutam em realizar o chamamento ao Recall temendo prejuízo e queda nas vendas, sendo necessário por vezes a interferência dos órgãos de proteção ao consumidor e do judiciário.

Uma situação que é discutível, é a possível indenização que poderá ser requerida judicialmente pelo consumidor por conta da depreciação dos veículos adquiridos recentemente e daqueles que estão saindo de linha (Ká, Eco Sport, e Troller).  O pedido indenizatório dos veículos que estão saindo de linha surge exclusivamente pelo fechamento das fábricas.

Já em relação ao fechamento repentino das fábricas sem aviso prévio aos consumidores que já haviam encomendado os veículos, possuem o direito de desistir da compra e solicitar a restituição do valor eventualmente pago devidamente atualizado.

Por fim, lembro que somente se for verificada a alteração do preço, com depreciação decorrente especificamente da saída da fábrica e descontinuidade da fabricação desses automóveis, que poderá ser solicitada a indenização correspondente, sendo que a prova dependerá de análise de mercado.

Por hoje é só, previna-se, use máscara, siga as recomendações médicas e sanitárias.

BRASIL - Com uma meta de restaurar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas até 2030, o Brasil tem um desafio enorme para resolver em apenas nove anos. É o que indica um estudo inédito que buscou levantar projetos de restauração já em desenvolvimento em todo o País. Ele mapeou a existência de somente cerca de 66 mil hectares sendo restaurados ativamente com árvores nativas – o que representa 0,55% do compromisso.

O dado faz parte do novo Observatório da Restauração e Reflorestamento, uma iniciativa que será lançada nesta terça-feira, 9, pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura – rede que reúne representantes do agronegócio, dos principais bancos do País, da academia e do ambientalismo.

O grupo pondera que o levantamento (com dados de campo georreferenciados e tecnologia de monitoramento via satélite), ainda subestimado, é só um primeiro esforço de mapear esses projetos e que o número real é bem maior – certamente existem muitos outros que ficaram abaixo do radar e a ideia é que ele continue sendo alimentado com o tempo. Mas já começa a suprir uma lacuna que até então não existia e dá uma noção da necessidade de mais ações e também da oportunidade econômica.

Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo WRI-Brasil, um dos parceiros do observatório, indicou a restauração florestal como um caminho para uma retomada verde da economia do País por ser um instrumento para geração de emprego e renda. O trabalho calculou um retorno de US$ 2,39 para cada dólar investido para a restauração com árvores nativas em um período de 20 anos.

O observatório tem como objetivo mostrar o que já está sendo feito, a fim de estimular novos projetos e parcerias, mas também apontar onde estão os principais gargalos e vazios no País. De acordo com Laura Lamonica, coordenadora de Relações Institucionais da coalizão, além de visibilidade para as iniciativas, a plataforma traz também transparência e confiabilidade nos dados de restauração em escala nacional.

Com o mapeamento vai ser mais fácil definir onde são os melhores lugares para fazer novas restaurações – de modo a, por exemplo, unir florestas que estão isoladas, fazer corredores ecológicos, contar com mão de obra que já foi formada, saber onde tem viveiro de mudas, banco de sementes, etc, e gerar incentivos para essas áreas –, explica Marcelo Matsumoto, especialista em sistema de informação geográfica do WRI-Brasil.

No futuro, a plataforma permitirá identificar os benefícios que os projetos estão gerando, como captura de carbono, melhora da qualidade do solo e água e geração de emprego e renda.

A maioria dos projetos de restauração mapeados até o momento pelo observatório está na Mata Atlântica (93%), sendo 38,7% desses no Estado de São Paulo. Na escala de municípios, porém, o que mais está restaurando é o Rio de Janeiro (3,3 mil hectares).

Essa desigualdade ocorre, por um lado, porque a Mata Atlântica é o bioma que foi mais desmatado no País – restam somente cerca de 12% de remanescentes da floresta original – e é onde mais ocorreram acordos com Ministério Público de ajustamento de conduta para cumprimento do Código Florestal.

Além disso, a nova plataforma começou a ser alimentada com informações de outras bases regionais, como a feita pelo Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, hoje o mais organizado grupo do tipo. Mas os pesquisadores que organizaram o trabalho estimam que a maior parte dos projetos, nesse momento, deve estar na Amazônia, informação que eles pretendem obter rapidamente a partir do momento em que a plataforma estiver no ar.

Uma das motivações de criar o observatório, de acordo com Matsumoto, foi justamente a noção de que existem muitas iniciativas de restauração no País, mas elas são pequenas e isoladas, o que acaba sendo um entrave para que ganhem escala. Com o primeiro levantamento, a ideia é que agora essa base seja alimentada com outros projetos, de modo a ajudar a alavancar o processo para que o Brasil possa cumprir seus compromissos.

A meta de 12 milhões de hectares foi proposta pelo próprio governo federal, em 2015, como parte da contribuição oferecida pelo País junto ao Acordo de Paris – o esforço de praticamente todos os países do mundo para reduzir o aquecimento global. Além da manutenção de florestas, o replantio daquelas que foram devastadas é considerado uma das maneiras mais baratas e fáceis de retirar carbono da atmosfera – justamente o principal gás de efeito estufa.

 

Regeneração natural e florestas exóticas

O observatório traz ainda dois outros dados importantes para entender o contexto da restauração no Brasil. Foram mapeadas as áreas que passam por um processo de regeneração natural – uma pastagem abandonada, por exemplo, que voltou a ser floresta, e também projetos de reflorestamento para fins comerciais (grandes extensões de monocultura, em geral ocorrem com árvores exóticas para a produção de madeira, papel e celulose).

A regeneração natural responde pela maior fatia, de acordo com o mapeamento. São 10 milhões de hectares hoje no Brasil nessa situação – 96% na Amazônia. O dado foi obtido a partir da análise temporal de imagens de satélites do projeto MapBiomas, que revelam a mudança em áreas anteriormente degradadas. Já de plantio de exóticas são 9 milhões de hectares.

O primeiro dado chama atenção porque pode tanto ser um caminho interessante para ajudar o Brasil a cumprir suas metas, quanto um perigo de que essa recuperação se perca com o tempo. Somente com o dado do satélite não dá para saber neste momento se é um processo natural espontâneo, sem intervenção humana, ou um local que foi cercado propositadamente para deixar a floresta voltar. “Mas, diferentemente da restauração ativa, não temos segurança de que será mantida no longo prazo”, explica Matsumoto.

Por isso, a ideia é direcionar a atenção para essas áreas. Primeiramente para entender o que levou àquela regeneração (se trata-se de algo proposital, como uma mudança de comportamento, ou não). E depois para motivar os proprietários de terra a mantê-las assim, com incentivos econômicos, como o pagamento por serviços ambientais. “Queremos com essa iniciativa que as pessoas entendam a restauração como uma agenda positiva, que além de benefícios ambientais e climáticos, traz também geração de emprego e renda”, diz Laura.

Um outro trabalho do WRI-Brasil também divulgado no ano passado – Uma Nova Economia para uma Nova Era – estimou que a restauração de 12 milhões de hectares de vegetação nativa poderia gerar uma economia anual de R$ 4,7 milhões em produtos químicos no tratamento de água.

 

 

*Por: Giovana Girardi / ESTADÃO

ARGENTINA - A edição 2020 da Libertadores Feminina começa nesta sexta-feira (5), na Argentina, com dois times brasileiros em campo. Atual campeão, o Corinthians larga às 17h (horário de Brasília) contra o El Nacional (Equador), no estádio Nuevo Francisco Urbano, em Morón, na região metropolitana de Buenos Aires, pelo Grupo A. No mesmo horário, o Avaí/Kindermann encara o Deportivo Trópico (Bolívia) no estádio José Amalfitani, na capital argentina, em duelo pelo Grupo B.

No sábado (6), será a vez de a Ferroviária estrear. As Guerreiras Grenás, vice-campeãs em 2019, abrem o Grupo D às 17h, no José Amalfitani, diante do Libertad/Limpeño (Paraguai).

Realizada pela primeira vez em 2009, a Libertadores Feminina tem o Brasil como protagonista. Em 11 edições, o país teve o campeão oito vezes, com quatro equipes diferentes: Santos (2009 e 2010), São José (2011, 2013 e 2014), Ferroviária (2015) e Corinthians (2017 e 2019). O primeiro título corintiano veio em parceria com o Audax. O Timão passou a gerir o futebol feminino sozinho a partir de 2018.

O título só não veio para o Brasil em três ocasiões. Na final de 2012, o Colo-Colo (Chile) superou o Foz Cataratas nos pênaltis. Em 2016, na única decisão sem clubes brasileiros, o Sportivo Limpeño (Paraguai), atualmente parceiro do também paraguaio Libertad na modalidade, foi campeão contra o Estudiantes de Guárico (Venezuela). Eliminado na semifinal, o Foz terminou aquela edição na terceira posição. Já em 2018, o Atlético Huila (Colômbia) surpreendeu o Santos nas penalidades.

A competição sul-americana estava inicialmente agendada para ocorrer entre 25 de setembro e 11 de outubro do ano passado, no Chile, mas foi adiada devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Em novembro, a Conmebol anunciou a mudança da sede para a Argentina.

A edição referente a 2021, marcada para o período de 30 de setembro a 16 de outubro, será em território chileno. Atuais campeão e vice da Série A1 (primeira divisão) do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino no ano passado, Corinthians e Avaí/Kindermann já estão classificados. Se um deles vencer a Libertadores de 2020, o São Paulo herda uma vaga por ter ficado em terceiro no Brasileirão.

Alvinegras querem o tri

O Corinthians mira o terceiro título continental, que pode igualá-lo ao São José como o maior campeão da Libertadores Feminina. Entre as 20 relacionadas pelo técnico Arthur Elias, o destaque é a ausência da zagueira Erika, uma das principais jogadoras, que se recupera de uma lesão na coxa direita. A defensora, porém, viajou com o elenco para Buenos Aires.

A ida à Argentina, aliás, foi um transtorno à parte. A delegação viajaria na última terça-feira (2), saindo do aeroporto de Guarulhos (SP), mas o embarque foi negado devido a um decreto do governo local que restringe a entrada de brasileiros no país em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Segundo nota do clube paulista, a diretora Cris Gambaré acionou a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e autoridades argentinas.

Foi oferecida, como alternativa, uma troca de voo para quarta-feira (3), com uma empresa de aviação argentina, que só foi aceita após a garantia de que a delegação embarcaria. “A espera de cerca de quatro horas no aeroporto causou desgaste para atletas e funcionários e os expôs em um local de grande circulação de pessoas em meio a uma pandemia global”, justificou o Timão, no comunicado.

Entre as relacionadas, está o trio que defendeu a seleção brasileira no She Believes, torneio amistoso realizado nos Estados Unidos preparatório para a Olimpíada de Tóquio (Japão): a lateral Tamires, a meia Andressinha e a atacante Adriana. A atacante Grazi, de 39 anos e atleta mais experiente do elenco, pode chegar a seu quinto título da Libertadores. A capitã foi campeã duas vezes com Santos e Corinthians. Outro destaque é a meia Gabi Zanotti, eleita a craque do último Brasileirão.

 

Caçadoras e estreantes

O Avaí/Kindermann disputa a Libertadores pela primeira vez. Antes da parceria firmada com o clube de Florianópolis, iniciada em 2018, o Kindermann havia se classificado para a edição de 2016 do torneio continental com o título da extinta Copa do Brasil, mas o assassinato do então técnico Josué Henrique Kaercher, em dezembro de 2015, levou o clube a paralisar as atividades por um ano.

A conquista da vaga para, enfim, estrear na competição sul-americana veio graças ao terceiro lugar no Brasileirão de 2019. As catarinenses herdaram o lugar que seria do Corinthians, vice da Série A1 daquele ano, mas que, com o título da Libertadores, ocupou a vaga de atual campeão.

Em relação à equipe vice-campeã brasileira no ano passado, o Avaí/Kindermann perdeu três de suas principais jogadoras: a lateral Bruna Calderan e as meias Duda e Júlia Bianchi, que foram para o Palmeiras. Já a atacante Lelê, vice-artilheira da Série A1 de 2020 e que, assim como o trio, fez parte da seleção do último Brasileirão Feminino, segue no time de Caçador (SC), assim como a goleira Bárbara, da seleção brasileira. Reforços como a lateral Fran, a meia Gaby Soares e a atacante Larissa, todas ex-Santos, estão entre as relacionadas para a Libertadores.

“É minha segunda Libertadores. Em 2013, disputei pelo Foz [Cataratas]. Nosso grupo está muito focado com as meninas que chegaram agora. A expectativa está imensa, à flor da pele. Queremos chegar, entrar em campo e fazer um bom trabalho”, disse Lelê.

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Guerreiras buscam o bi

A Ferroviária disputa a Libertadores de 2020 por ter sido campeã brasileira em 2019. Naquele ano, também as Guerreiras Grenás chegaram à final do torneio sul-americano, mas foram derrotadas pelo Corinthians, mesmo rival que superaram na decisão nacional. O clube de Araraquara (SP) mira o segundo título continental. O primeiro veio em 2015, na Colômbia, com uma vitória por 3 a 1 sobre o Colo-Colo.

O atual elenco, aliás, tem remanescentes daquela conquista, como a lateral Ana Barrinha (autora de um dos gols na final), a zagueira Luana e as meias Rafa Mineira, Nicoly e Daiane (lateral à época). As cinco estiveram em campo na decisão e só Luana, então com 16 anos, saiu do banco. Assim como hoje, Daiane vestia a braçadeira de capitã e foi quem levantou a taça daquela Libertadores.

“Era nosso primeiro ano [na Libertadores], ninguém conhecia a Ferroviária. Para muitos, éramos os azarões. Para nós, não. Sabíamos da nossa qualidade e capacidade para conquistar o título. Aquele grupo foi muito importante, a gente se fechou demais e se uniu muito. Era a oportunidade de não ser um ano perdido e acabamos conquistando o maior título que a Ferroviária tem até hoje”, comentou Daiane, em entrevista ao site oficial da Ferrinha.

Nicoly, por sua vez, é um dos dez reforços trazidos pela Ferroviária para a temporada (ela estava no Palmeiras). Cinco das caras novas (as zagueiras Yasmin e Ana Alice, as meias Duda e Leidiane e a atacante Lurdinha) estão entre as 20 relacionadas pela técnica Lindsay Camila, que deixou a comissão técnica da seleção feminina sub-17 para assumir as Guerreiras Grenás em 2021.

 

 

*Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional

*Agência Brasil

MARAÚ/BA - Nada de clubinho infantil ou atividades especiais para as crianças. Na Pousada Lagoa do Cassange, na Península de Maraú, no sul da Bahia, os pequenos têm um propósito maior: a conexão direta com a natureza.

Os 50.000 m2 de área verde cercados por coqueirais, uma praia remota, um bosque e uma lagoa de águas calmas formam o cenário perfeito para pais e filhos reestabelecerem a relação com a natureza, tão comprometida pela vida nos centros urbanos.

Assim que chegam na pousada, as crianças encontram um extenso jardim onde podem correr livres, observar micos e passarinhos e descobrir as mais diversas flores, frutas e plantas.

A praia, em um trecho quase deserto, fica a poucos passos dos bangalôs e também oferece um espaço amplo para crianças e adultos brincarem juntos, pegando onda, fazendo castelinhos de areia, observando as tartarugas que nascem na primavera e no verão ou nadando nas piscininhas naturais que se formam nos dias de maré baixa.

O tempo ao ar livre também é especial para ressignificar as relações entre pais e filhos, aproximando-os de uma forma mais criativa e especial.

As viagens de imersão na natureza têm sido a grande tendência durante a pandemia com um movimento de retomada de valores essenciais como a saúde, o bem-estar e o cuidado com o planeta. De acordo com o programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, “o contato com a natureza melhora todos os marcos mais importantes de uma infância saudável: imunidade, memória, sono, capacidade de aprendizado, sociabilidade, capacidade física – e contribui significativamente para o bem-estar integral das crianças e jovens”.

Observando que esses benefícios da conexão com a natureza são essenciais para as crianças da própria Península de Maraú, os sócios da Pousada Lagoa do Cassange entenderam que esse encontro deve se desenvolver de forma natural, para incentivar a criatividade, o lado lúdico e explorador e a colaboração entre os pequenos.

A natureza na Península de Maraú

Por isso, os atrativos para crianças na pousada não estão em estruturas artificiais ou luxuosas, mas no que o meio ambiente local apresenta. Como tudo na natureza, a diversão vai depender da época, tempo, estação e outros fatores. Entre setembro e março, é temporada de nascimento de tartarugas marinhas na Península de Maraú e, com sorte, é possível acompanhar alguns ninhos eclodirem bem na frente da pousada, com o monitoramento dos voluntários do projeto Coração de Tartaruga.

Os pequenos também têm a oportunidade de visitar e fazer colheitas na agrofloresta, em uma experiência de contato direto com os alimentos frescos e orgânicos que depois irão comer nas refeições. Caminhando por 300m pelo bosque a partir da pousada, encontramos a escondida Lagoa do Cassange, onde a criançada pode nadar livremente ou se aventurar em caiaques e pranchas de stand up paddle.

 

 

 

*Por Ana Duék, do blog Viajar Verde

*CATRACA LIVRE

BRASÍLIA/DF - O Brasil está pronto para colaborar com a nova diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, afirmou o Ministério das Relações Exteriores, em nota, divulgada nesta última 2ª feira (15).

O Itamaraty disse que “congratula-se com os demais países-membros da OMC pela escolha de Okonjo-Iweala”, em reunião extraordinária virtual do Conselho Geral realizada ontem (15).

Segundo o ministério, o trabalhará, em colaboração com Okonjo-Iweala “para fortalecer a OMC em sua missão fundamental de promover o livre comércio entre economias de mercado; estimular as reformas necessárias à organização nos seus três pilares - negociações, solução de controvérsias e transparência; e assegurar resultados realistas e ambiciosos na 12ª Conferência Ministerial da OMC em 2021, especialmente em agricultura”, diz a nota.

O Itamaraty acrescenta que o “Brasil continuará trabalhando por um sistema multilateral de comércio com regras que favoreçam a prosperidade econômica e a geração de renda e empregos para os brasileiros”.

“Okonjo-Iweala, de nacionalidade nigeriana, substitui o embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo no cargo de diretor-geral da OMC. Tal qual o Embaixador Azevêdo, a nova diretora-geral apresenta a combinação de liderança política e capacidade técnica, fundamentais para lidar com os desafios que hoje enfrentam a OMC e o sistema multilateral de comércio”.

O Itamaraty destacou ainda que, para o Brasil, a OMC “permanece como alicerce central do sistema multilateral de comércio”.

SÃO PAULO/SP - A caminhada até a Olimpíada de Tóquio (Japão) não começou como a seleção masculina de polo aquático esperava. Nesta segunda-feira (15), o Brasil foi superado pela Grécia por 15 a 8, sofrendo a segunda derrota em dois jogos no pré-olímpico da modalidade, disputado em Roterdã (Países Baixos). No último domingo (14), a equipe nacional perdeu do Canadá por 11 a 7.

Com os tropeços, os brasileiros ocupam o quinto e último lugar do Grupo A do pré-olímpico. Os quatro primeiros avançam às quartas de final, onde terão pela frente as quatro seleções mais bem classificadas entre as seis do Grupo B. Os dois finalistas da competição, mais o terceiro colocado, garantem vaga em Tóquio.

A caminhada até a Olimpíada de Tóquio (Japão) não começou como a seleção masculina de polo aquático esperava. Nesta segunda-feira (15), o Brasil foi superado pela Grécia por 15 a 8, sofrendo a segunda derrota em dois jogos no pré-olímpico da modalidade, disputado em Roterdã (Países Baixos). No último domingo (14), a equipe nacional perdeu do Canadá por 11 a 7. Com os tropeços, os brasileiros ocupam o quinto e último lugar do Grupo A do pré-olímpico. Os quatro primeiros avançam às quartas de final, onde terão pela frente as quatro seleções mais bem classificadas entre as seis do Grupo B. Os dois finalistas da competição, mais o terceiro colocado, garantem vaga em Tóquio.

 

Diante dos gregos, o Brasil sofreu com a força ofensiva dos adversários e terminou o primeiro tempo sete gols atrás. Depois do intervalo, os brasileiros até equilibraram o jogo, mas a desvantagem da etapa inicial fez a diferença. Cada time balançou as redes cinco vezes e os europeus conquistaram a segunda vitória em duas partidas. Guilherme Gomes (três), Rafael Real, Bernardo Gomes (dois ambos) e Gustavo Coutinho marcaram os gols verde e amarelos no duelo.

O Brasil tem mais dois compromissos pela primeira fase. Nesta terça-feira (16), às 9h (horário de Brasília), a seleção comandada pelo técnico André Avallone pega Montenegro. Na quarta-feira (17), às 13h30, a equipe encara a Geórgia. Os brasileiros ainda fariam um quinto duelo na quinta-feira (18), contra a Turquia, mas os rivais foram desclassificados após quatro jogadores testarem positivo para o novo coronavírus (covid-19). O regulamento previa eliminação em caso de três ou mais incidências do vírus em membros de qualquer delegação.

A pandemia da covid-19, aliás, quase comprometeu a participação do Brasil no pré-olímpico. A seleção viajaria no último dia 30 de janeiro e concluiria a preparação na Alemanha, antes de chegar aos Países Baixos, mas as restrições impostas aos brasileiros pelos europeus em razão da crise sanitária levou o grupo a ser barrado no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Seis dias depois, enfim, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) conseguiram uma autorização especial do governo neerlandês para a equipe embarcar.

A seleção masculina de polo aquático busca a nona participação olímpica. Entre 1920 e 1968, o Brasil marcou presença nos Jogos por convite. Em 1984, o time ocupou a vaga deixada por Cuba, que desistiu da disputa. Em 2016, entrou como país-sede do evento. Se obtiver a classificação, será a primeira vez que a equipe nacional disputaria a modalidade a partir de um pré-olímpico.

 

 

*Por Lincoln Chaves - Repórter da Rádio Nacional e da TV Brasil

*Agência Brasil

Doença acomete, principalmente, pessoas que passam muitas horas sem se movimentar

 

SÃO PAULO/SP - A trombose é uma doença vascular que consiste na formação de trombos – também conhecidos como coágulos – no interior dos vasos sanguíneos, que dificultam ou bloqueiam a circulação local e o retorno do sangue para o coração. Apesar da possibilidade de ocorrer em todas as partes do corpo, acontece majoritariamente nos membros inferiores. Quanto mais alta a região da obstrução, mais grave é a doença.

Os sintomas incluem dor no local, inchaço, vermelhidão, rigidez na musculatura e aumento das veias mais superficiais e aparentes. O principal fator que leva à formação de coágulos sanguíneos é a falta de movimentação do corpo por muitas horas. Entretanto, tratamentos hormonais, como o uso de anticoncepcionais, bem como o tabagismo, histórico de câncer, período pós-operatório, os meses finais de uma gestação, assim como os primeiros dias após o parto, podem ser condições muito propícias para o desenvolvimento dessa enfermidade.

De acordo com o cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Dr. Bruno Naves, no Brasil estima-se que haja uma média de 400 mil casos por ano. O especialista coloca-se à disposição para maiores esclarecimentos sobre a doença.

A SBACV 

A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) é uma associação sem fins lucrativos, que visa a defender os direitos de seus profissionais, médicos e residentes, especialistas em saúde vascular. Além disso, tem como objetivo incentivá-los à produção científica, aprofundando as pesquisas nas áreas de Angiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Angiorradiologia e outras modalidades. 

A entidade trabalha com uma política alinhada aos valores da AMB (Associação Médica Brasileira) e do CFM (Conselho Federal de Medicina) a fim de conduzir a instituição de maneira ética, sempre valorizando as especialidades médicas em questão. Atualmente, conta com 23 associações regionais espalhadas por todo o Brasil. 

RIO DE JANEIRO/RJ - A técnica Pia Sundhage anunciou na quinta-feira (28) a convocação da seleção feminina para o She Believes, torneio amistoso que será disputado entre 15 e 24 de fevereiro em Orlando (Estados Unidos). Além das anfitriãs, atuais bicampeãs mundiais, as brasileiras terão pela frente o Canadá e a Argentina. A competição é preparatória para a Olimpíada de Tóquio (Japão).

Entre as 25 atletas chamadas pela sueca, a novidade é jogadora Ivana Fuso, do Manchester United (Inglaterra). Nascida em Salvador e criada na Alemanha, a meia de 19 anos defendeu a seleção europeia na base e vestirá a camisa brasileira pela primeira vez.

"Conheci a Ivana quando era treinadora da seleção sub-17 da Suécia e a vi jogando como capitã. Ela é forte, lê o jogo muito bem, tem muita disciplina e brasilidade. Talvez não para agora, mas, para o futuro, ela será muito importante. Como ficarei aqui por mais alguns anos, estou muito interessada em atletas como Ivana e Giovana [atacante de 18 anos que estreou pelo Brasil em 2020 e também tem nacionalidade espanhola e norte-americana]. E também penso que elas ficarão inspiradas de estarem ao lado de Marta e Formiga", explicou Pia, em entrevista coletiva transmitida pela CBF TV.

 

De fato, a treinadora permanecerá no Brasil, pelo menos, até 2024. Também nesta quinta (28), o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, anunciou a renovação do contrato da sueca até a Olimpíada de Paris (França). Além dos Jogos de Tóquio, Pia também comandará a seleção feminina na Copa do Mundo de 2023, na Austrália e na Nova Zelândia.

"Estamos muito satisfeitos com o trabalho que tem sido desenvolvido pela Pia e a comissão técnica. Os números falam por si. São 72% de aproveitamento. Temos desenvolvido o futebol feminino como um todo. As competições têm crescido e as comissões têm tido a oportunidade de conhecer novas atletas e desenvolver talentos", disse Caboclo.

"Estou emocionada. Meu coração bate forte porque é algo muito importante. Apaixonei-me por este país, por sua gente super simpática, pelo futebol e fico muito feliz", celebrou Pia.

Foco nas norte-americanas

A estreia brasileira no She Believes será em 18 de fevereiro contra a Argentina, às 18h (horário de Brasília). No dia 21, às 17h, a adversária será a seleção dos Estados Unidos. A campanha no torneio chega ao fim no dia 24, às 18h, diante do Canadá. As partidas serão realizadas no Explora Stadium, em Orlando. Inicialmente, o Japão seria um dos participantes, mas devido à segunda onda da pandemia do novo coronavírus (covid-19) no país, as asiáticas desistiram de participar da competição - as argentinas foram convidadas no lugar.

A expectativa maior é pelo duelo com as norte-americanas, que chegaram ao quarto título mundial (o segundo consecutivo) em 2019, na França. A seleção da meio-campista Megan Rapinoe não perde um jogo há dois anos e ostenta uma invencibilidade de 33 partidas, com 30 vitórias (sete delas na última Copa) e três empates.

"Serão três jogos bem diferentes, que nos ensinarão muito. Enfrentaremos as campeãs do mundo, então podemos ver o quão boas estamos. Teremos respostas, saberemos no que trabalhar. É sempre empolgante enfrentar os melhores e elas são as melhores. Temos feito nossa lição de casa, assistido aos adversários. Ainda teremos alguns meses [até a Olimpíada de Tóquio] e tenho muita fé neste time. Temos jogadoras experientes e outras mais jovens, que trazem um frescor", comentou Pia.

 

 

Convocadas

Goleiras: Bárbara (Avaí/Kindermann), Aline Reis (Tenerife, da Espanha) e Lelê (Benfica, de Portugal)

Defensoras: Fabi Simões (Internacional), Bruna Benites (Internacional), Tamires (Corinthians), Camilinha (Palmeiras), Tainara (Palmeiras), Rafaelle (Changchun Dazhong, da China), Jucinara (Levante, da Espanha) e Antonia (Madrid CFF, da Espanha)

Meio-campistas: Formiga (Paris Saint-Germain, da França), Luana (Paris Saint-Germain), Andressinha (Corinthians), Adriana (Corinthians), Júlia Bianchi (Palmeiras), Chú (Palmeiras), Andressa Alves (Roma, da Itália), Marta (Orlando Pride, dos Estados Unidos) e Ivana Fuso (Manchester United, da Inglaterra)

Atacantes: Ludmila (Atlético de Madri, da Espanha), Debinha (North Carolina Courage, dos Estados Unidos), Bia Zaneratto (Wuhan Xinjiyuan, da China), Cristiane (Santos) e Giovana (Barcelona, da Espanha).

 

 

*Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional

*Agência Brasil

ARGENTINA - O governo da Argentina pediu nessa 3ª feira (26) que as companhias aéreas reduzam pela metade os voos que tenham como origem ou destino o Brasil e um corte de 30% em voos de e para Estados Unidos, México e Europa.

A medida, que entrará em vigor em 1º de fevereiro, é resultado de uma solicitação do Ministério da Saúde, pasta liderada por Ginés González García, com base na situação epidemiológica dos diferentes países. A Argentina tenta controlar o número de casos de covid-19 e evitar uma nova onda da doença.

A pasta informou que fará “uma revisão periódica da situação epidemiológica, com vista a repor os rendimentos o mais rapidamente possível”.

Em 21 de dezembro, a Argentina fechou as fronteiras com a Grã-Bretanha, por causa de eventual disseminação em território argentino da nova cepa do coronavírus. Além disso, decidiu rever toda a política migratória com o Brasil e os demais países vizinhos, mas, até agora, nenhuma ação específica havia sido tomada.

A Aerolíneas Argentinas indicou que já vem reduzindo o número de voos internacionais nas últimas semanas, como resultado da queda na demanda ocorrida pela ordem obrigatória de teste RT-PCR para entrar nos Estados Unidos e por causa do alto número de contágios na Europa.

Além disso, na semana passada, a KLM anunciou que estava suspendendo temporariamente os voos entre Argentina e Amsterdã, na Holanda. O último voo dessa rota aconteceu na 6ª feira (22).

Os passageiros que têm voos comprados para outras datas foram realocados para voos da Air France -dona da KLM- mas agora esse esquema terá que ser revisto novamente pelas restrições do governo argentino.

A companhia Alitalia também informou que reduziu os voos de fevereiro e março da rota Roma/Ezeiza/Roma e retomará as operações a partir de abril.

BRASÍLIA/DF - Após perder seu principal e talvez único aliado internacional, o presidente Jair Bolsonaro deu dois passos atrás e hasteou uma bandeira branca para Joe Biden, recém-empossado presidente nos Estados Unidos que substitui Donald Trump. Em carta enviada ao novo presidente, Bolsonaro fez o primeiro gesto para evitar que o Brasil se isole mais internacionalmente, num momento em que o Governo está sob pressão interna por falhar na “diplomacia da vacina” com a China e a Índia. Desejou êxito ao democrata e demonstrou que o país está preocupado com a manutenção do Acordo de Paris, o acordo global contra a crise climática que Biden acaba de retomar após a retirada determinada por Trump. Bolsonaro e equipe sempre demonstraram pouco apreço pelo trato que prevê que os países devam cumprir metas para frear o aquecimento global.

“Estamos prontos, ademais, a continuar nossa parceria em prol do desenvolvimento sustentável e da proteção do meio ambiente, em especial a Amazônia, com base em nosso Diálogo Ambiental, recém-inaugurado. Noto, a propósito, que o Brasil demonstrou compromisso com o Acordo de Paris com a apresentação de suas novas metas nacionais”, disse Bolsonaro.

Ao citar a política ambiental, o mandatário brasileiro muda o tom empregado em boa parte de sua gestão. No ano passado, após um debate entre Biden e Trump, no qual o democrata criticou o desmatamento e prometeu angariar 20 bilhões de dólares para o Brasil não queimar mais a Amazônia, Bolsonaro reagiu de maneira contundente. Considerou o comentário lamentável e desastroso. A questão ambiental, a economia verde, são questões centrais na agenda de Biden.

Nos últimos dias, o EL PAÍS ouviu de diplomatas europeus e asiáticos que os chanceleres de países europeus, principalmente, darão suporte a qualquer veto ou restrição que Biden fizer ao Brasil por conta política ambiental, daí a preocupação de Bolsonaro. De acordo com esses interlocutores, os europeus já pediram que o presidente americano faça essa pressão.

Na carta, Bolsonaro também demonstrou que espera um “excelente futuro para a parceria Brasil-EUA”. A carta foi publicada na íntegra em suas redes sociais. No documento, o brasileiro ainda expressou que espera que Biden cumpra um compromisso feito por seu antecessor, o de apoiar o ingresso do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Na OCDE, com o apoio dos EUA, o Brasil espera poder dar contribuição mais efetiva e aumentar a representatividade da organização. Nosso processo de acessão terá, também, impacto fundamental para as reformas econômicas e sociais em curso em nosso país”.

A entrada na OCDE foi debatida por Bolsonaro e Trump, mas o americano deixou o tema apenas nos discursos. A carta entregue nesta quarta-feira tenta reparar a demora que o presidente brasileiro teve em reconhecer a vitória de Biden. Ele levou quase um mês para admitir que o democrata havia derrotado seu preferido declarado nas urnas. Ainda assim, aderiu, até o início de janeiro, à teoria infundada de Trump de que as eleições foram fraudadas e, ao contrário de vários líderes mundiais e de vizinhos, como o argentino Alberto Fernández, não criticou o ataque ao Capitólio.

Ampla crise diplomática

Para um futuro de algum sucesso entre os dois países a partir de agora era esperado esse primeiro gesto do Brasil para tentar acalmar os ânimos. A nova gestão democrata é considerada pragmática na seara internacional e não se espera que se atue para exacerbar conflitos, nem mesmo para com o Planalto. A guinada de Bolsonaro acenando a Biden e publicando nas redes sociais, sua principal correia de transmissão com sua base radical, é feita em um momento em que a política de relações exteriores do Brasil tem sido colocada em xeque. Nas últimas semanas, o Brasil fracassou em importar 2 milhões de doses da vacina de um laboratório Índia e não obteve aprovação para comprar insumos da China para produzir o imunizante em solo brasileiro. Enquanto isso, vê a Argentina obter acordo parecido.

Ideologizada, a política externa brasileira tem cometido vários deslizes. Em vários momentos seus protagonistas são personagens-chaves que deveriam apaziguar ao invés de estressar o relacionamento. Só com a China já houve sinais negativos enviados pelo próprio presidente, pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pelo deputado federal e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro, e pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub.

Diante da atual crise com os chineses, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, interveio e se encontrou com o embaixador do país em Brasília. Encontro que foi celebrado pelo embaixador Yang Wanming. O que forçou o Governo brasileiro a emitir uma nota dizendo que representantes do Itamaraty, da Saúde, da Agricultura e das Comunicações debateram o tema com a embaixada chinesa. E ainda ressaltou que “o Governo Federal é o único interlocutor oficial com o Governo chinês”.

 

 

*Por: Afonso Benites / EL PAÍS

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