MÉXICO - Um novo estudo concluiu que efeitos de mudanças climáticas foram determinantes para a extinção da civilização Maia, na região mesoamericana. O estudo foi publicado na revista Nature Communications, e afirma que uma seca prolongada impactou diretamente no colapso do reino: segundo o texto, a cidade de Mayapan, capital da civilização, se encontrava deserta no período, em processo que intensificou a fome e as rebeliões que provocaram a queda.
O estudo é apresentado como um trabalho transdisciplinar que combina arqueologia, história e informações paleoclimáticas para explorar “as relações dinâmicas entre mudança climática, conflitos civis e colapso político” em Mayapan, na Península de Iucutã, no sudeste do México, durante os séculos 13 e 14. “Fontes múltiplas de informações indicam que conflitos civis aumentaram significativamente e correlacionando as contendas na cidade com a seca que aconteceram entre 1400 e 1450”, diz.
Segundo o estudo, uma das mais sofisticadas civilizações do passado, que ocupava a região entre o México, a Guatemala, Belize e partes de Honduras e El Salvador, viu o efeito de conflitos internos e guerras civis se intensificar por conta da seca prolongada. O processo agravou quadro de fome e migração sobre o contexto de conflito, precipitando especialmente o colapso de uma das mais incríveis sociedades de então.
SÃO PAULO/SP - Já imaginou um fungo que transforma insetos em zumbis? Ele existe e é apenas uma das espécies mapeadas que serão incluídas na lista dos ameaçados de extinção. Mas qual o risco real desse desaparecimento? Vem comigo que te explico no caminho!
Os fungos são essenciais para a vida no planeta Terra. Ainda que alguns sejam pequenos e pouco notados, eles são parte importante do nosso cotidiano. Eles estão presentes na produção de medicamentos e na nossa alimentação – que além de passar pelos cogumelos, atuam na fabricação de queijos, pães, vinhos e cervejas, entre outros itens bastante consumidos.
Os fungos estão envolvidos em processos-chave nos ecossistemas naturais e permitem que a vida como a conhecemos exista.
A frase da jornalista Camila Raposo, da Agecom/UFSC, resume bastante a importância de pensarmos na preservação desses organismos. Ninguém aqui quer ficar sem pão, queijo, cerveja e vinho, certo?
Fungos ameaçados de extinção
O grupo de pesquisa Mind.Funga, ligado ao Laboratório de Micologia (Micolab) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), listou ao menos 21 novas espécies de fungos e liquens brasileiros que serão incluídas na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).
Os encontros realizados ao longo de setembro e outubro reuniram, além das equipes do Mind.Funga e do Micolab, 18 pesquisadores de nove estados das cinco regiões do país. Até o fim de 2022, o grupo segue em processo de avaliação para outras 30 propostas de inclusão de espécies na Lista Vermelha.
A ideia deste encontro foi principalmente engajar os pesquisadores no tema da conservação, alertando para os riscos caso espécies sejam extintas.
As 21 espécies já avaliadas são distribuídas em dois filos (Ascomycota e Basidiomycota) e oito ordens, e a maior parte está ameaçada de extinção em algum grau.
Um exemplo é a Cladonia dunensis, um líquen encontrado apenas em uma faixa entre as dunas da Praia de Itapirubá, em Imbituba. Por conta dessa distribuição extremamente restrita, e justamente numa área altamente visada pelo turismo e alvo de especulação imobiliária, ela foi avaliada como criticamente ameaçada de extinção. Ou seja, se nada for feito, tem uma chance alta de desaparecer nas próximas décadas.
Conservação de fungos e liquens
Os resultados do workshop chamam a atenção para a necessidade de se implementar, no país, políticas de conservação da funga – termo que designa as espécies de fungos de uma determinada região, assim como a flora e a fauna dizem respeito às plantas e aos animais.
“Todos saímos do workshop com o entendimento de que algo maior precisa ser feito para que os fungos de fato sejam considerados no cenário nacional da conservação da biodiversidade”, comentam os coordenadores.
Se estamos batalhando por manter as florestas de pé, que são extensas e chamam atenção global, imagine qual a política de conservação de fungos no Brasil? Se você respondeu nenhuma, acertou em cheio. Os fungos sequer são mencionados em leis ou planos de conservação.
Também não existe uma lista vermelha para a funga no país – há relações oficiais somente para a flora e a fauna. Os corrdenadores do workshop apontam como urgente a necessidade de capacitar os micólogos para as avaliações de estado de conservação das espécies, mas também a criação de políticas públicas para defendê-los.
Uma grande conquista seria o reconhecimento, por parte do Ministério do Meio Ambiente, dessas espécies de fungos já avaliadas e publicadas pela IUCN, enfatizam os pesquisadores.
“Existem muitas necessidades para que os fungos sejam verdadeiramente reconhecidos em uma agenda de conservação nacional, para isso os fungos precisam ser reconhecidos em uma política pública que envolve toda a sociedade, instituições e o próprio governo, através do Ministério do Meio Ambiente, para que os fungos sejam incorporados nos aspectos legais da conservação brasileira”, reforçam Drechsler-Santos e Costa-Rezende.
Com informações da UFSC
Redação Hypeness
SÃO PAULO/SP - Vamos aliviar um pouco mais este começo de ano tenso com uma boa notícia? Pesquisadores identificaram um grupo de Phrynomedusa appendiculata no Parque Estadual Nascentes do Paranapanema, região preservada de Mata Atlântica em Capão Bonito, São Paulo, espécie considerada rara, que havia sido vista pela última vez nos anos 70.
"Ficamos surpresos e muito empolgados", contou Leandro Moraes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, ao Jornal da USP. Cerca de 15 indivíduos foram identificados desta espécie verdinha, colorida e bem brasileira, considerada possivelmente extinta. A descoberta, além de sinalizar ares mais promissores para as pesquisas relacionadas à flora e fauna em risco de extinção, mostram o quanto a Mata Atlântica ainda é pouco conhecida em sua imensidão.
Entretanto, Moraes alerta para os riscos causados pelo desmatamento, uma vez que o bioma perdeu 13 mil hectares entre 2019 e 2020. Na região de São Paulo, o desmatamento aumentou 400% no último ano. "Outras três espécies de Phrynomedusa não são vistas na natureza há décadas ou séculos, e naturalmente as chances de reencontrá-las diminuem com a degradação contínua da Mata Atlântica", explica.
Novos dados sobre a Phrynomedusa appendiculata estão sendo coletados para que projetos de conservação sejam criados e reforçados.
Isabella Otto / CAPRICHO
SÃO PAULO/SP - O Brasil possui uma das mais ricas faunas de todo o planeta. Entretanto, há animais em extinção em todos os biomas: dos oceanos aos rios, dos pampas à Amazônia, a interferência humana fez com que diversas espécies tivessem sua existência ameaçada. Hoje, vamos falar de vários animais em extinção no Brasil e quais são as causas dessa perda para a nossa fauna.
© Yuri Ferreira
Biodiversidade no Brasil está em risco com desmatamento em aceleração e destruição do Ibama
Segundo dados do IBGE, pelo menos 3.299 espécies estavam em risco de extinção no Brasil em 2014. Apenas uma parcela da fauna foi analisada e, conforme apontam os dados, 10% da nossa diversidade natural está ameaçada à inexistência. Conheça algumas dessas espécies de animais em extinção no Brasil através dessa Seleção:
Não podemos listar aqui as mais de 3200 espécies ameaçadas de extinção em nosso país. Mas procuramos selecionar alguns animais em extinção no Brasil para mostrar que a necessidade de conservação e de políticas públicas nesse sentido é ampla: em todos os cantos e águas de nossa pátria de dimensões continentais há necessidade de proteção.
© Kauê Vieira animais em extinção no Brasil - animal em extinção - tartaruga
Ararinha-azul não é vista na natureza há anos; existem cerca de 200 pássaros desse tipo ao redor do mundo
A ararinha-azul é uma espécie de arara que costumava ser bastante comum nas regiões da Caatinga e no Cerrado. Considerada extinta na natureza, a espécie só existe em cativeiros e zoológicos atualmente. Um dos principais motivos para sua extinção é a caça e o tráfico de animais, além da destruição de seu habitat pela mão humana. É um dos animais em extinção do Brasil que mais recebe atenção internacional.
© Yuri Ferreira animais em extinção no Brasil - lobo guará
Muito além da nota de R$ 200, o lobo-guará é considerado símbolo nacional, mas está ameaçado de extinção
O lobo-guará é um animal que habita o bioma do Cerrado. Principal canídeo da América do Sul, o nosso lobinho está considerado em risco de entrar em extinção devido à recente redução de sua população. Seu habitat comum era a Mata Atlântica e os Pampas, mas acabou sendo afastado de lá e foi para o Alto Pantanal, para o Cerrado e, em casos raros, para a Caatinga.
© Yuri Ferreira animais em extinção no Brasil - tartaruga
Tartaruga-cabeçuda está ameaçada de extinção: animal também é chamado de tartaruga-comum
A tartaruga-cabeçuda (ou tartaruga-comum) não habita somente o nosso país. Entretanto, é comum que esse animal bote seus ovos na costa brasileira, especialmente nos estados do Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio de Janeiro. A espécie é considerada ameaçada de extinção e boa parte desse processo está relacionado com a destruição de seus ovos na praia.
© Yuri Ferreira animais em extinção no Brasil - jacaré do papo amarelo
Jacaré do Papo Amarelo é outro símbolo nacional que pode deixar de existir
O Jacaré do Papo Amarelo é um dos animais em extinção no Brasil. Segundo o Ibama, a destruição de seu meio ambiente – como as queimadas no Pantanal – e a poluição nas águas têm causado uma redução considerável de sua população nos últimos anos.
© Yuri Ferreira animais em extinção no Brasil - macaco prego
Apesar de parecido e também estar em extinção, não confunda o macaco-prego com o mico-leão dourado!
O macaco-prego dourado é um animal natural da Mata Atlântica nordestina. Também conhecido como macaco-prego galego, ele está em grande risco de extinção, segundo os especialistas. Hoje, ele habita unidades de conservação na Paraíba e no Rio Grande do Norte.
© Yuri Ferreira animais em extinção no Brasil - boto cor de rosa
Boto-cor-de-rosa é lenda das águas e pode ser extinto; animal é vítima da pesca de outros animais
O boto-cor-de-rosa é um daqueles animais míticos do Brasil: o amazônico é o maior golfinho de água-doce, mas a pesca na Amazônia com redes acaba predando os botos e, por isso, ele é considerado ameaçado de extinção.
© Yuri Ferreira animal em extinção no Brasil - ariranha
A ariranha é um dos animais ícones da Amazônia; seu som icônico e seu rosto ora engraçado, ora assustador, é símbolo das águas
A ariranha é um mustelídeo – como as doninhas e as lontras – nem tão comum assim nas águas amazônicas. Nem tão comum porque o animal é vítima da caça e da pesca e, por isso, está ameaçado de extinção. Atualmente, há menos de cinco mil ararinhas no Brasil.
© Yuri Ferreira animal em extinção no Brasil - curimatã
O curimatã ou curimbatá é vítima da pesca; peixe de água doce é comestível, mas pode desaparecer em breve
O curimatã é um dos peixes mais comuns da mesa brasileira: o animal de água doce está sempre no prato do brasileiro. Mas a pesca de rede e a expansão da tilápia (em breve, explicamos) fez com que essa espécie entrasse em risco de extinção recentemente no Brasil.
© Yuri Ferreira animais em extinção no Brasil - toninha
A toninha é um dos animais em extinção no Brasil e no mundo todo
Toninha é um nome relativamente genérico para diversos tipos de baleias e golfinhos. Entretanto, por conta da pesca e até do som que os navios fazem no mar, as toninhas que habitam a costa brasileira estão desaparecendo e a maior parte das espécies estão em risco de extinção.
© Yuri Ferreira animais em extinção no Brasil - pica-pau
Pica-pau de capacete ou Pica-pau-de-cara-canela é um animal em extinção no Brasil
Em extinção no Brasil, o pica-pau-de-cara-canela é uma ave comum no Paraguai, no Paraná e em São Paulo. Um dos poucos pica-paus do nosso país, esse animal é alvo do tráfico de pássaros e da destruição de seu habitat, a Mata Atlântica.
© Yuri Ferreira animais em extinção no Brasil - pacu
O pacu é um dos principais peixes das águas doces do nosso país
O pacu, assim como o curimatã, é outro peixe comum na mesa dos brasileiros. Comumente consumido como assado, o animal é vítima de pescas em épocas inapropriadas e pode deixar de existir nas águas do nosso país com o baixo nível de regulação sobre a pesca que há no país.
© Yuri Ferreira animais em extinção no Brasil - gato-do-mato-pequeno
Sim, a exploração desmedida do meio ambiente fez com que essa bichano aí ficasse em risco de extinção
O gato do mato pequeno não tem esse nome à toa: ele é menor que os gatos domésticos, pesa em média só 2 quilos e raramente passa dos 50 centímetros de comprimento. Natural de toda região norte e nordeste do Brasil, ele foi perdendo espaço para as aglomerações humanas.
© Yuri Ferreira
A ararajuba é um dos mais belos animais da nossa fauna e é mais um pássaro vitimado pelo tráfico
A ararajuba ou guaruba é um animal endêmico do norte do Brasil. Devido ao tráfico de animais, há pouco menos de 3 mil guarubas vivas no país atualmente e a caça preocupa especialistas. Atualmente, ela só existe na Floresta Nacional do Tapajós e na Reserva Biológica do Gurupi.
Existem diversas causas para o risco dos animais em extinção no Brasil: mas basicamente elas podem ser divididas em três categorias:
A preservação da diversidade da fauna passa não só pelo trabalho de conservação dos biólogos, mas também é responsabilidade de políticas públicas com o fim de desacelerar a mudança climática, que também intensifica o processo de extinção de diversas espécies ao redor de todo o planeta.
“As mudanças climáticas ameaçam áreas transbordantes de espécies que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo. O risco de que tais espécies se percam para sempre aumenta mais de dez vezes se falharmos os objetivos do Acordo de Paris”, alerta Stella Manes cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
*Por: Yuri Ferreira / HYPENESS
AUSTRÁLIA - Os coalas poderão ser listados como ameaçados de extinção em Queensland, New South Wales (NSW) e no Território da Capital da Austrália, depois que os incêndios florestais entre 2019 e 2020 destruíram habitats e populações que já lutavam por sobrevivência.
Um painel federal de especialistas em espécies ameaçadas recomendou que o status do marsupial seja atualizado de vulnerável para ameaçado de extinção em cada uma das três regiões, de acordo com The Guardian.
Josey Sharrad, do Fund for Animal Welfare (Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal), falou sobre a mudança de status: “Isso confirma nossos temores de que os coalas estão em vias de extinção e precisam de maiores proteções se quiserem sobreviver no futuro”.
“Os coalas viviam no fio da navalha antes dos incêndios, com números em declínio acentuado devido ao desmatamento, seca, doenças, batidas de carros e ataques de cães. Os incêndios florestais foram a gota d’água, atingindo o coração das populações de coalas que já lutavam e seu habitat crítico”, completou.
A população desses animais em NSW diminuiu entre 33% e 61% desde 2001 e pelo menos 6.400 foram mortos nos incêndios florestais. Coalas podem ser extintos no estado até 2050, a menos que uma ação urgente seja tomada.
Após o pedido do comitê de espécies ameaçadas para trocar o status do marsupial nas três regiões australianas, o painel deve dar o seu parecer final ao ministro do meio ambiente até 30 de outubro.
Josey disse que um plano nacional de recuperação do coala está atrasado. “Pedimos aos governos que tomem medidas imediatas para enfrentar as principais ameaças que levam a espécie à extinção”, disse.
No início deste ano, o governo federal anunciou um plano de $ 18 milhões para ajudar a proteger o animal nativo, mas críticos da medida disseram que isso não foi o suficiente.
A Humane Society International, que se juntou com o Fund for Animal Welfare e o WWF para pedir a mudança de status do animal, disse que uma implementação rápida pode ser a última esperança para a diminuição da população.
O Fund for Animal Welfare também faz o trabalho de resgate, reabilitação e soltura dos coalas na natureza, “plantando árvores de eucalipto para fornecer habitat e pesquisando os efeitos dos incêndios florestais nas populações de coalas”.
*Por: Go Outside
RIO DE JANEIRO/RJ - São chamadas espécies endêmicas aqueles animais ou plantas que só podem ser encontrados em uma determinada região geográfica. O mico-leão-dourado é um deles. Nativa da Mata Atlântica e encontrados em sua maioria no Rio de Janeiro, o primata de pelagem reluzente corre sérios riscos de ser afetado pelas mudanças climáticas — e ele não será o único.
Estudo internacional liderado por brasileiras mostra que mico-leão-dourado está entre os animais mais suscetíveis às mudanças climáticas.
De acordo com um estudo publicado no começo do mês na revista “Biological Conservation“, o aquecimento global pode exterminar diversas espécies endêmicas de plantas e animais ao redor de todo o globo terrestre.
O mico-leão-dourado, por exemplo, perderia 70% de seu habitat até 2080, segundo a publicação. As tartarugas marinhas que embelezam as águas de parte da América do Sul e Central também estão na lista de possíveis vítimas do aumento de temperatura da Terra.
– 10 espécies animais que correm risco de extinção por conta das mudanças climáticas
A pesquisa foi liderada por duas cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Stella Manes e Mariana Vale. Ladeadas por uma equipe internacional, elas analisaram 300 localidades em terra e no mar que possuem a ocorrência de espécies específicas.
O resultado mostrou que animais endêmicos têm até 2,7 vezes mais chances de sumirem do mapa do que outras. Se a temperatura do planeta continuar a subir, eles estarão extremamente suscetíveis à extinção.
Se a temperatura do planeta não parar de subir, animais e plantas endêmicos serão mais afetados.
Se a temperatura global continuar a subir, cerca de 92% das espécies endêmicas em terra e cerca de 95% das espécies endêmicas que vivem no mar serão extintas. Os valores representam 84% da biodiversidade endêmica de montanhas e 100% dos animais e plantas endêmicos de ilhas e arquipélagos.
– Cientistas divulgam lista de animais menos conhecidos ameaçados de extinção
Apesar do prognóstico assustador, cientistas alertas que é possível reverter esse quadro antes que seja tarde. Para isso, cabe às nações do mundo seguirem as condições do Acordo de Paris, firmado em 2016 e que propunha a redução da emissão de gases estufa a partir de 2020.
“As mudanças climáticas ameaçam áreas transbordantes de espécies que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo. O risco de que tais espécies se percam para sempre aumenta mais de dez vezes se falharmos os objetivos do Acordo de Paris”, alerta Stella.
*Por: Redação Hypeness
ÁFRICA - O elefante-africano está à beira da extinção: essa é a conclusão do relatório publicado recentemente pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês) e estabelecido a partir de uma nova contagem do animal no continente. Se em levantamentos anteriores os elefantes encontrados eram considerados de uma única espécie, a nova contagem separa o animal em dois tipos diferentes – e ambos estão severamente ameaçados de desaparecer da natureza.
Enquanto os Elefantes-da-Savana (Loxodonta africana, em sua nomenclatura científica) viram sua população reduzir em 60% nos últimos 50 anos – e ser classificada como uma espécie “em perigo” – os Elefantes-da-Floresta (Loxodonta cyclotis), menores e comumente encontrados na selva da África Central e Ocidental, desapareceram em cerca de 86% ao longo do mesmo período, e se encontram na lista vermelha, entre as espécies mais ameaçadas. Segundo a estimativa, no início dos anos 1970 existiam cerca de 1,5 milhão de elefantes por toda África: em 2016 esse número havia caído para 415 mil.
A destruição do habitat do animal é outra ameaça determinante
Tal queda se acentuou especialmente a partir de 2008, por conta de um aumento sensível na caça ao animal, a fim de retirar e vender seu marfim: o pico de tal prática se deu em 2011, mas a ameaça segue até hoje. A invasão e destruição de seu habitat é outra ameaça crescente: atualmente os elefantes ocupam somente 25% de seu território original no continente africano, em queda que acompanha o ritmo do desaparecimento do maior animal terrestre do planeta.
Venda de marfim financia o terrorismo
Segundo Lee White, ministro da Água e Florestas do Gabão, um dos países que mais concentra populações de elefante no mundo, o marfim retirado ilegalmente dos animais é quase todo revendido para a Nigéria, e ajuda a financiar o Boko Haram, braço do Estado Islâmico que atua na África Ocidental, principalmente na Nigéria, em Chade e nos Camarões. “Por isso esta é mesmo uma guerra transfronteiriça contra o crime organizado e até contra o terrorismo”, afirma White.
“Transformámos biólogos em guerreiros, transformámos pessoas que se juntaram para observar os elefantes e trabalhar na natureza, nos parques nacionais, em soldados que foram para a guerra para garantir a sobrevivência dos elefantes”, diz o ministro, elencando algumas medidas de conservação tomadas no país, como a criação de reservas e santuários, vem trazendo bons resultados.
A caça para venda de marfim ameaça o animal e financia o grupo terrorista Boko Haram
“Precisamos acabar urgentemente com a caça e garantir que habitat seja suficiente para que os elefantes da floresta e da savana sejam conservados”, afirmou Bruno Oberle, diretor-geral da IUCN.
*Por: Vitor Paiva / HYPENESS
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