UCRÂNIA - A guerra na Ucrânia já está em seu segundo mês. Ainda sem o fim no horizonte, segue causando cada vez mais mortes e destruição. Entre humanos e também entre animais.
Pois um homem decidiu transformar a própria van em uma espécie de arca de Noé, com o objetivo de salvar 10 cangurus que viviam no zoológico Feldman Ecopark, em Kharkiv. O resgate aconteceu no último dia 24 e foi fundamental para salvar os animais dos bombardeios.
Para permitir que os bichos do zoo sobrevivam ao conflito, a equipe do local tomou a decisão de desesperada de soltar alguns animais nas florestas e também permitir a fuga de alguns deles que tiveram os seus abrigos destruídos pelas bombas.
POLÔNIA - Uma organização que atua na Polônia ajudando refugiados ucranianos afirma que há registro de mulheres e crianças desaparecidas após atravessar a fronteira entre os países. De acordo com o grupo, essas pessoas são vítimas de gangues ligadas ao tráfico sexual.
Esses criminosos se aproximariam de mulheres e crianças no entorno de abrigos montados nas cidades fronteiriças da Polônia. De acordo com a organização de direitos humanos Homo Faber, eles oferecem transporte para outras cidades, trabalho ou acomodações para conseguir atrair as pessoas. A partir daí, aplicam o golpe e passam a praticar o tráfico.
A coordenadora da Homo Faber, Karolina Wierzbinska, contou ao portal britânico The Guardian que homens atuam ao lado de mulheres para não levantar suspeitas dos refugiados que chegam à Polônia. Em alguns casos, grupos grandes tentam levar ucranianos para carros não identificados pelos voluntários na fronteira.
“[Vemos equipes] esperando por pessoas que chegam da Ucrânia fingindo que oferecem carona ou hospedagem a mulheres angustiadas e exaustas de sua jornada”, conta Wierzbinska.
Para tentarem afastar criminosos, voluntários na fronteira da Polônia têm registrado os carros que oferecem carona a refugiados ucranianos. Essa é uma tentativa das organizações de conseguir traçar e registrar para onde cada pessoa está indo.
De acordo com o Acnur (Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), 2,3 milhões de ucranianos atravessaram a fronteira em direção à Polônia. Para patrulhar a região, o Exército do país, além de policiais e bombeiros, trabalha 24 horas por dia ajudando a receber os refugiados.
Entretanto, um grupo não convocado oficialmente pelas forças polonesas chegou à cidade de Medyka — uma das principais portas de entrada do país para quem chega da Ucrânia. Os homens se identificam como veteranos da Legião Estrangeira Francesa, dispostos a proteger mulheres e crianças.
“Já vi mulheres assustadas, crianças aparecendo na fronteira e ninguém sabe onde estão os pais. É um alvo fácil”, contou um soldado da Legião Estrangeira ao The Guardian. “Eu não conseguia nem me concentrar, porque poderia ser minha irmã, minha filha.”
Um voluntário da Cruz Vermelha polonesa, que falou anonimamente, destacou que o grande fluxo de pessoas, somado à falta de organização para retirar os refugiados do local, torna mais fácil a ação de criminosos.
“O problema do tráfico de pessoas é que a maioria dos transportes que acontecem não é organizada. São voluntários que chegam de todos os lugares em seu carro particular. Então, em todos os pontos de recepção, você tem diferentes organizações tentando estabelecer um sistema de rastreamento.”
UCRÂNIA - O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse na terça-feira (29) que a invasão russa "está chegando ao fim", mas que seu país não reduzirá "esforços de defesa", depois que a Rússia anunciou hoje que reduzirá as hostilidades em Kiev e Chernihiv.
"Sim, podemos qualificar os sinais que ouvimos da plataforma de negociação como positivos. Mas esses sinais não abafam os estragos dos projéteis russos", afirmou Zelenski em sua habitual mensagem postada na última hora do dia no site da Presidência ucraniana.
"Em seu 34º dia, a invasão em grande escala da Rússia, e nossa defesa em grande escala, está chegando ao fim", destacou Zelenski.
O Exército russo começou nesta terça-feira a retirada de algumas de suas tropas dos arredores de Kiev e da cidade sitiada de Chernihiv, no norte, para se concentrar na conquista do Donbass, o objetivo principal da atual campanha militar russa na Ucrânia.
"O inimigo russo está realizando a retirada de unidades individuais dos territórios das regiões de Kiev e Chernigov", informou o Comando-Geral das Forças Armadas da Ucrânia em seu último relatório militar.
No entanto, Zelenski ressaltou que "a vigilância não deve ser perdida. A situação não se tornou mais fácil. [...] Os militares russos ainda têm um potencial significativo para continuar os ataques contra nosso Estado".
Por isso, advertiu que "não reduziremos nossos esforços de defesa. Tanto no norte do nosso Estado quanto em todas as outras regiões da Ucrânia. [...] A defesa da Ucrânia é a tarefa número 1 agora".
Sobre as negociações em curso com a Rússia, disse que "não vemos razão para confiar nas palavras de certos representantes de um Estado que continua a lutar pela nossa destruição".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu hoje o "progresso" nas negociações com a Ucrânia, em conversa por telefone com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, mas se mostrou inflexível em sua disposição de continuar a ofensiva no leste ucraniano, segundo afirmaram fontes da Presidência da França.
Por sua parte, Zelenski afirmou que a Ucrânia continuará o processo de negociação, reiterando que deve haver "segurança real" para seu país e sua soberania.
TURQUIA - As negociações entre a delegação russa e os enviados ucranianos em Istambul começaram pouco depois das 10h30 (horário local) desta terça-feira (29), informou a agência de notícias oficial da Turquia Anadolu.
Os negociadores foram recebidos anteriormente pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que os pediu para "acabar com a tragédia" da ofensiva russa na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro.
As conversações ocorrem no Palácio Dolmabahçe, em Istambul, a última residência dos sultões no Bósforo, que foi também a última sede administrativa do Império Otomano e onde hoje se encontram os gabinetes da presidência turca.
"Ambas as partes têm preocupações legítimas, é possível chegar a uma solução que seja aceitável para a comunidade internacional", disse o chefe de Estado turco no início do diálogo.
Erdogan indicou que cabe a ambas as partes "acabar com esta tragédia", afirmando que "o prolongamento do conflito não é do interesse de ninguém".
"O mundo inteiro está esperando por boas notícias", pediu ele aos negociadores.
A Turquia sediou em 10 de março em Antália, no sul do país, a primeira reunião de chanceleres da Rússia e da Ucrânia desde o início da invasão russa.
No entanto, essa reunião não levou a um cessar-fogo ou a qualquer progresso significativo.
A Turquia, que compartilha a costa do Mar Negro com os dois países beligerantes, fez esforços desde o início da crise para manter laços fluidos com as duas partes e fez esforços para mediar o conflito.
UCRÂNIA - O líder da região separatista de Lugansk, na Ucrânia, disse no domingo (27) que poderá organizar um "referendo" para decidir se o território se tornará parte da Rússia, depois que Moscou enviou tropas para o território.
"Acredito que, em um futuro próximo, será organizado um referendo no território da República, em que as pessoas poderão expressar a opinião sobre se devemos nos unir à Federação Russa", informaram agências russas, citando o líder dos separatistas de Lugansk, Leonid Pasechnik.
"Por alguma razão, tenho certeza de que este será o caso", afirmou.
A Rússia lançou uma ação militar na Ucrânia no fim de fevereiro, alegando se tratar de um ato de defesa em favor dos grupos rebeldes pró-russos do leste, que se autoproclamaram as "repúblicas" de Donetsk e Lugansk.
Antes da ofensiva, o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência destas duas regiões.
UCRÂNIA - O governo da Ucrânia suspendeu a exigência de licenças de exportação de milho e óleo de girassol para a temporada 2021/22, informou o site do governo nesta última sexta-feira.
A Ucrânia suspendeu as exportações de centeio, aveia, milheto, trigo sarraceno, sal, açúcar, carne e gado, enquanto enfrenta a invasão das forças militares russas, e havia introduzido licenças para exportações de trigo, milho e óleo de girassol.
Autoridades agrícolas disseram que os estoques de milho e óleo de girassol estão muito altos e não há necessidade de limitar as exportações.
POLÔNIA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitará nesta sexta-feira a cidade polonesa de Rzeszow, a cerca de 80 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, na segunda etapa de sua viagem à Europa, anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (24).
Recém-chegado de Bruxelas, Biden será recebido pelo presidente polonês, Andrzej Duda, receberá um relatório sobre a resposta humanitária aos refugiados da Ucrânia e se reunirá com soldados americanos posicionados no flanco leste da Otan, informou a Casa Branca em um comunicado.
O presidente americano chegou à Bélgica nesta quarta (23) para participar de reuniões de cúpula da União Europeia e também da Otan. Nesta quinta (24), Biden anunciou, durante uma coletiva na Bélgica, que os Estados Unidos estão dispostos a receber 100 mil refugiados ucranianos. Até agora, mais de 3,5 milhões de pessoas deixaram a Ucrânia devido à guerra contra a Rússia.
UCRÂNIA - A OMS (Organização Mundial da Saúde), afirmou na quarta-feira (24) que mais de 60 ataques foram feitos a instalações de saúde da Ucrânia desde que a Rússia invadiu o país, há um mês. Ao todo, foram registrados 64 desses incidentes entre 24 de fevereiro e 21 de março - cerca de dois a três ataques por dia - resultando em 15 mortos e 37 feridos.
"Os ataques à saúde são uma violação do direito internacional humanitário, mas uma tática de guerra perturbadoramente comum - eles destroem a infraestrutura crítica, mas pior, eles destroem a esperança", disse Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia, em um comunicado.
"Eles privam as pessoas já vulneráveis de cuidados que muitas vezes são a diferença entre a vida e a morte. Os cuidados de saúde não são - e nunca devem ser - um alvo."
UCRÂNIA - O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pediu nesta quarta-feira (23) em um discurso ao parlamento japonês por amplas reformas nas Nações Unidas, dizendo que seus esforços não impediram a invasão russa.
"Nem as Nações Unidas nem o Conselho de Segurança funcionaram. São necessárias reformas", criticou o líder ucraniano em um discurso por videoconferência para parlamentares japoneses.
"Precisamos de um instrumento para garantir preferencialmente a segurança global. As organizações internacionais existentes não trabalham nesse sentido. Devemos, portanto, desenvolver uma nova ferramenta que possa realmente impedir as invasões", disse.
Zelensky aproveitou o discurso para agradecer a Tóquio por sua posição, que abandonou sua habitual prudência e aderiu às fortes sanções decretadas pelos países ocidentais contra a Rússia.
"Peço que continuem impondo sanções", disse ele, parabenizando o Japão por ser "a primeira nação da Ásia a pressionar" Moscou.
KIEV - Um grande shopping foi destruído por ataques russos em Kiev, capital da Ucrânia. O Retrovil fica a poucos quilômetros do centro da capital. Pelo menos oito pessoas morreram até agora por causa do bombardeio. Veja o vídeo:
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