UCRÂNIA - A ucraniana Iryna Filkina, de 52 anos, foi uma das vítimas do massacre em Bucha, cidade próxima de Kiev, e teve seu corpo reconhecido a partir da foto de sua mão com as unhas pintadas de vermelho e rosa. A imagem chocante rodou o mundo nesta semana.
Segundo o New York Times, a maquiadora Anastasiia Subacheva foi a responsável por identificar a mulher. Iryna teria pedindo ajuda a ela no início do ano com o objetivo de se tornar uma profissional de beleza.
"Quando a vi, senti fisicamente que meu coração começou a quebrar", disse Anastasiia ao jornal americano.
Iryna morreu após ser atingida por disparos de soldados em um tanque russo enquanto empurrava sua bicicleta de volta para casa. Imagens de um drone flagraram o momento exato em que a ucraniana foi assassinada ao virar uma esquina.
A aspirante a maquiadora Iryna Filkina
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A filha da aspirante a maquiadora, Olha Shchyruk, fugiu de Bucha após o início da guerra, em 24 de fevereiro. Ela conta que, em 6 de março, soube que sua mãe havia sido baleada quando voltava do trabalho, mas manteve a esperança de que ela estaria viva.
"Entendo que não foi possível, porque ela não entrou em contato por um mês. Mas uma criança sempre estará esperando por sua mãe”, disse Olha.
Na última sexta-feira (1º), data do aniversário de Iryna, a filha recebeu um vídeo da mãe morta no chão junto com a foto da mão com as unhas pintadas, detalhe que para ela não seria necessário para saber de quem era aquele corpo.
"Mesmo que não houvesse a manicure, eu teria reconhecido minha mãe", disse a filha.
O caso de Iryna é uma exceção no confronto no Leste Europeu. Grande parte das centenas de corpos que estavam pelas ruas de Bucha não foi identificada e muitos ainda foram enterrados em valas coletivas. Inicialmente, as autoridades ucranianas contabilizaram pelo menos 410 civis assassinados.
O episódio da guerra na Ucrânia mobilizou representantes de diversos países. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, repudiou os ataques na cidade e afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, e a Rússia estão cometendo atrocidades. E disse que o massacre em Bucha configura um “crime de guerra”.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Marques
Maria Cunha*, do R7