O estudo é feito pelo doutorando Madson Alan Maximiano-Barreto, sob orientação de Marcos Hortes Chagas, docente do Departamento de Gerontologia da UFSCar, e coorientação de Bruna Moretti Luchesi, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A pesquisa também tem colaboração de Ana Carolina Ottaviani, pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSCar, e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Madson Maximiano-Barreto aponta que a sobrecarga no trabalho dos cuidadores de idosos pode gerar consequências físicas e psicológicas. "A sobrecarga pode implicar negativamente a qualidade de vida desses cuidadores ocasionando perda de sono, dor no corpo, tristeza, isolamento social, depressão, ansiedade, dentre outros quadros, e isso pode refletir negativamente na assistência prestada", reflete o pesquisador. Ele acrescenta que, quando os cuidadores já estão na fase da velhice, a sobrecarga pode ser ainda mais considerável, causando dependências e a necessidade de uma terceira pessoa que possa dar assistência ao cuidador e ao idoso inicialmente cuidado.
A empatia é uma habilidade social importante na interação entre as pessoas e está relacionada à capacidade de se colocar no lugar do outro, de compreender suas necessidades e emoções. De acordo com Maximiano-Barreto, pesquisas anteriores já realizadas pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental, Cognição e Envelhecimento (ProVIVE) da UFSCar, coordenado pelo professor Marcos Chagas e pioneiro no Brasil no estudo com cuidadores de idosos, já identificaram que há uma associação entre empatia e prejuízos psicológicos - sobrecarga, depressão, sintomas psiquiátricos - no trabalho dos cuidadores de idosos. "A ideia do atual estudo é abordar o domínio cognitivo da empatia, que é um fator que pode ser considerado protetor para sobrecarga, por exemplo. Dessa forma, treinar os cuidadores a esse domínio da empatia pode ajudar a minimizar as consequências da sobrecarga geradas no processo de cuidado de um idoso", explica o doutorando.
O treinamento da empatia vai aperfeiçoar e/ou ensinar uma habilidade para melhorar a interação social entre os indivíduos; no nosso caso da pesquisa, trata-se da relação cuidador-idoso. A expectativa da pesquisa é que o treinamento da empatia reduza os níveis de sobrecarga nos cuidadores de idosos. "Acreditamos que, obtendo resultados satisfatórios, esse treinamento pode ser aplicado por qualquer profissional treinado em cursos de cuidadores e/ou instituições/associações de cuidadores, buscando o mesmo objetivo que é minimizar as consequências negativas do cuidado", afirma Maximiano-Barreto.
Voluntários
Para realizar o estudo, estão sendo convidados cuidadores de idosos, homens ou mulheres, a partir de 18 anos de idade, que sejam profissionais ou familiares dos idosos cuidados. Os participantes responderão a diferentes questionários e também participarão de palestras, dinâmicas e caso simulado. O treinamento gratuito tem início em maio e será realizado durante cinco semanas, com um encontro semanal e com duas horas de duração. As atividades são presenciais e serão realizadas na UFSCar seguindo todas as recomendações de enfrentamento à pandemia. Os pesquisadores estão vacinados contra a Covid-19 e distribuirão máscara e álcool em gel aos voluntários, que também devem estar com o esquema vacinal completo.
Interessados em participar do estudo devem preencher este formulário online (https://bit.ly/3vwwEhq) até o final deste mês de abril. Dúvidas podem ser esclarecidas com o pesquisador pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo WhatsApp (16) 98252-9618. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 30891920.2.0000.5504).