fbpx

Acesse sua conta de usuário

Nome de usuário *
Senha *
Lembrar de mim
 
USP São Carlos e Texas A&M University desenvolvem método para prever evolução da resistência bacteriana a antibióticos

USP São Carlos e Texas A&M University desenvolvem método para prever evolução da resistência bacteriana a antibióticos

Escrito por  Set 28, 2025

SÃO CARLOS/SP - Um estudo internacional envolvendo pesquisadores da Texas A&M University (EUA) e do Instituto de Física de São Carlos IFSC/USP apresentou uma nova estratégia para acompanhar e prever como bactérias desenvolvem resistência a antibióticos ao longo do tempo.

A pesquisa, publicada na revista Antibiotics, mostra que a resistência bacteriana — problema crescente de saúde pública mundial — não deve ser vista apenas como um estado fixo, em que a bactéria é “resistente” ou “não resistente”. Pelo contrário, trata-se de um processo dinâmico e progressivo, que pode ser monitorado desde os primeiros sinais de adaptação das células.

Como funciona a técnica

Os cientistas utilizaram a espectroscopia no infravermelho (FTIR), um método capaz de identificar as “impressões digitais químicas” de biomoléculas presentes nas bactérias. Essas informações foram combinadas com algoritmos de inteligência artificial, que analisaram padrões e permitiram prever como os microrganismos reagem à exposição contínua a diferentes antibióticos.

No experimento, amostras da bactéria Staphylococcus aureus foram tratadas com três medicamentos comuns — azitromicina, oxacilina e trimetoprima/sulfametoxazol. Os pesquisadores coletaram dados em diferentes intervalos de tempo (24, 72 e 120 horas) e observaram mudanças graduais nos perfis bioquímicos das bactérias. Com a ajuda da inteligência artificial, foi possível identificar sinais precoces de resistência já nas primeiras 24 horas de contato com os fármacos, com índices de acerto que chegaram a 96%.

A resistência bacteriana acontece quando bactérias sofrem mutações genéticas ou adquirem genes de outras bactérias que as tornam capazes de sobreviver mesmo na presença de antibióticos. Isso significa que medicamentos antes eficazes passam a não funcionar mais.

Esse processo é favorecido pelo uso excessivo ou inadequado de antibióticos, como em tratamentos interrompidos antes do tempo recomendado ou no consumo de remédios sem prescrição médica. Outro fator de preocupação é o uso indiscriminado de antibióticos em animais de criação, que pode contribuir para a disseminação de bactérias resistentes no meio ambiente e nos alimentos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as chamadas “superbactérias” já causam mais de 1,2 milhão de mortes por ano no mundo. Infecções comuns — como as urinárias, respiratórias ou de pele — estão se tornando mais difíceis de tratar, e até mesmo procedimentos médicos de rotina, como cirurgias ou quimioterapia, podem se tornar arriscados se os antibióticos perderem eficácia.

Impacto da nova descoberta

Segundo os autores, o estudo aponta para uma mudança de paradigma no combate às infecções. Hoje, médicos muitas vezes só conseguem identificar a resistência quando ela já está plenamente estabelecida, limitando as opções de tratamento. A nova abordagem permitiria detectar precocemente os primeiros sinais de adaptação bacteriana, ajudando a escolher terapias mais eficazes e personalizadas antes que a resistência se consolide.

O avanço apresentado pelo grupo de pesquisa pode abrir caminho para sistemas de diagnóstico rápido em hospitais, capazes de guiar o tratamento em tempo real e reduzir o uso indiscriminado de antibióticos. Embora ainda precise ser testada em larga escala, a técnica se mostra promissora para o futuro da medicina personalizada, que busca oferecer a cada paciente um tratamento sob medida, com mais eficácia e menos riscos.

O uso consciente dos antibióticos é fundamental para que esses medicamentos continuem eficazes no futuro. Especialistas recomendam alguns cuidados simples:

Nunca use antibióticos sem prescrição médica. A automedicação aumenta o risco de selecionar bactérias resistentes.

Siga corretamente o tratamento prescrito. Interromper antes da hora ou tomar doses fora do horário enfraquece o efeito do remédio.

Não compartilhe antibióticos. Cada tratamento é indicado para um caso específico.

Não insista em antibióticos para gripes ou resfriados. Essas doenças são causadas por vírus, contra os quais os antibióticos não funcionam.

Mantenha boas práticas de higiene. Lavar as mãos, preparar bem os alimentos e manter a vacinação em dia ajudam a reduzir o risco de infecções e a necessidade de antibióticos.

Assinam este estudo os pesquisadores: Mitchell Bonner, Claudia Barrera Patino, Andrew Ramos Borsatto, Jennifer Soares,

Kate Blanco e Vanderlei Salvador Bagnato.

Confira o artigo científico sobre este assunto, publicado na revista internacional “Antibiotics” no link - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/09/antibiotics-14-00831-v2.pdf

Redação

 Jornalista/Radialista

Website.: https://www.radiosanca.com.br/equipe/ivan-lucas
E-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Top News

Nosso Facebook

Calendário de Notícias

« Setembro 2025 »
Seg. Ter Qua Qui Sex Sáb. Dom
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30          
Aviso de Privacidade

Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.