BERLIM - A Alemanha pode se tornar o maior fabricante de semicondutores da Europa graças aos investimentos feitos pelo país no setor, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, na sexta-feira, 09.
"Isso pode criar um ecossistema que ajudará a União Europeia, de forma que não dependeremos de outras regiões", disse Scholz, acrescentando que a Alemanha está trabalhando intensamente para restabelecer a produção de componentes eletrônicos.
Por Miranda Murray / REUTERS
ALEMANHA - "Precisamos de vocês", afirmou o ministro alemão da Economia, Robert Habeck, em mensagem de vídeo em inglês para os trabalhadores estrangeiros em todo o mundo. "A Alemanha é um país de migração diversificado", insistiu a ministra do Interior, Nancy Faeser, em artigo publicado no jornal Tagesspiegel, na segunda-feira (28/11).
A Alemanha lida com uma escassez aguda de mão de obra especializada – especialmente na área de tecnologia, mas também em catering, logística, educação e enfermagem – problema que, segundo algumas associações industriais, está constribuindo para desacelerar a economia. "Para muitas empresas, a busca por mão de obra especializada já é uma questão existencial", alertou recentemente o ministro alemão do Trabalho, Hubertus Heil, em uma conferência de trabalhadores especializados.
O governo do chanceler federal, Olaf Scholz, formado pelos partidos Social-Democrata (SPD), Verde e Liberal Democrático (FDP), encaminhou uma série de medidas para modernizar as leis alemãs de imigração.
As ideias incluem planos para diminuir os entraves burocráticos no sistema de asilo, facilitar a obtenção de residência permanente para os migrantes com o chamado "status tolerado" e oferecer a nacionalidade alemã para pessoas que vivem na Alemanha por tempo prolongado.
Objeções e alertas
Os partidos de oposição colocaram objeções aos planos do governo. Friedrich Merz, líder da conservadora União Democrata-Cristã (CDU), alertou que o governo estaria facilitando a "migração aos sistemas de bem-estar social".
De maneira um tanto estranha, alguns do governista FDP também criticaram a estratégia do governo. O secretário-geral do partido, Bijan Djir-Sarai, afirmou ao jornal Rheinische Post que ainda é cedo demais para mudar as leis alemãs de cidadania.
"Não houve progresso algum no combate ou oposição à imigração ilegal", avalia Djir-Sarai, acrescentando que a cidadania "não deve estar no início do processo de integração".
Abaixo, um resumo das principais mudanças:
Dupla cidadania
A lei de cidadania alemã deverá ser reformada para permitir a dupla cidadania a cidadãos de fora da União Europeia (UE) e da Suíça, e permitir que os estrangeiros na Alemanha possam ter direito à cidadania alemã após viverem por cinco anos no país, ao invés de oito, como na lei atual, contanto que preencham certos critérios.
A permissão de dupla cidadania é voltada para ajudar a integrar a grande população de pessoas de origem turca, muitas das quais dizem que desistir de sua nacionalidade original é o maior obstáculo para adquirir a cidadania alemã.
Devido à falta de legislação clara, a dupla nacionalidade já se tornou, na realidade, algo mais do que uma exceção. De acordo com o Ministério do Interior da Alemanha, em 2021 a chamada taxa naturalizações multinacionais de foi de 69%.
"Muitos países ao redor do mundo concedem a dupla cidadania, mas nós na Alemanha somente a permitimos em determinados casos", afirmou o vice-líder do SPD no Bundestag (Parlamento), Dirk Wiese. "Estas não serão negociações políticas fáceis", disse o social-democrata. "Já tivemos no passado campanhas contra a dupla cidadania por parte de conservadores de extrema-direita."
Direitos de residência aos "tolerados"
No final do ano passado, em torno de 240 mil pessoas viviam na Alemanha no chamado status de "tolerado". Isso significa que seus pedidos de asilo foram rejeitados, mas suas deportações acabaram sendo suspensas – por exemplo, em razão de ameaças em seus países de origem, doenças graves ou falta de documentos de viagem.
Muitas pessoas vivem por longos períodos na Alemanha nesse limbo. Alguns têm filhos criados no país e encontraram trabalho em setores onde são necessários, especialmente na área de enfermagem.
O governo planeja oferecer a qualquer pessoa que esteja no status de "tolerado" há cinco anos, a partir de 1º janeiro de 2022, uma "oportunidade de residência" de um ano. Eles podem usar esse período para preencher os critérios necessários para o pedido de residência permanente.
Em torno de 136 mil pessoas estariam aptas a receber esse benefício. A residência permite que as pessoas tenham mais liberdade de movimento na Alemanha e elimina a ameaça constante de deportação, além de tornar mais fácil a busca por trabalho.
Cursos de integração para todos
Todos os requerentes de asilo, deverão receber acesso a cursos de integração e de idiomas desde o início de sua permanência no país, independentemente de sua perspectiva de permanecer ou não em solo alemão. O governo afirma que isso deverá promover a participação e a coesão social.
Deportações
O outro lado da moeda: a repatriação de pessoas que não conseguem permanecer no país deverá ser reforçada de maneira mais consistente do que antes, segundo o ministério alemão do Interior, principalmente para os que cometerem crimes e os considerados perigosos. Nesses casos, a deportação e as detenções visando o repatriamento serão facilitadas.
Reuniões familiares
Para deixar mais atraente a Alemanha para os trabalhadores da mão de obra especializada de fora dos países da UE, o governo planeja tornar mais fácil que eles possam trazer suas famílias. Os parentes mais próximos não terão mais de comprovar conhecimento do idioma alemão para poderem entrar no país.
Migração de trabalhadores qualificados
Um segundo esboço da lei de imigração deverá lidar especificamente com a mão de obra qualificada, ao apresentar os seguintes pontos:
O Escritório Federal do Trabalho calcula que a Alemanha necessita de 400 mil trabalhadores estrangeiros todos os anos. A maioria vem de dentro da UE, mas estes não são suficientes para aliviar a escassez – até porque a maioria das maiores nações europeias enfrenta desafios demográficos semelhantes.
A lei de imigração de trabalhadores qualificados existe desde 2020, mas o influxo de pessoas de fora da UE ao país é limitado e encolheu ainda mais durante a pandemia.
Em 2019, somente 39 mil originários de países de fora da UE chegaram na Alemanha para trabalhar, o que representa somente 0,1% do total de trabalhadores no país. Em 2020, esse número caiu para pouco mais de 29 mil. Os empresários se queixam de entraves burocráticos exacerbados pela aversão das autoridades a ferramentas baseadas na internet.
"Blue Card" da UE para acadêmicos
Os chamados blue cards (cartões azuis) da UE que facilitam a permanência de trabalhadores altamente qualificados no país – semelhante ao green card americano – foi introduzido na Alemanha há dez anos.
Esse benefício permite aos profissionais altamente qualificados o direito de entrar na Alemanha para trabalhar sem a checagem prioritária para averiguar se cidadãos alemães ou da UE estariam disponíveis para essas mesmas vagas, e sem a exigência de conhecimento do idioma alemão.
Nas condições atuais, a eles deve ser garantido um rendimento anual mínimo de 56,4 mil euros (R$ 308 mil), para evitar o chamado dumping salarial. O governo quer reduzir esse mínimo salarial anual, algo que já vale para as ocupações onde há maior carência de pessoal: medicina, TI e engenharia. No futuro, os mínimos salariais mais baixos também passaram a ser exigidos para pessoas em início de carreira.
O novo "cartão de oportunidades"
O chamado "cartão de oportunidades", com base em um sistema de pontuação, permitirá que pessoas cheguem ao país para começar a procurar um emprego ou treinamento. Os critérios incluem idade, qualificações, conhecimentos do idioma e experiência profissional.
Holger Bonin, diretor de pesquisas do Instituto de Economia do Trabalho (IZA, na sigla em alemão), critica a estratégia. "O cartão de oportunidades cria novos obstáculos", afirmou à DW. "Antes de uma pessoa assinar um contrato de trabalho, eles precisam apresentar provas que são desnecessárias em outros países."
Qualificados com treinamento vocacional
O governo também quer ampliar os benefícios do blue card às profissões não acadêmicas, como cozinheiros, especialistas em construção, técnicos em energia e motoristas de caminhão.
Atualmente, além do próprio blue card, há uma permissão de residência para trabalhadores qualificados com formação profissional reconhecida pela Alemanha. No futuro, esses trabalhadores poderao buscar empregos qualificados em outras áreas. Dessa forma, um engenheiro mecânico poderia trabalhar no setor de logística, por exemplo.
Estudantes e estagiários
O governo também quer que mais pessoas venham à Alemanha para estudar ou fazer treinamentos para então trabalharem no país. Por esse motivo, a checagem de prioridade deverá ser abandonada para os programas de aprendizagem, e os estudantes poderão trabalhar durante seus estudos.
Estudantes de países de fora da UE com conhecimento suficiente do idioma poderão realizar estágios de até seis semanas sem a aprovação da Agência Federal do Trabalho.
Regras para os Bálcãs Ocidentais
As regras para a região dos Bálcãs Ocidentais permite atualmente que cidadãos de Albânia, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, República da Macedônia do Norte, Montenegro e Sérvia trabalhem na Alemanha se receberem uma oferta de emprego de uma empresa alemã.
Antes da aprovação, é realizada uma verificação de prioridade para determinar se os trabalhadores da Alemanha ou da UE poderiam ocupar essas vagas.
Essas regras eram anteriormente válidas até o final de 2023, mas no futuro devem ser aplicadas indefinidamente. Até agora, havia um limite de 25 mil pessoas por ano, mas o governo planeja aumentar significativamente essa cota e já considera expandir o benefício para outros países. A associação de trabalhadores BDA pediu que esse limite seja abolido por completo.
Qualificações estrangeiras e experiência
O reconhecimento de qualificações estrangeiras vem sendo um ponto de atrito burocrático. O governo quer facilitar esse processo, por exemplo, ao permitir que documentos sejam enviados em inglês ou outros idiomas, ao invés de exigir tradução juramentada.
Mas, o governo agora planeja permitir a imigração para algumas profissões mesmo sem o reconhecimento alemão dos diplomas.
O pré-requisito seria no mínimo dois anos de experiência profissional e um diploma reconhecido no país de origem. O empregador ficaria encarregado de verificar o conhecimento do idioma. Isso, no entanto, não se aplicaria a profissões regulamentadas, como as dos setores de medicina e enfermagem.
O mínimo salarial deve ser reduzido para os especialistas de TI. Os empregadores poderão decidir eles mesmos as exigências de conhecimento da língua. Os serviços de aconselhamento para todos deverão melhorar a "proteção contra a exploração do trabalho".
Autor: Andrea Grunau / DW
BERLIM - A Alemanha está forte o suficiente para enfrentar a crise causada pela invasão russa da Ucrânia e sairá dela mais robusta graças a uma nova abordagem para políticas de energia, defesa e comércio na maior economia da Europa, disse o chanceler Olaf Scholz nesta quarta-feira.
"Estamos acabando com as falhas de uma política energética e comercial que nos levou a uma dependência unilateral da Rússia e da China, em particular", disse Scholz à câmara baixa do Parlamento, acrescentando que seguir como antes não é uma opção.
"A Alemanha tem força para dominar a crise e sair mais forte dela", disse o chanceler, acrescentando que seu governo fará mais do que manter o status quo.
Desde a invasão da Ucrânia por Moscou, os alemães têm enfrentado alta nos preços de energia devido à interrupção do fornecimento da Rússia.
O governo não será capaz de interromper completamente o aumento dos preços de energia por meio de subsídios, mas pode reduzi-los a um nível suportável, disse Scholz.
Os limites aos preços da eletricidade e do gás a serem adotados por Berlim no próximo ano levarão os custos de energia a um nível que os especialistas não esperavam ver antes de 2024, acrescentou.
Reportagem de Rachel More e Riham Alkousaa / REUTERS
ALEMANHA - O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido registrou contração de 0,2% no terceiro trimestre, após uma alta de 0,2% no trimestre anterior, anunciou nesta sexta-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).
O retrocesso foi considerável em setembro (-0,6%) devido ao feriado pelo funeral da rainha Elizabeth II, que provocou o fechamento de muitas empresas.
O ONS aponta o aumento dos custos como um fator que pesa na produção das empresas. A inflação no país está próxima de 10%, a mais elevada entre os países do G7.
"Não escapamos das dificuldades mundiais relacionadas à inflação elevada e um crescimento lento devido, principalmente, à guerra ilegal da Rússia na Ucrânia e às limitações no fornecimento de gás, que aumentaram os preços da energia e a inflação", afirmou o ministro das Finanças, Jeremy Hunt.
"Para alcançar um crescimento de longo prazo, nós temos que conter a inflação, equilibrar as contas e reduzir a dívida", declarou, ao defender uma linha dura orçamentária que provoca o temor do retorno da austeridade no país.
ALEMANHA - A Alemanha e outros oito estados-membros da União Europeia preveem ampliar as sanções ao Irã e a cidadãos e instituições ligadas à violenta repressão contra os protestos que acontecem no país. A informação foi publicada na revista alemã Der Spiegel, que não nomeou suas fontes. Mais de 220 manifestantes foram mortos desde setembro.
Um pacote com 31 propostas de sanção foi apresentado em Bruxelas na última quarta-feira (2), de acordo com a revista. As proposições têm como alvo responsáveis e instituições do setor de segurança, assim como empresas responsáveis pela repressão no Irã.
As medidas propostas incluem o congelamento de seu patrimônio na Europa e a proibição de entrada nesses países. Conforme a reportagem alemã, o pacote tem grandes chances de ser votado e aprovado pelos ministros de relações exteriores da União Europeia na reunião do dia 14 de novembro.
Revolta popular com centenas de mortos
A República Islâmica vive a maior onda de protestos vista no país em anos, desde a morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, três dias após ser detida pela polícia da moralidade por supostamente violar o rígido código de vestimenta do país.
Os protestos começaram em setembro, com milhares de mulheres indo às ruas tirando e até queimando seus véus. O movimento que atinge diversas cidades do paٌís, desde o princípio, foi reprimido violentamente pelo governo iraniano. Até o momento, mais de 220 pessoas foram mortas, segundo uma ONG.
Carta branca para matar
No dia 30 de setembro, mais de 60 pessoas foram mortas durante os protestos na cidade de Zahedan, quando a polícia iraniana abriu fogo contra os manifestantes. No entanto, parte das outras mortes registradas foram causadas por "armas não letais".
Dezenas de imagens publicadas em redes sociais, e denunciadas pela Anistia Internacional, documentam o uso de escopetas de pressão pelas forças de segurança iranianas, incluindo policiais, forças paramilitares da Basij, e a polícia de choque.
Apesar de usarem cartuchos sem pólvora, essas armas podem ser fatais se não usadas corretamente. Em entrevista ao site de notícias France24, um oficial das forças iranianas contou que muitos de seus colegas atiram à curta distância e miram na cabeça e no peito dos manifestantes.
“Se matamos alguém, não há qualquer consequência. Isso dá carta branca a muitos agentes que não titubeiam em mirar na cabeça, o que pode ser fatal”, contou o agente em condição de anonimato.
Protestos continuam
Apesar da forte repressão, os protestos ganharam novo impulso nesta semana com funerais e cerimônias tradicionais de luto.
Durante uma manifestação na cidade de Karaj, a oeste de Teerã, na última quinta-feira, os manifestantes gritavam: "este ano é o ano do sangue, Seyyed Ali [Khamenei] será derrubado", em referência ao líder supremo do Irã.
(Com informações da France24 e da AFP)
ALEMANHA - O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, determinou nesta segunda-feira (17/10) que as três usinas nucleares ainda em funcionamento no país continuem em operação até abril para evitar uma possível crise de energia durante o inverno.
O chanceler pediu aos ministérios da Economia, do Meio Ambiente e das Finanças que desenvolvam a base legal para que as usinas permaneçam abertas.
"A base legal será criada para permitir a operação das usinas nucleares Isar 2, Neckarwestheim 2 e Emsland além de 31 de dezembro de 2022, até 15 de abril de 2023", escreveu Scholz em um comunicado.
Scholz também solicitou que os ministérios apresentem uma lei "ambiciosa" para aumentar a eficiência energética, assim como um acordo para a eliminação gradual do carvão até 2030.
Ele pediu ainda que as pastas enviem propostas regulatórias que permitam a construção de novas usinas termoelétricas movidas a hidrogênio.
A Alemanha planejava concluir seu plano de eliminação progressiva da energia nuclear até o final deste ano, mas uma crise no fornecimento de energia após o corte do gás russo, após a invasão da Ucrânia, provocou um longo debate sobre manter as usinas nucleares em funcionamento.
Divergências políticas
A decisão de Scholz, que pertence ao Partido Social-Democrata (SPD), foi tomada após meses de divergências na coalizão que governa a Alemanha, composta também pelo Partido Verde e pelo Partido Liberal Democrático (FDP).
Na sexta-feira, os Verdes concordaram em manter duas usinas nucleares no sul da Alemanha em funcionamento até meados de abril se necessário, mas queriam fechar uma terceira usina em Emsland, no noroeste do país, até o final deste ano.
Já o FDP pressionava para manter todas as três usinas abertas até 2024, e defendeu que usinas já desativadas fossem colocadas novamente em operação em caso de necessidade.
A progressiva desativação das usinas nucleares na Alemanha começou em 2000, sob um governo de coalizão entre o SPD e os Verdes, que fechou diversas usinas. Em 2011, sob o comando da ex-chanceler Angela Merkel, da União Democrata Cristã (CDU), Berlim aprovou um plano para encerrar as demais usinas nucleares após o desastre nuclear de Fukushima, no Japão.
bl (AP, AFP, dpa, Reuters)
ALEMANHA - A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou nesta segunda-feira uma vacina da Pfizer/BioNTech dirigida especificamente às subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron.
"O Comitê de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMA recomendou autorizar uma vacina bivalente adaptada dirigida às subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron, além da cepa original do SARS-CoV-2", disse a EMA em nota.
Esta vacina é uma nova versão e "mais eficaz", segundo a EMA, da vacina Comirnaty, da Pfizer/BioNTech. É destinada às pessoas acima de 12 anos que já tenham sido imunizadas contra a covid-19, afirmou a agência europeia.
A EMA advertiu no início do mês que novas variantes do coronavírus poderiam aparecer neste inverno, mas afirmou que as vacinas protegerão a população contra as formas graves da doença.
Enquanto "novas ondas de infecções são previstas para a temporada de frio", esta recomendação "ampliará ainda mais as opções de vacinas contra a covid-19" na UE, comemorou a reguladora.
No início do mês, a EMA aprovou outras duas vacinas adaptadas pela Pfizer e sua concorrente Moderna para atacar a cepa covid-19 original e a subvariante anterior BA.1 da ômicron.
O parecer do CHMP sobre a "Comirnaty Original/Omicron BA.4-5" será enviado agora a Comissão Europeia para uma decisão final. A análise dos dados confirmou que a vacina "cumpre as normas de qualidade da UE", segundo a EMA.
Os Estados-membros da União Europeia utilizam as mesmas vacinas aprovadas há dois anos contra a cepa original, que oferecem alguma proteção contra a ômicron e suas subvariantes, menos nocivas, porém mais contagiosas. No entanto, o mundo espera vacinas mais específicas e eficazes, temendo uma nova onda neste inverno.
"A estratégia da UE consiste em dispor de uma ampla gama de vacinas adaptadas que se dirigem a diferentes variantes do SARS-CoV-2", explicou a reguladora, "para que os Estados-membros disponham de opções para planejar suas campanhas de vacinação".
Ômicron e suas subvariantes foram dominantes ao longo de 2022, tomando rapidamente o lugar das variantes anteriores Alfa e Delta.
FRANÇA - Em um contexto de temor de uma crise energética na Europa, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu, nesta segunda-feira (5), para os franceses a "se comprometerem com a sobriedade" a fim de evitar o racionamento de gás e de eletricidade neste inverno. Após uma videoconferência com o chanceler alemão, Olaf Scholz, Macron invocou a solidariedade entre os países europeus nesta luta, reiterando seu apoio a uma cobrança extra aos operadores de energia para contornar a crise.
"Não devemos brincar com o medo, não estamos nessa situação" de racionamento, assegurou o presidente durante uma entrevista coletiva dedicada à crise energética. “Temos o nosso destino nas mãos porque, desde fevereiro, fizemos muitas ações e porque conseguirmos impor a solidariedade e a sobriedade”, “a solução está nas nossas mãos”, insistiu.
"Todos temos de nos mexer!", continuou o presidente, apelando para uma "mudança de comportamentos", como "colocar o ar condicionado um pouco menos frio" e "o aquecimento um pouco menos forte do que o habitual" quando o inverno chegar, disse, citando a temperatura de 19 graus como exemplo.
“Se coletivamente soubermos nos comportar com mais sobriedade e economizar energia em todos os lugares, não haverá racionamento e não haverá cortes”, insistiu Macron, lembrando o objetivo de alcançar “10% de economia de energia”.
Conversa com Scholz
Três dias depois de presidir um Conselho de Defesa Energética, o presidente Macron se reuniu, na tarde desta segunda-feira, por videoconferência, com o chanceler alemão Olaf Scholz. Os dois líderes discutiram soluções para lidar com a possibilidade de uma paralisação total do fornecimento de gás russo.
Macron anunciou que a França estava comprometida em fornecer mais gás para a Alemanha que, em troca, poderia fornecer eletricidade, se a crise de energia assim exigir, neste inverno. "Vamos finalizar as ligações de gás para poder entregar gás à Alemanha (...), se houver necessidade de solidariedade", e esta "se colocará em condições de produzir mais eletricidade em situações de pico”, explicou.
Emmanuel Macron também se declarou "a favor de práticas comuns de compra de gás" na Europa, para comprar "mais barato", além de limitar o preço do gás russo entregue por gasoduto.
"Mecanismo de contribuição europeu"
Emmanuel Macron ainda se declarou a favor da União Europeia (UE) impor uma contribuição aos operadores de energia que, segundo ele, fariam "lucros indevidos" com o aumento dos preços atacadistas da eletricidade no continente. Uma posição em uníssono com a Alemanha.
"Estamos defendendo um mecanismo de contribuição europeu (...) que seria, portanto, solicitado aos operadores de energia", declarou Emmanuel Macron, enquanto a Comissão Europeia prepara um plano para conter a subida dos preços da eletricidade.
Em vez de um imposto nacional sobre os super lucros, a França apoia um mecanismo não fiscal, em nível europeu, que permitiria recuperar parte dos lucros obtidos pelos produtores de eletricidade, seja carvão, renovável ou nuclear, que hoje produzem energia a baixo custo, mas revendem a preços recordes.
Os preços europeus da eletricidade, independentemente do seu método de produção, estão de fato correlacionados com o preço do gás, que atingiu níveis históricos desde a guerra na Ucrânia. “Esta contribuição poderia ser reembolsada aos Estados para financiar as suas medidas nacionais orientadas” para famílias e empresas, como escudo tarifário, explicou. A Alemanha também defende esse tipo de mecanismo junto à Comissão.
Se a União Europeia não adotar uma contribuição especial para os fornecedores de energia, então "voltaremos aos debates nacionais", completou o presidente francês, que de momento exclui a criação de um imposto especial francês sobre as empresas do setor energético.
"Para reduzir a volatilidade dos preços, acreditamos que é essencial termos medidas para combater as práticas especulativas", acrescentou Macron, referindo-se às variações de preços muito acentuadas nas últimas semanas na Europa. "O nosso desejo é que possam existir mecanismos de controle destas operações especulativas em nível europeu", disse o presidente.
Macron também declarou que não vê "evidências" da "necessidade" de um novo gasoduto entre a França e a Espanha, o projeto Midcat, apoiado por Madri e Berlim, mas visto com desconfiança por Paris. Na Europa, “precisamos de mais interligação elétrica”, mas “não estou convencido de que precisemos de mais interligação de gás, cujas consequências, em particular no ambiente e nos ecossistemas, são grandes”, explicou.
Alemanha vai estender a vida útil de nucleares
O governo da Alemanha decidiu estender o período de funcionamento de duas de suas três usinas nucleares até o mês de abril, conforme recomendado pelos gerentes de rede de transporte de energia. O anúncio também foi feito nesta segunda-feira, quando Olaf Sholz discutiu a crise energética com o seu colega francês.
As últimas três usinas nucleares alemãs deveriam encerrar suas atividades no final do ano, de acordo com o calendário adotado pelo governo da ex-chanceler Angela Merkel. Uma decisão tomada após o desastre de Fukushima, no Japão, em 2011.
As duas centrais, localizadas no sul do país – onde pressões sobre a infraestrutura energética são particularmente grandes – permaneceriam abertas até abril de 2023 para lidar com possíveis desabastecimentos de energia no inverno que vai chegar.
O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, explicou que esta decisão foi tomada devido à redução do fornecimento de gás russo, enfatizando, no entanto, que isso não põe em causa a decisão do país de abandonar a energia nuclear.
(Com informações da AFP)
ALEMANHA - A ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, reafirmou no domingo (28/08) o apoio de Berlim à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia, alertando que o conflito "pode continuar por anos".
"Infelizmente, temos que presumir que a Ucrânia ainda precisará de novas armas pesadas de seus amigos no próximo verão", disse ela ao jornal Bild am Sonntag. "A Ucrânia também está defendendo nossa liberdade, nossa paz. E nós os apoiamos financeira e militarmente – e pelo tempo que for necessário. Ponto final!", disse Baerbock.
A guerra de agressão russa contra a Ucrânia já dura mais de seis meses. Baerbock expressou a expectativa de que a guerra "possa durar anos".
Baerbock afirmou ainda que o presidente russo, Vladimir Putin, estaria tendo um "delírio" ao pensar que a Ucrânia cairia dentro de algumas semanas. Ela também defendeu a reivindicação da Ucrânia à Crimeia, península que foi ilegalmente anexada pela Rússia em 2014.
"A Crimeia também pertence à Ucrânia. O mundo nunca reconheceu a anexação de 2014, que foi contra a lei internacional", disse a ministra ao jornal. Ela sublinhou que o governo alemão vai "amortecer os desequilíbrios sociais resultantes dos altos preços da energia", ligados a dúvidas sobre um fornecimento de gás russo para a Europa.
Baerbock também rejeitou categoricamente as demandas feitas por alguns políticos na Alemanha para que Berlim aprove a abertura do gasoduto Nord Stream 2 no Mar Báltico para permitir um aumento no fornecimento de gás russo.
O projeto, que é o oleoduto irmão do Nord Stream 1, foi concluído no ano passado, mas Berlim suspendeu o processo de permissão para abertura do canal nos dias que antecederam a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro.
"Aumento de tropas impactará pouco a guerra", diz Londres
O relatório de inteligência militar do Reino Unido divulgado neste sábado afirmou que o plano da Rússia de aumentar o tamanho de suas tropas em 140 mil provavelmente não terá um grande impacto na guerra na Ucrânia.
A afirmação é divulgada depois que o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto na semana passada para aumentar o tamanho de suas Forças Armadas de 1,9 milhões para 2,04 milhões de efetivos. "Ainda não está claro se a Rússia tentará atender a esse aumento recrutando mais voluntários contratados ou aumentando as metas anuais de alistamento militar obrigatório", disse o comunicado de Londres.
O texto afirma ser "improvável que o decreto faça progressos substanciais no aumento do poder de combate da Rússia na Ucrânia. Isso ocorre porque a Rússia perdeu dezenas de milhares de soldados; muito poucos novos soldados contratados estão sendo recrutados; e os recrutas tecnicamente não são obrigados a servir fora território russo".
O Ministério da Defesa britânico publica diariamente informações sobre o curso da guerra na Ucrânia desde o início do conflito, citando informações de inteligência. Ao fazer isso, o governo britânico quer fazer frente a propaganda de guerra russa e contribuir para manter a união dos aliados de Kiev. Moscou acusa Londres fazer de uma campanha de desinformação.
md (AFP, AP, DPA, Reuters)
ALEMANHA - O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, anunciou na terça-feira (23) que seu país enviará uma nova leva de armamentos para a Ucrânia, no valor de 500 milhões de euros (em torno de 2,5 bilhões de reais).
Berlin enviará a Kiev mais três sistemas antiaéreos IRIS-T, de última geração, equipamentos antidrone e munições, além de mais de uma dezena de blindados e 20 picapes equipadas com lançadores de mísseis.
A maior parte desses itens deverá ser entregue somente em 2023. Scholz, no entanto, assegurou que alguns armamentos chegarão à Ucrânia bem antes do fim deste ano.
Após um período de hesitação em torno do envio de armas para a Ucrânia nas primeiras semanas do conflito, a Alemanha vem acelerando a entrega dos equipamentos.
Kiev já recebeu de Berlim 10 obuses de autopropulsão, 15 tanques Gepard com baterias antiaéreas e centenas de sistemas portáteis de defesa, além de outros tipos de ajuda letal e não letal.
"Plataforma da Crimeia"
Scholz fez o anúncio durante uma conferência convocada pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenki, onde vários líderes internacionais discutiram a questão da Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
A conferência, chamada de Plataforma da Crimeia, visa mobilizar apoio internacional para a retomada ucraniana da península no Mar Negro.
"A comunidade internacional jamais aceitará a anexação ilegal e imperialista do território ucraniano pela Rússia", disse Scholz, durante a reunião.
"Posso assegurá-los que a Alemanha se mantém firme ao lado da Ucrânia, enquanto a Ucrânia precisar do nosso apoio", garantiu Scholz aos vários líderes internacionais que participaram da conferência, na maioria dos casos, de maneira virtual.
Ajuda dos "amigos" internacionais
O chanceler garantiu que as sanções impostas pela comunidade internacional à Rússia serão mantidas. Os parceiros internacionais continuarão a ajudar com armas e recursos financeiros e já planejam a reconstrução do país.
"Estou certo de que a Ucrânia vai superar a sombra escura da guerra, porque é forte, corajosa e unida em sua luta por independência e soberania", exaltou Scholz. "E por ter amigos na Europa e em todo o mundo."
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