ALEMANHA - O chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu a um grupo de senadores norte-americanos que o polêmico gasoduto Nord Stream 2 não seguirá em frente se a Rússia invadir a Ucrânia, afirmou o líder dos republicanos, Mitch McConnell, na terça-feira (8).
O líder da minoria no Senado disse a repórteres que ele e um grupo de colegas foram tranquilizados em um jantar com Scholtz, que estava fazendo sua primeira viagem a Washington desde que assumiu como chanceler alemão, substituindo Angela Merkel.
"A boa notícia é que Scholz confirmou o que o presidente (Joe) Biden disse ontem: se a invasão acontecer, o Nord Stream 2 não seguirá em frente".
Na segunda-feira, Scholtz foi muito menos claro sobre o quão longe estava disposto a ir para punir a Rússia, que por ordem do presidente Vladimir Putin enviou para a fronteira com a Ucrânia mais de 100.000 soldados.
O chanceler indicou em uma entrevista coletiva conjunta com Biden que a dupla estava "absolutamente unida" nas sanções contra a Rússia, acrescentando que "daremos os mesmos passos e eles serão muito, muito duros com a Rússia".
Mas quando perguntado diretamente sobre o Nord Stream 2, Scholz repetidamente evitou mencionar o gasoduto pelo nome ou confirmar diretamente que apoiaria o descarte da infraestrutura.
Biden, por sua vez, assumiu o compromisso inequívoco de paralisar o gasoduto se Moscou iniciasse uma invasão da Ucrânia pró-ocidental.
A Alemanha seguiu em frente com seus planos para o Nord Stream 2, apesar das críticas dos Estados Unidos e do Leste Europeu. A estrutura foi concluída no ano passado, mas ainda precisa de aprovação dos reguladores.
O gasoduto, destinado a dobrar o fornecimento de gás natural da Rússia para a Alemanha, tornou-se uma moeda de troca para o Ocidente em sua tentativa de impedir Moscou de invadir a Ucrânia.
BERLIM - O líder da Alemanha pediu que a Europa e os Estados Unidos avaliem com cuidado eventuais sanções à Rússia por agressões contra a Ucrânia, em uma crise que está colocando o principal fornecedor de gás de Berlim contra seus maiores aliados de segurança.
Entre as possíveis sanções do Ocidente contra o governo do presidente Vladimir Putin, a Alemanha pode paralisar o oleoduto Nord Stream 2 da Rússia, caso o país invada a Ucrânia.
Mas isso arriscaria exacerbar a crise de fornecimento de gás na Europa que fez com que os preços disparassem.
“A prudência manda escolher medidas que teriam o maior efeito em quem violou os princípios concordados conjuntamente”, teria dito o chanceler alemão Olaf Scholz neste domingo, segundo o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung.
ALEMANHA - O governo de coalizão de três partidos do chanceler alemão Olaf Scholz expressou objeção ao rascunho de plano da União Europeia de classificar usinas nucleares como fontes de energia sustentável em uma carta formal enviada a Bruxelas, afirmaram ministros neste sábado.
A taxonomia da UE busca estabelecer padrões para investimentos verdes, ajudando projetos que sejam amigáveis ao clima a arrecadar capital e eliminando a “lavagem verde”, pela qual investidores e empresas exageram suas credenciais ecológicas.
“Como governo federal, temos que mais uma vez expressar claramente nossa rejeição à inclusão da energia nuclear. É arriscada e cara”, afirmou o vice-chanceler e ministro da Economia, Robert Habeck, em um comunicado conjunto com a ministra do Meio-Ambiente, Steffi Lemke, ambos membros seniores do Partido Verde.
Na carta para Bruxelas, publicada pelo ministério da Economia em seu site, o governo alemão também citou a falta de exigências de segurança em relação às usinas nucleares.
“Sérios acidentes, com riscos grandes, que cruzam fronteiras e de longo prazo aos humanos e ao meio-ambiente não podem ser excluídos”, disse Berlim em sua carta, acrescentando que a questão de onde armazenar resíduos radioativos no longo prazo ainda não tem resposta.
Habeck e Leme disseram que, se a Comissão Europeia não considerar as objeções da Alemanha e não modificar o rascunho, Berlim, na opinião deles, deveria rejeitar o plano.
No entanto, fontes do governo alemão disseram à Reuters no começo deste mês que partidos da coalizão querem evitar uma escalada na disputa com a UE e concordaram em conversas a portas fechadas entre a coalizão para se abster de qualquer voto futuro.
ALEMANHA - A Alemanha expressou"grande preocupação" com a ameaça do Presidente russo de uma resposta "militar e técnica" se os países ocidentais não puserem termo a uma política que considerou ser "claramente agressiva".
"A minha preocupação é grande", comentou a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, citada pela agência de notícias France-Presse. Baerbock insistiu que a "grave crise" nas relações com a Rússia só pode ser resolvida através do diálogo.
Num contexto de tensões crescentes sobre a Ucrânia, Putin disse que tomará "medidas de retaliação militares e técnicas adequadas" se o Ocidente mantiver a sua política contra Moscovo.
"Caso se mantenha a linha claramente agressiva dos nossos colegas ocidentais, vamos adotar medidas militares e técnicas adequadas de represálias, reagir firmemente às ações hostis (...). Temos perfeitamente esse direito", declarou Putin na terça-feira (21.12), numa intervenção perante responsáveis militares russos.
A Rússia alega que os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) estão a reforçar a sua presença nas fronteiras da Rússia, armando a Ucrânia, conduzindo manobras militares na região e destacando forças para o Mar Negro.
O Ocidente acusa Moscovo de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia, indiciando uma invasão iminente, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014.
Discutir as exigências de Moscovo
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, disse na quarta-feira (22.12) que a Rússia e os Estados Unidos se vão reunir em janeiro, para discutir as exigências de Moscovo de garantias que impeçam a expansão da NATO para a Europa de Leste, incluindo a Ucrânia.
Lavrov disse ainda que, em janeiro, o seu Governo também iniciará conversações separadas com a Aliança Atlântica para discutir o assunto, acrescentando que as discussões separadas se realizarão sob os auspícios da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Na semana passada, Moscovo apresentou uma proposta exigindo que a NATO retirasse o convite de adesão à organização da Ucrânia e de outros países da esfera de influência da antiga União Soviética.
Washington e os seus aliados europeus recusaram aceitar a proposta, mas disseram estar disponíveis para negociações.
ALEMANHA - As autoridades alemãs anunciaram no sábado (18) a inclusão do Reino Unido na categoria mais alta das áreas com risco de contágio por covid-19, o que levará a inúmeras restrições de viagens.
Esta decisão, que segundo a autoridade de vigilância sanitária alemã RKI entrará em vigor "a partir de domingo à meia-noite", é uma resposta à rápida propagação da variante ômicron, que obrigou Londres a entrar em um procedimento de emergência.
"O Reino Unido e a Irlanda do Norte se encontram altamente afetados pela covid-19. Além disso, uma nova variante altamente contagiosa foi detectada", de modo que seus territórios (incluindo as ilhas do Canal da Mancha e a Ilha de Wight) passarão provisoriamente por 14 dias para a categoria de área de risco muito elevado para o coronavírus, detalhou o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha em seu site.
As autoridades alemãs explicaram que aqueles que chegam do Reino Unido terão que fazer uma quarentena obrigatória de duas semanas, mesmo as pessoas vacinadas ou curadas da doença.
Além disso, será solicitado um teste PCR de todos os viajantes que chegarem e somente cidadãos alemães, ou estrangeiros residentes na Alemanha, poderão entrar no país vindos do Reino Unido. A regra vale para todos os meios de transporte.
O novo ministro da Saúde, Karl Lauterbach, alertou para o risco de uma nova onda de coronavírus surgir na Alemanha, já duramente atingida pelo vírus desde o início do outono.
Na sexta-feira, o RKI colocou a França e a Dinamarca nas zonas de contágio de alto risco, ou seja, um degrau abaixo do Reino Unido.
ALEMANHA - Os deputados alemães aprovaram ontem (10) uma lei que obriga os profissionais de saúde a receber a vacina contra a covid-19, um primeiro passo antes da ampliação da obrigatoriedade ao restante da população do país, prevista para o início de 2022.
O projeto de lei, que visa proteger grupos particularmente vulneráveis, foi aprovado por ampla maioria no Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), onde os sociais-democratas (SPD), os Verdes e os liberais (FDP), as forças políticas que integram a nova coligação governamental, têm a maioria parlamentar.
A medida foi aprovada com 571 votos a favor e 80 contra.
Todos os que trabalham em hospitais e lares devem estar vacinados ou curados da covid-19.
A medida também se aplica aos funcionários de estabelecimentos de acolhimento de pessoas com deficiência, de ambulatórios, consultórios médicos, serviços de socorro ou centros socioeducativos.
O projeto diz que os profissionais de saúde têm "responsabilidade especial" porque estão "em contato próximo e intensivo com grupos de pessoas com alto risco de infeção e de doenças graves ou fatais".
Os funcionários visados pela nova medida terão até 15 de março de 2022 para comprovar a vacinação completa, caso contrário não poderão trabalhar.
Vários estabelecimentos da área da saúde, em particular os lares de idosos nos estados federados da Saxónia-Anhalt e de Brandemburgo, tornaram-se, nas últimas semanas, focos importantes de contágio, com alto número de mortes.
A cadeia de contágio pelo novo coronavírus é desencadeada, às vezes, por um funcionário não vacinado, o que reabriu o debate sobre a vacinação obrigatória para todos.
Os profissionais de saúde estão, em média, mais vacinados (quase 90%) em relação à população em geral (69,3%), de acordo com o Instituto Robert Koch (RKI).
Com a decisão, a Alemanha junta-se a outros países europeus como França, Itália, Grécia ou Reino Unido, que já incluíram na lei a vacinação obrigatória para os profissionais de saúde.
Atingida por uma nova onda de casos de covid-19, as autoridades da Alemanha já manifestaram vontade de ir mais longe e impor novas medidas.
O novo chanceler alemão, Olaf Scholz, pretende pedir ao Parlamento que vote, até o fim do ano, a obrigatoriedade de vacinação que, caso aprovada, poderá entrar em vigor em fevereiro ou março.
Pesquisa divulgada nesta sexta-feira mostra que 68% dos alemães são favoráveis à vacinação obrigatória para todos os adultos, número que está aumentando
No entanto, as autoridades alemãs temem que a medida desperte a raiva dos opositores às restrições sanitárias, mobilizados desde o início da pandemia de covid-19 no país.
O novo ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, alertou hoje que multas para quem se recusar a ser vacinado serão "inevitáveis".
A covid-19 provocou pelo menos 5,28 milhões de mortes em todo o mundo, entre mais de 267,88 milhões de infecções pelo novo coronavírus registradas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no fim de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
BERLIM - A Liga Alemã de Futebol (DFL) rejeitou na quarta-feira (24) um apelo por uma interrupção da temporada durante várias semanas por causa de um aumento acentuado de casos de covid-19 no país.
A DFL, que administra as duas primeiras divisões do futebol alemão, reagiu a um pedido de Helge Leonhardt, presidente do clube de segunda divisão Erzgebirge Aue, para que os jogos fossem interrompidos até dezembro.
Leonhardt disse que o esporte precisa servir de exemplo e colocar a segurança das pessoas em primeiro lugar para diminuir o risco de novas infecções e reduzir o fardo sobre o sistema de saúde alemão.
"A DFL registra os comentários do presidente do Erzgebirge Aue", disse a entidade em um comunicado, acrescentando que quaisquer medidas futuras seguirão o conselho das autoridades estaduais. "A linha aprovada por todos os 36 clubes [nas duas primeiras divisões] desde o início da pandemia sempre foi agir com base em diretrizes estaduais". "Um lockdown generalizado autoimposto no sentido de uma interrupção da temporada está fora de questão", disse a DFL.
ALEMANHA - A Volkswagen AG está ampliando a flexibilidade do trabalho em casa, com os funcionários podendo escolher quais quatro ou cinco dias por mês desejam passar no escritório.
Desde 2016, os trabalhadores da gigante automotiva alemã têm aproveitado alguns dos arranjos de trabalho remoto mais flexíveis, permitindo que as pessoas façam seus trabalhos fora do escritório por até quatro dias por semana. Uma vez que as restrições à pandemia forem suspensas, os funcionários podem pedir para agrupar os dias restantes em blocos, disse a VW.
“O futuro do trabalho na Volkswagen será híbrido,” disse Gunnar Kilian, membro do conselho encarregado dos funcionários, em comunicado. “A extensão cria um equilíbrio entre o ‘trabalho móvel’ e a interação essencial entre os colegas no escritório à medida que avançamos na transformação da indústria.”
ALEMANHA - A Alemanha registrou sua maior inflação em quase 28 anos. Os preços ao consumidor aumentaram em 4,1% em setembro, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, segundo estimativas iniciais do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) divulgadas na quinta-feira (30/09).
A última vez que a inflação passou de 4% na Alemanha foi em dezembro de 1993, quando atingiu 4,3%.
A nova alta é atribuída ao aumento nos preços do setor de energia, enquanto a recuperação global da pandemia de covid-19 gera uma demanda crescente por petróleo e outros combustíveis. Também contribuíram os aumentos significativos nos preços dos alimentos básicos.
Em setembro, os consumidores alemães pagaram 14,3% a mais pelo fornecimento de energia doméstica e combustíveis do que há um ano.
A remoção temporária do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para estimular a demanda durante a pandemia, também está por trás da alta da inflação. O IVA voltou a ser cobrado em janeiro deste ano, o que fez com que bens e serviços ficassem mais caros.
Não está descartada uma alta da inflação de em torno de 5% ainda este ano. Entretanto, economistas avaliam que a tendência de alta deve ser um fenômeno temporário.
Nesta semana, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que "o desafio principal é não reagirmos com exagero aos choques temporários no abastecimento que não têm sustentação no médio prazo, ao mesmo tempo em que alimentamos as forças de demanda positivas, capazes de reduzir de modo durável a inflação até a nossa meta de 2%”.
Inflação preocupa toda a Europa
Os lideres da União Europeia (UE) se reunirão em três semanas para discutir a alta nos preços da energia, e maneiras de mitigar o impacto sobre os consumidores. O tema foi incluído na pauta da cúpula dos líderes europeus, marcada para 21 e 22 de outubro.
O porta-voz do Conselho Europeu, Barend Leyts, disse que, embora esta seja uma questão com a qual os países do bloco devem lidar individualmente, a UE quer discutir formas de contribuir para solucionar o problema também de modo coletivo.
A alta nos preços da energia, exacerbada por um aumento triplicado na demanda por gás natural, afeta todo o continente e eleva os temores de alta na inflação, enquanto a economia europeia demonstra uma recuperação econômica robusta após os estragos gerados pela pandemia.
A inflação ameaça ainda os esforços para uma redução significativa das emissões de CO2 na Europa, algo que inclui uma transformação profunda em vários setores da economia, com custos altos para os cidadãos.
Alguns membros do Parlamento Europeu acusam a Rússia de manipular os preços do gás, no intuito de forçar a Alemanha a acelerar a ativação do gasoduto Nord Stream 2, cuja construção foi finalizada recentemente.
Uma prova disso seria o fato de a gigante russa do setor de energia Gazprom ter permitido que suas reservas de gás na Europa tenham se reduzido a níveis extremamente baixos.
A UE avalia medidas de curto prazo, como reduções no IVA e isenções energéticas, de modo a proteger seus planos de médio e longo prazo de aumentar suas fontes de energias renováveis e melhorar a eficiência energética.
rc (DPA, AFP)
ALEMANHA - Os alemães vão às urnas neste domingo (26) eleger seus representantes no Bundestag, o parlamento do país. As eleições federais da Alemanha marcam o fim do período de Angela Merkel como chanceler.
Nos 16 anos em que esteve no poder, Merkel foi classificada como uma pessoa pragmática, cautelosa, apaziguadora e analítica —para o bem e para o mal. As características são, em grande parte, reflexos de sua formação como cientista na RDA, a República Democrática Alemã (Alemanha Oriental).
Merkel nasceu em 17 de julho de 1954 em Hamburgo, na Alemanha Ocidental. Sua família fez o caminho contrário de muitos alemães e mudou-se para lado oriental do país quando ela ainda era bebê. Foi para Templin, a 80 km de Berlim.
Ela passou a infância, adolescência e parte da vida adulta na Alemanha Oriental. Estudou física na Universidade de Leipzig e concluiu um doutorado em química quântica em Berlim. Durante a década de 1980, trabalhou no Instituto de Física e Química da Academia de Ciências da Alemanha Oriental. Aprendeu russo e inglês, línguas que ainda hoje domina.
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