SÃO PAULO/SP - As doenças neurodegenerativas que causam demência aumentam os riscos de gravidade e morte por covid-19. No caso de pacientes com doença de Alzheimer, esses riscos são três vezes maiores e podem ser aumentados em seis vezes se tiverem mais de 80 anos.
As constatações foram feitas por meio de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Butantan, em parceria com colegas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os resultados do estudo, apoiado pela Fapesp, foram descritos em artigo publicado nesta quarta-feira, 21, na revista Alzheimer’s&Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association.
“Verificamos que todas as causas de demência são fatores de risco de aumento da gravidade e de morte por covid-19 e que, em pacientes com doença de Alzheimer, esses riscos são mais acentuados”, diz à Agência Fapesp Sérgio Verjovski, professor do Instituto de Química da USP e coordenador do projeto.
A demência já tinha sido identificada como um fator de risco para covid-19 junto com outras comorbidades, como doenças cardiovasculares e respiratórias, hipertensão, diabetes, obesidade e câncer. Um dos motivos é própria a idade: pacientes com demência, em média, são mais velhos e grande parte vive sob cuidados de outras pessoas em casa ou lares de idosos, o que aumenta o risco de infecção e transmissão do vírus.
No entanto, ainda não tinha sido avaliado se pacientes com doenças neurodegenerativas que causam a demência - como a doença de Alzheimer e de Parkinson - são mais infectados, têm maior risco de desenvolver formas graves e morrer em decorrência da covid-19, e se a idade avançada acentua esses perigos.
A fim de esclarecer essas dúvidas, os pesquisadores investigaram o número de diagnósticos positivos, hospitalizações e mortes por covid-19 em uma coorte de 12.863 pacientes acima de 65 anos com dados de teste positivo ou negativo para o coronavírus, cadastrados entre março e agosto de 2020 no UK Biobank - banco de dados clínicos de cerca de 500 mil pacientes acompanhados desde 2006 pelo sistema público de saúde do Reino Unido.
Desse total de pacientes, 1.167 foram diagnosticados com covid-19. Para considerar a idade como um fator de risco, eles foram estratificados em três faixas etárias: de 66 a 74, 75 a 79 e 80 anos ou mais.
“Algumas vantagens de usar os dados clínicos desse banco é que são detalhados, ou seja, registram todas as doenças preexistentes e indicam os pacientes testados positivo ou negativo, hospitalizados e os que vieram a óbito em decorrência da COVID-19. Isso permite avaliar os fatores de risco associados à infecção, gravidade e morte pela doença, incluindo todas as causas de demência, particularmente as doenças de Alzheimer e de Parkinson”, explica Verjovski.
Os resultados das análises estatísticas indicaram que todas as causas de demência - e, particularmente, a doença de Alzheimer - foram fatores de risco para gravidade e morte de pacientes hospitalizados, independentemente da idade.
A doença de Alzheimer, especificamente, não aumentou o risco de hospitalização na comparação com as comorbidades crônicas. Entretanto, uma vez internados, os pacientes com a doença apresentaram risco três vezes maior de desenvolver quadro grave ou morrer em decorrência da covid-19 em comparação com pacientes que não tinham a doença neurodegenerativa. No caso de pacientes acometidos pela doença e com idade acima de 80 anos, esses riscos foram seis vezes maiores em comparação com pacientes menos idosos, constataram os pesquisadores.
“Há algum fator, ainda não identificado, que aumenta a predisposição de pacientes nessa condição a evoluir para um quadro mais grave e falecer em decorrência da covid-19”, avalia Verjovski.
“Os resultados do nosso trabalho indicam que é necessário dar uma atenção especial a esses pacientes ao serem internados”, afirma.
Uma das explicações para os desfechos observados é que condições inflamatórias crônicas ou respostas imunológicas defeituosas, causadas pelo envelhecimento do sistema imunológico (imunossenescência), podem aumentar a vulnerabilidade e reduzir a capacidade desses pacientes de montar respostas eficazes à infecção.
Outra hipótese é a alteração da permeabilidade da barreira hematoencefálica, causada pela doença de Alzheimer, que pode possibilitar o aumento da infecção no sistema nervoso central
Estudos recentes mostraram que o SARS-CoV-2 é capaz de invadir o sistema nervoso central por meio da mucosa olfatória e que a presença do vírus nessa região resulta em uma resposta imune e inflamatória local.
Outros estudos relataram a presença do novo coronavírus no tronco cerebral, que compreende o sistema cardiovascular primário e o centro do controle respiratório, levantando a possibilidade de que a infecção do sistema nervoso central pode mediar ou agravar problemas respiratórios e cardiovasculares em pacientes com covid-19.
“Pretendemos fazer, agora, análises do genoma desses pacientes, também disponibilizados no UK Biobank, para identificar quais genes estão mutados e que podem estar implicados no aumento do risco de pessoas com doença de Alzheimer evoluírem para quadros graves e morrerem por covid-19”, afirma Verjovski.
O artigo Dementia is an age-independent risk factor for severity and death in COVID-19 in patients (DOI: 0.1002/alz.12352), de Ana C. Tahira, Sergio Verjovski-Almeida e Sergio T. Ferreira, pode ser lido na revista Alzheimer’s&Dementia.
*Por: Elton Alisson / ESTADÃO
INGLATERRA - Jovens voluntários saudáveis serão deliberadamente expostos uma segunda vez ao coronavírus como parte de um estudo britânico para determinar como o sistema imunológico de uma pessoa que se recuperou da covod-19 reage, anunciou a Universidade de Oxford na última segunda-feira (19).
O estudo, que deve começar este mês, vai expor novamente pessoas com entre 18 e 30 anos que foram infectadas naturalmente com o coronavírus.
Ele usará a cepa original que apareceu na China no final de 2019, mas também está sendo considerada a possibilidade de incluir uma das novas variantes.
O objetivo é determinar qual dose do vírus é necessária para reinfectar uma pessoa e ver como o sistema imunológico responde.
Esses estudos nos quais os pacientes se expõem voluntariamente a um vírus “nos ensinam coisas que outros não podem, porque são rigidamente controlados”, explicou a professora de vacinologia Helen McShane, que está liderando a pesquisa.
“Quando infectarmos esses participantes novamente, saberemos exatamente como seu sistema imunológico reagiu à primeira infecção por covid, exatamente quando a segunda infecção ocorreu e exatamente quanto vírus eles receberam”, explicou.
De acordo com a professora de Oxford, “as informações obtidas neste trabalho ajudarão a desenhar melhores vacinas e tratamentos, mas também a entender se as pessoas estão protegidas após a covid e por quanto tempo”.
Na primeira fase do estudo, participarão 64 voluntários.
A saúde desses voluntários – que receberão cerca de 5 mil libras; quase 7 mil dólares – será monitorada cuidadosamente por uma equipe de pesquisadores. Será administrado um tratamento à base de anticorpos monoclonais, desenvolvidos pelo laboratório norte-americano Regeneron, caso desenvolvam sintomas.
Após serem expostos ao vírus, serão colocados em quarentena por 17 dias e tratados em um hospital até que não representem mais risco de contágio para terceiros.
O estudo terá duração de 12 meses e incluirá oito consultas de acompanhamento após a alta hospitalar.
Os programas de exposição voluntária a vírus têm desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de tratamentos para doenças como malária, tuberculose, febre tifoide, cólera e gripe.
*AFP
O estoque de medicamentos deve ser suficiente para os próximos 10 dias. Mas o déficit de profissionais ainda não permite que o hospital coloque todos os leitos de UTI COVID em operação
SÃO CARLOS/SP - A Santa Casa de São Carlos recebeu, no fim de semana, um lote de anestésicos enviados pelo Ministério da Saúde. Foram entregues 3.430 ampolas de Cisatracurio (5ml) e 2.265 ampolas de Propofol (20ml). A previsão é de que esse lote seja suficiente para os próximos 10 dias.
Os medicamentos foram trazidos da China ao Brasil e doados ao Sistema Único de Saúde (SUS) por um grupo de empresas formado pela Engie, Itaú Unibanco, Klabin, Petrobras, Raízen e Vale.
DÉFICIT DE PROFISSIONAIS
A Santa Casa contratou 28 profissionais de enfermagem (10 enfermeiros e 18 técnicos de enfermagem) no começo deste mês. Com essas novas contratações, o hospital ainda tem um déficit de 58 profissionais de saúde, sendo 46 técnicos de enfermagem e 12 fisioterapeutas.
“Nós temos trabalhado constantemente para atrair e contratar novos profissionais. Nesta terça-feira (20), teremos mais uma etapa processo seletivo com 25 novos candidatos. Mas com a pandemia, os profissionais de saúde qualificados têm ficado cada vez mais escassos no mercado, além do absenteísmo (ausências do trabalho) que também atinge todo o segmento”, explica o gerente de Recursos Humanos da Santa Casa, Samir Rodrigues.
LEITOS COVID
Com o déficit de profissionais de saúde e com o fornecimento ainda incerto dos medicamentos do kit intubação, a Santa Casa ainda não conseguiu colocar todos os leitos de UTI COVID em operação.
O hospital conta hoje com 30 leitos de UTI COVID. Mas 6 foram desativados, em função da falta de anestésicos e de profissionais de saúde.
“Com a chegada desse novo lote de medicamentos, doados pelo grupo de empresas e entregues pelo Ministério da Saúde, ganhamos um fôlego para manter os atendimentos do hospital. Mas ainda não conseguimos colocar todos os leitos de UTI COVID em operação. Por segurança de quem já está internado, inclusive para evitar casos extremos como foram relatados em hospitais do Rio de Janeiro, em que pacientes precisaram ser intubados sem sedativos, é que estamos tendo toda cautela para reabrir leitos. À medida que tivermos medicamentos suficientes e à medida que houver pacientes na fila de espera, vamos aceitar novas internações. Na segunda-feira (19), não havia nenhum paciente aguardando vaga em leito de UTi em São Carlos. E nós vamos continuar atentos a essa demanda”, explica o infectologista e diretor técnico da Santa Casa, Vitor Marim.
Além dos leitos de UTI COVID Adulto, a Santa Casa conta com 4 leitos de UTI Pediátrica em operação, 8 leitos de enfermaria e 20 leitos na Unidade de Cuidados Intermediários.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Saúde, através dos Departamentos de Vigilância em Saúde e de Gestão e Cuidado Ambulatorial, antecipou para esta terça-feira (20/04) a vacinação de idosos com 66 anos completos. Para atender essa faixa etária estarão disponíveis as unidades básicas de saúde do Santa Felícia, da Vila São José, da Redenção, do Azulville e do Cidade Aracy. O horário de vacinação nas unidades fixas é das 9h às 13h.
Os idosos também podem procurar os postos volantes que funcionam das 9h às 14h na modalidade drive thru, montados na FESC I, na Vila Nery e no Estádio Municipal Prof. Luís Augusto de Oliveira “Luisão”, na Vila Prado,
FERIADO – Já na quarta-feira, dia 21 de abril, feriado nacional, a Secretaria Municipal de Saúde vai atender idosos com 65 anos completos ou mais, somente em 4 postos volantes, das 9h às 16h. Além da FESC e do Luisão, serão montados mais dois postos com sistema drive thur, sendo uma na UNICEP (no final da rua Miguel Petroni) e outro no estacionamento do Shopping Iguatemi. Neste dia as unidades básicas estarão fechadas.
“Nesta terça vamos atender somente pessoas com 66 anos completos ou mais. Na quarta iniciamos a vacinação dos idosos com 65 anos completos ou mais. A nossa intenção separando as idades é não criar aglomeração”, explica Denise Braga, diretora do Departamento de Gestão e Cuidado Ambulatorial.
A partir de quinta-feira, dia 22 de abril, as unidades básicas de saúde voltam a funcionar das 9h às 13h e os postos volantes da FESC e Luisão permanecem atendendo também, porém das 9h às 14h.
Os demais grupos de idosos também continuarão sendo imunizados, tanto com a primeira dose como aqueles que já podem receber a segunda e última dose (verificar a data agendada no cartão de vacinação).
CADASTRO - É importante realizar o pré-cadastro do idoso no site www.vacinaja.sp.gov.br (não precisa levar impresso), o que agiliza o atendimento. No ato da imunização, é necessário que a pessoa apresente documento oficial com foto e CPF e, no caso dos idosos que agora receberão a segunda dose, devem levar também o cartão de vacinação. O idoso também deve preencher anteriormente o cadastro local no link http://coronavirus.saocarlos.sp.gov.br/VacinaJa e levar impresso. Quem não tiver como imprimir e for preencher o formulário no local, deve levar a própria caneta.
A Vigilância Epidemiológica recebeu do Departamento Regional de Saúde (DRS-III Araraquara) nesta segunda-feira (19/04) 7.820 doses da vacina AstraZeneca/Oxford/Fiocruz, sendo 4.770 doses para imunização de idosos com 66 e 65 anos e 3.050 para a segunda dose dos idosos que foram vacinados em fevereiro com a vacina AstraZeneca.
ÍNDIA - A região da capital indiana de Nova Delhi determinou lockdown de seis dias nesta segunda-feira (19), já que os casos diários de covid-19 atingiram novo recorde nacional e o sistema de saúde entrou em colapso sob o número de novas infecções.
Os hospitais da Índia estão sofrendo com a falta de leitos, oxigênio e remédios essenciais, agora que as infecções passaram da marca de 15 milhões, número inferior apenas ao dos Estados Unidos.
"O sistema de saúde de Nova Delhi é incapaz de receber mais pacientes em grande quantidade", disse o ministro-chefe, Arvind Kejriwal, em entrevista coletiva virtual hoje.
"Se um lockdown não for implantado agora, a situação ficará fora de controle."
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, cancelou uma viagem planejada à Índia na semana que vem por causa do novo coronavírus, informou seu gabinete.
Menos de 100 leitos de tratamento intensivo estavam disponíveis na cidade de Nova Delhi, que tem mais de 20 milhões de habitantes, disse Kejriwal nesse domingo, e as redes sociais transbordavam de queixas.
O número diário de casos de covid-19 na Índia atingiu hoje 273.810, e as mortes chegaram a um recorde de 1.619.
A capital indiana, que entra em lockdown hoje à noite, se soma a cerca de 13 estados de todo o país que decidiram impor restrições, toques de recolher ou lockdowns em suas cidades, incluindo Maharashtra, o estado indiano mais rico, e Gujarat, terra natal do premiê Narendra Modi. A cidade industrial de Ahmedabad também enfrenta escassez de leitos.
Aumentam as críticas à maneira como o governo Modi lida com a segunda onda da pandemia na Índia, já que festivais religiosos e comícios políticos estão reunindo milhares de pessoas.
Líderes como o ministro do Interior, Amit Shah, devem realizar novos eventos itinerantes e reuniões públicas nesta segunda-feira.
Na noite de ontem, o pólo financeiro de Hong Kong anunciou que suspenderá voos da Índia, do Paquistão e das Filipinas por duas semanas a partir desta terça-feira.
Até agora, a Índia havia administrado quase 123,9 milhões de doses de vacina, a maior quantidade depois dos EUA e da China, mas está muito atrás na vacinação per capita.
* Com informações adicionais de Nivedita Bhattacharjee e Sumit Khanna.
Por Neha Arora e Anuron Kumar Mitra - Repórteres da Reuters
SÃO CARLOS/SP - Em tempos de pandemia da Covid-19, os números de óbitos divulgados diariamente alertam para a gravidade do cenário e reforçam a importância da adoção das medidas sanitárias. A luta contra a pandemia é de pacientes e seus familiares e de tantos profissionais de saúde que se esforçam nesse combate há mais de um ano. Recentemente, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) divulgou a taxa de mortalidade em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), públicas e privadas, um espaço que tem sido um campo importante na batalha contra a doença. Os dados nacionais mostram que o índice de óbitos no Sistema Único de Saúde (SUS) é de 52,9% e, na saúde privada, é de 29,7%. No Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh), essa taxa, em março, foi de 30%, aproximando-se das taxas mais baixas do país.
Os dez leitos de UTI do HU foram inaugurados em 2020 e já direcionados para o atendimento exclusivo a pacientes adultos do SUS com casos de Covid-19. A equipe da UTI-Covid conta com cerca de 60 profissionais, entre equipe de enfermagem, médicos, fisioterapeutas e limpeza, além da equipe de apoio do Hospital, composta por nutricionista, assistente social, psicólogo, fonoaudiólogo e farmacêutico. A infraestrutura conta com todo o suporte necessário para atendimento aos pacientes com Covid.
Gerhard da Paz Lauterbach, clínico geral e médico da UTI do HU-UFSCar, relata que os pacientes que têm chegado até a UTI do Hospital, em sua maioria, já vêm em ventilação mecânica ou prestes a serem entubados e conectados a um respirador. "Pela gravidade da patologia pulmonar e de tantos outros problemas que têm acompanhado a Covid, como risco de infecções bacterianas, insuficiência renal e descontrole glicêmico, a chance de evolução desfavorável nesse perfil de pacientes é grande", expõe o médico.
Para Lauterbach, no entanto, o índice de mortalidade da UTI do HU se aproxima das taxas mais baixas apontadas pela Amib por um conjunto de fatores que influencia a qualidade do cuidado ofertado aos pacientes. "Certamente nossa equipe multidisciplinar extremamente capacitada, aliada aos nossos plantonistas e residentes, tem papel crucial nesses resultados positivos. E, também, nada disso seria possível sem um adequado planejamento de insumos", garante.
Atendimento na pandemia
Desde o início da pandemia, o HU passou por reestruturações para conseguir atender à comunidade, contribuindo com o sistema de saúde público de São Carlos e região. Além da contratação de 118 profissionais, por meio de seleção emergencial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o Hospital promoveu a capacitação da sua equipe. Foram 15 ações de capacitação com cerca de 850 participações. Além disso, o Hospital readequou o fluxo de atendimento dos pacientes para garantir a separação necessária entre aqueles com sintomas de Covid e os com outras doenças, e reestruturou os leitos para ofertar espaço suficiente para os casos de coronavírus. Atualmente, são 24 leitos de enfermaria adulto, quatro leitos de suporte ventilatório e 10 leitos de UTI.
Desde o início da pandemia, foram atendidas no Hospital 932 pessoas positivadas para Covid-19, destas, 526 precisaram de internação. Nesta sexta, dia 16/4, o HU tem 29 pacientes internados no espaço Covid, sendo 11 em internação clínica, oito em suporte ventilatório e 10 na terapia intensiva.
Para Fábio Neves, superintendente do HU-UFSCar, o Hospital tem desempenhado um importante papel no enfrentamento à pandemia de Covid-19 na região. "O HU-UFSCar é um hospital público, que atende exclusivamente pacientes do SUS e que fez grandes investimentos em infraestrutura, equipamentos e capacitação. Isso tem gerado bons resultados assistenciais, como exemplo, as taxas de mortalidade pela Covid-19, que se assemelham às dos melhores hospitais do Brasil".
"Espero que possamos continuar aprendendo juntos e melhorando a qualidade do cuidado de nossos pacientes a cada dia, impulsionados pelas palavras de conforto e orações diárias de tantos familiares que, angustiados, anseiam pelo fim dessa pandemia tanto quanto nós", conclui o médico Gerhard da Paz Lauterbach.
SÃO PAULO/SP - O governo de São Paulo manteve todo o estado na fase vermelha da quarentena, mas autorizou a abertura de comércios e atividade religiosas em horários reduzidos de funcionamento a partir deste domingo (18).
A medida foi definida pela gestão estadual como uma "fase transitória", e prevê a liberação gradual de outros setores da economia até o final de abril.
No próximo sábado (24), poderão voltar a operar restaurantes, salões de beleza e academias.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva do governo estadual nesta sexta-feira (16).
Com a mudança, shoppings e lojas de rua, que só eram autorizadas a abrir a partir da fase laranja, vão poder operar já neste final de semana.
A gestão de João Doria (PSDB) decidiu alterar as regras da fase vermelha após o estado registrar apenas leves quedas nas taxas de internação no estado.
Mais de 85 mil mortes
A alteração nos critérios de reclassificação ocorre sete dias após o estado deixar a fase emergencial, a mais restritiva, que vigorou de 15 de março até 11 de abril, e em meio à altos índices de casos e mortes pelo coronavírus.
Na semana passada, a gestão de João Doria (PSDB) encerrou a fase emergencial da quarentena e colocou todo o estado na fase vermelha, liberando a volta de alguns serviços, além do retorno das aulas presenciais nas redes públicas e privadas.
Na ocasião, também foi autorizada a retomada de competições esportivas, como os jogos do Campeonato Paulista.
A gestão estadual manteve o toque de recolher das 20h às 5h. O cumprimento da restrição de circulação continua a ser fiscalizado por uma força-tarefa composta por integrantes das vigilâncias sanitárias, Polícia Militar e Procon.
Embora algumas regiões tenham registrado leve queda nos índices de internações nos últimos dias, o mês de abril, com 15 dias, abril já se tornou o segundo com mais mortes por Covid-19 no estado de São Paulo desde o começo da pandemia.
Foram registradas 11.883 mortes causadas pela doença do dia 1º de abril até esta quinta-feira (15). Quinze dias antes de acabar, abril já fica atrás apenas do mês de março, que teve 15.159 óbitos registrados.
Indicadores apontam fase vermelha
O Plano São Paulo utiliza indicadores de saúde, como internações e casos de Covid-19, para classificar as regiões em fases diferentes. Um dos critérios do plano, a variação no número de óbitos registrado em cada Diretoria Regional de Saúde (DRS) nos últimos dias, coloca pelo menos quatro regiões na fase vermelha.
De acordo com dados desta quinta (15), as regiões de São João da Boa Vista, Sorocaba, Franca e Piracicaba têm indicadores de mortes compatível com a fase vermelha – ou seja, tiveram aumento acentuado nos óbitos por Covid-19 nos últimos 14 dias.
A sub-região Sudeste da Grande São Paulo também teve variação positiva no número de óbitos, e registrou um número compatível com a fase vermelha, embora a classificação da região metropolitana da capital leve em conta os dados de todas as sub-regiões juntas.
O que pode funcionar na fase vermelha
*Por G1 SP — São Paulo
PORTO FERREIRA/SP - Na manhã de hoje,16, o maldito vírus da Covid-19 fez mais uma vítima, desta vez foi Sr. Coronel PM Márcio Rogério Simplício, de 53 anos.
Simplício atuou como comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar de Porto Ferreira entre 2005 e 2006, quando era capitão. Sua última função na Polícia Militar do Estado de São Paulo foi entre dezembro de 2015 e janeiro de 2018, quando comandou o 3º Batalhão de Polícia Rodoviária, sediada em Araraquara (SP). Após isso, passou para a reserva no posto de coronel.
Ele era graduado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública (Curso de Formação de Oficiais), na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, e em Ciências Jurídicas, pela Faculdade de Direito de São Carlos. Pós-graduado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública (mestrado profissional), no Centro de Altos Estudos Superiores da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Possuia ainda curso de Especialização em Inteligência de Segurança Pública desenvolvido pelo Centro de Inteligência da Polícia Militar do Estado de São Paulo; curso de Extensão em Direitos Humanos sob o tema “Polícia Militar - integração com a comunidade” e “Organização contra a violência”, ambos promovidos pela Pró-reitoria da Universidade Federal de São Carlos, em parceria com a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Unesco; curso de Especialização em Gerente de Recursos Humanos, desenvolvido pela Diretoria de Pessoal da Polícia Militar do Estado de São Paulo; curso de Especialização em Gestão Contemporânea pela Qualidade, desenvolvido pela Polícia Militar do Estado de São Paulo; e curso de Especialização em Policiamento de Trânsito Rodoviário, desenvolvido pelo Comando de Policiamento Rodoviário da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Em Porto Ferreira, o coronel Márcio Simplício era o responsável pela gestão da Guarda Civil Municipal, dos Bombeiros Municipais, da Defesa Civil e da Seção de Mobilidade Urbana.
O 38º Batalhão da Polícia Militar do interior (BPMi), soltou uma nota de pesar.
Nota de Pesar
A Polícia Militar na cidade de São Carlos, através de seu Comandante Ten Cel Otávio Augusto de Lima Seminate em nome de todos os policiais militares desta unidade, se solidariza com a família neste momento de dor pelo falecimento do Sr. Coronel PM Márcio Rogério Simplício, em razão do COVID-19.
Coronel Márcio atuou como Oficial da Polícia Militar do 38º BPM-I entre 1993 á 2006, atuando como Tenente e Capitão, no Município de São Carlos.
Atualmente Coronel Márcio estava como Secretário de Segurança Pública e Mobilidade Urbana na cidade de Porto Ferreira.
Polícia Militar, a Força Pública de São Paulo.
COMUNICAÇÃO SOCIAL – 38º BPM/I
São Carlos/SP
A Rádio Sanca se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor. Deus conforte o coração de todos.
SÃO CARLOS/SP - O prefeito Airton Garcia e o vice-prefeito Edson Ferraz, receberam na tarde de quinta-feira (15/04), da empresa Electrolux, quatro respiradores (ventiladores mecânicos) para reforçar o tratamento de pacientes com COVID-19 no município.
Os equipamentos foram doados pelo CEO (Chief executive officer) da empresa, José Machado, que intermediou a doação a pedido de João Muller, hoje titular da pasta de obras públicas na Prefeitura de São Carlos. O investimento da empresa foi de R$ 230 mil.
Os equipamentos doados serão repassados para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) do município. “Hoje a UPA do Santa Felícia foi direcionada para atendimento somente de pessoas com COVID-19 e que devido à falta de vagas mantém pacientes em leitos de estabilização entubados até conseguir uma transferência para algum hospital, portanto essa doação é muito importante para o município”, disse o vice-prefeito Edson Ferraz, agradecendo a contribuição por parte da empresa.
“Os equipamentos vão atender os pacientes que estão em estado grave. Agradecemos muito pela doação e integração da iniciativa privada com o município”, destacou João Muller que fez o pedido a empresa.
“Essa doação demonstra mais uma vez a importância da cooperação, sobretudo nesse momento mais duro da pandemia, com muitas pessoas morrendo por falta desses equipamentos”, finaliza o prefeito Airton Garcia.
A Prefeitura de São Carlos tinha 9 respiradores em funcionamento na rede pública de saúde, com a doação passa a disponibilizar 13 ventiladores mecânicos.
ITIRAPINA/SP - Um engano fez com que 46 pessoas recebessem a vacina contra Covid-19, a Coronavac, no lugar da dose contra gripe em um posto de vacinação de Itirapina, na terça-feira (13). Entre os vacinados estão 18 adultos - sendo uma gestante - e 28 crianças.
O infectologista Bernardino Souto diz que ainda não há testes suficientes para determinar os efeitos da Coronavac em crianças e gestantes e que, por isso, os pacientes que tomaram a vacina por engano devem ser acompanhados clinicamente.
"A luz da expêriencia com outras vacinas feitas com vírus inativado é possível que as crianças e gestantes acidentalmente vacinadas com a Coronavac não tenham efeitos adversos importantes, mas não há estudos clíncicos suficientes para dar essa certeza. É adequado manter essas pessoas sob monitoramento ao longo de algumas semanas ou meses para verificar alguma ocorrência que possa ser relacionada à vacina. No caso das gestantes, é adequado que também seja feito com os recém-nascidos."
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Itirapina, o erro foi percebido durante o controle do estoque das vacinas, na quarta-feira (14), quando notaram a falta de 46 doses da Coronavac.
De acordo com a prefeitura, uma técnica de enfermagem enviou erroneamente frascos da Coronavac para o local onde está ocorrendo a campanha de vacinação contra gripe (influenza), na Escola José Cruz.
A campanha de imunização contra a gripe começou na segunda-feira (12). Para não causar conflito com a imunização contra a Covid, a 1ª etapa, que geralmente começa pelos idosos, foi destinada esse ano a crianças maiores de 6 meses e menores de 6 anos; gestantes; puérperas; povos indígenas e trabalhadores da saúde.
Entre as crianças vacinadas está Pedro, de apenas 1 ano e 10 meses. A mãe dele, Jéssica Aparecida Santos Conduta, conta que, na manhã desta quinta-feira (15), ela foi chamada na Vigilância em Saúde e informada sobre a troca das vacinas. Desesperada, ela ligou para a pediatra pedindo ajuda.
“Por ser a Coronac ela acredita que não haverá reações, mas que eu tenho que observar e passar tudo para ela. Ela me orientou para que eu não fizesse nenhum tipo de exame por fora”, afirmou.
A compradora Taíza Favaro também ficou preocupada quando soube que o filho de 2 anos tomou a vacina errada. Ela disse que na Vigilância queria marcar a segunda dose da vacina, mas ela tem receio.
"Eu entrei em contato com a pediatra e ela orientou a não tomar a segunda dose porque a vacina é contraindicada para crianças", contou.
A Secretaria de Saúde de Itirapina comunicou à Vigilância Epidemiológica de Piracicaba sobre a falha e solicitou orientações sobre as medidas a serem adotadas.
“Todas as providências para a segurança dessas pessoas foram tomadas e, segundo orientação dos médicos especialistas consultados, o fato não traz riscos para a saúde dos envolvidos”, afirmou a Prefeitura de Itirapina, por meio de nota.
Ainda segundo a prefeitura, todos os vacinados foram informados pessoalmente e a Secretaria de Saúde disponibilizou uma equipe médica para avaliação e orientação, com acompanhamento por 14 dias, das pessoas envolvidas.
Nesta quinta-feira (15), 26 pessoas passaram por atendimento médico, entre elas a gestante. No caso das crianças, a avaliação e as orientações foram feitas por uma pediatra.
“É importante salientar que até o momento nenhuma anormalidade foi detectada”, afirmou a prefeitura.
A Secretaria de Saúde informou que as providências na apuração de responsabilidades, na área administrativa e legal, estão sendo tomadas.
O Instituto Butantan informou que não recebeu qualquer notificação sobre o caso em questão no seu setor de farmacovigilância.
Segundo o instituto “conforme indicado em bula, a vacina é indicada para indivíduos com 18 anos ou mais e não há conclusões científicas até o momento de segurança ou eficácia da vacina na população pediátrica ou em gestantes”.
O Butantan orienta que em casos como o ocorrido em Itirapina, as vigilâncias municipais acompanhem e coletem informações individuais das gestantes e das crianças expostas, solicitando que busquem orientação imediata nos serviços de saúde caso apresentem algum evento adverso e que, neste caso, não tomem a segunda dose do imunizante.
Também é recomendável que essas pessoas vacinadas erroneamente com a Coronavac, aguardem por 14 dias antes de se vacinarem contra a gripe.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que é responsabilidade dos municípios monitorar eventos adversos e seus pacientes.
O Ministério da Saúde disse que irá se informar sobre o caso antes de se pronunciar.
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