SÃO CARLOS/SP - Vinte e cinco alunos da ETEC Paulinho Botelho de São Carlos fizeram uma imersão em conteúdos teóricos e experimentais de física. Eles participaram no último fim de semana da Escola de Física Aplicada Marie Curie, organizada pelo Programa Vem Saber, nas dependências do Centro de Apoio Didático do campus 2 da USP.
Para a estudante Morena Leão Marchette, as aulas teóricas de biotecnologia e de laser aplicado à medicina foram as principais novidades. “ Não tinha visto nada na minha escola. Achei muito bom. O laboratório de sábado à noite foi o mais difícil”, disse.
“Eu gostei bastante dessa escola de física por vários aspectos. Um dos principais foi ter a experiência de universitário. A maneira que as aulas foram ministradas e os conteúdos foram bem legais. Gostei mesmo, de tudo. Se tiver outra oportunidade quero participar”, assim avaliou o estudante Gustavo Barros Basso.
Para o Diretor do Programa Vem Saber e pesquisador do CDMF, Prof. Antonio Carlos Hernandes, “com a escola criamos oportunidade aos estudantes da ETEC Paulino Botelho de conhecer temas de física contemporânea”. Ainda segundo Hernandes, a realização de mais essa atividade cumpre o papel do Programa Vem Saber de difundir a ciência para os estudantes do ensino médio. “A Escola de Física Aplicada é mais uma iniciativa que organizamos para os alunos das escolas públicas. Nesse caso, foram 24 horas de atividades. Os estudantes saíram cansados, mas felizes com o que puderam aprender e ver”, concluiu.
BRASÍLIA/DF - O Programa Universidade para Todos (Prouni) encerra hoje (28) as inscrições na lista de espera para candidatos que não foram pré-selecionados em nenhuma das duas chamadas do programa. Para se inscrever na lista, é preciso acessar a página do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC).

O resultado da lista de espera será divulgado no dia 3 de outubro. Os selecionados nesta fase precisarão comprovar suas informações de 3 a 7 de outubro.
O Prouni concede bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de educação superior privadas. “O Programa conta com um sistema de seleção informatizado e impessoal, que confere transparência e segurança ao processo”, informa o ministério.
SÃO CARLOS/SP - O vereador Azuaite França teceu críticas à gestão da Secretaria Municipal de Educação e defendeu a exoneração da responsável pela pasta: “Prefeito Airton Garcia, se você tem ainda um pouco de lucidez demita a secretária Wanda (Hoffmann) porque ela está infelicitando a educação de nossa cidade”, afirmou em pronunciamento na sessão plenária da Câmara Municipal nesta terça-feira (20).
A seu ver, a condução da pasta “não está à altura das tradições de uma cidade que no passado era procurada por pessoas do Brasil todo porque São oferecia as melhores escolas do estado”. “Hoje, a Capital da Tecnologia é analógica e no sentido administrativo é a capital do atraso”.
O parlamentar que preside a Comissão de Educação da Câmara Municipal, observou que os prejuízos ao aprendizado com o ensino a distância durante a pandemia são revelados agora e se baseiam nos resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Afirmou que os prejuízos ao aprendizado escolar na pandemia “foram revelados agora nas provas nacionais e se baseia no Ideb que temos”. “Estamos retrocedendo no que tem que avançar; estamos andando para trás, feito caranguejo”.
Azuaite relatou que na semana passada realizou reunião de educadores do estado de São Paulo para debater com Priscila Cruz do Todos pela Educação e na próxima semana convidarão consultor educacional Cesar Callegari para discutir o financiamento da educação e capacitar pessoas para cobrar a aplicação de recursos do Fundeb em São Carlos. “A secretária Wanda preocupa-se com picuinhas e não se preocupa com o essencial; nem o básico é oferecido aqui”.
O vereador criticou as instalações dos prédios escolares da cidade “que estão caindo aos pedaços, há escolas com escorpiões, sem auto de vistoria do corpo de bombeiros, não têm professor e onde profissionais são submetidos a condições insalubres de trabalhos e tem que se afastar e se readaptar”.
“Essa é a política da educação na cidade”, acrescentou. “Com orçamento municipal de R$ 1 bi, vamos ver como estão as escolas municipais. Não vem jogar a culpa desse desatino em cima do professor, que é vítima desse sistema, dessa administração. Os professores são talentosos e não têm espaço para desenvolver o seu talento. E enquanto isso a gente tem uma secretária míope em termos de administração”, concluiu Azuaite.
SÃO PAULO/SP - A partir de 2024, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá mudanças. Como o novo ensino médio prevê itinerários formativos para o estudante se aprofundar nos conteúdos em que deseja, no Enem o vestibulando poderá escolher entre quatro opções de blocos curriculares, de acordo com o curso superior que aspira. O exame seguirá sendo aplicado em dois dias, como ocorre atualmente. O primeiro terá questões obrigatórias a todos os candidatos, que deverão demonstrar conhecimento em Matemática, Língua Portuguesa e Redação.
Já no segundo dia o candidato poderá escolher a prova direcionada a um de quatro blocos. São eles: Linguagens, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Matemática, Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Matemática, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Além da alteração da divisão dos conteúdos, outra novidade para 2024 é que a prova, hoje formada só por perguntas de múltipla escolha, passará a ter também questões discursivas. Ou seja, os participantes terão de resolver problemas matemáticos ou escrever respostas por extenso.
Para Tadeu da Ponte, coordenador do vestibular do Insper e fundador da Primeira Escolha, ao incluir questões discursivas no exame, cria-se a possibilidade de avaliar a capacidade cognitiva do estudante de forma mais sofisticada. “Com as questões discursivas, por um lado, se consegue avaliar outras competências, como a capacidade de o aluno formular hipóteses científicas. Mas são respostas que levam mais tempo para serem realizadas, haverá uma limitação em termos de quantidade e isso pode criar um problema de métrica, em termos estatísticos. O poder seletivo do exame pode cair”, pondera.
Tadeu lembra que hoje as áreas do conhecimento do Enem – Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática e Língua Portuguesa – são avaliadas por meio de 45 questões cada. “É a quantidade de itens necessária para uma avaliação fidedigna. Porém, o tempo de o aluno responder uma questão discursiva é maior, será inviável ter 45 perguntas de cada área.”
Apesar do apontamento técnico, Tadeu acredita que essa mudança pode ter um reflexo positivo na educação básica. Para o professor, quando o exame passa a cobrar que os estudantes desenvolvam pensamentos mais complexos para responder questões discursivas, é possível que as escolas comecem a trabalhar para que os alunos desenvolvam esse tipo de habilidade ainda no ensino fundamental. “Com as questões dissertativas, haveria um ganho de exigência cognitiva diferente entre os candidatos”, diz.
Outra preocupação de Tadeu é com o banco de questões do Ministério da Educação para o Enem. Neste ano, diretores do Inep chegaram a propor a repetição de algumas para a construção do exame de 2022. “A exposição dos itens é uma preocupação. O banco precisa ser construído, e os testes para as mudanças já deveriam estar sendo pilotados. Penso que este seja um anúncio mais aspiracional, não sei se haverá exequibilidade para 2024.”
Curso técnico durante ensino médio poderá dar ponto extra
O pacote de novidades ainda inclui uma pontuação extra no exame, a partir de 2024, para alunos que tiverem feito curso técnico profissionalizante durante o ensino médio. Segundo o Censo da Educação Básica de 2020, a matrícula integrada à educação profissional cresceu 29,5% nos últimos cinco anos, passando de 531.843, em 2016, para 688.689, em 2020. Na comparação com o total de matrículas no ensino médio, no entanto, a educação profissional corresponde a apenas 9% do contingente.
Ocimar Alavarse, professor da Faculdade da Educação da Universidade de São Paulo (USP), considera precoces as mudanças anunciadas para o Enem, tendo em vista que o novo ensino médio ainda não está totalmente sedimentado. Pela legislação, aprovada em 2017, o novo modelo precisa começar a ser implementado neste ano, em todas as escolas do Brasil, públicas e privadas. “O Enem muda o perfil da prova, mas o ensino médio vai ter mudado até lá? Esse tipo de mudança pode demorar uma década, porque implica mudar quem ensina.”
O professor reforça que a maioria dos candidatos do Enem já concluiu o ensino médio. Neste ano, por exemplo, dos 3,3 milhões de inscritos, quase metade (1,5 milhão) está exatamente nesta posição. “Quando se muda a matriz do Enem, cria-se um problema até de justiça, já que a maioria dos candidatos não fez o ensino médio no novo modelo.”
Vanessa Fajardo / ESTADÃO
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