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UCRÂNIA - O exército russo prossegue nesta segunda-feira (4) com os bombardeios no leste da Ucrânia e avança com o plano de conquistar toda a região do Donbass após a queda cidade estratégica de Lysychansk, no momento em que começa uma conferência internacional na Suíça para traçar um roteiro para a reconstrução da Ucrânia.

O Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas anunciou no domingo à noite a retirada de Lysychansk, cenário de combates violentos nas últimas semanas, e reconheceu a "superioridade" das tropas russas nesta região de Lugansk, leste da Ucrânia.

Após a tomada de Lysychansk, peça central do plano de conquista desta bacia industrial do Donbass, majoritariamente russófona e controlada parcialmente pelos separatistas pró-Rússia desde 2014, o exército russo parece concentrar agora os esforços em Sloviansk e Kramatorsk, duas importantes cidades situadas mais ao oeste, que foram atingidas sem trégua desde domingo.

Em um discurso no domingo à noite, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tentou manter as aparências e citou outras frentes de batalha na região de Kharkiv (nordeste) ou Kherson (sul), onde afirmou que o país conseguiu "progressos".

"Chegará o dia em que falaremos o mesmo sobre o Donbass", declarou Zelenski.

Em Sloviansk, cidade que tinha quase 100.000 habitantes antes da guerra, seis pessoas morreram, incluindo uma menina de nove anos, em bombardeios russos. "O nome dela era Eva. Ela completaria 10 anos em agosto", disse Zelensky em seu discurso.

As autoridades ucranianas pediram à população que abandone esta região. A linha de frente fica a poucos quilômetros de Sloviansk.

Em Siversk, quase 20 km ao oeste de Lysychansk, as tropas ucranianas desejam estabelecer uma linha de defesa entre esta cidade e Bakhmut para proteger Sloviansk e Kramatorsk, que têm um elevado valor simbólico.

Os moradores contaram à AFP que os bombardeios em Siversk ficaram mais intensos nos últimos dias.

"O inimigo intensificou os bombardeios contra nossas posições na direção de Bakhmut", confirmou o Estado-Maior do exército ucraniano em um boletim.

Na Ucrânia, ninguém ousa prever o tempo de duração da guerra.

"No início, os analistas diziam que a guerra terminaria rapidamente. Depois afirmaram que terminaria no Dia da Constituição (28 de junho), depois no Dia da Independência (24 de agosto) e agora não falam nada", declarou à AFP Lyudmila Yashchuk, uma moradora de Kiev de 55 anos.

 

- Reconstrução -

Na cidade de Bucha, alvo de ataques extremamente violentos no início da guerra, alguns moradores começaram a plantar flores ao pé dos prédios ou a reconstruir seus jardins. Mas a maioria dos habitantes não se atreve a pensar na reconstrução da localidade, quando o resultado dos combates permanece tão incerto.

Na cidade, o estigma dos combates permanece visível em todos os cantos: janelas quebradas, marcas de tiros, paredes com buracos.

"Nós deitamos sem saber se vamos acordar amanhã", conta Vera Semeniuk, de 65 anos. "Todos voltaram e estão começando a reparar as casas, muitos estão colocando janelas novas. Seria terrível se voltasse a acontecer e tivéssemos que deixar tudo de novo".

Enquanto o resultado da guerra permanece incerto, a Conferência de Lugano, que já estava programada para acontecer antes de a Rússia invadir a Ucrânia no fim de fevereiro, tentará nesta segunda-feira e na terça-feira traçar as linhas da futura reconstrução da Ucrânia.

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Schmigal, e o presidente do Parlamento, Ruslan Stefanchuk, chegaram a Lugano no domingo.

Eles devem ter uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para estabelecer as bases do "Plano Marshall" para a Ucrânia, apesar da impossibilidade de vislumbrar o fim da guerra e dos cálculos para a reconstrução do país que oscilam de dezenas e centenas de bilhões de dólares.

Robert Mardini, diretor geral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, disse que embora a verdadeira reconstrução tenha que esperar até o fim dos combates, é vital dar "uma perspectiva positiva aos civis".

A ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, apresentará um grande plano para ajudar a Ucrânia a longo prazo, com a participação na reconstrução do país assim que a guerra com a Rússia terminar.

Por sua vez, o Comitê Olímpico Internacional triplicará sua ajuda financeira direta aos atletas ucranianos visando os Jogos de Paris de 2024 e depois os Jogos de Inverno de 2026, anunciou o presidente do COI, Thomas Bach.

Em visita a Kiev no domingo, Bach, que discursou ao lado do presidente ucraniano, também indicou que "não chegou a hora" de modificar a posição do COI, que recomendou a exclusão de atletas russos e bielorrussos de todos os eventos esportivos internacionais.

 

 

AFP

UCRÂNIA - Forças da Ucrânia travaram um combate no sábado, 02, com tropas russas e separatistas em Lysychansk, um dos últimos redutos ucranianos na bacia do Donbass, leste do país.

"Os combates são intensos em torno de Lysychansk. Felizmente, a cidade não está cercada e está sob o controle do Exército ucraniano", disse o porta-voz da Guarda Nacional ucraniana, Ruslan Muzychuk.

Um representante da "milícia popular de Luhansk" havia assegurado pouco antes que essa força separatista e as tropas russas "ocuparam as últimas posições estratégicas, o que nos permite afirmar que a cidade de Lysychansk está completamente cercada", o que a Ucrânia negou.

Além disso, a Ucrânia denunciou o "terror russo deliberado" e renovou os pedidos por sistemas antimísseis ocidentais após ataques mortais na região de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas nesta sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

Em resposta às acusações ucranianas, o Kremlin garantiu que "as forças armadas da Rússia não operam contra alvos civis" na Ucrânia, uma reação descrita como "desumana e cínica" por Berlim.

De acordo com Kiev, os ataques em Serhiivka feriram 38 pessoas, incluindo cinco crianças, duas delas em estado grave.

"Peço aos nossos parceiros que forneçam à Ucrânia sistemas de defesa antimísseis o mais rápido possível. Ajudem-nos a salvar vidas", implorou o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kouleba, chamando a Rússia de "Estado terrorista".

 

- 'Perdas pesadas' -

De acordo com o exército ucraniano, os projéteis usados contra Serhiivka foram mísseis de cruzeiro soviéticos datados da Guerra Fria e projetados para atacar porta-aviões, do mesmo tipo daqueles que atingiram um shopping center em Kremenchuk (centro da Ucrânia) em plena luz do dia na segunda-feira matando pelo menos 19 pessoas.

Zelensky reconheceu que a situação continua "extremamente difícil" em Lysytchansk, onde a maior parte dos combates está concentrada e onde os russos "tentam cercar" o Exército ucraniano "pelo sul, leste e oeste", segundo o governador local, Serguiï Gaïdaï.

Zelensky reconheceu que a situação continua "extremamente difícil" em Lysytchansk, onde a maior parte dos combates está concentrada e onde os russos "tentam cercar" o Exército ucraniano "pelo sul, leste e oeste", segundo o governador local, Serguiï Gaïdaï.

De acordo com o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, quatro civis foram mortos e 12 feridos em Sloviansk desde a manhã de sexta-feira.

 

- Bombardeios diários -

Sloviansk, que fica na província de Donetsk, é bombardeada dia e noite há uma semana. Quatro civis morreram e 12 ficaram feridos nas últimas 24 horas, segundo o governador regional, Pavlo Kyrylenko.

"O Exército russo continuou hoje disparando mísseis contra nossas cidades", afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em seu pronunciamento diário, citando ataques em seis cidades até a noite. "Um combate feroz continua ao longo de toda a linha de frente no Donbass", assinalou, acrescentando que "a atividade do inimigo se intensifica na região de Kharkov".

 

- Roteiro para a reconstrução -

Zelensky mostrou-se hoje na expectativa da conferência que irá discutir na próxima segunda-feira, na Suíça, a reconstrução da Ucrânia. Líderes de uma dúzia de países e organizações internacionais estarão em Lugano com o objetivo de entregar um roteiro para a recuperação da Ucrânia.

Reconstruir o país "requer investimentos colossais, bilhões, novas tecnologias, melhores práticas, novas instituições e, certamente, reformas", antecipou Zelensky. Segundo ele, 10 regiões da Ucrânia foram afetadas pela guerra, com povoados e vilarejos que precisam ser "reconstruídos do zero".

Perante o bloqueio marítimo que lhe é imposto pela Rússia e que a impede de exportar trigo, a Ucrânia pediu ontem à Turquia que interceptasse um cargueiro russo que saiu do porto de Berdiansk, na zona ocupada, e suspeito de transportar milhares de toneladas de grãos roubados por Moscou.

Ilustrando a questão da guerra de grãos imposta por Moscou e que preocupa muitos países africanos que dependem do trigo ucraniano para sua segurança alimentar, o Exército ucraniano afirmou ontem, com um vídeo de apoio, que o Exército russo havia bombardeado duas vezes com bombas de fósforo a Ilha das Serpentes, uma ilhota no Mar Negro perto das costas ucraniana e romena e essencial para controlar o tráfego marítimo, de onde Moscou havia garantido no dia anterior ter se retirado em "sinal de boa vontade". Kiev, por sua vez, afirma que os russos foram expulsos por repetidos ataques ucranianos.

 

 

AFP

UCRÂNIA - O Pentágono anunciou na sexta-feira (1º) um novo envio de armas e munições à Ucrânia, no valor de 820 milhões de dólares (R$ 4,3 bilhões), para ajudar o país em guerra a combater o Exército russo no sul e no leste.

O 14º pacote de ajuda militar inclui dois sistemas de defesa antiaéreos, mísseis para os lança-foguetes Himars fornecidos pelos Estados Unidos em junho e até 150 mil projéteis de 155 milímetros.

Os sistemas de defesa antiaéreos, conhecidos como Nasams, conseguem disparar mísseis superfície-ar de curto e médio alcance. São fabricados pela americana Raytheon e pelo grupo norueguês Kongsberg.

Esses dispositivos teleguiados ajudarão as forças ucranianas a se defender dos aviões e drones russos, além dos mísseis de cruzeiro.

“Os Estados Unidos continuam trabalhando com seus aliados e parceiros para fornecer à Ucrânia os equipamentos necessários para enfrentar um campo de batalha em evolução”, afirmou Todd Breasseale, porta-voz do Departamento de Defesa americano, em um comunicado.

O Pentágono “reconhece a cooperação da Noruega para permitir a entrega histórica por parte dos Estados Unidos de sistemas de defesa aérea modernos que ajudarão a Ucrânia a se defender dos brutais ataques aéreos da Rússia”.

Esse novo pacote eleva a 6,9 bilhões de dólares (mais de R$ 36,7 bilhões) o montante da ajuda de segurança dos Estados Unidos à Ucrânia desde o início da invasão pela Rússia, em 24 de fevereiro.

 

 

por AFP

UCRÂNIA - O exército ucraniano celebrou nesta quinta-feira (30) a "libertação de um território estratégico" depois que a Rússia anunciou a retirada de suas tropas da Ilha das Serpentes, no Mar Negro, ocupada desde os primeiros dias da invasão na Ucrânia.

"Agradeço aos defensores da região de Odessa que fizeram todo o possível para libertar um território estrategicamente importante", disse o comandante das Forças Armadas ucranianas, Valeriy Zaluzhny.

"Em sinal de boa vontade, as Forças Armadas russas cumpriram os objetivos fixados na Ilha das Serpentes e retiraram sua guarnição do local", afirmou o porta-voz do ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, antes de acrescentar que a medida pretende facilitar as exportações de grãos da Ucrânia.

O ministério afirmou que a retirada é uma demonstração ao mundo de que a "Rússia não está impedindo os esforços da ONU de organizar um corredor humanitário para enviar por navio produtos agrícolas a partir da Ucrânia"

A Rússia acrescentou que agora "a bola está do lado da Ucrânia" e acusou o país de não retirar as minas de sua costa do Mar Negro.

"Não há mais tropas russas na Ilha das Serpentes. Nossas Forças Armadas fizeram um grande trabalho", afirmou o conselheiro presidencial ucraniano Andryi Yermak no Twitter.

O comando militar do sul da Ucrânia anunciou no Facebook que durante a noite a Rússia "retirou às pressas os remanescentes de sua guarnição" da ilha depois de "ataques de nossas unidades com mísseis e artilharia".

Também disse que a ilha está "coberta de fogo" e postou uma foto do que parece ser a área com nuvens de fumaça.

A Ucrânia acusa a Rússia de roubar os cereais do país, o que contribui para a escassez mundial de alimentos provocada pelo bloqueio das exportações de produtos agrícolas em portos ucranianos.

Desde o início da ofensiva russa, a pequena Ilha das Serpentes virou um símbolo da resistência ucraniana depois que um grupo de guardas ucranianos que a defendiam rejeitou, em uma mensagem de rádio, a ordem de rendição apresentada por um navio russo.

A retirada militar da Rússia da Ilha das Serpentes, no Mar Negro, mostra que o presidente russo, Vladimir Putin, acha impossível 'quebrar' a Ucrânia, disse o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, em Madri, nesta quinta-feira.

"No final, será impossível para Putin subjugar um país que não aceita seu governo", disse Johnson em entrevista coletiva após uma cúpula da Otan, enfatizando a unidade da aliança contra a Rússia.

"Vimos o que a Ucrânia pode fazer para afastar os russos", disse ele. "Vimos o que eles fizeram em Kiev e em Kharkov, agora na Ilha das Serpentes. Acho que a coisa certa para nós é continuar no caminho que a Otan traçou, não importa o quão difícil seja", acrescentou.

 

 

AFP

UCRÂNIA - Linhas de trens e ônibus ligarão a partir de 1º julho a Crimeia, anexada pela Rússia, com as novas regiões ocupadas do sul da Ucrânia, anunciaram as autoridades pró-Moscou.

Esta é a primeira vez que isto acontece desde a anexação da Crimeia em 2014 por parte de Moscou e a suspensão dos transportes entre as regiões.

O ministério autoproclamado do Interior da região de Kherson, ocupada desde março por tropas russas, informou em um comunicado que os ônibus ligarão duas vezes por dia Simferopol, a capital da Crimeia, com a cidade de Kherson.

Também será criada uma conexão entre Simferopol e as cidades ocupadas de Melitopol e Berdiansk, na região ucraniana de Zaporizhzhia, parcialmente controlada pelo exército russo.

O ministério também anunciou uma linha ferroviária entre a cidade de Dzhankoi, na Crimeia, e Kherson e Melitopol. "A Rosgvardia (guarda nacional russa) garantirá a segurança dos transportes", afirma o comunicado.

Desde a tomada dos territórios no sul da Ucrânia, Moscou exerce uma política de implementação russa: sua moeda, o rublo, passou a ser utilizada, passaportes russos são distribuídos e críticas são reprimidas.

O prefeito ucraniano eleito de Kherson, Igor Kolijayev, deposto pelas forças russas em abril, foi preso na última terça-feira (28). As novas autoridades locais pró-Moscou pedem a organização de referendos sobre o vínculo da região com a Rússia.

 

 

AFP do R7

UCRÂNIA - A Ucrânia sofre "uma brutalidade nunca vista na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", declarou nesta terça-feira (28) o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, no primeiro dia da cúpula do bloco em Madri, com a presença de chefes de Estado e de Governo.

Por isso, "é muito importante que continuemos dispostos a fornecer ajuda", disse Stoltenberg, assegurando que a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte chegará a um acordo sobre "um novo pacote completo de assistência" à Ucrânia.

Stoltenberg fez essas declarações no dia seguinte ao bombardeio de um shopping center em Kremenchuk, no centro do país, que deixou pelo menos 18 mortos, segundo a Ucrânia.

Outro capítulo importante do encontro de Madri é a entrada na Aliança de dois vizinhos da Rússia, Suécia e Finlândia, solicitada após a invasão da Ucrânia e que enfrenta oposição da Turquia - que considera os dois países amigos dos separatistas curdos.

"Esperamos avançar na adesão da Finlândia e da Suécia", disse Stoltenberg, que tentará desbloquear a situação no encontro que realizará hoje com os três países mencionados.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, que acompanha Stoltenberg, afirmou que pretende transmitir uma mensagem sobre a guerra na Ucrânia.

O objetivo da cúpula é transmitir "uma mensagem de unidade entre as democracias, que se reúnem para defender a democracia, para defender os valores que nos unem, que são os valores da liberdade, pluralidade política, respeito aos direitos humanos e também da defesa de uma ordem internacional baseada em regras", afirmou o presidente anfitrião.

 

 

por AFP

UCRÂNIA - Pelo menos dez pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas pelo impacto de um míssil russo em um centro comercial do centro da Ucrânia nesta segunda-feira (27), anunciou o governador regional, alertando que o saldo pode se agravar.

"Dez mortos e mais de 40 feridos. Esta é a situação atual em Kremenchuk por causa do ataque com um míssil", disse Dmytro Lunin, que chefia o governo regional de Poltava.

"Os ocupantes dispararam um míssil contra um shopping onde havia mais de mil civis. O shopping está em chamas e as equipes de resgate combatem o fogo. O número de vítimas é impossível de imaginar", escreveu mais cedo, no Facebook, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski.

O mandatário ucraniano acompanhou sua mensagem com um vídeo que mostra o centro comercial pegando fogo, com grandes colunas de fumaça e caminhões dos bombeiros.

Segundo a Força Aérea da Ucrânia, o shopping foi atacado com mísseis Kh-22 disparados a partir de bombardeiros de longo alcance Tu-22 da região russa de Kursk.

"O tiro de míssil em Kremenchuk atingiu um local muito movimentado sem qualquer relação com as hostilidades", denunciou no Facebook Vitali Maletsky, prefeito desta cidade que tinha 220 mil habitantes antes da guerra.

"Há mortos e feridos. Mais detalhes chegarão", acrescentou.

O governador regional, Dmytro Lunin, denunciou um "crime de guerra" e um "crime contra a humanidade", bem como um "ate de terror não dissimulado e cínico contra a população civil".

 

 

por AFP

UCRÂNIA - A Rússia disse neste domingo (26) que atacou três centros de treinamento militar no norte e oeste da Ucrânia, incluindo um perto da fronteira polonesa, dias antes de uma cúpula da Otan, da qual a Polônia é membro.

Esses bombardeios foram realizados com "armas de alta precisão das forças aeroespaciais russas e mísseis Kalibr [de cruzeiro]", disse o Ministério da Defesa russo em comunicado.

Entre os alvos está um centro de treinamento militar das forças ucranianas no distrito de Starytchi, na região de Lviv, a cerca de trinta quilômetros da fronteira polonesa.

 

 

Da AFP, com R7

UCRÂNIA - As forças ucranianas devem se render em Severodonetsk após semanas de ofensiva das tropas russas, com ataques que deixaram a cidade reduzida a escombros, anunciou nesta sexta-feira (24) uma autoridade local ucraniana.

A notícia foi divulgada poucas horas depois do apoio contundente da União Europeia (UE) à Ucrânia, com a concessão do status de país candidato, embora o processo possa demorar anos antes de Kiev integrar o bloco.

A tomada de Severodonetsk, na região leste do Donbass, se tornou um objetivo crucial dos russos, depois que suas tropas foram obrigadas a abandonar Kiev no início da invasão, que completa quatro meses nesta sexta-feira.

A cidade estratégica foi cenário de combates extremamente violentos nas ruas durante semanas, nos quais os ucranianos tentaram superar a desvantagem bélica com uma forte resistência.

"As Forças Armadas ucranianas terão que se retirar de Severodonetsk. Receberam ordem para isso", afirmou pelo Telegram Sergiy Gaidai, governador da região de Lugansk, onde fica a cidade industrial.

"Permanecer em posições que foram bombardeadas incessantemente durante meses não faz sentido", acrescentou. "A cidade foi quase transformada em escombros pelos bombardeios contínuos. Todas as infraestruturas críticas foram destruídas: 90% da cidade foi danificada, 80% das casas terão que ser demolidas."

A conquista de Severodonetsk permitiria aos russos avançar sobre a cidade vizinha de Lysychansk, consolidando o controle da região de Lugansk e possibilitando o avanço na ofensiva pela bacia de mineração do Donbass, que desde 2014 está parcialmente sob controle dos separatistas pró-Moscou.

 

Lysychansk sofre bombardeios

Gaidai informou que agora os russos avançam para Lysychansk, que também está sob cerco intenso das tropas de Moscou, que bombardeiam a cidade sem trégua.

Os jornalistas da AFP que deixaram a cidade na quinta-feira tiveram que sair do carro em que viajavam duas vezes para se proteger no chão devido aos bombardeios russos contra a principal rota de abastecimento da cidade.

A situação para os que permanecem em Lysychansk parece sombria. Liliya Nesterenko contou à AFP que sua casa não tem gás, água nem energia elétrica. Ela e a mãe cozinham em uma fogueira.

Um representante dos separatistas pró-Rússia afirmou que a resistência ucraniana é "inútil". "Acredito que no ritmo que nossos soldados prosseguem, muito em breve todo o território da República Popular de Lugansk estará libertado", declarou à AFP por videochamada o tenente-coronel Andrei Marochko, porta-voz das milícias pró-Rússia.

No sul da Ucrânia, na cidade de Kherson, que está sob controle dos russos, um funcionário designado por Moscou morreu em um atentado com explosivos colocados em seu carro, de acordo com as agências de notícias russas.

O governador nomeado pela Rússia para a região de Kherson, Kirill Stremousov, confirmou a identidade da vítima à agência RIA Novosti. "Sim, um dos meus funcionários morreu. Dmitri Savlushenko era secretário para a Juventude e Esportes."

A Ucrânia insiste nos pedidos por mais armas e na quinta-feira o governo dos Estados Unidos anunciou uma nova ajuda militar para Kiev, de 450 milhões de dólares.

 

Decisão histórica da UE

Na reunião de cúpula da UE em Bruxelas, na quinta-feira, os líderes dos 27 países concordaram em conceder o status de candidato a Ucrânia e Moldávia, outra ex-república soviética com parte de seu território controlado por separatistas pró-Rússia.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, agradeceu pelo apoio, que chamou de "momento único e histórico" nas relações entre seu país e a UE.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a decisão envia "um sinal muito forte" para a Rússia.

Após a reunião de cúpula da UE, será a vez do encontro do G7 e, em seguida, acontecerá a reunião da Otan, estas duas últimas com a presença do presidente americano Joe Biden.

Uma fonte do governo dos Estados Unidos afirmou que a reunião do G7 no próximo domingo (26) pode anunciar novas sanções contra a Rússia.

 

 

Do R7

UCRÂNIA - O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu que a possível integração da Ucrânia na União Europeia (UE) é uma grande motivação para a sociedade e Exército ucraniano contra a invasão russa.

"Para a nossa sociedade e para o nosso Exército, é uma grande motivação. Um grande fator motivador para a unidade e vitória do povo ucraniano", sublinhou o chefe de Estado ucraniano durante uma vídeoconferência com estudantes canadianos.

Volodymyr Zelensky, que respondeu em direto a perguntas de estudantes de várias universidades canadianas, sublinhou que os próximos dias serão decisivos para a candidatura da Ucrânia à adesão à UE.

A intervenção do Presidente ucraniano ocorre pouco antes da reunião de chefes de Estado e do governo da UE, que começa quinta-feira em Bruxelas e que deve ratificar o estatuto da Ucrânia como país candidato ao organismo europeu.

Zelesnky, que durante a videoconferência de uma hora, organizada pela Munk School da Universidade de Toronto, teve a iniciativa de brincar várias vezes com os estudantes, assegurou que está convicto de que todos os países da UE vão apoiar a candidatura do seu país.

"É um momento de viragem para nós. Alguns da minha equipa comparam este momento com a passagem da escuridão para a luz", assinalou.

O Presidente ucraniano também repetiu que a Ucrânia precisa de mais armas, mais ajuda financeira e mais sanções contra a economia russa por parte do Ocidente, para repelir a invasão por Moscovo.

Apesar da seriedade do discurso, Zelensky não deixou de se rir com a pergunta de um estudante, que o comparou com personagens da história como Winston Churchill, ou da ficção como o Harry Potter, e questionou ainda qual é a sua inspiração.

"O Harry Potter é melhor que o Voldemort. Todos nós sabemos quem são Voldemort e Harry Potter nesta guerra, então sabemos como é que isto vai acabar", retorquiu Zelensky, provocando risos na plateia, incluindo da vice-primeira-ministra canadiana Christia Freeland.

Volodymyr Zelensky referiu ainda que a sua inspiração é o povo ucraniano, de camponeses e donas de casa, que o inspiram a continuar a lutar.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou 4.597 civis e deixou 5.711 feridos, segundo dados da ONU, que sublinha que os números reais poderão ser muito superiores.

 

 

Lusa

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