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SÃO PAULO/SP - O mês de setembro deste ano foi mais frio que a média histórica de São Paulo, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) da prefeitura. O centro dispõe de dados de temperatura máxima e mínima desde 2004.

Segundo o instituto, a média climatológica histórica de setembro medida da capital paulista é de mínima de 15,2ºC e máxima de 25,9ºC. Neste ano, porém, a média está abaixo. Até segunda-feira (19), a mínima foi de 12,5ºC e a máxima, de 22ºC.

Ou seja, neste período, os termômetros marcaram 2,7ºC abaixo da média mínima e 3,9ºC abaixo da média máxima.

A primavera, que começa nesta quinta-feira (22), deve ser marcada por tempo instável na capital paulista. A previsão é de muitas nuvens, poucas aberturas de sol e pancadas de chuva no período da tarde. Além disso, a temperatura oscila entre 15°C ao amanhecer e 24°C no início da tarde.

Já na sexta-feira (23), as instabilidades se afastam, e o frio ganha força. A previsão é de um início de sexta com muitas nuvens, mas o sol passa a aparecer no fim da manhã. Os termômetros devem marcar uma queda de temperatura entre a tarde e a noite, quando a previsão é de mínima de 10ºC. Já a máxima de 20°C será registrada no meio da tarde.

A frente fria deve continuar no fim de semana na capital paulista. No sábado, a mínima é de 7ºC e os termômetros não devem ultrapassar 20ºC. Já no domingo, a temperatura sobe um pouco, com mínima de 11ºC e máxima de 22ºC. À noite, deve chover.

Agosto frio e julho quente Setembro não foi o único mês com uma média diferente da série histórica. Ainda de acordo com o CGE, o mês de julho e agosto também tiveram dias, em 2022, com temperaturas diferente dos últimos anos.

Pela média histórica, julho tem temperaturas mínimas médias de 12,6ºC e máximas de 22,9ºC. Porém, neste ano, o mês foi mais quente, com médias mínimas de 13,5ºC e máximas de 25,2ºC.

No período, também foram registradas chuvas abaixo da média. O centro destacou que o mês em 2022 igualou a julho de 2018, quando as tardes foram as mais quentes e com as temperaturas máximas mais altas da série histórica do CGE.

As madrugadas foram as mais quentes desde 2010. Em 2009 e 2010, a média da temperatura mínima foi a mais alta de julho de todo o histórico, 14,1°C.

Agosto também registrou temperaturas fora do comum. O mês, que costumava ser de temperaturas mais amenas que julho, inverteu a lógica em 2022. Neste período, a capital registrou média máxima de 22,8ºC e mínima de 12,5ºC, diferente da série histórica, em que a média era de máxima de 24,3ºC e mínima de 13,4ºC.

 

 

FOLHA de S.PAULO

IRAQUE - Suas águas foram célebres no jardim do Éden, na Suméria e na Babilônia. Mas no Iraque de hoje, o Tigre está morrendo. Entre as atividades humanas e as mudanças climáticas, a agonia do rio ameaça acabar com a vida que se implantou às suas margens há milhares de anos.

Desde abril, as temperaturas superam os 35 ºC e as tempestades de areia se sucedem, cobrindo com uma fina camada alaranjada máquinas, animais e seres humanos.

O verão é infernal para os iraquianos, quando os termômetros chegam aos 50ºC e há cortes de eletricidade.

O Iraque se tornou um dos cinco países no mundo mais expostos às consequências das mudanças climáticas, segundo as Nações Unidas.

E o Tigre, que corta o Iraque, está ficando sem força, devido à falta de chuvas, mas também às represas, como as da Turquia, onde tem origem.

Um correspondente da AFP percorreu as margens do rio para constatar o desastre que representa para os habitantes mudar sua forma de vida.

 

- Faysh Khabur (norte): com a represa, "a água diminui dia a dia" -

O percurso iraquiano do Tigre começa nas montanhas do Curdistão, no entroncamento entre o Iraque, a Síria e a Turquia. Aqui, as pessoas ganham a vida cultivando batatas e criando ovelhas.

Em Faysh Khabur, "nossa vida depende do Tigre", explica Pibo Hassan Dolmasa, de 41 anos, de pé com suas bombachas empoeiradas.

"Todo o nosso trabalho, nossa agricultura, depende dele", mas "há dois ou três anos", a situação vem piorando. "A água diminui dia a dia", afirma, enquanto "antes, a água saía a cântaros".

As autoridades iraquianas e os agricultores curdos acusam a Turquia de reter a água com as represas construídas rio acima.

As estatísticas oficiais confirmam: o nível da água do Tigre este ano, em sua chegada da Turquia, tem apenas 35% do volume médio que fluiu para o Iraque nos últimos 100 anos.

Quanto mais se retém água, mais diminui sua vazão e menos chega ao Iraque ao longo dos 1.500 km que o rio percorre antes de se unir ao Eufrates para formar o Chatt al-Arab, confluência dos dois rios, e chegar ao Golfo.

Este tema é fonte de atrito entre os dois países: Bagdá pede regularmente a Ancara que libere mais água e, em resposta, o embaixador turco no Iraque, Ali Riza Güney, pediu em julho aos iraquianos que "usem a água disponível de forma mais eficiente".

A água é largamente desperdiçada no Iraque, acrescentou em um tuíte.

Os especialistas lhe dão razão e falam de métodos irracionais: como na época dos sumérios, os agricultores iraquianos continuam inundando seus campos para regá-los, o que provoca enormes perdas de água.

 

- Diyala (centro): De deslocados pela guerra a deslocados pela água -

Em alguns locais, parecem simples poças, mas os pequenos acúmulos de água no leito do rio Diyala são tudo o que resta desta confluência do Tigre no centro do Iraque, sem as quais não é possível nenhum cultivo na província.

Este ano, devido à seca, as autoridades reduziram à metade as áreas cultivadas em todo o país. E como em Diyala não há água suficiente, não haverá cultivos.

"Seremos obrigados a abandonar a agricultura e vender nossos animais", lamenta Abu Mehdi, um fazendeiro de 42 anos com bigode preto e cafetã branco.

"Fomos deslocados pela guerra" contra o Irã, na década de 1980, "e agora seremos deslocados pela água. Sem água, absolutamente não podemos viver nestas áreas", diz.

O homem tentou encontrá-la por seus próprios meios. "Vedemos tudo, nos endividamos para cavar poços. Cavei poços de 30 metros, (mas) foi um fracasso".

Daqui até 2050, "um aumento da temperatura de um grau Celsius e uma diminuição das precipitações de 10% causarão uma redução de 20% da água doce disponível" no Iraque, alertou o Banco Mundial no fim de 2021.

Então, cerca de um terço das terras irrigadas não terão água.

A escassez de água, os desafios para a agricultura e a segurança alimentar fazem parte dos "principais motores das migrações rurais para zonas urbanas" no Iraque, advertiu em junho a ONU e várias ONGs.

No fim de março de 2022, mais de 3.300 famílias tinham sido deslocadas por "fatores climáticos" em dez províncias do centro e do sul do país, segundo um relatório de agosto da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

"A migração climática já é uma realidade no Iraque", afirmou a OIM.

 

- Bagdá: "depósitos de areia" e resíduos na margem -

Neste verão, em Bagdá, o nível do Tigre era tão baixo que a AFP filmou jovens jogado voleibol no meio do rio, com a água apenas na altura da cintura.

Isto se deve aos "depósitos de areia", explica o Ministério de Recursos Hídricos. Com uma vazão tão fraca que não consegue arrastá-los curso abaixo, estes depósitos se acumulam no fundo e o rio, onde os moradores da capital lançam suas águas usadas, não consegue desaguar.

Não faz muito tempo, o governo enviava máquinas para dragar a areia dos leitos, mas agora, por falta de recursos, estas funcionam escassamente.

A consciência ambiental do governo e da população é "frágil", mesmo que "todo iraquiano sinta a mudança climática, que se traduz em temperaturas em elevação, uma diminuição das precipitações, uma queda do nível da água, tempestades de areia", diz a militante ambientalista Hajer Hadi.

Com sua ONG, Clima Verde, a jovem percorre escolas e universidades para introduzir os jovens na ecologia e nos efeitos das mudanças climáticas em seu país.

Para ela, é uma necessidade pouco atendida pelo governo iraquiano, que precisa gerir uma crise política e econômica depois de anos de guerra.

 

- Ras al Bisha (sul): terra salgada e palmeiras com sede -

"Você vê essa palmeira? Está com sede", diz Molla al Rashed, apontando para uma dezena destas árvores. "Precisam de água. Vou regá-las vaso a vaso? Com uma garrafa?", pergunta-se este agricultor de 65 anos.

A situação é similar no palmeiral vizinho, onde se vê apenas o esqueleto de árvores decapitadas. "Não há água doce, a vida acabou", diz o homem, com um keffiyeh bege cobrindo-lhe a cabeça.

Ras al Bisha fica nos confins de Iraque, Irã e Kuwait, onde o Chatt al-Arab, o principal canal do delta comum do Tigre e do Eufrates, desemboca no Golfo.

Por causa da baixa vazão, a água do mar engole e escala o curso do Chatt al-Arab. A ONU e os agricultores denunciam o impacto desta salinização no solo e as repercussões sobre os rendimentos agrícolas.

Para dar água para seu gado, Molla al Rashed precisa comprar de caminhões-cisterna. Inclusive os animais selvagens se aventuram nas casas buscando algumas gotas, conta este homem.

"Meu governo não me abastece com água", diz. "Quero água, quero viver. Quero plantar, como meus ancestrais", desespera-se.

 

- Chatt al-Arab (sul): a água salgada dificulta a pesca -

Iluminado pela luz rosada do poente, com os pés descalços em uma barca que empurra como um gondoleiro veneziano com ajuda de um bastão, Naim Haddad volta de um dia de pesca em Chatt al-Arab.

Perto de Basra, a metrópole meridional do Iraque, Naim exibe um saco cheio de peixes.

"De pais a filhos, dedicamos nossas vidas à pesca", resume o homem quarentão de barba grisalha. A pesca é o único sustento para sua família de oito pessoas.

"Sem salário do governo, sem subvenções", diz.

Mas a salinização do entorno provoca estragos. "No verão, temos água salgada, a água do mar sobe e chega até aqui", explica.

No começo de agosto, a taxa de salinidade no Chatt al-Arab, ao norte de Basra, era de 6.800 partes por milhão (ppm), anunciaram as autoridades locais.

A princípio, a água doce não ultrapassa as 1.000 ppm, segundo as normas do Instituto Americano de Geofísica, que descreve como água "moderadamente salgada" entre 3.000 e 10.000 ppm.

Consequentemente, algumas espécies de peixes de água doce, como as carpas, muito apreciadas pelos pescadores, desaparecem do Chatt al-Arab e são substituídas por outras que costumam viver em alto-mar.

"Se a água doce diminui, a pesca e nosso sustento diminuem", lamenta Haddad.

No seu caso, ele não pode migrar para a pesca em alto-mar porque seu barco não é preparado para resistir às ondas do Golfo.

E, sobretudo, já viu pescadores suficientes interceptados por oficiais iranianos e kuwaitianos, argumentando que ultrapassaram ilegalmente suas fronteiras marítimas.

 

 

AFP

ESPANHA - Maior produtor de azeite do mundo, a Espanha é também um dos países mais afetados pela extrema seca que castiga a Europa no momento.

Os efeitos da estiagem atual, a mais grave registrada no continente em 500 anos, sobre a produção do azeite já podem ser sentidos na quantidade produzida, que já caiu aproximadamente um terço, e no preço no mercado internacional. As informações são de reportagem da BBC.

A produção espanhola é responsável por metade do azeite consumido no mundo. mas apesar das oliveiras serem árvores especialmente resistentes a períodos sem água, na península ibérica a crise atual é especialmente grave.

Segundo consta, a seca na região é a mais grave em 1200 anos, e o preço do produto já se encontra em média aproximadamente um terço mais caro.

A previsão para períodos próximos não sugere melhorias na crise hídrica europeia e, portanto, o quadro deve se agravar ainda mais.

Enquanto grandes produtores já falam em demissões para o período, aos pequenos produtores a falta de chuva e de azeitonas nas oliveiras pode representar a ausência de qualquer fonte de renda.

A Espanha costuma exportar cerca de 3,6 bilhões de Euros em azeite, com cerca de 1,2 milhões de toneis, por ano, e a economia de muitas cidades depende inteiramente das oliveiras.

A província de Jaén, por exemplo, produz metade de todo azeite do país, mas imensos olivais queimados na região atualmente oferecem a dimensão da crise: as árvores secas deveriam estar perto da colheita que abasteceria os mercados no próximo ano.

 

Gestão insustentável

A região da Andaluzia, onde fica Jaén, é abastecida pelo rio Guadalquivir, mas suas reservas se encontram em apenas 30% de sua capacidade em média, com pontos chegando a somente 10%.

Especialistas são praticamente unânimes em afirmar que o quadro é efeito das mudanças climáticas causadas pela ação humana, e que o modelo de gestão hídrica europeu é insustentável: é preciso mudar para evitar essa crise agrícola, econômica e humanitária.

 

 

Vitor Paiva / Hypeness

MANAUS/AM - Cerca de um terço de todo o desmatamento da vegetação nativa do Brasil ocorrido desde a chegada dos portugueses, em 1500, se deu somente nos últimos 37 anos, revelou um levantamento da ONG MapBiomas divulgado no final de agosto.

O levantamento mostra que 13,1% da vegetação nativa do país, entre florestas, savanas e outras formações não florestais, foi devastada entre 1985 e 2021. Nesse período, a porção do território brasileiro coberta por vegetação nativa caiu de 76% para 66%.

As áreas devastadas desde 1985 deram lugar à agropecuária, que atualmente responde por um terço do uso da terra no Brasil. Em 37 anos, a área ocupada pela agropecuária passou de 21% para 31%. O maior crescimento foi nas áreas utilizadas pela agricultura, 228%, que agora correspondem a 7,4% do território nacional.

"Apesar de 72% da área de expansão da agricultura ter ocorrido sobre terras já antropizadas [cujas características originais foram alteradas pela ação humana], principalmente pastagens, é importante ressaltar que 28% da mudança para lavoura temporária se deu sobre desmatamento e conversão direta de vegetação nativa", afirmou Laerte Ferreira, professor da Universidade Federal de Goiás e coordenador da Equipe de Mapeamento de Pastagem e do Grupo de Trabalho Solos do MapBiomas.

 

Segurança hídrica e alimentar em jogo

Os dados, lançados numa coleção de sete mapas anuais de cobertura e uso da terra no Brasil, ressaltam que a alteração no uso do solo agravou os desafios de preservação da segurança hídrica, alimentar e energética no país.

As mudanças do uso da terra desencadearam uma redução da superfície de água que, nos últimos 30 anos (1991 a 2021), registaram perda de 17,1%. O fenômeno atingiu especialmente o Pantanal, um bioma fortemente influenciado, por exemplo, pela variação da umidade gerada na evapotranspiração das árvores da Amazônia.

"A ocupação do solo e a produção rural precisam ser compatibilizadas com a conservação dos biomas", afirmou Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, apontando que a tendência de rápidas transformações é um grande desafio para o desenvolvimento e ocupação territorial sustentáveis e prósperas.

O levantamento mostra ainda que o processo de conversão de vegetação nativa em lavoura e pastagens foi mais intenso em algumas regiões, principalmente no Matopiba – área com predominância de Cerrado entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – e na Amacro, na Amazônia Legal, entre os estados do Acre, Amazonas e Rondônia, e no Pampa, no Rio Grande do Sul.

O Matopiba concentrou 56,2% da perda de vegetação nativa no Cerrado nos últimos 20 anos. Na Amacro, a perda de florestas aumentou fortemente na última década, representando 22% do desmatamento na Amazônia contra 11% no período de 2000-2010. O Pampa, por sua vez, é o bioma de maior transformação proporcional tendo sua área de vegetação nativa reduzida de 61,3% para 46,3% em 37 anos.

"Mesmo tendo como vegetação predominante os campos nativos que são plenamente compatíveis com a atividade pecuária, o Pampa vem sendo convertido para o cultivo agrícola, especialmente de soja e os plantios de eucalipto e pinus", destaca o levantamento.

 

Importância de terras indígenas

O MapBiomas destacou ainda a importância das terras indígenas para a preservação da Amazônia, mostrando que a perda de vegetação nativa em territórios indígenas foi de apenas 0,8% entre 1985 e 2021, contra a perda de 21,5% registada fora de áreas protegidas nesse bioma.

A organização alertou ainda que apesar de 66% do território do Brasil ser coberto por vegetação nativa, isso não significa que essas áreas sejam na totalidade conservadas, já que a análise da evolução das mudanças de uso da terra ao longo dos anos apontou que pelo menos 8,2% de toda vegetação nativa existente é secundária, ou seja, são áreas que já foram desmatadas pelo menos uma vez nos últimos 37 anos ou já estavam desmatadas em 1985.

Para o levantamento, o MapBiomas analisou dados de satélites. "Os satélites nos ajudam a revelar os desafios de como expandir a agropecuária sem desmatamento, como proteger os recursos hídricos e como ocupações urbanas podem ser mais seguras e menos desiguais", afirma Julia Shimbo, Coordenadora Científica do MapBiomas e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

 

 

cn/lf (Lusa, ots)

dw.com

EUA - Os golfinhos-nariz-de-garrafa machos formam a maior rede de alianças multinível conhecida fora dos humanos, mostrou uma equipe internacional liderada por pesquisadores da Universidade de Bristol (Reino Unido). Essas relações cooperativas entre grupos aumentam o acesso masculino a um recurso contestado.

Os cientistas, com colegas da Universidade de Zurique (Suíça) e da Universidade de Massachusetts (EUA), analisaram dados de associação e consórcio para modelar a estrutura de alianças entre 121 golfinhos machos adultos do Indo-Pacífico em Shark Bay, na Austrália Ocidental. Suas descobertas foram publicadas na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Os golfinhos machos em Shark Bay formam alianças de primeira ordem de dois ou três machos para buscar cooperativamente parcerias com fêmeas individuais. Alianças de segunda ordem de quatro a 14 machos não relacionados competem com outras alianças pelo acesso a golfinhos fêmeas e alianças de terceira ordem ocorrem entre alianças de segunda ordem cooperantes.

 

Marca de sucesso

A coautora principal, drª Stephanie King, professora associada da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Bristol, explicou: “A cooperação entre aliados é generalizada nas sociedades humanas e uma das marcas do nosso sucesso. Nossa capacidade de construir relacionamentos estratégicos e cooperativos em vários níveis sociais, como alianças comerciais ou militares, tanto nacional quanto internacionalmente, já foi considerada exclusiva de nossa espécie. (…) Não apenas mostramos que os golfinhos-nariz-de-garrafa machos formam a maior rede de alianças multinível conhecida fora dos humanos, mas que as relações cooperativas entre os grupos, em vez de simplesmente o tamanho da aliança, permitem que os machos passem mais tempo com as fêmeas, aumentando assim seu sucesso reprodutivo”.

O dr. Simon Allen, professor sênior da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Bristol, que contribuiu para o estudo, disse: “Mostramos que a duração em que essas equipes de golfinhos machos consorciam fêmeas depende de estarem bem conectadas com aliados de terceira ordem, ou seja, os laços sociais entre alianças levam a benefícios de longo prazo para esses machos”.

Acreditava-se que a cooperação intergrupal em humanos era única e dependente de duas outras características que distinguem os humanos de nosso ancestral comum com os chimpanzés, a evolução dos laços de pares e o cuidado parental pelos machos. “No entanto, nossos resultados mostram que as alianças intergrupais podem surgir sem essas características, a partir de um sistema social e de acasalamento mais parecido com o do chimpanzé”, observou Richard Connor, professor emérito da Universidade de Massachusetts e agora afiliado à Universidade Internacional da Flórida (EUA), que coliderou o estudo com a drª King.

 

Sistemas valiosos

A publicação da importância das alianças de terceiro nível ou intergrupais em golfinhos em 2022 tem um significado especial, pois a equipe comemora o 40º aniversário do início da pesquisa com golfinhos de Shark Bay em 1982 e o 30º aniversário da publicação em 1992 de sua descoberta de dois níveis de formação de alianças masculinas, também publicado na PNAS.

O professor doutor Michael Krützen, autor do estudo e chefe do Instituto de Antropologia da Universidade de Zurique, acrescentou: “É raro que pesquisas sobre não primatas sejam conduzidas a partir de um departamento de antropologia, mas nosso estudo mostra que importantes conhecimentos sobre a evolução de características anteriormente consideradas exclusivamente humanas podem ser obtidas examinando outros táxons altamente sociais e de cérebro grande”.

King concluiu: “Nosso trabalho destaca que as sociedades de golfinhos, bem como as de primatas não humanos, são sistemas modelo valiosos para entender a evolução social e cognitiva humana”.

 

 

REVISTA PLANETA

FORTALEZA/CE - Desde o início do período colonial, as aves do grupo dos psitacídeos, entre elas os periquitos, estavam entre os exemplares mais cobiçados pela metrópole. Em um período mais moderno, o tráfico de animais silvestres aliado ao desmatamento passou a exercer ainda mais pressão sobre a fauna brasileira. Muitos grupos, como o periquito cara-suja, passaram a correr sérios riscos de desaparecer por completo.

Um projeto ambiental, porém, tem conseguido sucesso na missão de trazer o periquito cara-suja de volta à natureza. “Os resultados positivos do nosso projeto são consequências de um tripé, que há 14 anos está sendo montado”, afirma o biólogo Fábio Nunes, coordenador técnico do projeto Cara Suja mantido pela ONG cearense Aquasis, com recursos internacionais da Loro Parque Fundación, da Espanha, e da alemã ZGAP.

De acordo com o cientista formado pela Universidade Federal do Ceará, o engajamento da sociedade, o suporte financeiro contínuo e a capacidade técnica desenvolvida pela equipe explicam o retorno da espécie. “Estamos falando de um dos dois projetos que conseguiram recuperar a população de uma espécie de ave no Brasil. O outro é o da arara-azul de lear na Bahia”, afirma Nunes.

No caso do cara-suja, é preciso um "pacote ecológico" para que trazer a ave de volta. O crescimento da população das aves, principalmente na Serra do Baturité, no interior do Ceará, tem relação com a maior preservação da mata, dentro de uma unidade de conservação. E, se a mata está preservada, o ciclo se completa: há mais água potável de nascentes e mais ar limpo - processos fundamentais para o futuro do planeta em tempos de mudanças climáticas.

“Além do tráfico de animais, o grande problema em termos de reprodução é a falta de cavidades naturais para os animais se reproduzirem. Esse periquito usa, por exemplo, espaços ocos feitos por pica-paus e outros animais”, explica o biólogo da Aquasis. Para contornar essa dificuldade, resultado direto do desmatamento das matas do Nordeste do Brasil inseridas no bioma Mata Atlântica, os cientistas desenvolveram um método relativamente simples, considerado hoje um dos mais bem sucedidos do mundo em termos de reprodução de aves em ambiente natural.

 

Caixa-ninho

A caixa-ninho, idealizada e montada pela equipe do projeto, imita as cavidades naturais dos troncos vegetais usados normalmente para a gestação dos ovos que vão dar os filhotes. A reprodução do cara-suja ocorre apenas uma vez por ano, entre fevereiro e junho. A fêmea coloca em média 6 ovos. “É nessa etapa que entra a importância do engajamento da população local”, explica Nunes. Os ninhos artificiais são colocados em 55 sítios diferentes. E as caixas são monitoradas todo o tempo pelos moradores locais, para que a predação, pelo homem, não ocorra.

“Entre 2010 e 2022 voaram aproximadamente 2,3 mil filhotes", comemora Nunes. E a expectativa com a próxima etapa do trabalho, a realização de um censo mais recente sobre a população de cara-suja no Ceará, só cresce. “Em 2010, tínhamos mais de 100. Agora, quando os próximos números saírem, em breve, devemos ter um crescimento de 1.000%. Ou seja, temos mais de mil indivíduos da espécie na natureza”, explica o biólogo.

A contagem dos animais nas matas cearenses também é feita por um grupo de 160 voluntários, que seguem uma metodologia baseada em estudos sobre a biologia dos animais. “Eles ficam parados em um mesmo ponto e fazem uma contagem simultânea.”

O lado educacional do projeto – agora, segundo Nunes, muitos moradores e proprietários de terra entendem a importância da preservação tanto das matas quanto da espécie – é apenas um dos legados que estão se consolidando no Ceará.

A questão das políticas públicas também poderá ter desdobramentos em breve. O fato de o cara-suja aparecer na próxima lista estadual de espécies ameaçadas de extinção (status que já melhorou em relação ao passado) vai ser benéfico para a espécie, avalia Nunes. “Isso é importante porque o tema também deve virar prioridade em nível estadual. Todo esse trabalho é fruto de um monitoramento lento e constante. Todo tempo, quase, precisa ter alguém em campo.”

Os resultados da Serra do Baturité começam também a ser replicados em outras regiões do Ceará, como na Serra da Aratanha, onde o trabalho já começou. A ideia do grupo ainda é espalhar os filhotes, respeitando todo o conhecimento genético e ecológico que se tem da espécie, para outras 14 regiões cearenses.

 

 

Eduardo Geraque / ESTADÃO

GROENLÂNDIA - Perdas de gelo generalizadas da Groenlândia resultaram em quase 30 centímetros de aumento global do nível do mar que deve ocorrer em um futuro próximo – e novas pesquisas sugerem que não há como detê-lo, mesmo que o mundo parasse de liberar o aquecimento do planeta emissões hoje.

O estudo, publicado na segunda-feira na revista Nature Climate Change, descobriu que a perda geral de gelo da camada de gelo da Groenlândia provocará pelo menos 25 centímetros de aumento do nível do mar, independentemente dos cenários de aquecimento climático. Essa é geralmente a mesma quantidade que os mares globais já aumentaram no último século da Groenlândia, Antártica e expansão térmica (quando a água do oceano se expande à medida que aquece) combinadas.

Pesquisadores do Serviço Geológico da Dinamarca e da Groenlândia observaram mudanças no volume do manto de gelo dentro e ao redor da Groenlândia e viram que o escoamento da água derretida tem sido o principal fator. Usando “teoria bem estabelecida”, os cientistas foram capazes de determinar que cerca de 3,3% da camada de gelo da Groenlândia – equivalente a 110 trilhões de toneladas de gelo – inevitavelmente derreterá à medida que a camada de gelo reage às mudanças que já ocorreram.

O aumento do nível do mar a partir desse gelo derretido ocorrerá “independentemente de qualquer caminho climático futuro previsível neste século”, de acordo com o principal autor Jason Box, cientista do Serviço Geológico da Dinamarca e da Groenlândia. “Esta água já está tecnicamente debaixo da ponte.”

Embora os autores não especifiquem uma linha do tempo, eles preveem que a mudança no nível do mar pode ocorrer entre agora e o final do século.

A pesquisa foi apenas para estimar um mínimo, ou “um limite inferior muito conservador”, de aumento do nível do mar devido ao derretimento na Groenlândia, “e no evento virtualmente certo de que o clima continua aquecendo, o comprometimento do nível do mar só cresce”, disse Box.

Mantos de gelo maciços podem derreter rapidamente quando a temperatura do ar está quente, mas a água oceânica mais quente também está erodindo a camada ao redor das bordas.

As descobertas vêm logo após um relatório de aumento do nível do mar em 2022 divulgado no início deste ano pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, que descobriu que as costas dos EUA podem esperar 25 a 30 centímetros de aumento do nível do mar nos próximos 30 anos. Isso fará com que as inundações da maré alta ocorram com mais de 10 vezes mais frequência e permitirão que as tempestades se espalhem mais para o interior, de acordo com o relatório.https://www.istoedinheiro.com.br/

A Groenlândia contém gelo suficiente para que, se tudo derretesse, poderia elevar o nível do mar em cerca de 7 metros ao redor do mundo. Pesquisadores apontam que um aumento do nível do mar de 6 metros não significa que ele aumentará uniformemente em todo o mundo, deixando alguns lugares devastados enquanto o nível do mar cai em outros.

À medida que lugares como a Groenlândia perdem gelo, por exemplo, eles também perdem a atração gravitacional do gelo sobre a água, o que significa que o nível do mar da Groenlândia está caindo à medida que o nível aumenta em outros lugares, disse William Colgan, pesquisador sênior do Serviço Geológico da Dinamarca e da Groenlândia.

“Será muito difícil se adaptar a uma mudança tão rápida”, disse Colgan, de pé na geleira Jakobshavn, na Groenlândia, onde o fiorde está cheio de gelo que se desprendeu da geleira.

Antes da mudança climática causada pelo homem, temperaturas próximas a 0 grau Celsius na Groenlândia eram desconhecidas. Mas desde a década de 1980, a região aqueceu cerca de 1,5 grau por década – quatro vezes mais rápido que o ritmo global – tornando ainda mais provável que as temperaturas ultrapassem o limite de derretimento.

Vários dias de clima excepcionalmente quente no norte da Groenlândia provocaram recentemente um rápido derretimento, com temperaturas em torno de 60 graus – 10 graus mais quentes do que o normal para esta época do ano, disseram cientistas.

A quantidade de gelo que derreteu na Groenlândia apenas entre 15 e 17 de julho – 6 bilhões de toneladas de água por dia – seria suficiente para encher 7,2 milhões de piscinas olímpicas, segundo dados do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA.

Cientistas globais disseram que as tendências nas quais as mudanças climáticas estão se acelerando são bastante claras e que, a menos que as emissões sejam contidas imediatamente, muitos outros eventos extremos de derretimento continuarão a ocorrer com mais intensidade e frequência.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO

MELBOURNE - Com ajuda de células tronco, cientistas desejam ressuscitar espécie extinta na década de 1930. Trata-se do Tilacino, ou Tylacinus Cynocephalus, mais conhecido como Tigre-da-Tasmânia. O animal é um marsupial que habitava a Oceania, mas teve seu território reduzido pelo crescimento da população e depois foi caçado até sua extinção.

Um grupo de cientistas da Australia e Estados Unidos ligados a Universidade de Melbourne, afirma que utilizando células tronco de um marsupial vivo e tecnologia de edição de genes, é possível reviver a espécie.

Obtendo sucesso, a expectativa é que em 10 anos um filhote de tigre-da-tasmânia esteja pronto para reintrodução na natureza. Caso ocorra, será um caso de ‘desextinção’. Mas do que se trata e qual é seu objetivo?

 

A desextinção e a Universidade de Melbourne

O processo de 'desextinção', ou 'deextinção', é o processo de criação de um organismo, que é um membro ou se aproxima de uma espécie já extinta. É tema polêmico na comunidade cientifica, mas muitos ambientalistas e cientistas acreditam que seja uma forma de manutenção de espécies.

Anualmente registramos milhares de espécies animais extintas e muitas são de nossa responsabilidade. Ambientalistas lutam a séculos para manutenção dessas espécies e a Escola de Biociências da Universidade de Melbourne é um dos atores presentes nesse tema.

É por isso que a Universidade trabalha para fortalecer o Laboratório de Pesquisa em Restauração Genética Integrada de Tilacina, comandado pelo professor Andrew Pask. Com uma doação filantrópica de US$ 5 milhões da Wilson Family Trust, o professor e sua equipe estão desenvolvendo tecnologias para desextinção e manutenção de espécies marsupiais.

“Graças a esse generoso financiamento, estamos em um ponto de virada onde podemos desenvolver as tecnologias para potencialmente trazer de volta uma espécie da extinção e ajudar a proteger outros marsupiais à beira do desaparecimento”, afirmou o professor Pask em comunicado oficial.

Com olhar cético ou não, a ideia da 'dexestinção' é um convite a tomada de ações. Afinal de contas, até quando vamos causar extinções de espécies?

 

 

Walter Farias - Revista Seleções

NEPAL - A população de tigres no Nepal triplicou nos últimos 13 anos, mas a boa notícia para o animal ameaçado de extinção pode colocar em risco uma outra espécie na região: a humana.

O país asiático dos Himalaias confirmou que 355 felinos atualmente vivem dentro de suas fronteiras, em número quase três vezes superior aos 121 tigres que viviam por lá em 2009, mas o crescimento representa também um aumento no número de ataques contra pessoas na região.

 

Retorno dos tigres

O sucesso da preservação do animal se deve primordialmente à grande adesão do governo à causa, que se desdobrou em políticas rigorosas de combate à caça dos tigres.

A punição por caçar um tigre no Nepal hoje é de 15 anos de prisão e multa de 10 mil dólares: o país também criou, nos últimos cinquenta anos, cinco parques nacionais onde a maioria dos animais vive sob forte segurança de funcionários e até militares pela proteção dos felinos.

A notícia do aumento da população de tigres no país acompanha um anúncio da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) de que os números da espécie se encontram estáveis ou aumentando em todo o planeta. Atualmente, estima-se que existam entre 3.726 e 5.578 tigres selvagens, representando um aumento de 40% com relação à mesma estimativa em 2015.

A melhoria, porém, pode ser explicada por um melhor monitoramento, e não por um aumento populacional de fato, de acordo com a IUCN. A população de tigres no início do século 20 era de mais de 100 mil animais em todo o planeta, mas a caça desenfreada e a perda do habitat reduziram esse número em mais de 90%.

Em 2010, durante a Cúpula Global do Tigre, na Rússia, os 13 países que possuem tigres em sua natureza se comprometeram a dobrar o número de animais, mas somente o Nepal conseguiu alcançar a meta.

MANAUS/AM - Os lagos da Amazônia são tão importantes para o meio ambiente que foram classificados como "guerreiros" na luta contra o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Já a degradação de boa parte deles, principalmente por causa do desmatamento desenfreado da floresta, pode ter grande impacto no planeta.

Essas são duas das conclusões de um estudo produzido pelo geógrafo brasileiro Leonardo Amora-Nogueira, doutor pela Universidade Federal Fluminense (UFF), e publicado pela revista científica Nature em julho.

Nos últimos anos, o pesquisador percorreu cerca de 1.200 km de floresta para analisar as condições de 13 lagos nos Estados do Pará, Rondônia e Amazonas.

Descobriu que essas águas, mesmo em áreas de relativamente pequeno porte, são capazes de armazenar e absorver grandes quantidades de carbono, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa que causa o aquecimento global.

"Os lagos da Amazônia armazenam muito mais carbono do que a média de lagos de outros biomas, como as florestas temperadas e boreais, e as regiões polares e subpolares", explica o geógrafo, que realizou o estudo com apoio da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro).

As análises mostraram que esses lagos acumulam cerca de 113,5 gramas de carbono por metro quadrado ao ano — taxa entre 3 e 10 vezes maior do que regiões alagadas de outros biomas.

O volume gira em torno de 79 milhões de toneladas de carbono por ano — equivalente a 27% das emissões de carbono na atmosfera, aponta a pesquisa.

Essas áreas alagadas na Amazônia, que compõem 3% de todos os lagos do planeta, estão próximas a grandes rios da região, como o Madeira, o Amazonas e o Negro.

São as águas deles que carregam a matéria que depois será "enterrada" no fundo dos lagos.

Ou seja, o gás carbônico é produzido pela decomposição do material orgânico da floresta: troncos de árvores, plantas mortas e outros tipos de sedimentos.

"Essa matéria produz muito carbono. Sem os lagos, esse gás iria para a atmosfera, aumentando o efeito estufa", explica Amora-Nogueira, que estuda o tema desde seu trabalho de conclusão de curso na graduação em Geografia.

"Os lagos são fundamentais nesse ciclo de entrada e saída de carbono, pois o material decomposto gera o carbono que, em vez de ir para a atmosfera, fica 'enterrado' no fundo da água", diz.

Tipos de água

Na Amazônia, há três tipos de águas que transportam e guardam matéria orgânica: clara, branca e preta. E a coloração de cada uma depende de sua capacidade de carregar esses sedimentos.

A água clara — dos rios Tapajós e Xingu, por exemplo — tem essa tonalidade porque recebe menos material da floresta. São rios que nascem na região central do Brasil.

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