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MANAUS/AM - Pesquisadores do Instituto Mamirauá vão aproveitar o período de chuvas na floresta amazônica para fazer o monitoramento de onças. Em março, o nível dos rios sobe e reduz a disponibilidade de terra para os felinos, que passam se abrigar nas árvores. 

São preparadas armadilhas com laços camufladas na folhagem para capturar os animais. As onças são imobilizadas para instalação de um colar que permite o monitoramento da localização por satélite. Assim, os grupos de pesquisa podem se aproximar em canoas e fazer um trabalho de observação dos animais, mais difícil de ser realizado nos períodos de seca.

A partir da observação e dos dados de movimentação, os pesquisadores terão mais informações para entender as necessidades ecológicas da onça-pintada da Amazônia.

O Instituto Mamirauá é uma organização social fomentada e supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

 

 

Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil

BARRA DO RIO MAMANGUAPE/PB - Notícia boa para o meio ambiente! Nasceu o primeiro filhote de peixe-boi marinho no litoral da Paraíba, após a tentativa de reintroduzir a espécie nas águas brasileiras.

A fêmea chamada de Mel foi vista com o filhote por técnicos ambientais e aparenta estar bem junto com seu filhote. “Estamos todos bem felizes com esse nascimento”, disse o diretor de pesquisa do projeto, João Carlos Gomes Borges.

Mel nasceu com apoio do programa Viva o Peixe-Boi-Marinho e registra o primeiro filhote de uma fêmea da espécie foi solta na natureza. O que indica o sucesso do projeto!

 

Resgatada

A história da mãe peixe-boi-marinho Mel é de bastante luta. Resgatado em 2004 quando ainda era um filhote, o animal foi transferido para Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, na Ilha de Itamaracá (PE), para receber cuidados.

Por cinco anos, Mel ficou em reabilitação até ser movida para um cativeiro de readaptação em Barra do Rio Mamanguape (PB). Só em 2019 que a peixe-boi foi levada até o litoral de Cabedelo, região onde vive até hoje.

e verão e fim de férias. Com o grande número de turistas adentrando as águas do litoral, o animal pode sofrer prejuízos.

A Paraíba é ainda um dos poucos lugares no Brasil onde é possível construir um ambiente saudável para a reintrodução da espécie no litoral. Dessa forma, são avistados tanto peixe-bois nativos quanto aqueles inseridos pelos biólogos.

Por isso, é importante preservar o ambiente desses animais! “O melhor a fazer é manter distância, respeitar a área de uso dos animais”, diz João Gomes.

A lição que fica é de admirar os belos animais à distância, ok?

 

Projeto necessário

O projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho é uma ferramenta para a preservação e conservação da espécie no litoral do Nordeste do país.

Para evitar a extinção dos peixe-boi-marinhos, os técnicos atuam de forma a moldar o ambiente adequado para reprodução da espécie.

Sendo um dos “afluentes” do Programa Petrobras Socioambiental, o projeto atua nas áreas de pesquisa, tecnologia de monitoramento via satélite, manejo, educação ambiental, desenvolvimento comunitário, fomento ao turismo eco-pedagógico e políticas públicas.

 

 

Por Newton Assis / sonoticiaboa

URUGUAI - A preocupação aumenta a cada dia no Uruguai devido à forte seca, que destrói plantações e drena reservatórios de água destinados às cidades.

A represa Canelón Grande, localizada a 61 km de Montevidéu, no departamento de Canelones, secou a ponto de aparecerem rachaduras na terra antes coberta de água.

O reservatório foi pensado originalmente para a irrigação, e também era usado para abastecer uma das principais infraestruturas de distribuição de água potável do país, conhecida como Águas Corrientes, que atende à capital, Montevidéu, e à sua região metropolitana.

O Uruguai, país de quase 3,5 milhões de habitantes, tem mais da metade de sua população concentrada nessa área urbana e suburbana. O vice-secretário-geral da agência estatal de águas (OSE), Juan Martín Jorge, explicou à AFP que, em termos de água potável, o país vive "uma situação crítica, mas controlada", graças ao uso de reservatórios alternativos e caminhões-pipa, que solucionam a escassez em todo o país.

O Uruguai tem a possibilidade, inclusive, de recorrer à água do Rio da Prata e torná-la potável. "Não está previsto um corte d'água", enfatizou Jorge.

Desde o começo de fevereiro, no entanto, o governo proibiu o uso de água potável para fins não prioritários, como regar jardins ornamentais ou lavar veículos.

No setor agropecuário, a situação é de extrema gravidade. É "o maior prejuízo da agropecuária e da economia nacional nos últimos 30 anos", ressaltou o ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca, Fernando Mattos, citado ontem pelo jornal "El Observador".

No Uruguai, um país da agropecuária por excelência, muitas plantações que costumam ser usadas para obter grãos não vingaram e estavam sendo consumidas pelo gado ou, no melhor dos casos, armazenadas em silos como alimento, antes de um inverno que se anuncia difícil, devido à escassez de pastagens.

 

 

AFP

SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável com o apoio de empresas e projetos parceiros, realizou o plantio de 200 mudas de árvore no Parque Linear do Rio Gregório, localizado no entorno da avenida Comendador Alfredo Maffei e próximo ao SESC, em iniciativa ocorrida no último sábado (11/03).
A ação abriu oficialmente as comemorações da Semana de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas no município e tem o apoio do Centro Municipal de Extensão e Atividades Recreativas (CEMEAR) – vinculado à Secretaria Municipal de Educação –, da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), do instituto Move Sanca e do projeto Escola da Floresta.
Participaram do plantio das mudas o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Nino Mengatti, e os vereadores Djalma Nery, Fábio Zanchin e Professora Neusa, assim como colaboradores das empresas e projetos mencionados.

Confira a programação completa da Semana da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas:

14/3 – Terça-feira:
9h | Palestra sobre o Descomissionamento da Barragem da UFSCar e Renaturalização do Córrego do Monjolinho.
Palestrante: Prof. Sérgio Henrique Vannucchi Leme de Mattos, Departamento de Hidrobiologia (DHb – UFSCar).
Local: CDCC - Centro de Divulgação Científica e Cultural | R. Nove de Julho, 1.227 - Centro;
10h30 | Distribuição do livro "Coeducação entre Gerações para a Sustentabilidade", da autora Isabel Georgina Patronis Dominguez;
14h | Celebração do Dia Muncial da Água - Projeto Educação para Sustentabilidade - E.E. Maria Ramos no Divisor de Águas.
Palestrantes: Prof. Paulo José Penalva Mancini da E.E. Álvaro Guião, Diretor da Reenvolta Socioambiental, membro da APASC, ONG Veredas; Elen Pilegi Neves, Chefe de Seção de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Distribuição do livro "Coeducação entre Gerações para a Sustentabilidade", da autora Isabel Georgina Patronis Dominguez.
15h30 | Dia da Limpeza Digital
Seja legal e não aqueça o planeta com seu lixo digital!;
15/3 – Quarta-feira:
9h | Plantio de 150 mudas com alunos da E.E “Professor Aduar Kemell Dibo"
Local: Mata Ciliar do Córrego do Monjolinho, no final da Rua Irineu Couto, Itamarati.
11h | Dia da Limpeza Digital
Seja legal e não aqueça o planeta com seu lixo digital!;
14h | Plantio escola CAIC; 
15h30 | Filme: A Carta. Uma mensagem para o Nosso Planeta Terra, baseado na Encíclica Laudato Sí do Papa Francisco.
Local: Cúria Diocesana | Av. José Pereira Lopes, 386 - Vila Prado. Ação da Pastoral da Ecologia Integral da Diocese de São Carlos;
16/3 – Quinta-feira:
8h | 14h - Projeto Acordar Literário: Contação de História. 
Local: Biblioteca Municipal | Sala Verde | R. São Joaquim, 715 - Vila Monteiro;
17/3 – Sexta-feira:
8h | 13h - Visita na ETA - Estação de Tratamento de Água Vila Pureza - Av. Dr. Carlos Botelho, 1.201;
11h | Dia da Limpeza Digital - Seja legal e não aqueça o planeta com seu lixo digital!

SANTIAGO – O Chile lançou nesta segunda-feira um programa para proteger o huemul, um cervo da América do Sul ameaçado de extinção, criando um corredor biológico que inclui uma área recentemente doada pela família do falecido filantropo e fundador da marca North Face, Douglas Tompkins.

A Fundação Rewilding Chile, legado de Tompkins, juntamente com o Ministério da Agricultura do Chile, disse que o “Corredor Nacional Huemul” será composto por aproximadamente 16 áreas conectadas e protegidas pelo estado, juntamente com outras iniciativas privadas de conservação.

“Esta iniciativa público-privada busca reduzir as ameaças à espécie, fortalecer as populações de huemul em áreas cruciais de preservação da Rota do Parque Patagônico”, disse o ministério em comunicado, acrescentando que também construirá o primeiro Centro de Resgate, Reabilitação e Reprodução do mundo para huemuls.

Na semana passada, Kristine Tompkins, co-fundadora e presidente da Rewilding Chile, reuniu-se com o presidente chileno, Gabriel Boric, para doar 93.492 hectares para a criação de um novo parque nacional na região de Magalhães.

“Esta é uma das razões pelas quais este parque é tão importante não apenas para o Chile, mas para o mundo”, disse Tompkins à Reuters, acrescentando que o sul do Chile é uma importante fonte de sequestro de carbono devido às suas turfeiras e florestas intocadas. “Este é um ‘grande gol’ para a preservação e para a luta contra a crise climática.”

O huemul é uma das duas espécies de cervos nativos encontrados apenas nas florestas da Patagônia da Argentina e do Chile. Mas a degradação do habitat reduziu o huemul a menos de 1% de sua população original, segundo dados do ministério.

Huemuls adultos, também conhecidos como güemuls, podem atingir cerca de 1,55 metros de comprimento, 80-90 cm de altura e pesar até 68 kg. São herbívoros e vivem cerca de 14 anos.

 

 

Reportagem da Reuters TV

AMAZÔNIA - Responsável por até 70% da água que chega em polo vital de geração hidrelétrica do país, Floresta Amazônica abriga soluções para instabilidades e falhas no abastecimento. Depois de agonizar com a maior seca dos últimos 78 anos, a bacia do Paraná-Prata volta a ter mais água. No espaço de um ano, a situação foi de um extremo ao outro: o rio Paraná, que esteve dez metros abaixo do normal em janeiro de 2022, encheu tanto em fevereiro de 2023 que obrigou a hidrelétrica de Itaipu a abrir as comportas.

“Agora está chovendo um pouco mais, o reservatório está enchendo. Mas a situação está longe da normalidade, as chuvas estão mais irregulares, as estações não estão mais uniformes”, analisa José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Marengo é um dos cientistas que assina um estudo feito em parceria com a Comissão Europeia sobre a longa seca na bacia do Paraná-Prata, a segunda maior da América do Sul, que banha Brasil, Argentina e Paraguai. A falta de chuva ao longo de dois anos seguidos deixou impactos drásticos na região, afetou a produção agrícola e levou hidrelétricas a operarem em níveis críticos.

Está cada vez mais difícil prever uma normalidade no sistema hídrico brasileiro. No caso do Paraná-Prata, por outro lado, há uma componente importante para o equilíbrio: a Floresta Amazônica. É dela que vem cerca de 70% da água que cai na bacia, apontou um estudo publicado em 2010.

Esse transporte de umidade feito nas alturas, por meio dos chamados rios voadores, tem participação fundamental das árvores amazônicas. Elas reciclam a umidade que recebem do Atlântico e “disparam” para a atmosfera toda essa carga, que viaja milhares de quilômetros até cair em forma de chuva em outras regiões do país.

“A Amazônia supre bacias no Centro-Sul e no Nordeste. A do Paraná principalmente, que tem um monte de hidrelétricas, uma depois da outra. Se não tiver essa quantidade de água transportada pelos rios voadores, não vai encher reservatórios e não vai produzir energia”, analisa Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

 

Energia limpa e dependência da Amazônia

Embora a relação nem sempre apareça de forma direta, a Amazônia tem peso considerável na produção de energia hidrelétrica, considerada uma fonte limpa pela Agência Internacional de Energia. No Brasil, a força hidráulica gera 53% da eletricidade, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de 2021.

Naquele ano, a escassez hídrica agravou a geração de energia hidrelétrica e fez com que o país aumentasse a dependência de usinas térmicas, mais caras e poluentes. A conta de luz encareceu e o país bateu o recorde de geração em centrais termelétricas.

“A umidade transportada para fora da Amazônia é extremamente importante para essa matriz hidrelétrica. Sem a floresta, haveria menos água, o clima seria mais quente. Ela é fundamental para a segurança hídrica, principalmente com o clima sofrendo variações”, explica Marengo.

Com base em estudos já publicados, Fearnside calcula que 10 trilhões de metros cúbicos de água em forma de vapor entrem na Amazônia a cada ano com os ventos vindos do Atlântico. Desse total, cerca de 6,6 trilhões de metros cúbicos anuais são descarregados na foz do rio Amazonas. A diferença, em torno de 3,4 trilhões de metros cúbicos, é “exportada” para outras regiões.

Para efeito de comparação, esses 3,4 trilhões de metros cúbicos são aproximadamente o volume que passa pelo famoso encontro dos rios Solimões e Negro, em Manaus.

“Metade desse volume 'faz a curva' com os rios voadores em direção ao Sudeste brasileiro. Por isso, preservar a floresta é fundamental se o país quer continuar produzindo energia hidrelétrica. Grande parte desta chuva cai em cabeceiras de rios importantes, como o Paraná e o São Francisco, cheios de hidrelétricas”, detalha Fearnside em entrevista para a DW.

 

Relação entre desmatamento e crise hídrica

Parte da seca extrema registrada de 2020 a 2022 na região da bacia do Paraná-Prata pode ser explicada pelo fenômeno La Niña, que se caracteriza por um resfriamento anormal das águas superficiais do Pacífico, afirma o relatório assinado por Marengo em parceria com pesquisadores europeus.

Um outro estudo, focado na relação entre o desmatamento da Amazônia e a geração de energia elétrica no Brasil, apontou conclusões preocupantes. Segundo a pesquisa conduzida por Fernanda Leonardis, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), a devastação da floresta já afeta a geração de energia elétrica na região central do Brasil, que abriga parte da bacia.

“Os resultados considerados no estudo dão indícios de que uma possível crise no fornecimento de energia no país já se anunciava, a partir da análise de séries históricas e a identificação de alterações nos padrões hidrológicos das regiões que recebem influência direta da umidade trazida da floresta Amazônica e que abrigam importantes usinas hidrelétricas”, afirma a dissertação de mestrado de Leonardis.

O investimento em outras fontes renováveis também seria estratégico, argumenta Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Neste momento de 2023, em que há mais chuvas que nos anos anteriores, a situação nas hidrelétricas parece confortável. Faz anos que isso não acontece. Mas a previsibilidade para os anos seguintes é zero. Por isso, é preciso continuar aumentando a capacidade de outras fontes, como a eólica, a solar e o hidrogênio verde”, comenta Castro.

Em 2021, depois das hidrelétricas, o gás natural, derivado de combustível fóssil, foi a segunda fonte mais usada na geração de eletricidade, com 13% de participação. A eólica foi a terceira (10,6%) e a solar ficou em penúltimo lugar (2,5%), à frente apenas da nuclear (2,2%).

 

Soluções made in Amazônia

Vista como fornecedora de recursos, a Amazônia Legal tem carências graves quando se fala em atendimento energético. A região, que engloba 772 cidades em nove estados (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), gera 27% da eletricidade nacional produzida em hidrelétricas, mas vive à base de combustível fóssil.

“São sistemas de geração fundamentalmente isolados, mantidos com geradores a óleo diesel. Há comunidades que não têm atendimento nenhum, sem eletrificação”, critica Rubem Souza, diretor do Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Para Souza, a questão energética precisa ser vista também como um investimento para o desenvolvimento sustentável local. “Se os estados pensassem dessa forma, não estariam usando diesel. A energia solar também não seria a melhor opção para a Amazônia. Os painéis são feitos de minério, movimentam a indústria de mineração e são fabricados sobretudo na China, que é movida a carvão. E, como sabemos, o impacto das emissões de gases de efeito estufa é global, ou seja, emite na China, mas afeta a gente”, justifica.

O desmatamento não seria bom negócio para a geração elétrica, principalmente na própria Amazônia. “Não precisa desmatar, pode-se usar as áreas antropizadas para culturas energéticas, para produção de biomassa, que são livres do 'efeito dólar', de conflito, e emprega mão de obra local”, cita como exemplo o pesquisador.

Na lista de alternativas com potencial estão a gaseificação do açaí, uso de casca de cupuaçu, da castanha do Brasil e do caroço de tucumã. Uma das soluções limpas apontadas como mais promissora é a produção de álcool à base de mandioca.

“É uma cultura nativa da Amazônia. Toda essa oferta de biomassa regional poderia ser usada ainda na geração do hidrogênio verde”, sugere Souza. “Mas, para tudo isso evoluir, precisamos de políticas públicas. Só assim o país entra em definitivo para a era da energia limpa com a Amazônia de pé”, diz.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO

HONDURAS - No areal da costa, a destruição das casas se destaca, como se atingidas por um terremoto. Elas foram arrasadas, sem piedade, pelo oceano Pacífico no sul de Honduras, à medida que o nível do mar foi-se elevando, por causa do aquecimento global, como afirmam os moradores locais.

Como um tsunami lento e constante, as ondas vão devastando propriedades em terra firme, em Cedeño e em meia dúzia de aldeias de pescadores no Golfo de Fonseca, compartilhado por Honduras, El Salvador e Nicarágua.

“O mar está avançando”, lamenta Telma Yadira Flores, uma dona de casa de 40 anos que perdeu sua casa de concreto no ano passado e agora vive em uma casa de madeira em ruínas que tem a areia da praia como piso da cozinha.

Diante do perigo crescente, Telma, que mora com o filho e a nora, teme que a situação se repita.

“Se o mar voltar, temos que ir embora e ver para onde vamos”, desabafou.

Com cerca de 7.000 habitantes, “Cedeño pode desaparecer completamente em 100 anos”, adverte um relatório do organismo não-governamental Comitê de Defesa e Desenvolvimento da Flora e da Fauna do Golfo de Fonseca (Coddeffagolf).

Os ambientalistas consideram o Golfo, um paraíso de esplêndidos pores-do-sol, como a “zona zero”, ou de maior impacto da mudança climática em Honduras.

Recentemente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu para o risco de um êxodo “de proporções bíblicas”, devido ao aumento do nível do mar provocado pelo aquecimento global e que “países inteiros podem desaparecer para sempre”.

 

– O mar come terra firme –

As fortes ondas derrubaram parte da barreira natural dos coqueiros, destruíram muros, casas, um laboratório marinho, mansões de ricos e famosos e negócios de pequenos empreendedores.

Em Cedeño, o clima de desolação é visível. A escola Michel Hasbún, que era frequentada por cerca de 400 crianças, foi abandonada, assim como a sede da polícia e o parque central da comunidade.

O mar “avançou” para inundar 105 metros em 17 anos, disse à AFP o diretor de Projetos do Coddeffagolf, Jorge Reyes, com base no relatório, o qual mostra como Cedeño era em 2004 e como ficou, em 2021.

“O mar comeu seis quadras (600 metros). Tinha campo de futebol. Esse campo foi perdido”, lembra o pescador Sergio Espinal, de 75 anos.

“Havia bons restaurantes, bons hotéis” muitos anos atrás.

 

– Espécies em perigo –

Os habitantes de Cedeño são testemunhas do desaparecimento de espécies de crustáceos e moluscos, cujo habitat está nas raízes dos manguezais. A transformação é tamanha que a praia de Cedeño é, agora, um extenso manto arenoso como um deserto, embora quando a maré sobe, em determinadas horas do dia, fique coberta de água.

Aves marinhas, como pelicanos, tesourinhas e gaivotas, sobrevoam, tentando sobreviver, em meio à escassez de peixes.

“Antes havia manadas de golfinhos, havia tubarões, pescavam-se peixes-espada (…) e agora tudo se perdeu”, lamenta o barqueiro Luis Fernando Ortiz, de 39 anos, enquanto navega pelas águas de cor azul-turquesa.

“Aquela era a casa de Elvin Santos”, diz ele, referindo-se ao ex-vice-presidente (2006-2008), ao apontar para uma mansão destruída.

A causa da deterioração ambiental se deve ao “derretimento das geleiras, que está aumentando o caudal do mar”, explica Reyes.

Os sinais mais sensíveis para a população costeira são a destruição e o esgotamento das espécies, o que obriga os pescadores artesanais a “percorrerem longas distâncias para poderem pescar”, afirma.

Para mitigar essa situação, “estamos apostando (…) na restauração, tanto de ecossistemas quanto na submersão de cúpulas para reconstruir os recifes artificiais” e no reflorestamento do mangue, relata.

Em nível global, ele acredita que os países devem se comprometer a fazer o que for “humanamente possível” para melhorar a gestão dos resíduos sólidos e do plástico que estão afetando o oceano.

De acordo com um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), 11 milhões de toneladas métricas de plástico entram no mar a cada ano. O número pode triplicar nas próximas duas décadas.

Nos dias 2 e 3 de março, líderes de governos, setor privado, sociedade civil e acadêmicos discutirão como salvar os recursos marinhos, em debates na conferência anual Our Ocean 2023.

“O oceano é um dos recursos mais valiosos da humanidade: abriga 80% de toda a vida na Terra e fornece alimentos para mais de 3 bilhões de pessoas”, afirmam os organizadores.

Eles alertam que “este ativo vital está em perigo pelo aquecimento global” e que “é hora de as nações trabalharem juntas para evitar” sua destruição.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO

CORAÇÃO DE JESUS/MG - Ao mesmo tempo em que pesquisadores e produtores rurais se unem para combater a ameaça da broca do pequizeiro e apostam no plantio de mudas para salvar a espécie nativa, o símbolo do cerrado experimenta grande diversificação da sua cadeia produtiva – um incentivo a mais para o cuidado de um tesouro que movimenta a economia de muitas cidades, como vem mostrando série do Estado de Minas. Depois do aparecimento do pequi congelado e de derivados como a polpa, o óleo e até a cerveja de pequi, chega ao mercado um novo produto relacionado à planta: o mel monofloral do pequizeiro. O produto orgânico rico em propriedades medicinais já tem iniciativas para registro da Marca Coletiva. É parte de um conjunto de ações em andamento no Norte de Minas para organização da comercialização do fruto-símbolo do cerrado e de seus derivados. Uma delas é a mobilização para o reconhecimento da indicação geográfica dos produtos da cadeia produtiva do pequi na região.O potencial do mel monofloral do pequi é enaltecido pelo professor e pesquisador Dario Alves de Oliveira, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Com a acadêmica Sara Gisele Veloso Macena, ele desenvolveu estudo sobre o produto natural, em parceria com a Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi). Enquanto isso, o “mel de pequi” já ultrapassou fronteiras além-mar. Neste mês de fevereiro, por intermédio do presidente da Coopemapi, Luciano Fernandes de Souza, e de outros integrantes da cooperativa, o produto foi apresentado na Feira Líder Mundial de Alimentos Orgânicos (Biofach), em Nuremberg, na Alemanha. O professor Dario Alves de Oliveira ressalta as características e as propriedades do produto natural que ajudam a explicar seu sucesso. “O mel do pequi não tem o sabor forte do fruto, mas um sabor suave. Tem boa atividade antioxidante e bons teores de vitaminas A e C, que tem importância no organismo humano para o sistema imunológico e ajuda na absorção de ferro de alimentos”, explica o pesquisador. Oliveira também esclarece que o mel monofloral é produzido a partir do pólen de apenas uma planta – enquanto o “mel silvestre” resulta de uma mistura de diversas espécies vegetais. “Cada mel monofloral tem uma característica peculiar”, destaca. Para obter o produto, apicultores colocam as colmeias próximas aos pequizeiros. O restante do trabalho é feito pelas abelhas, que coletam o pólen das flores da planta. De acordo com o pesquisador da Unimontes, já existem pequenos agricultores que se dedicam à produção do “mel de pequi” em vários municípios norte-mineiros conhecidos pela concentração de pequizeiros, entre eles Japonvar, Campo Azul, Coração de Jesus, Bocaiuva e Guaraciama.

ESTÍMULO À PRESERVAÇÃO

A exploração do “mel de pequi” é mais um alento que surge em prol da preservação da espécie nativa, já que a produção depende da floração dos pequizeiros, que, normalmente, ocorre no mês de setembro. A observação é do engenheiro de alimentos José Fábio Soares, técnico da Cooperativa Grande Sertão, de Montes Claros. A entidade trabalha com o processamento de frutos nativos do cerrado e a comercialização dos seus derivados, a partir de parceria com associações de pequenos produtores do Norte de Minas. A quantidade de localidades que enviam o pequi in natura para a cooperativa dá a ideia do grande potencial do produto extrativista: são cerca de 300 comunidades da região. “Acredito que a produção do mel do pequi é uma motivação a mais para a preservação dos pequizeiros. Além disso, o produto ganha valor agregado, gerando mais empregos e renda nos pequenos municípios”, avalia Fábio Soares.

Registro da marca e indicação geográfica

A comercialização do fruto-símbolo do cerrado no Norte de Minas poderá ser ampliada a partir da busca do reconhecimento da indicação geográfica dos produtos da cadeia produtiva do pequi. Também é feita mobilização para o registo da Marca Coletiva do mel monofloral do pequi – ações que estão inseridas no projeto “Desenvolvimento Sustentável das Frutas Nativas e Plantadas da Agricultura Familiar para o Norte de Minas”. O projeto é uma iniciativa é do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas (Codanorte), em convênio com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A coordenadora de Desenvolvimento Regional do Codanorte, Soraya Cavalcante Nunes Ottoni, salienta que o projeto envolve cerca de 200 produtores extrativistas e prioriza os 25 municípios norte-mineiros do chamado Arranjo Produto Local (APL) do Pequi. Soraya lembra que a ação visa a assegurar o desenvolvimento sustentável, com a geração de renda e preservação da espécie nativa. Com o projeto, afirma, espera-se um manejo adequado e consequentemente uma exploração sustentável do recursos naturais, pela maior utilização da produção e ampliação das áreas de frutas nativas, pelo fortalecimento do APL do Pequi via aumento da ocupação de mão de obra, além da agregação de valor aos produtos e renda para o agricultor familiar. “Ao mesmo tempo, são preservados os germoplasmas das frutas nativas e a diferenciação qualitativa de desenvolvimento social e territorial por meio da Identificação Geográfica do pequi do Norte de Minas Gerais”, acrescenta a representante do Codanorte. Ela chama atenção para a importância do pequizeiro para a sobrevivência nas pequenas comunidades do Norte de Minas. “Trata-se da planta nativa símbolo do cerrado brasileiro e o seu fruto é muito apreciado. Além do pequi, todas as frutas do cerrado e da caatinga têm grande importância para os produtores e para a população consumidora, geram emprego, geram renda, geram dignidade e, muitas vezes, representam a única fonte de renda de muitos produtores e catadores”, observa. 

Fruto vai da mesa ao uso cosmético

O pesquisador Dario Alves de Oliveira revela que, em uma ação conjunta, a Unimontes e a Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi) tentam o registro da Marca Coletiva do “mel de pequi”, assim domo de outros produtos da cadeia produtiva do fruto-símbolo do cerrado, incluindo cosméticos. Ele ressalta que o registo da Marca Coletiva do mel e de outros produtos da cadeia produtiva vai trazer benefícios diretos para os produtores extrativistas. “O registro é necessário para apoiar as comunidades, visto que a Marca Coletiva identifica produtos ou serviços provindos de integrantes de uma determinada entidade”, afirma. “A identificação por meio de marcas ou marcas coletivas é uma forma de proteger o produto, ou seja, registrar a marca e associar a qualidade com determinada peculiaridade com que foi criado”, acrescenta o pesquisador. Dario Alves de Oliveira ressalta ainda que o registro da marca garante maior valorização do produto orgânico no mercado, o que resulta em ganho financeiro para os pequenos produtores. “A valorização de produtos no mercado, seja nacional ou internacional é uma forma de apoiar de maneira efetiva as comunidades que desenvolvem a atividade e, consequentemente, o desenvolvimento regional”, atesta, destacando a importância e o crescimento do mercado em torno do produto tradicionalmente ligado ao extrativismo, mas em torno do qual floresce uma nova cultura.

 

 

por Luiz Ribeiro / EM.com.br

CHICAGO - Uma grande tempestade de inverno atingiu fortemente as planícies do Norte e o Meio-Oeste superior dos Estados Unidos na quinta-feira, 23, matando um bombeiro, deixando mais de 900.000 pessoas sem energia e cancelando ou atrasando milhares de voos.

Uma ampla faixa do norte dos Estados Unidos, desde o Estado de Washington até a Nova Inglaterra, permaneceu sob alertas para clima de inverno, com possibilidade de outros 46 cm de neve, ventos de até 80 quilômetros por hora e sensação térmica equivalente a -40 graus Celsius ao longo do dia, disse o Serviço Nacional de Meteorologia do país.

Um bombeiro voluntário morreu em Grand Rapids, subúrbio de Michigan, após ter contato com um fio de energia elétrica derrubado pelo gelo, disseram autoridades locais no Twitter.

Cerca de 900.000 residências e empresas ficaram sem energia em Illinois, Indiana, Michigan, Nova York e Wisconsin na manhã desta quinta-feira, de acordo com o Poweroutage.us.

Mais de 2.000 voos foram cancelados e outros 15.000 atrasaram devido ao mau tempo, de acordo com o site de rastreamento de voos Flightware.com. Muitas estradas ficaram intransitáveis ou perigosas para os motoristas.

"Viajar nas estradas pode ser perigoso com apenas um traço de gelo. Mas estamos vendo camadas de gelo de 6 mm a 1,3 cm", disse Richard Bann, do serviço de meteorologia do Centro de Previsão do Tempo em College Park, Maryland. "Isso pode tornar praticamente impossível".

 

 

Por Brendan O'Brien / REUTERS

BRASÍLIA/DF - Em processo de retomada, o Fundo Amazônia pretende financiar projetos de proteção a povos indígenas, de controle do desmatamento, combate ao garimpo ilegal e promoção do ordenamento territorial da região, afirmou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, após a reinstalação do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), realizada na sede do banco, no Rio de Janeiro. O comitê estava parado desde 2018.

Conforme Mercadante, o fundo já recebeu R$ 3,3 bilhões em doações, como R$ 1 bilhão provenientes da Noruega e R$ 200 milhões da Alemanha. No total, o fundo, gerido pelo BNDES, acumula R$ 5,4 bilhões, com R$ 1,8 bilhão já contratado.

O presidente disse ainda que foram liberados R$ 853 milhões para operações de comando e controle coordenadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), R$ 253 milhões para ordenamento territorial e R$ 244 milhões para ciência e tecnologia.

“O grande desafio é sair do modelo predatório para o modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia. E, para isso, nós precisamos de projetos estruturantes que impulsionam uma nova dinâmica, uma nova indústria, uma agricultura de baixo carbono, uma recuperação de pastos degradados. Esse é o grande objetivo estratégico do governo e do fundo. São 28 milhões de pessoas que precisam ter formas alternativas de vida, quando nós vamos combater, de forma implacável, o processo de devastação e destruição da Amazônia”, disse.

Novos doadores

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o governo recebeu sinalização de interesse da França, da Espanha e da União Europeia de doarem recursos para o Fundo Amazônia. Na última semana, os Estados Unidos também manifestaram interesse em participar.

Para a ministra, o interesse de doadores de peso mostra a volta da política ambiental brasileira, com participação e ações da sociedade civil, da comunidade científica e dos governos estaduais e federal.

Sobre a reinstalação do comitê, Marina Silva informou que há 14 projetos, datados de 2018 e estimados de R$ 480 milhões a R$ 600 milhões, já analisados e qualificados para aprovação pelo fundo e que podem ter continuidade se o for o desejo dos proponentes.

A ministra anunciou ainda que o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) será revisado e atualizado até abril, trazendo novas prioridades e destinação de recursos. Até a apresentação desse plano, as ações adotadas terão como base os critérios estipulados em 2018, quando o fundo foi extinto pelo governo passado.

“Por unanimidade, nós priorizamos, dentro do foco do que já está estabelecido, projetos para atendimento à situação emergencial das comunidades tradicionais”, afirmou a ministra, elencando os yanomamis, kayapós e mundurukus.

Dia histórico

Para a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o dia de hoje foi histórico. “É muito importante e necessário retomar o Fundo Amazônia para que a gente possa atender e tirar os povos indígenas dessa emergência em que a gente se encontra hoje, depois desses quatro anos de abandono do governo federal”, disse a ministra, acrescentando que os povos indígenas são responsáveis pela proteção de 82% da biodiversidade mundial.  

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que o fundo irá apoiar no reflorestamento de assentamentos na Amazônia e também de áreas ilegalmente desmatadas nos últimos quatro anos. “Estamos recuperando um tempo em que vamos recuperar a floresta amazônica, para que ela cumpra um papel para o clima no Brasil e no mundo. Para isso, estamos convidando os agricultores familiares, os assentados, a integrarem esse esforço de recuperação dessas matas que foram destruídas”.

 

 

Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

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