PANAMÁ - Localizado ao norte do Panamá, o Vale do Anton possui uma atração natural que parece saídas das mais fantásticas páginas da literatura, mas que floresce em plena vida real: algumas árvores no local são quadradas. Sim, ao invés do esperado formato circular, os troncos dessas árvores possuem um desenho quadrado ou retangular que há muitos anos espantam a comunidade científica e atrai os turistas para conhecer a região, posicionada sobre as cinzas de um antigo e gigante vulcão inativo – que, não por acaso, ganhou o apelido de “Vale das árvores quadradas”, se tornando uma verdadeira atração popular.
Muita gente encontra explicação para o formato especial das árvores no fato do “Vale das Árvores Quadradas” se localizar dentro do segundo maior vulcão adormecido do mundo, mas a verdade é que a comunidade científica ainda não encontrou a razão por trás do peculiar desenho dos troncos na região. A maior parte dos “arboles cuadrados” são do tipo Quararibea asterolepis, uma espécie nativa da América Central e da América do Sul, e até mesmo os anéis, representando a “idade” de cada árvore, possuem o o desenho quadrado no interior dos troncos.
Cientistas ligados à Universidade da Flórida, nos EUA, vêm tentando desvendar o motivo do raro desenho encontrado nas árvores da região do Vale do Anton, e chegaram a pegar algumas mudas para plantá-las em outro local, a fim de descobrir se elas manteriam sua característica peculiar e cresceriam no formato. A conclusão comprovou que os troncos quadrados estão ligados ao ambiente da região do Panamá, já que as árvores cresceram em formato arredondado quando replantadas em outro local.
Há quem não enxergue nada de especial nas árvores, e nem sequer as perceba como realmente quadradas, tratando a lenda do “Vale das Árvores Quadradas” como algo natural ou simplesmente projetado para atrair turistas à região. Seja como for, o fato é que não é todo dia que encontramos uma porção de árvores quadradas na natureza, especialmente crescendo exclusivamente dentro de um dos maiores vulcões adormecidos do mundo – trata-se, portanto, de uma aventura especial, que vale a visita e o mistério.
Vitor Paiva / HYPENESS
BELO HORIZONTE/MG - Estudos da Embrapa Milho e Sorgo no Cerrado Mineiro comprovaram que a fixação de carbono pelas árvores em diferentes modelos de sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é capaz de neutralizar a emissão de metano por bovinos. A pesquisa, realizada em áreas de pastagens degradadas com níveis diferenciados de investimento tecnológico, oferece aos produtores da região a possibilidade de agregar ganho ambiental à produção, além de ingressar no sistema de certificação Carne Carbono Neutro (CCN), entre outros benefícios.
As atividades foram desenvolvidas na Unidade de Referência Tecnológica (URT) da Fazenda Lagoa dos Currais, no município de Curvelo, MG. Segundo pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, o estado de Minas Gerais possui grande potencial para exploração florestal, com condições de solo e clima propícias ao cultivo de espécies florestais, grãos, pecuária de leite e de corte.
“A pesquisa em ILPF nessa região pode validar a recomendação de sistemas que apresentam, além de produtividade e rentabilidade, a capacidade de neutralização das emissões de metano pelos bovinos manejados nessa integração, garantindo um ganho ambiental para o produtor e para a sociedade”, diz o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto.
“Além disso, o tempo e o manejo de um sistema ILPF podem possibilitar ao produtor ingressar em sistemas de certificação, atribuindo valor agregado ao seu produto. A certificação Carne Carbono Neutro (CCN), por exemplo, atesta que os bovinos que deram origem à carne tiveram suas emissões de metano neutralizadas durante o processo de produção pela fixação de carbono no fuste (tronco) das árvores presentes no sistema silvipastoril”, acrescenta Gontijo.
A pesquisadora Monica Matoso Campanha relata que a adoção de tecnologias sustentáveis fortalece a agropecuária brasileira, tornando-a mais competitiva nos mercados internos e externos.
Renques de eucalipto
Na URT os sistemas ILPF foram implantados onde anteriormente havia pastagem em elevado grau de degradação. Uma área de 44 hectares foi dividida em quatro piquetes de 11 hectares e em cada piquete foi trabalhado o sistema ILPF, com diferente nível de investimento tecnológico, para reforma de pastos degradados. Segundo Campanha, o nível de investimento (NI) mínimo foi equivalente ao padrão regional, no qual se aplicam somente calcário, gesso, fosfato e nitrogênio em doses moderadas na renovação de pastagens. “Os demais níveis seguiram uma utilização crescente de doses desses insumos, além de potássio e micronutrientes, até alcançar condições que viabilizassem maior intensificação do sistema, com a introdução de sorgo forrageiro BRS 658 como componente agrícola no primeiro ano (safra 2017/2018)”, explica a pesquisadora. Os sulcos para implantação dos renques de eucalipto foram realizados em 2017 e as mudas plantadas em janeiro de 2018, no espaçamento de 20m x 4 m entre linhas e plantas, respectivamente, formando um estande inicial de 125 árvores por hectare. Foi avaliado o crescimento e estimado o volume das árvores, anualmente, por três anos. Os sistemas de ILPF foram planejados quanto à previsão de colheita da madeira considerando um ciclo florestal de 12 anos.
Componente animal
A partir do segundo ano foi introduzido o componente animal nos sistemas. Anualmente, em dezembro, entram nos sistemas lotes de novilhas Guzerá, com peso médio inicial em torno de 250 kg, e idade entre sete e nove meses. “A carga animal é ajustada nos piquetes em função da disponibilidade de forragem no decorrer do ano”, diz Gontijo.
Com base no número e no peso médio dos animais no decorrer de cada período de pastejo foram calculadas as cargas animal (CA), em Unidade Animal por hectare (UA/ha), para cada um dos quatro sistemas (quatro diferentes níveis de investimento tecnológico). Assim, os sistemas ILPF mais intensificados comportaram maior carga animal.
As estimativas de produção animal e emissão de metano foram avaliadas em dois ciclos de pastejo, de dezembro de 2018 a outubro de 2019, em um primeiro lote de novilhas e em um segundo lote de animais, de dezembro de 2019 a maio de 2020. A projeção da produção de madeira no momento da colheita foi feita por meio de softwares específicos para esta finalidade.
Balanço de GEEs nos sistemas ILPF
Segundo Campanha, os dados mostram que as árvores de eucalipto, na densidade utilizada nos sistemas ILPF (125 árvores ha-1), capturaram carbono suficiente para neutralizar a emissão de carbono do componente animal e ainda proporcionar uma sobra, que poderia ser utilizada para neutralizar outras emissões oriundas do sistema, como aquelas derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados, excretas dos bovinos, como um potencial aumento do número de unidades animais “neutralizáveis”, ou até mesmo outras emissões da fazenda como um todo.Há a expectativa de maior produção florestal aos 12 anos nos sistemas ILPF com maior nível de investimento, que proporcionaram maiores capacidades de correção e adubação do solo, considerando a mesma densidade de árvores. “A melhoria do potencial produtivo se dá nos diferentes componentes do sistema: pastagem, grãos e eucalipto”, diz a pesquisadora.Campanha acrescenta que a produção do eucalipto impacta o sequestro de carbono da atmosfera, aumentando a neutralização da emissão de metano dos bovinos. “Entretanto, considerando as premissas do protocolo CCN, a densidade de árvores utilizada nos sistemas ILPF pode ser recomendada apenas para sistemas menos intensivos de manejo das pastagens. Para sistemas mais intensificados, uma das alternativas seria aumentar a densidade de árvores por hectare”, explica.
Prestação de serviços ambientais em sistemas de produção agropecuária
Os pesquisadores concluíram que nos sistemas ILPF estudados na região do Cerrado Mineiro, as estimativas de produtividade das árvores com 12 anos de idade mostram que 125 árvores de eucalipto por hectare, em fileiras simples no espaçamento 20 x 4 m, tem potencial de sequestrar carbono no tronco das árvores suficiente para permitir uma média de neutralização do metano produzido por 3,6 UA por hectare por ano, animais em pastejo.
A utilização de sistemas silvipastoris no Cerrado, com renques de eucalipto em pastagens, pode ser recomendada visando à neutralização das emissões de metano por bovinos em pastejo, além de outros benefícios ambientais, como contribuição para o conforto animal proporcionado pela sombra, a diversificação da produção de carne, de grãos e de madeira e o aumento de renda na atividade rural.
“Nesse sentido, a intensificação de sistemas pecuários com componente florestal, em ILPF, aumenta a produção e as perspectivas de incentivos por serviços ambientais e produtos certificados, como a Carne Carbono Neutro”, ressalta Campanha.
Mais informações sobre o trabalho encontram-se disponíveis na Circular Técnica 275 “Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como estratégia para neutralização da emissão de metano entérico de bovinos na região do Cerrado de Minas Gerais”, e na publicação sobre os sistemas ILPF implantados na URT Lagoa dos Currais.
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são alternativas de intensificação do uso da terra como importante estratégia de aumento da produção agropecuária de forma sustentável. Os sistemas ILPF foram também reconhecidos como tecnologia de baixa emissão de carbono, estabelecida pelo Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC). Esse plano foi criado pelo governo brasileiro para o setor agropecuário, para cumprir os compromissos assumidos em conferências internacionais de redução da emissão de GEE.De acordo com os pesquisadores, diferentes regiões do País têm adotado os sistemas ILPF e desfrutado de diversos benefícios, entre eles o sequestro de carbono pelo componente florestal, reduzindo a emissão de CO2 para atmosfera, ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A neutralização de carbono ocorre quando a fixação desse gás na biomassa das plantas (sequestro de carbono) é maior do que o carbono emitido pelos animais no sistema.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
O projeto também busca atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), voltados à segurança alimentar, ao desenvolvimento econômico e social com meios de produção agropecuária sustentável, ao enfrentamento das mudanças climáticas e à mitigação de processos que levam à degradação dos ambientes rurais.
Assim, o presente trabalho pretende contribuir para o atendimento dos ODS: 2 – “Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”; ODS 12 – “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”; e ODS 13 – “Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos”, de acordo com os Indicadores propostos em 2021.
Sandra Brito / Embrapa Milho e Sorgo
EUA - Um terço dos tubarões, raias (ou arraias) e quimeras do mundo está sob ameaça de extinção, causada principalmente pela pesca. A informação é o resultado de um grande painel científico com especialistas do mundo inteiro, reunidos em torno do Projeto de Tendências Globais sobre Tubarões (GSTP, na sigla em inglês). Os resultados da pesquisa foram publicados recentemente em um artigo na revista Current Biology.
Esses três tipos de peixes formam um único grupo, chamado de condrictes, caracterizados por serem cartilaginosos. Os especialistas analisaram individualmente as 1.199 espécies conhecidas do trio e, a partir de uma longa lista de fatores, classificaram 391 (32%) como apresentando risco de extinção.
Há oito anos, o mesmo estudo havia sido realizado pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), entidade responsável por analisar o status de cada espécie no meio ambiente. Na época, 17,4% das espécies estavam ameaçadas.
A constatação de que, em um período tão curto, o percentual de espécies ameaçadas quase dobrou acendeu um sinal vermelho para os especialistas. Esse novo trabalho chama a atenção para o fato de que estamos caminhando para uma possível extinção em massa dos tubarões, diz a Profª Patricia Charvet, do Programa de Pós-Graduação em Sistemática, Uso e Conservação da Biodiversidade da UFC. A Profª Patricia foi a única brasileira a assinar o artigo da Current Biology.
COMO É REALIZADO O ESTUDO
No trabalho, os especialistas realizaram uma revisão geral das pesquisas científicas sobre os condrictes (a classe na qual estão tubarões, raias e quimeras) e, a partir de inúmeros critérios, classificam as espécies em sete categorias, por ordem de avaliação do risco de extinção (Baixa preocupação, Quase ameaçados, Vulnerável, Ameaçado, Criticamente ameaçado, Extinto na Natureza e Extinto). Para ser considerada ameaçada de extinção, a espécie precisa ser enquadrada entre as categorias vulnerável, ameaçada ou criticamente ameaçada.
No caso de a espécie possuir informações muito escassas, elas eram classificadas em uma categoria à parte chamada de Deficiente de dados. Considerando essa escassez de informações, os pesquisadores estimam que o total de espécies ameaçadas pode chegar a 37,5%, caso as espécies sobre as quais não se tem dados suficientes sigam o padrão das categorizadas.
O estudo apontou que as ameaças atingem mais duramente as raias (41% das espécies) e os tubarões (35,9%). Já as quimeras, que tendem a habitar águas profundas, são as que menos sofrem com esse tipo de ameaça (9,3%). As espécies de águas tropicais e subtropicais são as mais ameaçadas: nada menos que três quartos delas estão em risco. Três espécies, inclusive, não são registradas há décadas e já aparecem como provavelmente extintas.
O agravamento da situação aponta para um quadro com impactos que vão além da sobrevivência dos próprios tubarões e raias. Esses peixes a maioria deles, predadores têm um papel fundamental na manutenção, na ciclagem de nutrientes e no bem-estar do ecossistema marinho e, em alguns casos, também de água doce, explica a Profª Patricia Charvet.
Por conta disso, diz, os tubarões e raias têm importância fundamental no equilíbrio marinho. Os mares não são apenas lugar de produção de alimentos, mas também de produção de oxigênio. A partir do momento em que se ameaça esse equilíbrio, coloca-se em risco até o bem-estar da própria espécie humana, completa.
PESCA, O GRANDE VILÃO
O estudo não abre margem para dúvidas: a grande vilã dessa história é a pesca. Praticamente todos os elasmobrânquios (99,6%) estão ameaçados pela pesca, ainda que outros fatores como a destruição dos habitats para fins de desenvolvimento, poluição e aquecimento global também os afete.
A Profª Patricia Charvet lembra que tubarões e raias são bastante suscetíveis à pesca porque têm crescimento lento, maturidade sexual tardia e deixam poucos descendentes. Ao mesmo tempo, pesquisas anteriores publicadas pela revista Marine Policy já haviam estimado que entre 6,4% a 7,9% da população total de tubarões é morta por ano, devido à pesca. A matemática, portanto, é bem simples. Estamos retirando da natureza uma quantidade maior desses peixes do que ela consegue repor, resume a professora. Ou seja, a pesca dos condrictes tem ocorrido em sua grande maioria de maneira não sustentável.
No relatório, o Brasil é citado algumas vezes, sempre como sinal de grande preocupação devido ao alto número de espécies ameaçadas e até de espécies já extintas localmente. Há um motivo para isso. O País é um dos maiores consumidores de carne de raias e tubarões, estes últimos vendidos sob o genérico nome de cação já houve inclusive campanhas para que as pessoas saibam o que estão consumindo.
A estimativa da Sociedade Brasileira de Elasmobrânquios (SBEEL) é de que o País produza 20 mil toneladas de carne de raia e tubarão por ano e importe a mesma quantidade. Além das questões ambientais, o consumo desse tipo de carne pode provocar problemas de saúde a longo prazo.
Por ocuparem níveis mais altos da cadeia trófica marinha, a carne de tubarões está entre os pescados com maior concentração de metais pesados, como mercúrio e arsênio, informou a SBEEL, por meio de nota. Essas substâncias têm efeito cumulativo e, quando ingeridas por longo prazo, podem prejudicar quem as consome com certa regularidade.
SÃO PAULO/SP - O papagaio é uma ave da família psittacidae, em conjunto com araras, periquitos, tuins, maracanãs, apuins, cacatuas, jandaias e caturritas. Essa família tem como características o bico curvo, estreito e afiado, que facilita a alimentação da ave. A sua alimentação é baseada em frutos e sementes. Entretanto, é comum encontrar papagaios se alimentando de terra, que contém nutrientes essenciais para a sua saúde.
As suas patas são formadas por quatro garras que contribuem para manter o animal firme nos galhos das árvores. Ele tem um comprimento que varia de 30 a 40 centímetros e costuma viver em bandos. Além disso, é a única ave que reproduz a voz humana.
A relação entre os papagaios é monogâmica. Isso significa que, ao atingirem a fase adulta, encontram seu par e permanecem com ele até o fim da vida. A reprodução desses animais ocorre em uma época específica do ano, entre os meses de agosto a fevereiro.
Eles se alojam em um local escolhido pelo casal, geralmente buracos das árvores. Nele, será construído o ninho para receber os ovos e, posteriormente, os filhotes. O tempo de desenvolvimento do papagaio dentro do ovo varia entre 25 e 30 dias. Ele nasce sem penas e com os olhos fechados.
Por isso, os papagaios recém-nascidos são animais frágeis, que dependem dos cuidados dos pais para sobreviver. Após esse período, que dura cerca de 2 meses, os filhotes estão prontos para buscar alimentos sozinhos.
De acordo com um estudo, o papagaio é um animal que vive por longos períodos. Essa expectativa de vida está relacionada com o tamanho do cérebro do animal. Quanto maior a capacidade cognitiva da espécie, melhor o seu desempenho em fugir de ameaças.
Ele está presente em várias partes do mundo, sobretudo no hemisfério Sul, e é encontrado com abundância no Brasil. Em 1500, os colonizadores europeus apelidaram o país de Terra dos Papagaios, devido à presença desses psitacídeos.
Existem 13 espécies de papagaios brasileiros distribuídos ao longo dos biomas. Algumas espécies habitam em mais de um bioma, como é o caso do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), o mais comum dos papagaios do gênero Amazona. O gênero Amazona abrange praticamente todos os papagaios presentes no Brasil.
Na Amazônia, bioma com maior número de espécies do Brasil, existem cerca de sete espécies de papagaio. Em segundo lugar está a Mata Atlântica, que abriga seis espécies. No Pantanal e no Cerrado habitam três espécies, na Caatinga, duas. E, por fim, no Pampa, vive apenas uma espécie de papagaio.
O Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Papagaios (PAN Papagaios) foi inaugurado em 2010. Ele é constituído por um conjunto de ações que atuam na conservação de espécies ameaçadas.
Além das espécies ameaçadas, estão incluídas espécies que são foco do tráfico de animais, o papagaio-verdadeiro e o papagaio-moleiro. Atualmente são seis espécies consideradas ameaçadas de extinção no Brasil. Confira os papagaios que fazem parte do PAN Papagaios:
O papagaio mais comum é o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva). Ele tem um comprimento de 36 centímetros e vive aproximadamente 60 anos, podendo alcançar os 80 anos. Durante a sua vida, o papagaio tem entre 3 e 4 anos de tempo reprodutivo, gerando de um a seis ovos em cada ciclo.
No Brasil, ele está presente no centro-oeste, sul, sudeste e nordeste. Os biomas brasileiros que contam com a sua presença são a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal. Entretanto, também é encontrado em países vizinhos, como o Paraguai, a Argentina e a Bolívia.
Esse papagaio é o mais capturado na natureza, devido a sua facilidade em reproduzir a voz humana. A captura é focada em seus filhotes e ovos, para serem destinados ao tráfico ilegal. De acordo com o ICMBio, essa espécie é considerada quase ameaçada à extinção.
O papagaio-moleiro mede 40 centímetros de comprimento, vive mais de 40 anos e atinge a maturidade sexual entre os 3 e 4 anos. Ele é capaz de gerar de dois a quatro ovos por reprodução. Esse papagaio está presente na Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
O bioma predominante da espécie é a Amazônia, mas também é encontrado na Mata Atlântica, onde ocorre a maior parte da sua captura para o tráfico de animais. O papagaio-moleiro é uma das espécies mais ameaçadas pelo tráfico. A condição da espécie é considerada pouco preocupante, entretanto o grau de vulnerabilidade varia de acordo com o estado.
Na Bahia e no Rio de Janeiro, o papagaio é considerado vulnerável. Em São Paulo, é considerado ameaçado de extinção, enquanto no Espírito Santo e em Minas Gerais é considerado criticamente ameaçado e criticamente em perigo, respectivamente.
O papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) mede cerca de 36 centímetros, com um tempo de vida superior a 40 anos e maturidade sexual atingida entre 3 e 4anos. Cada processo reprodutivo gera de dois a quatro ovos.
Essa é uma espécie típica do litoral, no bioma Mata Atlântica. Ele é encontrado do norte de Santa Catarina até o sul de São Paulo. A principal árvore escolhida para construir seus ninhos é o Guanandi, uma árvore alta presente na região. Além de abrigo para os seus filhotes, essa árvore fornece frutos para a sua alimentação. Essa espécie é considerada quase ameaçada de extinção pelo ICMBio.
O papagaio-de-peito-roxo mede cerca de 35 centímetros de comprimento e vive por mais de 40 anos. Durante a sua vida, ele atinge a maturidade sexual por volta dos seus 4 anos, produzindo de dois a quatro ovos por reprodução. A espécie é classificada como vulnerável e é mais encontrada em Unidades de Conservação.
Esse papagaio (Amazona cinacea) era abundante no território brasileiro, além do Paraguai e da Argentina. Ele estava presente nos estados da Bahia, Espírito Santo e de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Atualmente, corre risco de extinção nos três países. No Brasil, a ave é encontrada em maior quantidade no estado de Minas Gerais.
O papagaio-chauá tem um tempo de vida de mais de 40 anos e mede cerca de 35 centímetros. A idade em que a espécie passa a se reproduzir varia entre 3 e 4 anos, gerando de 2 a 5 ovos por reprodução. Ele habita em florestas úmidas presentes no litoral do Brasil, em uma altura que varia do nível do mar até 800 metros.
Ele está presente do estado de Alagoas até o Rio de Janeiro, mas também é encontrado em Minas Gerais. Esse papagaio é endêmico da Mata Atlântica e é classificado como vulnerável. Com o avanço do desmatamento ambiental, provocado pelo setor agropecuário e a urbanização, a sua existência é comprometida.
O papagaio-charão vive por mais de 40 anos, tem 32 centímetros de comprimento e atinge a maturidade sexual entre 3 e 4 anos. Cada ciclo reprodutivo da espécie é capaz de gerar entre 2 e 4 ovos.
Ele é encontrado em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O papagaio se alimenta de pinhões de pinheiro-bravo e araucária. Para encontrar alimento, costuma percorrer um longo percurso em grupos. Esse papagaio é uma ave migratória, que percorre diferentes municípios durante os meses de abril e julho.
O papagaio-charão não é muito encontrado em Unidades de Conservação, a sua presença se dá, principalmente, em propriedades privadas com a presença de araucárias. De acordo com o ICMBio, essa espécie é considerada vulnerável.
EUA - A mudança climática pode alterar severamente a temperatura dos mares e oceanos, causando a extinção de grande parte das espécies encontradas neste ecossistemas. Apesar dessa frase se assemelhar à extinção do Ordoviciano-Siluriano que matou cerca de 85% das espécies marinhas há 440 milhões de anos ela também pode se referir a um período mais atual.
Isso porque um estudo da revista Science, publicado em abril de 2022, apontou que a emissão contínua de gases de efeito estufa pode significar um grande risco de extinção em massa para os animais marinhos. Esse risco se explica devido ao fato do aquecimento global ser responsável pelo aumento da temperatura dos oceanos e a redução do oxigênio nesses ecossistemas.
Os cientistas envolvidos no estudo fizeram uma projeção de como seria o futuro da biodiversidade marinha em diferentes cenários da mudança climática. Os estudiosos apontam que sem a redução das emissões, o impacto da mudança climática vai reduzir a vida marinha consideravelmente até o ano de 2100.
Estudo
Para realizar essa previsão, os envolvidos na pesquisa utilizaram informações fisiológicas existentes sobre as espécies marinhas atuais, e modelos de mudanças climáticas. Essa união de realidades fez com que os cientistas conseguissem prever como as mudanças nas condições de habitat vão afetar a sobrevivência de animais aquáticos na Terra.
Segundo os estudiosos, existe um padrão que dita o futuro da vida marinha. Esse padrão determina que toda a vez que a temperatura do mar aumenta, a quantidade de oxigênio nas águas diminui significativamente.
Animais marinhos que vivem em águas frias não têm o organismo preparado para sobreviver em oceanos quentes. Logo, as criaturas marinhas que vivem nos polos (Norte e Sul) seriam as primeiras eliminadas pela extinção em massa.
Como os níveis metabólicos de uma espécie aquática aumentam junto da temperatura, a demanda por oxigênio do organismo aumenta também. Logo, se o oxigênio disponível não for o suficiente para a espécie, ela pode mudar de habitat ou apenas se render à extinção.
Apesar das criaturas marinhas apresentarem mecanismos psicológicos que as ajudam a lidar com mudanças de ambiente, elas possuem um limite. Como dito anteriormente, as criaturas polares seriam as primeiras a morrer devido à indisponibilidade de regiões mais frias que os polos.
Como resolver
Depois delas, as espécies que se localizam nos trópicos se mudariam para os pólos e passariam a viver na região. Já os animais nativos de regiões de linha equatorial precisariam se mudar para os trópicos. Afinal, os oceanos da região equatorial já são conhecidos por serem quentes e com baixos níveis de oxigênio. Um agravamento nessa situação só tornaria a região equatorial um lugar impossível para a vida de alguns animais marinhos.
A maneira correta de evitar que o avanço do aquecimento global cause essa extinção em massa é trabalhando para reduzir as mudanças climáticas. Ou seja, se o planeta caminhar para um aumento de 2 graus Celsius, em vez de cinco, é possível reduzir o risco de extinção para cerca de 70%.
Para isso, pessoas, empresas e governos no mundo todo precisam se juntar para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a sociedade precisa lutar pelo fim de outros tipos de problemas que afetam a biodiversidade marinha, como a pesca predatória, a caça de animais e a poluição dos oceanos.
Equipe eCycle
Concessionária alerta para os perigos que as queimadas podem provocar, colocando em risco vidas de pessoas e de animais
SÃO CARLOS/SP - Com início do período mais seco do ano, a Eixo SP começa a intensificar ações de combate a incêndios às margens das rodovias. E uma dessas ações tem como objetivo principal orientar produtores rurais sobre a importância de construir e de manter os aceiros limpos. Com o lema “Deixe Seu Fagulha no vácuo: Proteja a vegetação com aceiros”, a campanha conta com a parceria da Eixo SP, Ministério Público do Estado de São Paulo, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Prefeitura de São Carlos.
Aceiros são faixas de terreno sem vegetação, cuja finalidade é evitar que o fogo se espalhe. Normalmente, os aceiros são construídos ao longo das cercas, ao redor de postes, e em outras partes da propriedade rural. Eles são fundamentais para prevenir queimadas de grandes proporções, particularmente às margens das rodovias, onde a fumaça reduz a visibilidade dos motoristas e pode provocar graves acidentes.
Os aceiros ganham maior importância no início do período seco, quando a vegetação começa a secar e a ocorrência de queimadas aumenta. De acordo com o coordenador de Meio Ambiente da Eixo SP, Gabriel Bispo, no ano passado, foram registrados 15 focos de incêndios próximo às rodovias administradas pela Concessionária na região de São Carlos. O objetivo da campanha é reduzir significativamente esse número, diminuindo, assim, os riscos de acidentes nos trechos afetados pela fumaça.
Para o gerente de Operações da Eixo SP, Paulo Balbino, o trabalho de orientação é fundamental no combate às queimadas. Ele cita que, no Brasil, 95% dos incêndios são causados pela ação humana, seja de forma proposital ou acidental. Balbino destaca a importância dos aceiros nas propriedades rurais, mas chama também a atenção para uma atitude que precisa ser combatida sempre: o descarte de bitucas de cigarros às margens das rodovias.
“Isso jamais deve ser feito, pois a vegetação seca pega fogo com muita facilidade, devido à baixa umidade do período de estiagem”, afirma. “É sempre bom lembrar também que provocar incêndios em área de vegetação é crime, com pena de reclusão de 2 a 4 anos e multa”, frisa o gerente da Eixo SP. Balbino ressalta que, além de destruir a vegetação nativa e matar animais, um incêndio pode causar sérios prejuízos financeiros e, até mesmo, colocar em risco a vida de pessoas.
Sobre a Eixo SP
A Eixo SP Concessionária de Rodovias administra mais de 1.221 km de estradas que passam por 62 municípios da região de Rio Claro, no centro do Estado, até Panorama, no extremo oeste, na divisa com o Mato Grosso do Sul. O maior contrato sob supervisão da Artesp (Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo) terá investimentos na ordem de R$ 14 bilhões em obras de ampliação, conservação, além da modernização de serviços ao usuário. Para mais informações acesse: www.eixosp.com.br.
ÁFRICA DO SUL - Sons feitos por baleias jubarte – incluindo um anteriormente desconhecido – deram a pesquisadores um vislumbre das vidas desses cetáceos em alto-mar. O estudo a esse respeito foi publicado na revista JASA Express Letters.
Os cientistas gravaram sons em 2019 no Monte Submarino Vema, no Oceano Atlântico, centenas de quilômetros a oeste da África do Sul. Os sons capturados, semelhantes a um grunhido e um “tiro”, sugerem que esse local pode ser uma parada importante na migração das baleias para as áreas de alimentação polar.
Os sons das baleias são categorizados em chamadas contínuas de “canção” e chamadas “não-canção” mais curtas – e o estudo registrou 600 chamadas sem canção ao longo de 11 dias. Estas incluíam um “som impulsivo” – apelidado de “tiro” pelos pesquisadores – que nunca havia sido gravado antes.
Segundo a equipe de pesquisa – das universidades de Stellenbosch (África do Sul) e Exeter (Reino Unido) e do Greenpeace Research Laboratories –, seu estudo destaca a importância das negociações atuais sobre um tratado da ONU para governar o alto-mar.
Ecossistemas vulneráveis
“Há 50 anos, os governos se uniram para mudar o destino das baleias jubarte”, disse Kirsten Thompson, da Universidade de Exeter. “Agora eles têm a chance de garantir o progresso já feito e proteger os habitats em alto-mar dos quais as baleias dependem. (…) Embora áreas tão grandes de nossos oceanos permaneçam desprotegidas, esses ecossistemas são altamente vulneráveis. Uma rede coerente e conectada de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs, ou MPAs, na sigla em inglês) em nossos oceanos é urgentemente necessária para garantir que montes submarinos como Vema sejam protegidos.”
O estudo usou hidrofones ancorados implantados durante a primavera do hemisfério sul de 2019.
A maioria dos chamados de baleias foi detectada durante três noites consecutivas, sendo os grunhidos baixos o som mais comum. Esses grunhidos são usados entre os pares mãe-filhote como uma chamada de contato que os ajuda a localizar um ao outro. As jubartes também “chiam” enquanto se alimentam.
A área ao redor do Monte Submarino Vema sofreu fortemente com a sobrepesca após sua descoberta em 1959. Agora ela está fechada para pesca e é reconhecida como um ecossistema marinho vulnerável devido à sua biodiversidade única.
Alto-mar repleto de vida
No entanto, não existem acordos internacionais juridicamente vinculativos para proteger a rede de montes submarinos em alto-mar, apesar de muitos serem hotspots de biodiversidade e importantes para espécies migratórias.
Na década de 1960, a população global de baleias jubarte era de cerca de 5 mil. O número agora se recuperou para mais de 135 mil indivíduos.
Will McCallum, chefe de oceanos do Greenpeace, disse que o tratado da ONU atualmente em negociação (chamado Biodiversidade Marinha de Áreas Além da Jurisdição Nacional, ou BBNJ na sigla em inglês) poderia fornecer uma estrutura para a criação de uma rede de AMPs em alto-mar.
“Era uma vez, o alto-mar era considerado estéril”, disse ele. “Pesquisas inovadoras como essa mostram que ele está repleto de vida – e, além disso, que a biodiversidade se move pelo oceano. É por isso que precisamos criar uma rede de AMPs cobrindo pelo menos 30% dos ecossistemas representativos.”
É Fogo!
SÃO CARLOS/SP - São Carlos nesses últimos anos em especial no ano de 2021, sofreu demais com o grande número de incêndios florestais conhecidos popularmente como queimadas. Podemos observar em dados fornecidos pelo próprio INPE que São Carlos no ano passado esteve em 3º Lugar no Estado em número de focos. O ano de 2022 promete ser mais severo, logo teremos o clima propicio a criação e propagação dos incêndios florestais.
Mas aí vem uma pergunta, como eles surgem? Para essa pergunta eu trago uma resposta bastante simples. Eles surgem em mais de 90% dos casos da ação ou omissão humana. Ação aquela em que o indivíduo incendeia intencionalmente determinado lugar, principalmente terrenos com a intenção de “Limpar” no qual acaba-se perdendo o controle do fogo. Já a omissão vem daquele indivíduo que descarta materiais em área de mata, como garrafas de vidro, garrafas pet, bitucas de cigarro e outros materiais que podem causar ignição a partir do calor que geram.
E o que podemos fazer para que não passemos por essa situação como no ano de 2021?
A resposta nesse caso não é tão simples, mas mesmo assim estou aqui para emitir minha opinião sobre o assunto.
Vigilância constante; não podemos em nenhum momento do ano descuidar dos incêndios florestais.
Campanhas Publicitárias são extremamente importantes para conscientizar a população, afinal de contas você está aqui lendo esse artigo através de um meio de comunicação e eu estou aqui te mostrando o que podemos fazer.
Ações Preventivas; aceiros preventivos nas propriedades rurais de pequeno, médio e até grande porte, os aceiros são ótimos para se controlar a propagação dos incêndios.
Treinamento; as famílias que moram principalmente em áreas rurais devem receber treinamento para saber como se portar diante de uma situação de incêndio florestal, sendo na confecção dos aceiros, no primeiro combate, ou até no abandono seguro daquele local.
A Defesa civil do município deve estar atenta e vigilante a esses casos, devendo monitorar os focos, estipular áreas de grandes riscos de incêndios florestais, emitir alertas de focos de incêndios para que as pessoas possam não ser pegas de surpresa em uma situação adversa.
Atuação; o corpo de bombeiros da polícia militar tem papel fundamental na atuação contra os incêndios florestais, porem devemos lembrar que também é de nossa responsabilidade.
Ações corretivas; é importante que o município disponibilize formas de penalizar aqueles que são flagrados cometendo crimes, a sensação de impunidade não pode pairar sobre o infrator que coloca vidas em risco.
Vale a pena eu ainda citar que o poder público poderia efetuar edital de contratação de empresa especializada nesse tipo de atividade que poderia prestar serviço ao município nos momentos de maior crise, contratação sazonal e temporária de brigadistas florestais como já ocorre no ICMBio,IBAMA e outros órgãos, parcerias através dos governos federal e estadual para implementar projetos como exemplo a Operação corta fogo do estado de SP.
Sem mais delongas espero que tenha ajudado a mostrar o quão perigoso é esse tempo que nos avizinha, e o que resumidamente podemos fazer a respeito.
Rafael de Jesus dos Santos
Bombeiro Profissional Civil
Especialista em incêndios florestais conforme NBR 16.877/20
BELO HORIZONTE/MG - Atualmente, a ave bacurau-de-rabo-branco, que vive no cerrado brasileiro, com registros nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, consta nas listas oficiais das espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente e também da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Diante do preocupante cenário, o ideal, segundo especialistas, seria que todos os estados recebessem projetos com o objetivo de encontrar novas populações da espécie, a fim de identificar as principais ameaças nas regiões que ela habita, com propostas de ações para a sua conservação e, assim, auxiliando na redução do seu status de ameaça de extinção.
O projeto, denominado "Onde está o bacurau?" e que busca auxiliar na redução do status de ameaça de extinção encontrando novos grupos da ave no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, recebeu no final da semana passada mais de R$ 260 mil em recursos da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios Paranaíba e Baixo Rio Grande. O termo de destinação de R$ 260.060,00 ao projeto, que tem duração de 24 meses, foi assinado pela Prefeitura de Uberaba e Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (Funepu), responsável pelo estudo.
“Apesar de os recursos voltados ao entendimento da natureza ainda serem poucos no Brasil, todo recurso destinado à conservação e pesquisa é muito importante; seja ele qual for a quantia. Espero que esse recurso possa favorecer um pouco a um melhor entendimento da espécie, ou seja, como ela está distribuída na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba”, considerou o biólogo/ornitólogo André Grassi Corrêa, que tem mestrado em Ecologia de Ecótonos. Segundo o promotor Carlos Valera, o recurso para o projeto do Triângulo Mineiro veio de medidas compensatórias, impostas àquelas pessoas que transgrediram as normas ambientais.
“A penalização veio por meio de um ajustamento de conduta e os recursos passam a beneficiar a população que sofreu aquele crime ambiental”, complementou.
Queimadas e conversão do cerrado em pastagem e plantios
De acordo com o biólogo André Grassi, que atua como guia de observação de aves na Brazil Birding Experts, as principais ameaças para o bacurau são as queimadas e a conversão do cerrado em plantios de eucaliptos, pastagens, soja, cana-de-açúcar, entre outras culturas.
“Essa espécie de ave com hábitos noturnos depende de um ambiente muito específico, num subsistema de campo limpo abundante e com cupinzeiros”, complementou. Além disso, Grassi explica que é importante também destacar que a espécie leva esse critério de ameaça porque tem uma população pequena, localmente distribuída e porque tem perdido seus hábitos naturais. “A espécie só existe em três estados do Brasil e bem localmente, ou seja, na região do Triângulo Mineiro e na região do Parque Nacional das Emas (que abrange os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul)”, finalizou o biólogo.
Renato Manfrim - Especial para o EM
Continente pode ser mais suscetível às mudanças climáticas do que se imaginava. Pela primeira vez, cobertura de gelo fica abaixo de 2 milhões de Km². Principal causa é o aquecimento global, afirmam cientistas.
ANTÁRTIDA - O gelo marinho em torno da Antártida diminuiu para a menor extensão já registrada no mês de fevereiro, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (19/04). A conclusão sugere que o continente gelado pode ser mais suscetível às mudanças climáticas do que se imaginava.
No final de fevereiro, a área do oceano coberta por gelo ficou abaixo da barreira de dois milhões de quilômetros quadrados pela primeira vez, desde o início dos registros por satélite em 1978, segundo o estudo publicado no jornal científico Avanços em Ciências Atmosféricas.
Os pesquisadores chineses da Universidade Sun Yat-sen, em Guangzhou, e do Laboratório de Ciências Marinhas, em Zhuhai, concluíram que o fator principal para a perda de gelo foi o aumento das temperaturas, além de modificações nas massas de gelo, que tiveram papel secundário.
O recorde negativo de 1,9 milhões de quilômetros quadrados, registrado em 25 de fevereiro deste ano, ficou 30% abaixo da média do período entre 1981 e 2010.
O maior encolhimento da cobertura de gelo marinho na Antártida registrado até então, ocorrido em 2017, estava pouco acima do patamar de dois milhões de quilômetros quadrados.
Pólos aquecem acima da média global
Nos últimos anos, a cobertura máxima de gelo marinho na Antártida teve média de 18 milhões de quilômetros quadrados. Para avaliar as causas da perda recorde de gelo deste ano, os pesquisadores examinaram a quantidade de gelo perdido e de gelo surgido recentemente, ano após ano, assim como a movimentação diária do gelo marinho.
No Ártico, o recorde negativo de cobertura de gelo marinho foi de 3,4 milhões de quilômetros quadrados em 2012, sendo que o segundo e o terceiro ocorreram em 2020 e 2019, respectivamente. A cobertura máxima de gelo marinho tem média de 15 milhões de quilômetros quadrados.
Os polos norte e sul registraram aquecimento de aproximadamente 3º C – ou seja, três vezes a média global – comparado aos níveis de temperatura do século 19.
A primeira onda de calor registrada na Antártida foi em 2020, com inéditos 9,2º C acima do valor máximo. Em março deste ano, um centro de pesquisas no leste do continente registrou um aumento de temperatura de 30º C acima do normal.
Anormalidades extremas como essas são fatores recentes. Ao contrário da cobertura de gelo marinho no Ártico, que diminuiu em 3% ao ano desde os anos 1970, na Antártida vinha ocorrendo uma expansão de 1% a cada década, levando-se em conta a ocorrência de grandes variações anuais.
Após o declínio incomum registrado em 2017, o fenômeno voltou a ocorrer neste ano, no final do verão no hemisfério sul.
A cobertura de gelo durante o último verão austral – entre junho e setembro – encolheu principalmente no oeste da Antártida, região que demonstrou ser mais vulnerável ao aquecimento global do que o leste do continente, de proporções bem maiores.
"Círculo vicioso"
O derretimento do gelo marinho não gera impactos perceptíveis no aumento do nível do mar, uma vez que o gelo já se encontra nas águas do oceano.
No entanto, a diminuição da cobertura de gelo é uma das principais preocupações relacionadas ao clima, uma vez que ajuda a acelerar o aquecimento global, explica, Qinghua Yang, professora da Universidade Sun Yat-sen e coautora do estudo.
Quando a cobertura de gelo – que reflete a energia solar de volta ao espaço – é substituída pelo mar escuro não congelado, "há menos reflexão de calor e mais absorção", disse Qinghua. "Isso, por sua vez resulta em um maior derretimento de gelo e produz mais absorção de calor, em um círculo vicioso".
A neve e o gelo refletem mais de 80% da energia do sol de volta ao espaço, enquanto os oceanos absorvem a mesma porcentagem dessa energia.
AFP
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