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CHINA - Um grupo de cientistas chineses, canadenses e britânicos publicou artigo na revista Science sobre um ovo de dinossauro fossilizado, encontrado na província chinesa de Jiangxi, que contém um embrião de 27 centímetros, informou nesta quarta-feira a emissora estatal CCTV.

O ovo fossilizado, com uma forma alongada e 17 centímetros de comprimento, tem cerca de 70 milhões de anos e contém um dos fósseis de embriões de dinossauro mais bem preservados da história, de acordo com a CCTV.

O embrião pertence ao período Triássico dos terópodes e está amontoado dentro do ovo numa postura com a cabeça entre as pernas, que até agora só foi encontrada em dinossauros aviários, de acordo com o estudo.

"Essa postura é muito semelhante à das aves atuais quando os seus ovos estão prestes a eclodir. Pensamos que os dinossauros teriam eclodido de forma semelhante às aves da nossa época", disse um dos cientistas, Fion Ma Wai-sum, ao jornal de Hong Kong South China Morning Post.

CHILE - No Zoológico de Buin, nos arredores de Santiago, a capital chilena, um veterinário com uma máscara listrada de tigre administra uma vacina experimental contra covid-19 em um tigre, enquanto outro funcionário alimenta o animal com pedaços de carne crua, por meio de um par de pinças longas.

O Zoo Buin, como outros no mundo, busca manter seus animais protegidos do novo coronavírus, e está administrando uma fórmula experimental doada pela empresa global de saúde animal Zoetis aos seus dez animais mais suscetíveis, disse o diretor do zoológico, Ignacio Idalsoaga.

Na segunda-feira, 13 de dezembro, leões, tigres, pumas e até um orangotango receberam a vacina.

"Estamos usando uma vacina experimental que produzirá resultados de curto prazo, que nos permitirão desenvolver uma vacina que não está no mercado hoje", disse Idalsoaga.

"Estas são as primeiras doses produzidas em todo o mundo, o que permitirá a precisão científica e, posteriormente, a produção em massa para proteger todos os animais desse vírus mortal em zoológicos como o nosso."

O zoológico de Buin começou a procurar maneiras de manter seus animais seguros depois de saber que eles - assim como as pessoas - são suscetíveis ao novo coronavírus.

Depois de conduzir e publicar pesquisas com cães e gatos no ano passado, a Zoetis está testando a vacina em diferentes zoológicos, principalmente nos Estados Unidos (EUA), disse Cristian Dunivicher, técnico em animais da empresa.

Lúpulo usado hoje nas cervejarias do Brasil é quase 100% importado. Pesquisas da USP apontam as variedades da planta que melhor se adaptam ao clima tropical e com maior potencial para a qualidade da cerveja

 

RIBEIRÃO PRETO/SP - Após dois anos estudando a produção nacional do lúpulo, insumo essencial para a fabricação da cerveja, pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP afirmam que a planta colhida no Brasil tem qualidade equiparável às cultivadas pelos Estados Unidos e República Tcheca, dois grandes produtores internacionais da planta.

Responsável pelo amargor e aroma característicos da bebida, o lúpulo utilizado hoje pelas cervejarias brasileiras é praticamente 100% importado. Com a demanda em alta, pelo aumento do consumo e da quantidade de cervejarias artesanais, os resultados das pesquisas devem agradar produtores agrícolas e as indústrias que dependem da planta. É o que acredita o coordenador de um dos grupos de estudo do lúpulo nacional, o professor Fernando Batista da Costa.

Conta o professor Costa que, desde meados de 2019, eles cultivam e acompanham o desenvolvimento do lúpulo plantado em área do campus de Ribeirão Preto da USP. Os pesquisadores observam, principalmente, a produção de cones (inflorescência, parte da planta de onde se extrai a substância para preparar a cerveja), em busca da variedade que melhor se adapte às condições de solo e clima, consideradas barreiras para a produção no País, já que a planta é típica de clima temperado.

Mas, se depender dos achados da equipe do professor Costa, o sucesso do lúpulo em terras tropicais é certo, pois, das quatro variedades em estudo, os pesquisadores aprovaram duas, a Chinook e a Cascade, que se desenvolveram e produziram cones em quantidade suficiente para a indústria. “Um lúpulo tão bom quanto o importado”, enfatiza Costa. Além da produção e desenvolvimento dos cones do lúpulo, a equipe estuda a parte fisiológica, verificando a fotossíntese, as trocas gasosas e o estresse oxidativo.

Outra equipe da FCFRP, coordenada pelo professor Leonardo Gobbo Neto, se dedica ao estudo metabolômico do lúpulo, parte que analisa as principais substâncias que dão aroma e sabor à bebida, como os óleos voláteis e os chamados ácidos amargos. Integrante desta equipe, o pesquisador Guilherme Silva Dias diz que está em busca da dosagem ideal do lúpulo nacional para a composição da cerveja, realizando diferentes testes à procura dos “metabólitos do lúpulo que contribuem para o perfil sensorial da bebida pronta”. O professor Gobbo Neto informa que este estudo deve contribuir para que as cervejarias, nacionais e internacionais, consigam produzir o perfil desejado de uma cerveja.

A composição química do lúpulo, comenta Dias, é básica para a fabricação da cerveja porque “é extremamente complexa, contribuindo com o amargor, que é muito importante para compensar o dulçor proveniente do malte e tornar a bebida agradável ao palato”. Além de contribuir para o aroma e a formação de espuma, é responsável ainda pela conservação, atuando “como antioxidante e antimicrobiano, protegendo a cerveja de processos oxidativos e de possíveis contaminações”.

Dias realiza seus estudos em uma variedade de lúpulo cultivada nos Estados Unidos. Segundo o pesquisador, o trabalho já está em fase final e as cervejas, produzidas com o lúpulo cultivado no campus de Ribeirão Preto da USP, “estão prontas para passar por um painel sensorial”. Ele explica que esta é uma etapa de degustação feita por diversas pessoas em eventos específicos, que irá verificar a aceitação da bebida da USP em comparação à bebida que utiliza o mesmo lúpulo importado dos EUA.

 

Produção nacional de lúpulo cresce 110%

O mercado de cervejas artesanais vem se expandindo no Brasil e a proliferação de microcervejarias fez muito cervejeiro repensar a compra de insumos para a produção da bebida. Só em 2019, o Brasil importou 3.600 toneladas de lúpulo, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Mas, há cerca de quatro anos, a necessidade de alternativas à importação levou alguns produtores nacionais a iniciar o cultivo do insumo.

No ano passado, a área plantada aumentou 110% em relação a 2019, com o lúpulo ocupando 42 hectares e produzindo 24 toneladas, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo). Esse é o caso de Thiago Cunha, produtor rural pioneiro no plantio de lúpulo em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. “Eu resolvi fazer um teste aqui em Ribeirão Preto para ver se o clima era favorável, se a planta se desenvolve bem”, conta o produtor. E o resultado surpreendeu: a boa adaptação ao clima e solo fez o produtor expandir a plantação, que passará dos atuais 500 pés para mil no próximo ano.

Cunha cultiva três espécies de lúpulo, a Comet, a Cascade e a Mantiqueira. Ele conta que as duas primeiras têm alto índice de demanda pelos cervejeiros, ao contrário da Mantiqueira, mas que optou por esta também, já que todas as três se deram “muito bem no clima de Ribeirão Preto”.

O estudo coordenado pelo professor Costa confirma o que o produtor rural observou na prática com a Cascade. As espécies Chinook e Cascade foram as que melhor se adaptaram às condições climáticas da região com “um desenvolvimento adequado”. Outras duas espécies analisadas também cresceram e produziram cones, “porém a quantidade não foi suficiente; não seria também suficiente para a indústria, de acordo com nosso estudo”, adianta.

HOLANDA - Alunos da Universidade Veiga de Almeida (UVA) e da Universidade de Ciências Aplicadas de Roterdã, na Holanda, uniram-se para pensar soluções para proteger o Rio de Janeiro da elevação do nível do mar provocada pelas mudanças climáticas. Os estudantes projetaram uma barragem de 9,5 quilômetros de extensão por 11 metros de altura, a ser implantada na Ponte Rio-Niterói, que ajudaria a evitar a inundação de parte dos municípios do Rio de Janeiro, incluindo o Aeroporto Internacional Tom Jobim-Riogaleão, Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo.

O projeto é baseado em modelagem elaborada pelo Climate Central, organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, e prevê um cenário crítico de mudanças climáticas, com aumento de 3 metros do nível do mar.

A UVA foi a única universidade brasileira a participar do desafio Protecting Delta Cities: International Student Challenge, promovido pela universidade holandesa. A iniciativa teve por objetivo estimular jovens pesquisadores de nove países a pensar em alternativas para proteger cidades localizadas em deltas e regiões litorâneas de um aumento de 3 metros do nível do mar. A lista das cidades potencialmente atingidas incluía o Rio de Janeiro; Nova Iorque, nos Estados Unidos; Durban, na África do Sul; e Taipei, na ilha de Taiwan.

Segundo Viviane Japiassú, professora dos cursos de graduação em Engenharia Ambiental e Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida e coordenadora do projeto Que Chuva É Essa?, na Holanda, a Universidade de Roterdã selecionou grupos de alunos para trabalhar sobre cada cidade. Estes uniram-se aos alunos da UVA em reuniões semanais, durante um mês, para elaborar uma proposta para a Baía de Guanabara.

As soluções formuladas pelos grupos foram apresentadas em um seminário realizado em novembro deste ano.

Viabilização

“A ideia é dar continuidade à colaboração, para ver como viabilizar a proposta e adequar algumas limitações que possam aparecer”, disse Viviane à Agência Brasil. Na semana que vem, o grupo da UVA terá uma reunião com representantes da prefeitura do Rio para falar sobre a proposta e os caminhos para viabilizar ou readequar o projeto.

De acordo com a professora, as cidades que estão na área costeira brasileira vão sofrer muito com o aumento do nível do mar.

Os alunos da Veiga de Almeida focaram o projeto na Baía de Guanabara, levando em conta a grande expertise da Holanda na construção de barragens marítimas. Todos os estudantes holandeses que participaram do desafio cursam engenharia civil, enquanto a maioria dos alunos da UVA estudam engenharia ambiental e apenas um, engenharia elétrica. O grupo teve ainda participação de estudante do mestrado profissional em ciências do meio ambiente, que integra o projeto de pesquisa e extensão Que Chuva É Essa?, que desenvolve estudos e ações voltados para a redução de riscos de desastres associados a chuvas extremas no Rio.

“O tempo todo a gente focou na importância socioambiental da Baía de Guanabara”, disse Viviane. A professora explicou que a solução não poderia se restringir a fechar a Baía de Guanabara. A opção pela implantação de uma barragem na ponte, e não na entrada da baía, objetivou permitir a circulação de navios no Porto do Rio, facilitando o tráfego marítimo de grandes embarcações, além de preservar o ecossistema local, que tem importância socioeconômica para comunidades do entorno, como a de pescadores artesanais.

“Uma vez que a gente consiga reter a elevação nesse ponto, protegerá também os municípios e o Aeroporto do Galeão, que seria inundado com esses 3 metros de elevação do mar”, explicou a professora.

Energia

O projeto dos estudantes prevê ainda a instalação de painéis solares na barragem capazes de gerar mais de 80 megawatts/hora de energia por dia, o suficiente para abastecer mais de 14 mil residências da região ou para bombear mais de 2 mil litros de água da baía de volta para o mar. Outro potencial de geração de energia descrito no projeto viria do aproveitamento da vibração gerada pelos veículos ao passarem na Ponte Rio-Niterói.

Dois rapazes e cinco mulheres formavam o grupo da Universidade Veiga de Almeida, e a turma olandesa tinha somente rapazes. No total, a equipe contou com dez participantes.

Uma das estudantes cariocas que integram o grupo é Larissa Stankevicius, que cursa o 8º período de engenharia ambiental. Após o choque cultural inicial, o grupo passou a se encontrar toda semana, para desenvolver a solução, contou Larissa. Ela disse à Agência Brasil que é preciso dar continuidade ao projeto, para que este venha a ajudar de alguma maneira, se for possível.

BRASÍLIA/DF - Ao longo de 20 anos, 41% do Cerrado brasileiro esteve em chamas em algum momento. A área média queimada anualmente, entre 2000 e 2019, foi de 109.138 hectares, o que corresponde a 5,4% dessa vegetação. Os números fazem parte da pesquisa desenvolvida por Vera Laísa Arruda durante o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (PPG-CFL) da Universidade de Brasília.

Em sua dissertação, intitulada Mapeamento de cicatrizes de áreas queimadas no Cerrado usando imagens Landsat, Google Earth Engine e Deep Learning, ela criou uma metodologia capaz de cobrir todo o bioma no país e ainda quantificar quantas vezes cada área queimou no período estudado.

Por exemplo, observou-se que 270.601 km² queimaram de duas a três vezes, 181.612 km² queimaram de quatro a dez vezes e 13.085 km², mais de dez vezes. Isto indica que mudanças do uso da terra têm alterado o regime do fogo, aumentando a frequência da ocorrência dos incêndios florestais, afirma a egressa em seu trabalho, defendido em abril deste ano e publicado no fim de julho.

Segundo ela, o fogo mapeado foi de todos os tipos, tanto manejado quanto criminoso, e há grandes mosaicos de áreas com alta frequência de chamas observadas no meio-norte e norte do bioma, nos estados do Tocantins e Mato Grosso, e a leste, na ilha do Bananal (TO).

Pelos estudos, o fogo predomina em área de vegetação natural (formação florestal, savânica e campestre) e em áreas protegidas, como terras indígenas, unidades de conservação e territórios quilombolas onde é comum realizar queimadas para limpeza do solo, caça, proteção de aldeias, estimulação de floração/frutificação e rebrota de plantas, eliminação de pragas, entre outros.

A pesquisa da Vera foi uma importante contribuição no desenvolvimento de uma técnica de mapeamento de áreas atingidas por fogo em todo o bioma Cerrado, em nível de detalhes locais. Isto vinha sendo feito, mas em estudos localizados, em menor abrangência espacial, conta o coorientador Eraldo Matricardi, docente do Departamento de Engenharia Florestal (EFL) da UnB.

 

TESTE E VALIDAÇÃO

Vera Laísa desenvolveu uma metodologia semiautomática para o mapeamento de áreas queimadas no Cerrado a partir de imagens do satélite Landsat e do algoritmo Deep Learning, implementado nas plataformas Google Earth Engine e Google Cloud Storage ferramentas de busca e processamento de dados nas nuvens.

Inicialmente, o ano escolhido para testar a técnica foi 2017. Foi obtida uma precisão de 97% a partir de validação com 2.200 pontos. Comprovada a eficiência da metodologia para o mapeamento de cicatrizes de fogo, foi ampliada para os anos de 2000 a 2019 para que se pudesse ter um melhor entendimento do comportamento do fogo no Cerrado a partir da série histórica dos últimos 20 anos.

Sua grande virtude foi usar uma ferramenta nova, criar um algoritmo, aprender a dominá-lo e depois testar esse algoritmo para mapear toda ocorrência de fogo no bioma Cerrado, declara seu orientador, Reginaldo Pereira, professor do EFL e diretor da Fazenda Água Limpa (FAL), estação experimental da UnB.

Segundo ele, Vera foi capaz de responder em sua dissertação a algumas questões que sempre tinham em mente. Por exemplo: quando se trabalha com sensoriamento remoto, como detectar áreas atingidas por fogo no Cerrado utilizando imagens de satélite e qual a precisão de tal mapeamento? Qual o melhor período do ano para detectar áreas queimadas no Cerrado para que as cicatrizes não fiquem mascaradas?

Ela conseguiu detectar também outras informações importantes, como o comportamento do fogo no Cerrado nas duas últimas décadas se passou mais de uma vez em um local, qual a área atingida, a agressividade desse fogo, as fitofisionomias mais atingidas, e as categorias fundiárias com maior incidência de fogo. Então, muitas questões que tínhamos em mente foram sanadas pela Vera com seu trabalho, pontua Pereira.

A egressa da Universidade conta que, como trabalha em um instituto de pesquisa ambiental, já via desde antes a necessidade de se criar uma metodologia robusta e inovadora para mapeamento semiautomático de área queimada no Brasil.

Foi bem desafiador desenvolver uma metodologia nova, com ferramentas inovadoras de aprendizado de máquina. Ao final do projeto, foi muito gratificante ter uma base de dados única para o Cerrado, em uma série temporal longa e com uma boa resolução de dados, comenta a agora mestre em Engenharia Florestal Vera Laísa Arruda.

 

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

A pesquisadora frisa que, nas últimas décadas, a ocorrência de fogo tem aumentado no Brasil, e, consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa também tendem a crescer para se ter uma ideia, se fossem contabilizados, apenas os incêndios florestais relacionados ao desmatamento na Amazônia teriam contribuído com um aumento de 21% nos cálculos de emissões anuais de gases do efeito estufa do Brasil, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Essa estimativa para o Cerrado ou para o país também pode ser feita agora a partir dos dados produzidos na dissertação de Vera. Os eventos de fogo são uma importante fonte de emissões de gases de efeito estufa e sua recorrência pode alterar a paisagem e o microclima local. Aumentar a emissão desses gases tem efeito direto nas mudanças climáticas globais, declara a egressa da UnB.

As conclusões de seus estudos, segundo ela, destacam a importância da adoção de estratégias de gestão e políticas orientadas para a conservação dos biomas e prevenção de incêndios florestais.

Os atores e gestores devem se preocupar com cenários futuros de mudanças climáticas e maiores riscos de ocorrência de fogo. Além de que devem ser feitas ações para o combate ao desmatamento, pois muitas vezes o fogo é usado para limpeza de áreas desmatadas. Também deve ser feito o incentivo ao uso de práticas agrícolas com tecnologias mais avançadas, para que não se use o fogo também como ferramenta agrícola, recomenda Vera Laísa.

Os resultados da pesquisa iniciada pela Vera são o primeiro passo para a estimativa mais precisa das emissões de gases do efeito estufa provenientes da queima da biomassa de diferentes biomas brasileiros. A partir de agora, estudos complementares poderão se basear nas áreas atingidas por fogo para estimar a quantidade de biomassa consumida em cada incêndio e estimar a quantidade de gases emitidos em cada caso, complementa o professor Eraldo Matricardi.

 

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

A dissertação de Vera já se desdobrou em um artigo escrito em conjunto com o então orientador, o coorientador e mais duas pesquisadoras do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) onde a egressa da UnB atua profissionalmente como analista de pesquisa. O estudo foi publicado na revista Remote Sensing Applications: Society and Environment, de alto impacto internacional equivale ao Qualis A1 no conceito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A metodologia desenvolvida por ela também já serve de base neste momento para o Projeto de Mapeamento Anual de Fogo no Brasil (MapBiomas Fogo), uma iniciativa do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima. A proposta é produzida por uma rede colaborativa de cocriadores formada por organizações não governamentais (ONGs), universidades e empresas de tecnologia organizados por biomas e temas transversais.

Os dados foram ampliados para todo Brasil e estão disponíveis à sociedade em geral e aos órgãos públicos e ONGs, a fim de apoiar a definição de estratégias e ações de monitoramento, controle e planejamento da prevenção e combate aos incêndios florestais no Cerrado.

Participo também da equipe do MapBiomas Fogo, no qual fizemos o mapeamento de área queimada para todos os biomas do Brasil de 1985 a 2020, com uma grande aplicação da metodologia desenvolvida no meu mestrado. Serviu para criar uma base de dados nova para todo o país, para novos projetos, suporte para prevenção e combate a incêndios e fonte de informação para políticas públicas, conta Vera Laísa.

Do ponto de vista científico, os resultados que estão sendo gerados com a aplicação da metodologia desenvolvida na pesquisa da Vera ampliarão substancialmente o entendimento da ocorrência e propagação do fogo na vegetação nativa e nas áreas antropizadas no Cerrado. Com isso, será possível o desenvolvimento de estudos mais específicos sobre os impactos do fogo na vegetação, animais, socioeconômicos e no ser humano, avalia o professor Eraldo Matricardi.

O Cerrado ocupa uma área de cerca de 2 milhões km², localizada na porção central do país. Matricardi acredita que a metodologia de Vera tem potencial para ser aplicada para os demais biomas brasileiros, com os devidos ajustes às características de cada região.

Além disso, a metodologia poderá ser aplicada a baixo custo por organizações e instituições que desejem desenvolver outros mapeamentos com séries espaço temporais menores, ou mesmo usando dados de satélites que permitam o mapeamento de maiores detalhes na superfície de cada região ou área de interesse, acrescenta.

 

FOGO X INCÊNDIO

Vale lembrar que nem toda chama na vegetação é danosa, e que fogo é diferente de incêndio. Tanto Vera Laísa Arruda como o professor do Departamento de Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas (ECL/IB) Carlos Henke destacam que o fogo faz parte de um processo natural do Cerrado e também tem seus usos culturais por populações tradicionais. De outro lado estão os incêndios causados por falha ou imperícia de indivíduos, que causam estragos, às vezes irreversíveis, para a vida humana, animal ou vegetal, entre outras consequências.

O fogo [...] é uma característica comum e determinante da vegetação do Cerrado. Porém, a rápida ocupação da região tem mudado o regime natural do fogo (ocorrência e frequência de queimadas) através da conversão de áreas nativas para agricultura ou pastagem, gerando consequências para a estrutura e composição da vegetação. Essas alterações das fitofisionomias, por sua vez, favorecem a ocorrência de incêndios mais intensos e frequentes e, consequentemente, aumentando os impactos causados, ensina Vera Laísa em sua dissertação.

É preciso entender que o incêndio é uma queima descontrolada. Nós, humanos, quando combatemos e fazemos a prevenção, estamos tentando controlar o fogo, e isso é bom. O fogo não é ruim, o incêndio é, porque você perde o controle do fogo, afirma Carlos Henke. Para ele, o ideal é sempre investir em prevenção, que é mais barato e mais seguro que remediar depois.

Não é só combater! Prevenir é sempre melhor que combater os incêndios. Na prevenção você economiza dinheiro e esforço gerencial, expõe menos o brigadista e a população às condições insalubres provocadas pelo incêndio. Também evita acidentes e morte de pessoas e animais e injúrias à vegetação. Contudo, os incêndios estão ocorrendo de forma muito severa ultimamente e ainda ocorrerão, mesmo com todo cuidado, toda a prevenção e o manejo integrado do fogo (MIF). Então, o combate sempre existirá, analisa o professor do ECL.

Henke explica que combater incêndios é complexo, pois demanda investimento em capacitação contínua, equipamentos e tecnologias. As tecnologias progressivamente vão melhorando nossa capacidade de combate. Mas equipamento bom e novo também precisa de manutenção e pessoal capacitado. Às vezes a manutenção é em campo mesmo, não dá tempo de mandar um equipamento para oficina", relata.

"E o combatente precisa ser qualificado para lidar com adversidades, desde realizar adaptações de encaixes hidráulicos até realizar a limpeza de carburador de motobomba, além de ter condições de prestar primeiros socorros a eventuais vítimas (inalação de gases, acidentes com animais peçonhentos, etc.) e realizar resgate de animais. Isso exige habilidades múltiplas de pessoas numa equipe igualmente múltipla. Isso exige constante qualificação, completa o docente.

As tecnologias trazem inovações em equipamentos, mas não apenas isso. Também ajudam no combate a incêndios com agentes químicos, como espumas, umectantes, retardantes de chamas, entre outros. Mas para se chegar ao produto ideal, viável e eficaz, é preciso haver muita pesquisa e tempo para fazer adaptações até ser possível incorporar os novos produtos.

Optar pelo combate químico necessita um nível muito mais elevado de qualificação dos combatentes e das agências, as quais ainda terão que lidar com os impactos negativos dos agentes químicos sobre a biodiversidade e os recursos hídricos. Ainda não estamos preparados, mas não podemos postergar pesquisas nesta área, afirma Carlos Henke, que coordena o Projeto Prometeu na Universidade de Brasília desde 2017.

A iniciativa tem o objetivo de avaliar as tecnologias de retardantes químicos de chamas para o combate aos incêndios florestais no bioma Cerrado e os principais impactos ambientais e institucionais do uso.

Conhecer os impactos negativos do combate químico no Cerrado e sua eficiência e efetividade é o principal objetivo do Projeto Prometeu. A ideia é conduzir experimentos em laboratório e campo nos quais haja o uso de fogo e dos agentes químicos. Durante as queimas, que por vezes duram apenas minutos, e no acompanhamento dos impactos sobre solos e flora, que podem perdurar por anos, o Projeto Prometeu tenta elucidar várias perguntas deste quebra-cabeças enorme que é o combate aos incêndios, esclarece o professor do IB.

Uma coisa já sabemos: os dados gerados são muito importantes e é necessário que os gestores estejam cientes da complexidade inerente ao combate químico, pois alguns produtos químicos funcionam bem, outros nem tanto. Porém, em algum grau, os efeitos adversos sempre incidirão sobre o ambiente, sobre as sociedades e sobre as finanças públicas, arremata Henke.

 

DOCUMENTÁRIO

 Essa complexidade das queimadas florestais e a necessidade da formação sólida dos combatentes e do uso de diferentes ferramentas de apoio às operações são detalhadas no recém-lançado documentário Fogo na Mata, fruto do Projeto Prometeu.

EUA - Uma pesquisa publicada no Proceeding of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS) observou os impactos dos pesticidas nas abelhas. Foi comprovado que um único contato com certos tipos de inseticidas tem a capacidade de reduzir a população de abelhas significativamente.

Pouco se sabe sobre o impacto dos pesticidas em insetos. A maioria dos estudos focam nas consequências desses químicos no meio ambiente. Coube ao PNAS analisar o que aconteceria com as abelhas.

 

Redução da prole

Abelhas nativas da América do Norte foram analisadas por dois anos para a realização da pesquisa. A Osmia lignaria, conhecida nos Estados Unidos como “abelha de pomar azul”, é solitária e um importante agente polinizador.

O inseticida usado na pesquisa chama-se o imidaclopride, que é tóxico para as abelhas. O imidaclopride afeta diretamente o sistema nervoso desses insetos — causando um efeito no comportamento e na fisionomia das abelhas.

Foram estudados diversos tipos de exposição — no primeiro ano de vida das abelhas, primeiro e segundo anos ou apenas no segundo ano. Foi concluído que aquelas expostas enquanto ainda eram larvas geram 20% menos larvas. Já aquelas  expostas em seu primeiro ano de vida geram 30% menos larvas. Abelhas expostas ao inseticida aos dois anos tiveram 44% menos larvas do que aquelas sem nenhum tipo de contato com o pesticida.

O uso do imidaclopride é proibido na União Europeia por conta de seus impactos negativos em insetos polinizadores, porém, sua confecção não é. Sua comercialização é permitida nos Estados Unidos e também no Brasil.

 

Quais as consequências para o futuro?

Mesmo se o uso desse pesticida fosse proibido hoje, seus efeitos ainda continuariam. As larvas que foram expostas, quando atingirem a fase adulta, já estarão irreversivelmente afetadas. O impacto do imidaclopride é cumulativo, e pode reduzir a população de abelhas por conta de seus resultados na reprodução do animal. Seu uso contínuo é uma ameaça para os insetos e para a polinização em geral, o que pode vir a ser um problema imensurável para o meio ambiente e inviabilizar a vida humana na Terra, já que as abelhas polinizam pelo menos 70% dos alimentos.

EUA - Um time internacional liderado pela Universidade de Glasgow em parceria com pesquisadores da Universidade Curtin identificou o Sol como um dos motivos da existência de água na Terra. Isso se deu pelo fenômeno chamado de “vento solar” que é composto por partículas feitas de íons hidrogênio, que criaram água na superfície de grãos de poeira que foram transferidos para os asteroides responsáveis pelo Big Bang.

A teoria do Sol foi baseada em um estudo dos átomos de um asteroide com órbita próxima da Terra, 25143 Itokawa. A sonda japonesa Hayabusa trouxe amostras desse corpo celeste à Terra em 2010.

O sistema de tomografia por sonda atômica da Universidade Curtin fez com que os cientistas pudessem analisar detalhadamente os primeiros 50 nanômetros da superfície do Itokawa. Esta análise confirmou a existência de água, que, de acordo Phil Bland, professor da Universidade Curtin, se aumentada, equivaleria a cerca de 20 litros para cada metro cúbico de rocha.

Antes mesmo dessa comprovação científica, pesquisadores teorizaram que a água da Terra só poderia ter vindo do espaço, ou mais especificamente, dos asteroides. Contudo, a água de asteroides contém proporção específica de hidrogênio comum para um tipo mais pesado, ou isótopo, chamado deutério'', que não é a mesma que a da água encontrada na Terra.

SÃO CARLOS/SP - Na manhã de terça-feira (30), o vereador Djalma Nery e, representando a vereadora Professora Neusa, a assessora parlamentar Mariana Ribeiro, participaram do Programa de Alfabetização Ambiental desenvolvido pela Escola Estadual Visconde da Cunha Bueno, localizada no distrito de Santa Eudóxia, em prestígio à ação de arborização dos professores e alunos do 2° ano.

 O programa faz parte de um projeto criado a partir da Secretaria Estadual de Educação, que existe desde o ano 2019 para promover temáticas socioambientais e sustentáveis nos processos de ensino e aprendizagem entre professores e alunos.

 Com o tema “Conservar para Preservar”, o programa no desempenho de alfabetização ambiental proporcionou às crianças, com idade aproximadamente de 7 a 8 anos, o plantio de cerca de 30 árvores, algo muito importante para a arborização do distrito, que passou por um período crítico com as queimadas.

 Neste dia, estiveram presentes acompanhando as atividades a dirigente regional de Ensino, Débora Gonzalez Costa Blanco; a diretora da escola, Rosimeire Coelho de Oliveira; a coordenadora pedagógica Sônia Regina Biason; o diretor de Áreas Verdes, Jurandir Ferrante; e o técnico agrícola Fábio Lolis.

ANTÁRTIDA - A Antártida, ou Antártica, é uma região geográfica localizada no extremo sul do planeta Terra. De modo geral, a Antártida é o continente mais frio, seco, alto, ventoso, remoto, desconhecido e preservado que existe.

O continente antártico e as ilhas que o cercam englobam uma área aproximada de 14 milhões de km2, 1,6 vezes a área do Brasil cerca de 10% da superfície da Terra. Centrada no Polo Sul Geográfico, a Antártida é inteiramente circundada pelo Oceano Antártico.

Tão seca quanto o deserto do Saara e com ventos intensos que chegam a 327 km/h, a Antártida é três vezes mais alta que qualquer outro continente, com uma altitude média de 2,3 mil metros. Embora coberta por gelo, é formada por rochas e tem uma margem continental constituída de sedimentos. Essas rochas e sedimentos são detentores de diversos recursos minerais e energéticos, incluindo petróleo e gás natural.

 

Diferença entre polo geográfico e magnético

Polos geográficos e polos magnéticos não são a mesma coisa. Os polos geográficos são áreas da superfície terrestre estabelecidas pelo eixo de rotação da Terra. Já os polos magnéticos são zonas do planeta em que o magnetismo é mais intenso, não coincidindo exatamente com a localização dos polos geográficos.

Dessa maneira, os efeitos do fenômeno magnético fazem com que todos os objetos imantados sejam atraídos para uma área próxima ao polo norte geográfico, o que possibilita o funcionamento das bússolas.

 

O Ártico é mais frio que a Antártida?

Apesar de possuir temperaturas congelantes, que no verão chegam a 0 °C e no inverno atingem -35 °C, o Ártico não pode ser considerado o lugar mais frio do mundo. Esse posto fica para a Antártida, onde as temperaturas podem chegar a -60 °C. Isso ocorre porque o gelo presente no Ártico está apoiado diretamente na água do mar, que absorve parte do calor gerado pelo oceano. Na Antártida, existe uma camada de terra entre o mar e o gelo, que impede essa troca de calor.

 

Antártida e mudanças climáticas

Um estudo da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) e da Universidade Irvine da Califórnia confirmou que a Antártida está derretendo mais rápido a cada ano.

Os cientistas utilizaram quatro diferentes técnicas para medir a quantidade e a taxa de aumento da perda de gelo na região oeste da Antártida, uma área que já era conhecida pelas altas taxas de perda. Um estudo utilizando o Cyrosat 2 (um satélite de observação da Agência Espacial da Europa) descobriu que a perda de gelo nessa região era, em média, de 83 bilhões de toneladas por ano, com base em dados de 1992 a 2013. Com a nova pesquisa utilizando o Cyrosat, que estudou 96% do território do continente, descobriu-se que a Antártida perde 159 bilhões de toneladas de gelo por ano, sendo que apenas na região oeste, cerca de 134 bilhões de toneladas de gelo derretem anualmente.

Para se ter uma ideia, imagine um bloco de gelo com um quilômetro de largura, um quilômetro de altura e um quilômetro de comprimento esse bloco teria menos de um bilhão de toneladas de gelo.

Ainda pior que essa perda gigante é o fato que a taxa de derretimento está aumentando. O que antes era um aumento de 6 bilhões de toneladas por ano, hoje é mais que o dobro, chegando a 16 bilhões de toneladas a cada ano, uma analogia quase de queda livre, acelerando cada vez mais até o colapso.

Apesar de muitas discussões e visões sobre a temática, estima-se que o aumento da temperatura ocorra principalmente por causa do lançamento de gases do efeito estufa e outros poluentes à atmosfera.

O derretimento registrado até agora representa uma parcela ínfima em relação ao total de gelo presente no continente. Se derretesse totalmente, o gelo armazenado ali poderia elevar o nível do mar em 58 metros.

EUA - Todos nós sabemos que os efeitos da mudança climática causada pelos seres humanos podem nos levar à extinção. Mas imagine se isso fosse dito por alguém que realmente conhece a extinção? Foi o que o Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) pensou através da campanha “Don’t Choose Extinction” (Não escolha a extinção, em tradução literal), estrelada por um dinossauro e dublada por Jack Black.

Em ‘Don’t Choose Extinction’, dinossauro ironiza humanidade e critica o uso de combustíveis fósseis, atentando para a possibilidade de extinção.

Em um vídeo que poderia até ter um tom engraçado, mas é triste. Um dinossauro entra no prédio da Assembleia Geral da ONU, em Nova York e assusta a todos. Mas a parte mais horripilante de seu discurso é quando o dinossauro revela que, ao contrário desses animais extintos, nós estamos financiando o fim de nossa existência.

“Escutem todos: eu sei uma coisa ou outra sobre extinção, e deixe-me dizer a vocês… e vocês meio que acham que isso é o óbvio: ser extinto é uma coisa ruim. E levar vocês próprios à extinção? Em 70 milhões de anos, essa é a coisa mais ridícula que eu já ouvi. Pelo menos nós tivemos um asteroide. Qual é a desculpa de vocês?”, pergunta o dinossauro com a voz de Jack Black.

“Imaginem se durante milhões de anos tivéssemos subsidiado meteoros gigantes? É o que vocês estão fazendo agora!”, ironiza o gigante.

Veja o vídeo com legendas em português:

 

O vídeo, lançado dias antes da reunião do G20, reunião dos líderes mundiais que, nesse ano, teve como foco a questão climática, acabou viralizando nas redes sociais e mostrando que estamos, definitivamente, seguindo pelo caminho errado como humanidade.

 

 

Redação Hypeness

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