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SÃO PAULO/SP - Suas mudas de vegetais precisam de água suficiente para germinar. Regue as mudas até que a água comece a escorrer do vaso.

Dica: Tente manter uma rotina para que o solo nunca seque. O solo deve ser mantido sempre úmido, mas não encharcado.

 

Vegetais orgânicos

Quando você quiser escolher os vegetais que vai plantar em sua horta orgânica, o melhor é escolher vegetais que sejam menos propensos a doenças e ataques de pragas. A escolha de hortaliças menos propensas a doenças e ataques de pragas facilitará o plantio e seu crescimento. Você pode ir a uma loja de plantas e pedir sementes de hortaliças orgânicas e menos propensas a doenças. É melhor escolher sementes que são mais fáceis de plantar e requerem pouca manutenção.

Seus vegetais requerem uma quantidade adequada de luz solar direta. Então, quando você quiser iniciar uma horta, considere um local que receba pelo menos 4-8 horas de luz solar direta. É melhor no início da manhã ou no final da tarde.

Nos buracos que você fez, plante as mudas. Você pode decidir plantar seus vegetais separadamente ou no mesmo vaso. Se você for plantar no mesmo vaso, certifique-se de que os buracos estejam espaçados, pensando em quando a planta começar a crescer, pois precisará de mais espaço.

Dica: Se você vai plantar hortelã, não plante no mesmo vaso. Você deve plantar a hortelã separadamente de outras mudas de vegetais porque senão ela vai morrer.

Quando você terminar com o vaso, então é hora de preparar as mudas. Antes de começar a plantar as mudas, faça uma cova no substrato para plantar as mudas de hortaliças.

Depois de colocar as pedras no fundo do vaso, certifique-se de colocar também substrato orgânico em todo o vaso, até quase a borda.

A próxima coisa a fazer é preparar o vaso. A melhor maneira de preparar o vaso é colocar pedras no fundo. Isso garante uma melhor drenagem da água para a planta, evitando que as raízes fiquem cheias de água e apodreçam.

Antes de iniciar sua horta, a primeira pergunta que você precisa fazer a si mesmo ou a um profissional é quais são os materiais necessários. Fazer essa pergunta fará com que você tenha uma ideia do tipo de horta orgânica que deseja e também evitará que você se apresse em decisões que o farão acabar com erros.

Para saber como fazer horta orgânica, você precisará de mudas de hortaliças orgânicas, terra de compostagem, água, pedras de drenagem e vasos. Para um iniciante, é melhor escolher uma planta vegetal fácil de cultivar, como alecrim, hortelã, salsa, cebolinha, manjericão ou orégano.

 

 

Rita Moraes / Homify

Indivíduos têm personalidades diferentes que podem interferir na adaptação ao ambiente urbano

 

SÃO CARLOS/SP - Fêmeas "destemidas" de uma espécie de sabiá - sabiá-barranco (Turdus leucomelas) - estão melhor preparadas para adaptação ao ambiente urbano que suas colegas medrosas, mostrou estudo desenvolvido no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em São Carlos (SP). A pesquisa, conduzida por Augusto Florisvaldo Batisteli, hoje doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais (PPGERN) da UFSCar, investigou a personalidade das fêmeas por meio da diferença de comportamentos entre elas na escolha de locais para a construção de ninhos.
O experimento realizado, com orientação de Hugo Sarmento, docente no Departamento de Hidrobiologia (Dhb), mostrou que as fêmeas com ninhos em árvores têm mais medo de situações desconhecidas do que aquelas com ninhos em construções humanas, como prédios, que se mostram mais destemidas.
Em etapa anterior da pesquisa, Batisteli havia identificado vantagens para o animal em fazer ninho em prédios, relacionadas, por exemplo, ao tempo de incubação, conforme divulgado no Portal da UFSCar (https://bit.ly/3auVRCu). O pesquisador quis então entender se os indivíduos da espécie apresentavam diferenças de personalidade e se elas poderiam ter relação com a escolha do local para o ninho. Estudos de outros pesquisadores já indicavam, neste sentido, a predominância de certas personalidades animais em ambientes modificados pela ação humana, mas sem testar se isso interferia na sua habilidade de exploração dos recursos oferecidos por esses locais.
Para a análise da personalidade, o pesquisador fez testes de neofobia - que avaliam a aversão a situações desconhecidas. 
Quando o animal saía do ninho, Batisteli inseria um objeto desconhecido (cubo mágico ou uma pequena bolinha) próximo ao local. Depois, media o tempo que a fêmea demorava para voltar a incubar os ovos durante os testes.
Apenas as fêmeas de ninhos em árvores foram inibidas pela presença do objeto, demorando mais tempo para voltar ao ninho, na comparação com o momento no qual não havia nenhum objeto. "Elas demoravam 4 minutos e 42 segundos para voltar a incubar os ovos em uma situação neutra e 8 minutos e 45 segundos para voltar quando havia um objeto estranho ao lado do ninho - uma diferença de 86%", detalha o pesquisador. As fêmeas com ninhos em construções não foram inibidas pelos objetos estranhos próximos ao ninho - voltaram no tempo habitual, sendo indiferentes à intervenção.
Os achados mostram a espécie se adaptando ao ambiente urbano, mas é preciso olhar crítico para esta conclusão. 
"Podemos ficar com a impressão de que, um dia, todas as espécies vão se adaptar facilmente às cidades, mas não é isso o que acontece. Algumas jamais conseguirão habitá-las, por necessitarem de locais estritamente florestais, sombreados, úmidos e brejosos", exemplifica o biólogo. Para as que toleram as cidades, também há outro processo: desenvolver as adaptações. "Além disso, não sabemos onde essa adaptação vai parar e, principalmente, o que vai acontecer com o resto da espécie que não está adaptado. Outra questão envolve conflito com os humanos, caso a ave passe a explorar muito intensamente o ambiente, entrando nos prédios, por exemplo." 
Para o pesquisador, a tese tem caráter inovador por dois principais fatores: estudar reprodução de aves que não usam apenas as florestas para o processo; e analisar a personalidade desses indivíduos.  "Os biólogos passaram a olhar melhor as diferenças entre os indivíduos recentemente. O enfoque mais comum ainda é olhar para as populações, os grupos de indivíduos, como se fossem clones uns dos outros, mas não são", situa o pesquisador. 
Segundo Batisteli, a Ciência evidencia padrões na Natureza, mas o mecanismo pelo qual os indivíduos levam ao surgimento desses padrões na espécie ainda é uma incógnita. "A população não decide; quem toma decisões é cada um dos indivíduos. Por isso, ainda estamos tentando entender como as decisões individuais levam a esses padrões populacionais", conta.
Os estudos não param nestas descobertas. Agora, em seu pós-doutorado, realizado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), com supervisão de Marco Aurélio Pizo Ferreira - docente no Departamento de Biodiversidade da Unesp - e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estão de São Paulo (Fapesp), Batisteli investiga se os indivíduos já nascem com personalidade diferente ou se a adquirem mais tarde, após interação com o ambiente. 
Dados detalhados sobre a pesquisa de personalidade em sabiás-barrancos foram publicados em artigo, na revista científica Animal Behavior, que pode ser acessado em https://bit.ly/3PfUKVS.

BELO HORIZONTE/MG - Os jacarés da Lagoa da Pampulha são atrações do cartão postal de Belo Horizonte. Conhecidos como “gordos e tranquilos” desde que uma matéria do Estado de Minas viralizou nas redes sociais, esses animais seguem chamando atenção de quem tem a chance de observá-los.

Todos os jacarés que vivem ali são da espécie papo amarelo, considerada de pequeno porte, mas esses animais podem chegar a mais de dois metros de comprimento. Apesar da boca comprida, eles não são predadores de mamíferos grandes.

A alimentação consiste em peixes, aves e moluscos – entre eles, o caramujo africano, espécie invasora que se multiplica rapidamente e transmite doenças ao ser humano. Assim, os jacarés ajudam no controle da população desse invasor e consequentemente no equilíbrio ecológico da região.

Os animais só começaram a ser monitorados oficialmente em 2017, segundo Leonardo Maciel, gerente de Defesa dos Animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Atualmente, existem cerca de 20 adultos e 11 filhotes. Os dados são estimativas, pois o monitoramento é feito visualmente, sem que localizadores sejam colocados diretamente nos animais – esse procedimento só pode ser feito pelo Ibama.

 

Natureza

A poluição não tem sido um impeditivo para a reprodução da espécie, mas os jacarés preferem pontos em que recebem água nova, dos afluentes limpos, afirmou Maciel. E buscam áreas com mais vegetação para colocar seus ninhos, como perto do Parque Ecológico.

“A natureza procura sempre se adaptar, encontrar algum jeito de se perpetuar ali. A Lagoa não é considerada um reservatório único, são vários pontos com diferentes níveis de poluição. Nos locais com melhor qualidade da água, várias espécies sobrevivem. Os jacarés costumam procurar essas regiões”, afirmou Leonardo.

Não há consenso sobre como os jacarés do papo amarelo foram parar lá. Entre as hipóteses está a de que algum morador colocou a espécie no local e que ela foi se reproduzindo; ou ainda, que eles teriam vindo do zoológico de Belo Horizonte após uma enchente. Outra hipótese é que eles já existiam no local antes da Lagoa ser criada.

A reprodução dos jacarés é considerada baixa, pelas características biológicas do animal e pelo fato de que, enquanto filhotes, eles são uma presa fácil para diversos predadores. Entre eles, a garça branca, que pode ser vista regularmente na Lagoa da Pampulha.

Os bichos têm expectativa de vida igual a de um ser humano, em torno de 80 anos, quando criados na natureza – em cativeiro, podem viver ainda mais.

 

Equilíbrio ecológico

Mesmo em um ambiente “altamente antropizado”, nas palavras de Maciel, os jacarés vivem em um equilíbrio ecológico com as demais espécies. Desde que o monitoramento começou, não foram registrados casos de superpopulação desses animais, nem ameaças às demais espécies da Lagoa.

A presença dos jacarés na Pampulha não representa ameaça aos seres humanos. O jacaré do papo amarelo é considerado uma espécie “naturalmente tímida”, afirmou Maciel. Os acidentes só ocorrem quando as pessoas tentam tocar, brincar ou segurar o animal. Nenhum acidente desse tipo foi registrado na Lagoa da Pampulha até hoje.

Além disso, não há qualquer dado sobre transmissão de zoonoses pelos jacarés.

 

 

 

* Estagiário sob supervisão do subeditor Thiago Prata

Leonardo Godim / EM.com.br

BELO HORIZONTE/MG - As mudanças climáticas impulsionadas pelas ações humanas proporcionaram um aumento na intensidade das chuvas que atingiram o Nordeste do Brasil no fim de maio e no início de junho, principalmente no estado de Pernambuco.

Segundo pesquisadores, sem o aquecimento global, os eventos ocorridos seriam um quinto menos intensos.

As informações são de estudo do World Weather Attribution, divulgado na terça (5). A pesquisa foi realizada por cientistas do Brasil, Reino Unido, Holanda, França e Estados Unidos.

As análises foram realizadas a partir de modelos climáticos que simulam o evento meteorológico em um cenário sem a emissão de gases do efeito estufa e no cenário atual, com aquecimento do planeta em cerca de 1,2°C.

A climatologista Friederike Otto, da Universidade Imperial College de Londres, no Reino Unido, explica que o objetivo desse tipo de estudo é analisar a relação de eventos meteorológicos intensos com as mudanças climáticas. Segundo ela, isso é importante para entender as possibilidades de eventos similares acontecerem e como eles seriam sem as mudanças do clima.

O pesquisador Lincoln Alves, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), afirma que o trabalho incluiu a caracterização do evento, para entender o quão raro foram as chuvas em comparação com o histórico.

Foram selecionadas 75 estações pluviométricas na região que possuíam dados ao menos desde a década de 1970 para realizar o estudo. As análises foram feitas a partir da quantidade de chuva que caiu na região em recortes de um período de sete dias e de um período de 15 dias.

Tais eventos meteorológicos raros são mais prováveis de acontecer atualmente que em um cenário sem aquecimento global. No entanto, a partir do estudo não é possível mensurar o quanto as mudanças climáticas fazem com que esses eventos aconteçam no futuro.

Entre os dias 27 e 28 de maio, o estado de Pernambuco recebeu em 24 horas mais de 70% da chuva esperada para todo o mês. Somente em Pernambuco, ao menos 129 pessoas morreram em decorrência das chuvas. Outros estados como Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe também foram afetados.

Desde o último fim de semana, temporais voltaram a preocupar alguns estados do Nordeste. Oito pessoas morreram e dezenas de cidades entraram em situação de emergência em Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Outro elemento apontado pelos pesquisadores que agravou as consequências das chuvas na região metropolitana do Recife foram os problemas de vulnerabilidade da população. O aumento da urbanização não planejada em áreas de risco de inundação e encostas íngremes ampliaram a exposição das pessoas aos riscos causados pela chuva.

Segundo Edvânia Pereira dos Santos, da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), a cidade do Recife e a região metropolitana são muito vulneráveis, devido a fatores como a alta densidade demográfica e o fato de a cidade ter sido construída ao redor de rios.

De acordo com Alexandre Köberle, pesquisador do Grantham Institute na Universidade Imperial College de Londres, os sistemas de alerta realizados por órgãos municipais, estaduais e federais auxiliam na redução dos danos nesse tipo de tragédia. Segundo ele, esses sistemas podem ser melhorados para que ações antecipadas mais eficazes sejam realizadas.

Santos, que fez parte do estudo, explica que a APAC atua em parceria com a Defesa Civil para emitir tais alertas e orientar a população.

De acordo com ela, a agência vem trabalhando para melhorar a comunicação com a população sobre a importância dos alertas meteorológicos e sobre medidas a serem tomadas. Segundo ela, muitas pessoas não veem importância nos avisos ou não sabem como proceder para evitar consequências mais graves.

Santos diz que desde março a agência monitorava a possibilidade da ocorrência de fortes chuvas neste ano, devido a fenômenos como a La Niña e o aquecimento do Atlântico. Com esses prognósticos a Defesa Civil atua para tomar as medidas possíveis e necessárias.

 

 

ISAC GODINHO / FOLHA

COLÔMBIA - Uma espécie de tubarão com dentes chatos que viveu há milhões de anos foi identificada pela primeira vez no nordeste da Colômbia, a partir de numerosos fósseis, informou à AFP um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta.

A espécie, batizada de ‘Strophodus rebecae’ foi encontrada no município de Zapatoca, departamento de Santander. Estudos revelam que viveu há 135 milhões de anos, media entre quatro e cinco metros e possuía dentes semelhantes a peças de dominó, que lhe serviam para esmagar o alimento, mais do que para cortar e rasgá-lo como os tubarões atuais, de dentes afiados, aponta a pesquisa.

Os paleontólogos Edwin Cadena, da Universidade do Rosario, e Jorge Carrillo, da Universidade de Zurique, Suíça, trabalharam por quase 10 anos naquela área para concretizar a descoberta.

“São muitos indivíduos, fósseis encontrados em diferentes pontos ao redor da área de Zapatoca, que, somados, estamos certos de que pertencem à mesma espécie”, disse Cadena. Além disso, trata-se do primeiro registro de um peixe da família Strophodus no hemisfério sul do planeta, conhecido então como Gondwana e que era formado por América do Sul, África, Austrália, Índia e Antártica.

“Existem registros do mesmo gênero na América do Norte e na Europa, principalmente na Alemanha e na Suíça, mas este é o primeiro registro que temos de todo esse grupo de tubarões para a parte sul do planeta”, explicou Cadena.

A descoberta permite estudar como era o ecossistema do mar cretáceo da Colômbia, os predadores e presas que o habitavam. “Esses tubarões certamente tiveram um papel ecológico importante, porque, com seus dentes, podiam esmagar presas como peixes, mas também invertebrados, e, por sua vez, servir de presas para grandes répteis que estavam nesse entorno, gerando um controle ecológico do ecossistema”, explicou Cadena.

Os fósseis estão na Universidade do Rosario, em Bogotá e fazem parte de sua coleção paleontológica, enquanto um museu é construído em Zapatoca com condições para exibi-los.

A revista científica “PeerJ” publicou a pesquisa colombiana.

 

 

AFP

ISTOÉ DINHEIRO

AMAZÔNIA - O boto-vermelho, ou boto-cor-de-rosa, como é conhecido nos contos do folclore brasileiro, está em risco de extinção: sua população é reduzida pela metade a cada 10 anos, segundo um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). A principal causa é o uso de sua carcaça como isca para a captura da piracatinga, um peixe cuja pesca é considerada ilegal pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desde 2015, por meio de uma portaria que foi prorrogada este mês até julho de 2023.

Organizações não governamentais (ONGs), como a Sea Sheperd Brasil e a Associação dos Amigos do Peixe-Boi (Ampa), vinham se mobilizando, com campanhas na internet e coleta de assinaturas, pela prorrogação da portaria. Em conjunto com o Inpa, a Sea Sheperd coleta dados sobre a população do boto-cor-de-rosa e do tucuxi, outra espécie de golfinho de rio também usada como isca para a pesca da piracatinga. “Temos um problema no Brasil de não conseguir manter um estudo longitudinal de tendência a longo prazo. Nos comprometemos em fazer isso desde 2021, com o Inpa. Vamos fazer um estudo de contagem populacional do tucuxi e do boto cor-de-rosa”, afirma a diretora executiva da Sea Sheperd Brasil, Nathalie Gil.

O estudo prevê ao todo seis trabalhos de campo, com uma equipe de 20 pessoas, entre tripulação e pesquisadores, que percorrem mais de 1.000 quilômetros no entorno do Rio Solimões, na Amazônia, para catalogar os cetáceos que vivem na região. Duas expedições já foram feitas, em outubro de 2021 e em março deste ano. Um novo levantamento está programado para novembro.

Em uma análise prévia do trabalho, é possível perceber que quanto mais pescadores em determinada área do rio, menos botos existem. “Não podemos tomar conclusões sem o término do levantamento, mas há uma indicação de que ou os botos evitam aquela área por conta dos pescadores, ou eles estão sendo dizimados daquela área, por conta da alta concentração de pesca. Isso mostra que eles não estão convivendo”, avalia Nathalie.

 

Queda da população começou nos anos 2000

A pesquisadora do Inpa Vera da Silva, especialista em ecologia e reprodução dos golfinhos de rio da Amazônia desde a década de 1990, explica que a população desses animais começou a ser reduzida a partir dos anos 2000. “Quando começamos a estudar esses animais, os capturamos, marcamos e soltamos para acompanhar. Até 2000, existia uma população residente de botos, mas, depois, eles começaram a sumir da região. Os pescadores que trabalham com a gente começaram a dizer que pescadores que estavam matando esses animais para fazer de isca. Começamos a investigar e tivemos a oportunidade de capturar animais mutilados, com facão e arpão, e amarrados com corda”, relata Vera.

Apartir daí, a pesquisadora, que monitorou durante 22 anos a população dos botos na região, começou a verificar também um aumento do volume de piracatinga nos frigoríficos do entorno. Em 2003, existiam 860 kg do peixe em estoque. Seis anos depois, em 2009, esse volume era de 23 mil kg – uma quantidade quase 30 vezes maior. “Enquanto o volume de piracatinga aumentava muito, a quantidade de botos estava diminuindo assustadoramente”, explica Vera.

Segundo ela, a piracatinga não é vendida no Brasil e sim exportada para a Colômbia. O interesse comercial pelo peixe teve início após o capaz, peixe bagre consumido no país, ser sobrepescado e desaparecer. “As pessoas começaram a estimular essa pesca e venda do peixe para a Colômbia. Teve muito sucesso porque o mercado demandava”, afirma. A consequência, segundo ela, foi a morte desenfreada dos botos e tucuxis. “Em algumas regiões próximas de Manaus, a gente já sabe que tem rios que não têm mais botos.”

 

Espécie demora para se reproduzir

Um dos problemas que contribuem para a diminuição dos indivíduos da espécie é a demora para reprodução e reposição populacional. “Uma fêmea de boto começa a se reproduzir depois de sete anos de idade. Só tem um filhote por gestação, que dura entre 12 e 13 meses, e ela cuida do filhote por, pelo menos, dois anos. Então, o intervalo entre nascimento e ter outro filho varia entre três a cinco anos. Se tem uma retirada muito grande da população e a reposição é lenta, o número tende a diminuir”, explica Vera da Silva. O tempo de vida é de cerca de 36 a 40 anos.

Outras ameaças que colocam o boto em risco de extinção são a alteração do hábitat com poluentes, como o mercúrio, e a captura acidental em redes de pesca. A preferência dos pescadores pelo boto, de acordo com Vera, é por ele não ser de difícil captura e pelo fato de a piracatinga ter de ser pescada a partir da carne de algum animal morto. “A piracatinga tem dentículos na boca que se agarram aos pedaços da carne morta do animal. Fica fácil de ser capturada”, afirma. Além do boto e tucuxi, o jacaré também é usado com esse fim.

 

Desafio

Além da proibição da captura da piracatinga, Vera propõe que haja um ordenamento sobre a pesca, de forma que não haja perda para a fauna. Ela destaca ainda a importância de que pescadores que capturam o boto acidentalmente devem reportar aos órgãos competentes para que haja controle. Outro caminho, afirma ela, é o investimento em pesquisa.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reconheceu que a pesca da piracatinga é “um dos grandes desafios da gestão pesqueira na bacia Amazônica”. Segundo a pasta, um grupo de trabalho, coordenado pela Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP), existe desde setembro de 2021 para discutir as questões envolvendo o tema, com representantes de órgãos e instituições federais e estaduais, de pesquisa, fiscalização ambiental, atividade pesqueira, dentre outros.

A portaria, que venceria nesta quinta-feira, 30, e foi prorrogada no último dia 23, proíbe a pesca, a retenção a bordo, o transbordo, o desembarque, o armazenamento, o transporte, o beneficiamento e a comercialização da piracatinga, em águas jurisdicionais brasileiras, e, em todo território nacional.

O órgão ainda explica que a moratória de pesca “consiste em uma estratégia de ordenamento na qual a captura de determinado recurso pesqueiro é proibida por um período estipulado, para a recuperação dos seus estoques em níveis sustentáveis”. “Neste caso, a moratória está pautada não por causa do estoque da piracatinga e sim a partir de denúncias de uso de iscas de botos e jacarés na técnica de pesca utilizada para a espécie.”

 

 

Marcela Vila / ESTADÃO

CAMBOJA - Um pescador cambojano capturou uma arraia gigante de 300 quilos no rio Mekong, o maior peixe de água doce registrado na história, segundo os cientistas.

Batizada de Boramy – “lua cheia” na língua khmer – por sua forma arredondada, a fêmea de quatro metros de comprimento foi liberada depois que um chip eletrônico foi colocado para estudar seus movimentos e comportamento.

Pescada na província de Stung Treng, norte do Camboja, a arraia pesava o dobro de um gorila médio, de acordo com os cientistas.

“Em 20 anos de pesquisa de peixes gigantes em rios e lagos em seis continentes, este é o maior peixe de água doce que encontramos ou que já foi documentado em qualquer lugar do mundo”, afirmou Zeb Hogan, diretor do ‘Wonders of the Mekong’ (Maravilhas do Mekong), um projeto de conservação financiado pelos Estados Unidos.

“É uma descoberta absolutamente surpreendente e justifica os esforços para a melhor compreensão dos mistérios que cercam esta espécie e o incrível trecho de rio onde ela vive”.

Ameaçada pela pesca excessiva, a poluição e a perda de seu habitat, a arraia gigante de água doce é uma espécia protegida.

O espécime bateu o recorde de um bagre de 293 quilos pescado em 2005 no mesmo rio, no norte da Tailândia.

O Mekong é um dos rios mais longos da Ásia (4.350 quilômetros) e abriga a biodiversidade aquática mais importante do mundo depois do rio Amazonas, com mais de 1.000 espécies de peixes.

Exemplares gigantescos de até três metros comprimento são encontrados em suas águas que, com profundidade de até 80 metros, podem abrigar variedades ainda maiores, segundo os cientistas.

Vital para a sobrevivência de milhões de pessoas no sudeste asiático, o Mekong e sua fauna estão ameaçados pelas dezenas de barragens construídas por Pequim na China, Laos ou Camboja e pela poluição.

 

 

As informações são da IstoÉ.

Hardcore

SÃO PAULO/SP - Fazer o controle de pragas e aplicar inseticida natural são passos básicos para obter uma horta orgânica bem bonita e suculenta! Quem ainda não teve a horta atacada por pragas e outros inimigos naturais das plantas também pode aprender métodos de prevenção. Confira as melhores dicas de inseticidas naturais de baixo custo que o Portal eCycle separou para você. Mas, lembre-se: a dica útil contra pragas agrícolas é a biodiversidade da sua horta. Pragas “não existem”, elas são resultado de um ambiente em desequilíbrio dominado por monoculturas.

Métodos de controle de pragas

Folhas protegem

Muitas hortaliças como repolho, couve-flor, brócolis, entre outras, possuem grandes folhas (na parte mais externa) que muitas vezes não são consumidas. Sendo assim, você pode utilizar essas folhas mais externas desse tipo de hortaliça (sem retirá-las do pé) para cobrir e tampar o repolho, a cabeça do brócolis, da couve-flor ou de outro tipo de vegetal. Dessa forma, você evitará o contato direto do seu alimento com insetos e, caso eles venham, se alimentarão das folhas externas não utilizadas, e não a parte que você quer protegida.

 

Mãos à horta

Se sua horta não é de grande porte e ela já está infestada de pequenos insetos como pulgões, por exemplo, você pode passar de folha em folha retirando esses animais indesejados com as próprias mãos utilizando o auxílio de um pano úmido, certificando-se de não manter esses insetos vivos. Alguns dizem que além de ser uma forma de controle de pragas, esse método funciona como terapia.

 

Quanto mais misturado, melhor

Para fazer o controle de pragas com eficácia nada melhor que esquecer aquele padrão de plantação com vegetais todos iguais e separados simetricamente. As plantas também funcionam como barreira física para insetos. Se você quer proteger seu pé de couve do pulgão verde, por exemplo, que tal colocá-la próxima de uma folhagem de lírio-da-paz ou outro tipo de planta que os pulgões não gostam?

Quanto mais misturada e intercalada a posição de seus vasos mais segurança para seus cultivos. Se você quiser intercalar os plantios no mesmo espaço de terra certifique-se apenas de colocar plantas de raízes com formatos diferentes (para uma não sufocar a outra) ou sem efeito tóxico sobre outra, para saber mais sobre isso pesquise como funciona a alelopatia.

 

Ervas daninhas ou não tão daninhas assim?

É importante conhecer como se dá a interação entre os diversos tipos de plantas. Algumas plantas, se crescidas no mesmo local, emitirão substâncias tóxicas e sugarão água e nutrientes do seu cultivo, o que acaba prejudicando as defesas dele contra insetos. Entretanto, outras plantas podem até funcionar como auxiliadoras de crescimento ajudando a fixar nitrogênio no solo ou até mesmo atuando como proteção física (como abordado no tópico anterior). Por isso antes de tirar tudo o que nasceu espontaneamente sem você querer, confira se não é algo benéfico para sua planta. Levar essa ideia em consideração certamente o auxiliará no controle de pragas da sua horta.

 

Controle de umidade

Não são só insetos que podem se tornar pragas para suas plantas, fungos também têm esse potencial. Por isso é importante verificar se o cultivo não está com umidade em excesso. Se você encontrar manchas inesperadas nas folhas, troncos ou caules, confira se não há regas em excesso ou se a planta está em local sombreado demais. Mas cuidado, muito sol também pode acabar matando sua plantinha. Para evitar esse tipo de coisa dê uma pesquisada na internet, em livros, ou converse com pessoas com mais experiência.

 

Barreira física

Se você não dispõe de outras plantas para funcionarem como barreira física ou sombreamento, você pode utilizar objetos para exercerem essa função. A tela de sombreamento ou o “sombrite” é uma alternativa para fazer o controle de pragas. Elas são feitas de material leve, permeável, de polipropileno ou de poliéster. Podem ser apoiadas por aros de arames fincados no solo para obter uma cobertura de proteção firme ou simplesmente são deixadas soltas em cima das plantas.

 

Atraia joaninhas

As joaninhas são amigas fiéis dos agricultores, elas cuidam das plantas comendo pulgões, moscas brancas e outros insetos prejudiciais. Mas ela também precisam de pólen e proteção. Para atraí-las, cultive plantas que têm flores em forma de campânula (formato de sino) assim como tulipas e lírios. Esse tipo de vegetal funciona como um armazém de umidade e frescor para as joaninhas, as quais constroem casas nesses ambientes durante o verão.

A joaninhas também gostam de erva-doce (Pimpinella anisum L.), coentro (Coriandrum sativum L.), cominho (Cominum cyminum), angélica (Angelica Officinalis), cenoura (Daucus carota sativa), milefólio (Achilea millefollium L ), cosmos (Cosmos bipinnatus), coreopsis (Coreopsislanceolata), gerânio perfumado (Pelargonium sp) e dente-de-leão (Taraxacum officinale L).

Além de atraí-las com essas plantas, cuidado para não destruir seus ovinhos. Eles são minúsculos, amarelos, ovais e costumam ser encontrados em grupos de dez a 15 ovos, levando até cinco dias para eclodirem. As joaninhas costumam depositá-los onde já existem colônias de pulgões; dessa forma, se encontrá-los, evite utilizar inseticida para fazer o controle de pragas, mesmo que seja natural.

 

Inseticidas caseiros

Chorume orgânico

O chorume orgânico, diferentemente do chorume tóxico produzido em aterros, é um ótimo biofertilizante e, dependendo do uso, também pode ser um bom inseticida natural. O chorume orgânico é o líquido produzido pela decomposição dos alimentos por meio do processo de compostagem com minhocas (para saber mais sobre esse tema confira a matéria: “O que é compostagem e como fazer“; e pode ser feito em casa. Se ele for diluído em dez partes de água e aplicado nas folhas (no período de sol baixo) e solo, fornecerá micronutrientes que auxiliarão o crescimento e defesa das plantas.

Se cada parte de chorume for diluída numa parte de água na proporção meio a meio, a mistura terá potencial inseticida e poderá ser aplicada com um borrifador diretamente nas partes atingidas por pragas. A propriedade inseticida do chorume orgânico pode ser utilizada tanto como forma de combate quanto prevenção a pragas. Mas lembre-se de aplicá-lo somente durante o sol baixo, caso contrário, poderá queimar as folhas do cultivo.

 

Sabão de coco

O sabão de coco também pode ser um aliado do controle de pragas. Mas antes de utilizá-lo verifique se em sua composição foram utilizados apenas óleos vegetais e soda cáustica (que não é prejudicial à saúde depois que reage e se transforma em glicerina e sabão). Muitos sabões incluem óleos derivados do petróleo e outras substâncias prejudiciais, evite-os.

Para utilizar o sabão de coco misture uma colher dele numa xícara de óleo de coco, despeje essa mistura num borrifador contendo 500 ml de água e aplique diretamente sobre as plantas ou insetos indesejados. Mas cuidado, não confunda pragas com insetos polinizadores como abelhas, que são essenciais para o desenvolvimento das plantas. Lembre-se também que o sabão de coco está previsto na legislação como orgânico, entretanto não é um produto 100% natural.

 

Alho e cebola

Alho e cebola também podem funcionar como inseticida natural. Para isso, deixe ferver cinco dentes de alho e metade de uma cebola em um litro de água por aproximadamente dez minutos. E, após esfriar, pulverize a mistura nas plantas afetadas durante o sol baixo.

 

Urtiga

Colha 200 gramas de urtiga e deixe descansando num recipiente com dez litros de água durante cinco dias. Após esse período, coe a mistura e pulverize o líquido diretamente nas plantas durante o sol baixo.

 

Folha de tomate

Se você já teve cultivos de tomate sabe que essas plantas nascem muito facilmente e têm um ciclo de vida bem curto; após a primeira leva de tomates, elas acabam morrendo naturalmente. Uma forma de aproveitar suas folhas antes de morrerem é fazer inseticida natural. Para isso, preencha dois copos com folhas de tomate picadas e adicione água. Deixe essa mistura descansando por uma noite, acrescente mais dois copos d’água e pulverize nas plantas durante o sol baixo.

 

Pimenta

A pimenta não faz mal às plantas e funciona como um ótimo inseticida natural contra pragas. Para isso, bata no liquidificador cinco a dez pimentas com dois copos de água e deixe a mistura descansando durante uma noite. Pronto! Já pode borrifar nas plantas. Mas cuidado com os olhos e lave bem as mãos após o uso.

 

Vinagre

Misture uma medida de vinagre para três partes de água e algumas gotas de detergente neutro em um borrifador. Esse spray é recomendado para infestações de pulgões, lagartas ou percevejos.

Ao utilizar essas técnicas fáceis para se livrar de pragas, certifique-se de não estar eliminando plantas ou bichinhos que são benéficos para a sua horta orgânica.

 

 

Escrito por: Equipe eCycle

SÃO PAULO/SP - “Abelhas jataí, ótimas para polinizar seu jardim, fazemos envios para todo o Brasil”. Anúncios como esse não são raros na internet e, em alguns cliques, é possível adquirir a própria colônia de abelhas sem ferrão. Esse comércio, no entanto, sem as devidas autorizações e cuidados, é ilegal e uma das principais ameaças à conservação de espécies brasileiras. O biólogo e pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma) Antônio Carvalho desenvolveu métodos de mineração de dados na internet para analisar anúncios de vendas de abelhas sem ferrão. Ele desvendou uma rede de vendedores que opera ilegalmente o comércio em mercados de vendas online no Brasil. A pesquisa foi publicada na revista inglesa Insect Conservation and Diversity e divulgada pela Agência Bori. Carvalho encontrou na internet vendedores de 85 cidades brasileiras. A maioria está localizada em áreas da Mata Atlântica, que comercializam colônias de abelhas a preços que vão de R$ 70 a R$ 5 mil. Ao todo, o pesquisador mapeou 308 anúncios de vendas ilegais entre dezembro de 2019 e agosto de 2021. Juntos, esses anúncios somavam R$ 123,6 mil. As vendas são feitas em espaços de fácil acesso. A maior parte, 79,53%, por exemplo, está no Mercado Livre.

Existem, no Brasil, mais de 240 espécies de abelhas sem ferrão. Os principais grupos visados pelos vendedores nos 308 anúncios observados no estudo foram jataí (Tetragonisca angustula), diversas espécies de uruçu (Melipona spp.), mandaguari (Scaptotrigona spp.) e abelhas-mirins (Plebeia spp.). Entre as mais cobiçadas estão a uruçu-capixaba (Melipona capixaba) e a uruçu-nordestina (Melipona scutellaris), abelhas em perigo de extinção.

“A gente já trabalha com essas espécies há muito tempo e já sabe que estão sendo inseridas a uma velocidade muito grande, principalmente nos últimos anos, por causa do tráfico e por causa da venda clandestina pela internet”, diz Carvalho. “Eu posso citar vários problemas que podem levar inclusive ao desaparecimento dessas abelhas, favorecendo a crise mundial de polinizadores que a gente vem enfrentando”, alerta.

 

Desequilíbrio ambiental

O estudo mostra que o comércio ilegal de abelhas pode gerar sérios desequilíbrios ambientais. “As abelhas são responsáveis pela polinização de quase todas as plantas que a a gente conhece e utiliza”, diz, Carvalho. “Elas visitam uma flor e levam o pólen de outra. Por isso têm frutos e grande diversidade nas florestas. Sem pedir nada em troca, as abelhas acabam protegendo o ambiente de forma geral.  A função ecossistêmica delas é importantíssima”.

O pesquisador explica que introduzir espécies em novos ambientes sem os devidos cuidados pode causar desequilíbrios, prejudicando a reprodução das plantas e, consequentemente, a produção de alimentos no campo e nas cidades, além de ameaçar espécies locais de abelhas e outros insetos.

As abelhas podem ainda levar consigo alguns parasitas que não são comuns a esse novo ambiente, com o risco de contaminar a fauna local. Além disso, as abelhas transportadas podem não se adaptar ao clima do novo local e morrer.

 

O que diz a lei

Carvalho ressalta que a criação de abelhas, mesmo em áreas urbanas, não é proibida e nem a sua comercialização, mas é necessário que os interessados tenham os devidos registros nos órgãos ambientais e que sejam tomados cuidados para evitar prejuízos à fauna e à flora local.

De acordo com a Resolução 496/2020 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a criação de abelhas-nativas-sem-ferrão deve ser “restrita à região geográfica de ocorrência natural das espécies” e é necessária autorização ambiental para a comercialização. Para transportá-las, é necessária a emissão de Guia de Transporte Animal (GTA), documento oficial de emissão obrigatória para o trânsito intradistrital e interestadual de animais.

“Eu vi no meu trabalho que a maioria dos vendedores comercializa até três colônias por anúncio. Então, são raros os que chamo no trabalho de vendedores regulares, ou seja, os profissionalizados, aqueles que fazem e sabem que estão fazendo errado e vendem muitas colônias”, explica Carvalho.

Para ele, além de ações por parte do governo, com fiscalizações e conscientização e ação conjunta da comunidade científica e da comunidade em geral, uma forma de combater o comércio ilegal é conscientizando os próprios criadores.

“Eu trabalho com meliponicultores há muitos anos, vejo que a lei veio e eles ainda não se adaptaram. Vejo que a principal forma é a educação dos meliponicultores para o problema, para que entendam que eles são as principais vítimas, porque as próprias colônias deles podem sofrer com a inclusão de parasitas no ambiente onde estão fazendo seus negócios. Trazer os meliponicultores para o nosso lado é muito importante”, defende o pesquisador. 

 

Combate ao comércio ilegal 

Em nota, o Mercado Livre diz que, conforme preveem os seus termos e condições de uso, é proibido o anúncio de espécies da flora e fauna em risco ou em extinção. A venda é proibida pela legislação ou pelas normas vigentes, assim como o anúncio de espécies de fauna silvestre. “Diante disso, assim que identificados, esses anúncios são excluídos e o vendedor notificado, podendo até ser banido definitivamente”.

A empresa informa ainda que combate proativamente “o mau uso de sua plataforma, que conta com tecnologia e equipes dedicadas para identificação e moderação dos conteúdos. Além disso, atua rapidamente diante de denúncias que podem ser feitas pelo poder público, por qualquer usuário diretamente nos anúncios ou por empresas que integram seu programa de proteção à propriedade intelectual”.

A nota acrescenta que o Mercado Livre não é responsável pelo conteúdo gerado por terceiros, conforme prevê o Marco Civil da Internet e a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para plataformas de intermediação, mas que mesmo assim, atua no combate à venda de produtos proibidos e auxilia as autoridades na investigação de irregularidades.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi procurado, mas não se posicionou até o fechamento desta matéria.

Este texto foi originalmente publicado pela Agência Brasil de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original.

 

 

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CUIABÁ/MT - A arara-azul, também conhecida como arara-azul-grande, é uma ave que pertence à família Psittacidae e ao gênero Anodorhynchus. Trata-se de um animal que se destaca pela beleza, tamanho e comportamento. Atualmente, a ave encontra-se ameaçada de extinção devido à caça, ao comércio clandestino (tráfico de animais) e à degradação de seu habitat em decorrência do desmatamento.

Por gerar grande visibilidade, a arara-azul é uma espécie-bandeira do Brasil. Para sobreviver, essa ave necessita da preservação de toda uma cadeia de espécies, além de grandes extensões de área em bom estado de conservação.

Na América do Sul, além da arara-azul-grande, a maior espécie, é comum a presença de mais duas espécies de araras-azuis, também pertencentes ao gênero Anodorhynchus: a arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). Vale ressaltar que a arara-azul-de-lear também está ameaçada de extinção, enquanto a arara-azul-pequena é considerada extinta.

 

Família dos psitacídeos

A família dos psitacídeos é composta por araras, papagaios, periquitos, jandaias, maracanãs e tuins. Todas essas aves apresentam características e estruturas muito semelhantes, como cabeça larga, bico forte e curvo especializado em quebrar e descascar sementes, mandíbula de largura incomum e plumagens com cores extravagantes. Por isso, qualquer espécie de psitacídeo é facilmente reconhecida.

Os psitacídeos podem ser encontrados ao longo de diversas áreas tropicais do planeta, sendo o Brasil uma das regiões mais ricas em indivíduos dessa família. Ao todo, a família é constituída de 78 gêneros, nos quais estão distribuídas 332 espécies. Segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), cerca de 84 dessas espécies vivem no Brasil.

 

Arara-azul

Como o nome sugere, a arara-azul destaca-se por sua coloração predominantemente azul-cobalto, com regiões em amarelo ao redor dos olhos e na mandíbula inferior. Apesar de a grande maioria de suas penas serem azuis, a parte interna das asas dessa ave é preta. Além disso, a arara-azul apresenta a pele em volta da mandíbula na forma de fita e mede em torno de um metro.

Os hábitos peculiares da arara-azul chamam atenção. Ela é considerada uma ave social, sendo encontrada voando em pares ou em grupos. Nos finais de tarde, as araras-azuis se reúnem em árvores “dormitórios”, que funcionam como áreas de descanso. Por isso, as araras-azuis apresentam alta capacidade de socialização entre os membros do grupo.

 

Habitat da arara-azul

A arara-azul habita áreas abertas de regiões tropicais do Brasil, Paraguai e Bolívia. No Brasil, essas aves são encontradas principalmente no Pantanal, onde ocupam bordas de cordilheiras, paredões rochosos e locais afetados por ações antrópicas. A arara-azul também está presente em regiões de veredas no Cerrado. Além disso, elas podem ser encontradas em algumas áreas da Amazônia, ao longo de formações florestais e em matas secas.

 

Alimentação da arara-azul

A arara-azul apresenta um bico forte e curvo especializado em quebrar e descascar sementes. Por isso, sua dieta é restrita a frutos de palmeiras, tais como buriti, licuri e macaúba. Geralmente, a arara-azul é observada alimentando-se em bandos. Esse tipo de alimentação é uma forma importante de proteção contra predadores. Além disso, por conta dos ciclos de migração, as araras-azuis possuem um papel ecológico fundamental na dispersão de sementes.

 

Reprodução da arara-azul

A arara-azul começa a desenvolver sua família por volta dos sete anos. Uma característica interessante dessas aves é que elas apresentam comportamento monogâmico, com formação de casais que permanecem unidos até mesmo fora da estação reprodutiva. Esses pares dividem tarefas entre si, como o cuidado com os filhotes e com o ninho.

Durante a reprodução, a fêmea passa a maior parte do tempo no ninho, cuidando da incubação dos ovos, enquanto o macho se responsabiliza por alimentá-la. Além disso, as araras-azuis constroem espaços para serem utilizados na reprodução. Normalmente, utilizam alguma cavidade iniciada por outras aves e aumentam o tamanho da área.

Nos primeiros meses de vida, os filhotes são muito fracos e podem sofrer predação ou parasitismo. Por isso, eles permanecem no ninho por cerca de três meses, alçando voo somente após esse período. No entanto, o filhote só se separa dos pais após 12 meses. Estima-se que a expectativa de vida dessas araras seja de 50 anos.

 

A arara-azul está em extinção?

A arara-azul é uma espécie que não está extinta. No entanto, essa ave está classificada como vulnerável na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Segundo a lista, a população de araras-azuis está em decréscimo. As principais ameaças contra a espécie são a caça para o comércio ilegal e a destruição de seu habitat.

 

Arara-azul-de-lear

Diferente da arara-azul-grande, a arara-azul-de-lear apresenta uma coloração azul-esverdeada na cabeça e no pescoço. Ao redor dos olhos, há um anel de cor amarelo-claro. As asas e a cauda, por sua vez, são azul-cobalto. Essa ave pode atingir cerca de 75 cm de comprimento. Por conta dos programas de conservação, o número de indivíduos dessa espécie vêm aumentando.

A arara-azul-de-lear viveu cercada de histórias e mistérios por mais de 250 anos. Na década de 1970, pesquisadores descobriram que essa ave habita regiões da Caatinga baiana e que se alimenta principalmente de licuri. Além disso, concluíram que a espécie apresentava um número baixo de indivíduos.

Por isso, foram iniciados programas de conservação dessa arara-azul. Atualmente, a população passa de mil indivíduos, com uma clara tendência de aumento. O fato demonstra que os esforços da sociedade, quando coordenados e executados de forma satisfatória, podem salvar espécies da extinção.

 

Arara-azul-pequena

A arara-azul-pequena foi a primeira ave a ser considerada extinta no Brasil. De acordo com pesquisas, essa ave habitava áreas savânicas entre o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. No Brasil, era encontrada no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ela apresentava uma coloração azul-esverdeada na cabeça e no pescoço, e possuía uma pele em volta da mandíbula com formato de gota. Além disso, a arara-azul-pequena media cerca de 70 cm.

Os registros históricos e os dados sobre sua antiga população são escassos. Sabe-se que poucos indivíduos foram capturados para zoológicos e museus e que o último exemplar conhecido morreu no zoológico de Londres em 1912. Desde então, não existe qualquer informação confiável sobre a arara-azul-pequena.

A principal causa para o desaparecimento da arara-azul-pequena foi a caça para alimentação das tropas envolvidas na guerra do Paraguai. Outro fator diz respeito à derrubada da principal fonte de alimento dessa arara para dar espaço a atividades agropastoris.

 

Projeto de educação ambiental Arara-Azul

Além de promover a preservação da biodiversidade do Pantanal, o projeto Arara-Azul possui o objetivo de proteger todas as espécies de araras-azuis existentes no país. Organizado pelo Instituto Arara-Azul, o projeto conta uma equipe em tempo integral para desenvolver as atividades de monitoramento, manejo e pesquisa nas áreas de atuação.

Os pesquisadores desse instituto também monitoram ninhos naturais e artificiais dessas aves. Desde 1999, o número de araras-azuis subiu de 1500 para 5000 no Pantanal. Faça a sua parte e ajude a salvar as araras-azuis ameaçadas de extinção.

 

 

Equipe eCycle

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