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PANAMÁ - Localizado ao norte do Panamá, o Vale do Anton possui uma atração natural que parece saídas das mais fantásticas páginas da literatura, mas que floresce em plena vida real: algumas árvores no local são quadradas. Sim, ao invés do esperado formato circular, os troncos dessas árvores possuem um desenho quadrado ou retangular que há muitos anos espantam a comunidade científica e atrai os turistas para conhecer a região, posicionada sobre as cinzas de um antigo e gigante vulcão inativo – que, não por acaso, ganhou o apelido de “Vale das árvores quadradas”, se tornando uma verdadeira atração popular.

Muita gente encontra explicação para o formato especial das árvores no fato do “Vale das Árvores Quadradas” se localizar dentro do segundo maior vulcão adormecido do mundo, mas a verdade é que a comunidade científica ainda não encontrou a razão por trás do peculiar desenho dos troncos na região. A maior parte dos “arboles cuadrados” são do tipo Quararibea asterolepis, uma espécie nativa da América Central e da América do Sul, e até mesmo os anéis, representando a “idade” de cada árvore, possuem o o desenho quadrado no interior dos troncos.

Cientistas ligados à Universidade da Flórida, nos EUA, vêm tentando desvendar o motivo do raro desenho encontrado nas árvores da região do Vale do Anton, e chegaram a pegar algumas mudas para plantá-las em outro local, a fim de descobrir se elas manteriam sua característica peculiar e cresceriam no formato. A conclusão comprovou que os troncos quadrados estão ligados ao ambiente da região do Panamá, já que as árvores cresceram em formato arredondado quando replantadas em outro local.

Há quem não enxergue nada de especial nas árvores, e nem sequer as perceba como realmente quadradas, tratando a lenda do “Vale das Árvores Quadradas” como algo natural ou simplesmente projetado para atrair turistas à região. Seja como for, o fato é que não é todo dia que encontramos uma porção de árvores quadradas na natureza, especialmente crescendo exclusivamente dentro de um dos maiores vulcões adormecidos do mundo – trata-se, portanto, de uma aventura especial, que vale a visita e o mistério.

 

 

 

Vitor Paiva / HYPENESS

BELO HORIZONTE/MG - Estudos da Embrapa Milho e Sorgo no Cerrado Mineiro comprovaram que a fixação de carbono pelas árvores em diferentes modelos de sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é capaz de neutralizar a emissão de metano por bovinos.  A pesquisa, realizada em áreas de pastagens degradadas com níveis diferenciados de investimento tecnológico, oferece aos produtores da região a possibilidade de agregar ganho ambiental à produção, além de ingressar no sistema de certificação Carne Carbono Neutro (CCN), entre outros benefícios.

As atividades foram desenvolvidas na Unidade de Referência Tecnológica (URT) da Fazenda Lagoa dos Currais, no município de Curvelo, MG. Segundo pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, o estado de Minas Gerais possui grande potencial para exploração florestal, com condições de solo e clima propícias ao cultivo de espécies florestais, grãos, pecuária de leite e de corte.

“A pesquisa em ILPF nessa região pode validar a recomendação de sistemas que apresentam, além de produtividade e rentabilidade, a capacidade de neutralização das emissões de metano pelos bovinos manejados nessa integração, garantindo um ganho ambiental para o produtor e para a sociedade”, diz o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto.

“Além disso, o tempo e o manejo de um sistema ILPF podem possibilitar ao produtor ingressar em sistemas de certificação, atribuindo valor agregado ao seu produto. A certificação Carne Carbono Neutro (CCN), por exemplo, atesta que os bovinos que deram origem à carne tiveram suas emissões de metano neutralizadas durante o processo de produção pela fixação de carbono no fuste (tronco) das árvores presentes no sistema silvipastoril”, acrescenta Gontijo.

A pesquisadora Monica Matoso Campanha relata que a adoção de tecnologias sustentáveis fortalece a agropecuária brasileira, tornando-a mais competitiva nos mercados internos e externos.

 

Renques de eucalipto

Na URT os sistemas ILPF foram implantados onde anteriormente havia pastagem em elevado grau de degradação. Uma área de 44 hectares foi dividida em quatro piquetes de 11 hectares e em cada piquete foi trabalhado o sistema ILPF, com diferente nível de investimento tecnológico, para reforma de pastos degradados. Segundo Campanha, o nível de investimento (NI) mínimo foi equivalente ao padrão regional, no qual se aplicam somente calcário, gesso, fosfato e nitrogênio em doses moderadas na renovação de pastagens. “Os demais níveis seguiram uma utilização crescente de doses desses insumos, além de potássio e micronutrientes, até alcançar condições que viabilizassem maior intensificação do sistema, com a introdução de sorgo forrageiro BRS 658 como componente agrícola no primeiro ano (safra 2017/2018)”, explica a pesquisadora. Os sulcos para implantação dos renques de eucalipto foram realizados em  2017 e as mudas plantadas em janeiro de 2018, no espaçamento de 20m x 4 m entre linhas e plantas, respectivamente, formando um estande inicial de 125 árvores por hectare. Foi avaliado o crescimento e estimado o volume das árvores, anualmente, por três anos. Os sistemas de ILPF foram planejados quanto à previsão de colheita da madeira considerando um ciclo florestal de 12 anos.

 

Componente animal

A partir do segundo ano foi introduzido o componente animal nos sistemas. Anualmente, em dezembro, entram nos sistemas lotes de novilhas Guzerá, com peso médio inicial em torno de 250 kg, e idade entre sete e nove meses. “A carga animal é ajustada nos piquetes em função da disponibilidade de forragem no decorrer do ano”, diz Gontijo.

Com base no número e no peso médio dos animais no decorrer de cada período de pastejo foram calculadas as cargas animal (CA), em Unidade Animal por hectare (UA/ha), para cada um dos quatro sistemas (quatro diferentes níveis de investimento tecnológico). Assim, os sistemas ILPF mais intensificados comportaram maior carga animal.

As estimativas de produção animal e emissão de metano foram avaliadas em dois ciclos de pastejo, de dezembro de 2018 a outubro de 2019, em um primeiro lote de novilhas e em um segundo lote de animais, de dezembro de 2019 a maio de 2020. A projeção da produção de madeira no momento da colheita foi feita por meio de softwares específicos para esta finalidade.

 

Balanço de GEEs nos sistemas ILPF

Segundo Campanha, os dados mostram que as árvores de eucalipto, na densidade utilizada nos sistemas ILPF (125 árvores ha-1), capturaram carbono suficiente para neutralizar a emissão de carbono do componente animal e ainda proporcionar uma sobra, que poderia ser utilizada para neutralizar outras emissões oriundas do sistema, como aquelas derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados, excretas dos bovinos, como um potencial aumento do número de unidades animais “neutralizáveis”, ou até mesmo outras emissões da fazenda como um todo.Há a expectativa de maior produção florestal aos 12 anos nos sistemas ILPF com maior nível de investimento, que proporcionaram maiores capacidades de correção e adubação do solo, considerando a mesma densidade de árvores. “A melhoria do potencial produtivo se dá nos diferentes componentes do sistema: pastagem, grãos e eucalipto”, diz a pesquisadora.Campanha acrescenta que a produção do eucalipto impacta o sequestro de carbono da atmosfera, aumentando a neutralização da emissão de metano dos bovinos. “Entretanto, considerando as premissas do protocolo CCN, a densidade de árvores utilizada nos sistemas ILPF pode ser recomendada apenas para sistemas menos intensivos de manejo das pastagens. Para sistemas mais intensificados, uma das alternativas seria aumentar a densidade de árvores por hectare”, explica.

 

Prestação de serviços ambientais em sistemas de produção agropecuária

Os pesquisadores concluíram que nos sistemas ILPF estudados na região do Cerrado Mineiro, as estimativas de produtividade das árvores com 12 anos de idade mostram que 125 árvores de eucalipto por hectare, em fileiras simples no espaçamento 20 x 4 m, tem potencial de sequestrar carbono no tronco das árvores suficiente para permitir uma média de neutralização do metano produzido por 3,6 UA por hectare por ano, animais em pastejo.

A utilização de sistemas silvipastoris no Cerrado, com renques de eucalipto em pastagens, pode ser recomendada visando à neutralização das emissões de metano por bovinos em pastejo, além de outros benefícios ambientais, como contribuição para o conforto animal proporcionado pela sombra, a diversificação da produção de carne, de grãos e de madeira e o aumento de renda na atividade rural.

“Nesse sentido, a intensificação de sistemas pecuários com componente florestal, em ILPF, aumenta a produção e as perspectivas de incentivos por serviços ambientais e produtos certificados, como a Carne Carbono Neutro”, ressalta Campanha.

Mais informações sobre o trabalho encontram-se disponíveis na Circular Técnica 275 “Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta como estratégia para neutralização da emissão de metano entérico de bovinos na região do Cerrado de Minas Gerais”, e na publicação sobre os sistemas ILPF implantados na URT Lagoa dos Currais.

 

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são alternativas de intensificação do uso da terra como importante estratégia de aumento da produção agropecuária de forma sustentável. Os sistemas ILPF foram também reconhecidos como tecnologia de baixa emissão de carbono, estabelecida pelo Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC). Esse plano foi criado pelo governo brasileiro para o setor agropecuário, para cumprir os compromissos assumidos em conferências internacionais de redução da emissão de GEE.De acordo com os pesquisadores, diferentes regiões do País têm adotado os sistemas ILPF e desfrutado de diversos benefícios, entre eles o sequestro de carbono pelo componente florestal, reduzindo a emissão de CO2 para atmosfera, ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A neutralização de carbono ocorre quando a fixação desse gás na biomassa das plantas (sequestro de carbono) é maior do que o carbono emitido pelos animais no sistema.

 

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

O projeto também busca atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), voltados à segurança alimentar, ao desenvolvimento econômico e social com meios de produção agropecuária sustentável, ao enfrentamento das mudanças climáticas e à mitigação de processos que levam à degradação dos ambientes rurais.

Assim, o presente trabalho pretende contribuir para o atendimento dos ODS: 2 – “Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”; ODS 12 – “Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”; e ODS 13 – “Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos”, de acordo com os Indicadores propostos em 2021.

 

 

Sandra Brito / Embrapa Milho e Sorgo

SÃO PAULO/SP - O papagaio é uma ave da família psittacidae, em conjunto com araras, periquitos, tuins, maracanãs, apuins, cacatuas, jandaias e caturritas. Essa família tem como características o bico curvo, estreito e afiado, que facilita a alimentação da ave. A sua alimentação é baseada em frutos e sementes. Entretanto, é comum encontrar papagaios se alimentando de terra, que contém nutrientes essenciais para a sua saúde.

As suas patas são formadas por quatro garras que contribuem para manter o animal firme nos galhos das árvores. Ele tem um comprimento que varia de 30 a 40 centímetros e costuma viver em bandos. Além disso, é a única ave que reproduz a voz humana.

Reprodução

A relação entre os papagaios é monogâmica. Isso significa que, ao atingirem a fase adulta, encontram seu par e permanecem com ele até o fim da vida. A reprodução desses animais ocorre em uma época específica do ano, entre os meses de agosto a fevereiro.

Eles se alojam em um local escolhido pelo casal, geralmente buracos das árvores. Nele, será construído o ninho para receber os ovos e, posteriormente, os filhotes. O tempo de desenvolvimento do papagaio dentro do ovo varia entre 25 e 30 dias. Ele nasce sem penas e com os olhos fechados.

Por isso, os papagaios recém-nascidos são animais frágeis, que dependem dos cuidados dos pais para sobreviver. Após esse período, que dura cerca de 2 meses, os filhotes estão prontos para buscar alimentos sozinhos.

Tempo de vida

De acordo com um estudo, o papagaio é um animal que vive por longos períodos. Essa expectativa de vida está relacionada com o tamanho do cérebro do animal. Quanto maior a capacidade cognitiva da espécie, melhor o seu desempenho em fugir de ameaças.

Espécies brasileiras

Ele está presente em várias partes do mundo, sobretudo no hemisfério Sul, e é encontrado com abundância no Brasil. Em 1500, os colonizadores europeus apelidaram o país de Terra dos Papagaios, devido à presença desses psitacídeos.

Existem 13 espécies de papagaios brasileiros distribuídos ao longo dos biomas. Algumas espécies habitam em mais de um bioma, como é o caso do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), o mais comum dos papagaios do gênero Amazona. O gênero Amazona abrange praticamente todos os papagaios presentes no Brasil.

Na Amazônia, bioma com maior número de espécies do Brasil, existem cerca de sete espécies de papagaio. Em segundo lugar está a Mata Atlântica, que abriga seis espécies. No Pantanal e no Cerrado habitam três espécies, na Caatinga, duas. E, por fim, no Pampa, vive apenas uma espécie de papagaio.

Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Papagaios

O Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Papagaios (PAN Papagaios) foi inaugurado em 2010. Ele é constituído por um conjunto de ações que atuam na conservação de espécies ameaçadas.

Além das espécies ameaçadas, estão incluídas espécies que são foco do tráfico de animais, o papagaio-verdadeiro e o papagaio-moleiro. Atualmente são seis espécies consideradas ameaçadas de extinção no Brasil. Confira os papagaios que fazem parte do PAN Papagaios:

Papagaio-verdadeiro

O papagaio mais comum é o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva). Ele tem um comprimento de 36 centímetros e vive aproximadamente 60 anos, podendo alcançar os 80 anos. Durante a sua vida, o papagaio tem entre 3 e 4 anos de tempo reprodutivo, gerando de um a seis ovos em cada ciclo.

No Brasil, ele está presente no centro-oeste, sul, sudeste e nordeste. Os biomas brasileiros que contam com a sua presença são a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal. Entretanto, também é encontrado em países vizinhos, como o Paraguai, a Argentina e a Bolívia.

Esse papagaio é o mais capturado na natureza, devido a sua facilidade em reproduzir a voz humana. A captura é focada em seus filhotes e ovos, para serem destinados ao tráfico ilegal. De acordo com o ICMBio, essa espécie é considerada quase ameaçada à extinção.

Papagaio-moleiro

O papagaio-moleiro mede 40 centímetros de comprimento, vive mais de 40 anos e atinge a maturidade sexual entre os 3 e 4 anos. Ele é capaz de gerar de dois a quatro ovos por reprodução. Esse papagaio está presente na Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

O bioma predominante da espécie é a Amazônia, mas também é encontrado na Mata Atlântica, onde ocorre a maior parte da sua captura para o tráfico de animais. O papagaio-moleiro é uma das espécies mais ameaçadas pelo tráfico. A condição da espécie é considerada pouco preocupante, entretanto o grau de vulnerabilidade varia de acordo com o estado.

Na Bahia e no Rio de Janeiro, o papagaio é considerado vulnerável. Em São Paulo, é considerado ameaçado de extinção, enquanto no Espírito Santo e em Minas Gerais é considerado criticamente ameaçado e criticamente em perigo, respectivamente.

Papagaio-de-cara-roxa

O papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) mede cerca de 36 centímetros, com um tempo de vida superior a 40 anos e maturidade sexual atingida entre 3 e 4anos. Cada processo reprodutivo gera de dois a quatro ovos.

Essa é uma espécie típica do litoral, no bioma Mata Atlântica. Ele é encontrado do norte de Santa Catarina até o sul de São Paulo. A principal árvore escolhida para construir seus ninhos é o Guanandi, uma árvore alta presente na região. Além de abrigo para os seus filhotes, essa árvore fornece frutos para a sua alimentação. Essa espécie é considerada quase ameaçada de extinção pelo ICMBio.

Papagaio-de-peito-roxo

O papagaio-de-peito-roxo mede cerca de 35 centímetros de comprimento e vive por mais de 40 anos. Durante a sua vida, ele atinge a maturidade sexual por volta dos seus 4 anos, produzindo de dois a quatro ovos por reprodução. A espécie é classificada como vulnerável e é mais encontrada em Unidades de Conservação.

Esse papagaio (Amazona cinacea) era abundante no território brasileiro, além do Paraguai e da Argentina. Ele estava presente nos estados da Bahia, Espírito Santo e de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Atualmente, corre risco de extinção nos três países. No Brasil, a ave é encontrada em maior quantidade no estado de Minas Gerais.

Papagaio-chauá

O papagaio-chauá tem um tempo de vida de mais de 40 anos e mede cerca de 35 centímetros. A idade em que a espécie passa a se reproduzir varia entre 3 e 4 anos, gerando de 2 a 5 ovos por reprodução. Ele habita em florestas úmidas presentes no litoral do Brasil, em uma altura que varia do nível do mar até 800 metros.

Ele está presente do estado de Alagoas até o Rio de Janeiro, mas também é encontrado em Minas Gerais. Esse papagaio é endêmico da Mata Atlântica e é classificado como vulnerável. Com o avanço do desmatamento ambiental, provocado pelo setor agropecuário e a urbanização, a sua existência é comprometida.

Papagaio-charão

O papagaio-charão vive por mais de 40 anos, tem 32 centímetros de comprimento e atinge a maturidade sexual entre 3 e 4 anos. Cada ciclo reprodutivo da espécie é capaz de gerar entre 2 e 4 ovos.

Ele é encontrado em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O papagaio se alimenta de pinhões de pinheiro-bravo e araucária. Para encontrar alimento, costuma percorrer um longo percurso em grupos. Esse papagaio é uma ave migratória, que percorre diferentes municípios durante os meses de abril e julho.

O papagaio-charão não é muito encontrado em Unidades de Conservação, a sua presença se dá, principalmente, em propriedades privadas com a presença de araucárias. De acordo com o ICMBio, essa espécie é considerada vulnerável.

  • Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e Unidades de Conservação são as áreas que mais contribuíram com a preservação e regeneração da Amazônia Legal nos últimos anos, aponta artigo.
  • Entre 2005 e 2012, a taxa média de perda de vegetação nativa dentro das Terras Indígenas foi 17 vezes menor do que em áreas não protegidas; em Territórios Quilombolas e Unidades de Conservação, a taxa foi 6 vezes menor.
  • O estudo também mostra que territórios indígenas e quilombolas demarcados contribuíram de duas a três vezes mais para a regeneração da vegetação nativa entre 2012 e 2017.
  • O Brasil tem 722 Terras Indígenas. Dessas, apenas 487 foram homologadas. Somente na Amazônia, são mais de 300 territórios aguardando o processo de demarcação.

 

AMAZÔNIA - Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e Unidades de Conservação são as áreas que mais contribuíram com a preservação e regeneração da Amazônia Legal nos últimos anos, aponta artigo publicado na revista científica Biological Conservation em março.

Enquanto nos Territórios Quilombolas e nas Unidades de Conservação as taxas de perda de vegetação nativa foram cerca de 6 vezes menores que em áreas não protegidas da Amazônia, nas Terras Indígenas tais taxas chegaram a ser 17 vezes menores. O período analisado compreendeu os anos entre 2005 e 2012.

No caso das Unidades de Conservação, a pesquisadora responsável pelo estudo, Helena Alves Pinto, do departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atribui as taxas de preservação da biodiversidade ao uso restrito dessas terras.

“As Unidades de Conservação têm uma série de restrições quanto às atividades. Em algumas unidades, por exemplo, são permitidas somente atividades de cunho educacional ou de pesquisa. Em outras, é permitido o extrativismo sustentável, mas não a agropecuária, por essa estar ligada ao desmatamento”, afirma Pinto.

O estudo analisou as taxas de preservação florestal de todas as Unidades de Conservação da Amazônia, tanto as de uso sustentável, como Florestas Nacionais e Reservas Extrativistas, como as de proteção integral, onde se enquadram, por exemplo, áreas com sítios naturais e Reservas Biológicas.

Em relação às Terras Indígenas e Territórios Quilombolas, a pesquisadora destaca a importância da restrição de circulação de pessoas nas terras demarcadas.

“Estudos anteriores mostraram que, a partir do momento que um território indígena ou quilombola foi demarcado, começou a diminuir o desmatamento nessas terras. A principal explicação é porque a demarcação diminuiu o número de pessoas circulando dentro das áreas, restringindo a entrada somente a indígenas ou quilombolas”, diz a pesquisadora.

“Nosso estudo confirma que a demarcação ajuda a combater a entrada de invasores em Terras Indígenas e Quilombolas, e que esses povos preservam a biodiversidade”, explica Pinto.

 

Restauração dos ecossistemas

Mais que decisivos para a preservação, o estudo também mostra que territórios indígenas e quilombolas demarcados contribuíram de duas a três vezes mais para a regeneração da vegetação nativa entre 2012 e 2017.

“Fala-se muito em diminuir o desmatamento, mas só isso não basta mais para recuperarmos as funções da Floresta Amazônica. É fundamental começarmos a recuperar as áreas desmatadas, recuperar a vegetação nativa, recuperar o ecossistema como um todo”, afirma a pesquisadora da UFRJ.

Pinto dá como exemplo de ação regenerativa uma prática adotada por alguns povos conhecida como sistema de corte e queima.

“Esses indígenas cortam uma área pequena, de mais ou menos um hectare de floresta, queimam e plantam. Depois de um tempo, eles colhem e deixam a área, para que ela se regenere de forma natural”, descreve.

Um estudo liderado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), publicado em 2021 na revista Nature, alertou que, pela primeira vez, a Amazônia passou a emitir mais carbono do que consegue absorver, deixando de retirar da atmosfera 0,19 bilhões de toneladas de CO2 por ano.

O desmatamento tem comprometido a função da Amazônia de capturar e estocar carbono da atmosfera, principal vilão do aquecimento global. Prova disso, segundo os pesquisadores do Inpe, a área mais comprometida está no sudeste da floresta, na região do Arco do Desmatamento.

Em março, um novo estudo publicado na revista Nature Climate Change alertou que a Amazônia está se aproximando rapidamente do seu ponto de não-retorno — estágio em que a devastação transformará a floresta tropical em savana.

 

Invasões e desmatamento

O estudo liderado por Pinto analisou somente as Terras Indígenas já homologadas pela Funai e não separou os dados por unidade. “Olhamos para o mosaico de terras protegidas e já homologadas e comparamos com a sua área de controle”, diz.

Assim, o estudo não analisa quais são as Terras Indígenas homologadas mais preservadas da Amazônia.

Por outro lado, dados do Prodes/Inpe mostram que as Terras Indígenas mais desmatadas entre 2011 e 2021 foram as localizadas no Pará, estado que mais vem desmatando a Amazônia desde meados da década passada. São as TIs Cachoeira Seca, com 304 mil km2 desmatados em dez anos; Apyterewa, com 266 mil km2; e Ituna/Itatá, com 220 mil km2.

Vale ressaltar que o desmatamento explodiu nas três Terras Indígenas em 2019 e 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, anos em que as taxas de desmatamento ilegal bateram recorde em toda a Amazônia.

Um levantamento do Instituto Socioambiental (ISA) sobre perda de vegetação na bacia do Rio Xingu publicado em 2021 mostra que essas três Terras Indígenas sofrem pressão de mineração ilegal, roubo de madeira e de grilagem. No interior da TI Apyterewa já existe uma vila de invasores, que pediram na Justiça recentemente a reversão da homologação da Terra Indígena para que a área pudesse ser explorada.

Quanto às Unidades de Conservação, a mais desmatada da Amazônia nos últimos dez anos também está no Pará. Trata-se da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, próxima à TI Apyterewa, que registrou 2.902 mil km2 de desmatamento entre 2011 e 2021, segundo dados do Inpe.

Ambos as reservas estão sobrepostas ao município de São Félix do Xingu, que tem o maior rebanho de bovinos do Brasil, de acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A Amazônia já perdeu 20% de toda a sua vegetação nativa. Sabemos que as Terras Indígenas e as Unidades de Conservação mais afetadas são as próximas ao Arco do Desmatamento, uma área com expansão muito grande da agropecuária, o principal vetor do desmatamento na Amazônia”, diz Pinto.

 

Ameaças no Congresso

O Brasil tem 722 Terras Indígenas. Dessas, apenas 487 foram homologadas. Somente na Amazônia, são mais de 300 territórios aguardando o processo de demarcação, de acordo com dados do ISA. A entidade não inclui as Terras Indígenas de povos isolados.

A demarcação de Terras Indígenas é um direito dos povos originários do Brasil e deveria ter sido concluída pela Funai em 1993, de acordo com a Constituição Federal de 1988.

Um levantamento do MapBiomas publicado no ano passado já havia mostrado que as Terras Indígenas são os territórios mais preservados da Amazônia, apesar do avanço de invasores. O estudo analisou tanto as terras já homologadas (que finalizaram o processo de demarcação) como as que ainda aguardam o processo, e mostrou que, no período entre 1985 e 2020, apenas 1,6% da perda de vegetação nativa no Brasil ocorreu em Terras Indígenas.

Apesar de os dados mostrarem a importância da demarcação e da restrição de uso desses territórios aos indígenas, dois projetos de lei em votação no Congresso Nacional pretendem abrir Terras Indígenas para grandes projetos de infraestrutura e mineração (PL nº191/2020) e frear o processo de demarcação das mais de 400 Terras Indígenas que ainda aguardam para serem demarcadas (PL nº490/2007).

Nenhuma Terra Indígena foi demarcada em todo o Brasil desde 2019, durante todo o governo Bolsonaro. Esta é a primeira vez, desde a redemocratização do país (1985), que um governo não demarca nenhum território indígena no país.

 

 

por Lais Modelli / Mongabay Brasil

Elemento importante para o desenvolvimento das plantas, potássio é um dos minerais mais abundantes na Terra

 

SÃO PAULO/SP - O potássio é o 7º elemento mais abundante na crosta terrestre. Ele é importante para o desenvolvimento das plantas, pois ajuda a manter o equilíbrio ambiental e eleva a produtividade agrícola. No corpo humano, o potássio atua regulando a pressão arterial e evitando doenças como a osteoporose.

Importância ambiental

O potássio é o 7º elemento mais abundante no planeta Terra e o 19º no Universo. Ele está presente em minerais silicáticos, como o feldspato. Esses minerais são encontrados na composição de rochas e no solo.

A partir da erosão das formações rochosas, o potássio é depositado no solo, contribuindo para a manutenção do ecossistema. Esse elemento é importante para o desenvolvimento das espécies vegetais, contribuindo para a manutenção da flora em ecossistemas.

Onde encontrar o potássio?

O potássio está presente em corpos d’água, como lagos e mares. Esses ambientes são chamados de salmouras naturais, e são caracterizados por suas águas densas e elevado grau de evaporação.

Outro ambiente que tem grandes quantidades de potássio é o depósito de evaporitos, que são sedimentos formados por sais. Além disso, o potássio está presente em rochas que têm em sua composição os silicatos, como o feldspato, o feldspatoide, a argila e a mica. Essas rochas podem ser ígneas, metamórficas ou sedimentares.

Existem reservas de potássio por todo o mundo. O Canadá é o país que detém a maior quantidade de reservas, com 62,6% do total no mundo. Em seguida, está a Rússia, com 12,5%. As reservas de potássio do Brasil estão em 7%, e localizam-se principalmente no Sergipe e no Amazonas. Essas reservas têm cerca de 13,03 milhões de toneladas ao todo, com uma porcentagem de potássio de aproximadamente 24%.

Agricultura

Além da sua importância para o meio ambiente, o potássio tem um papel fundamental no cultivo agrícola. A aplicação de potássio em solos agrícolas contribui para a ativação de mais de 60 enzimas presentes na planta, que favorecem processos como a fotossíntese.

O potássio promove o equilíbrio da quantidade de água presente no organismo das plantas. Outro papel importante é o aumento da absorção de nitrogênio. De acordo com um estudo, o potássio aumenta a produtividade agrícola, gerando mais produtos em menos tempo.

As rochas compostas por feldspatos e feldspatoides alcalinos são as principais exploradas para a produção de fertilizantes. Entretanto, elas podem ser aplicadas diretamente na plantação, o que leva à uma liberação mais lenta do potássio no solo.

Os principais feldspatos utilizados para essa finalidade são o microclínio e o ortoclásio, enquanto que os feldspatoides que se destacam são a leucita e a mica. Apesar disso, os feldspatoides são menos abundantes no meio ambiente, o que faz com que os feldspatos sejam mais utilizados.

O potássio é um dos principais elementos aplicados nas plantações para a fertilização. Ele pertence ao grupo de fertilizantes NPK, nitrogênio, fósforo e potássio, os elementos de maior importância para o desenvolvimento vegetal. A proporção adequada para a fertilização NPK é 15% de potássio, 61% de nitrogênio e 24% de fósforo.

Importação de potássio para o Brasil

O Brasil é o segundo maior importador de potássio do mundo, com um consumo de aproximadamente 16% do potássio no mundo. Em conjunto com a China, os Estados Unidos e a Índia, consome cerca de 60% do potássio destinado à fertilizantes.

Isso porque os solos brasileiros têm poucas quantidades desse mineral. Além disso, a exploração do potássio brasileiro pode colocar em risco a conservação de áreas ambientais, que são protegidas de acordo com a legislação.

Os principais países exportadores de potássio são Canadá, Estados Unidos, Rússia e Bielorrússia. Dados de 2013 indicam que as importações de potássio no território brasileiro foram realizadas principalmente pelo Canadá (31,6%), seguido da Alemanha (16,5%), Rússia (15,6%), Bielorrússia (14,9%) e Israel (9,4%).

Impactos ambientais

O uso de potássio no solo para o cultivo agrícola pode elevar a quantidade de potássio presente em corpos hídricos por conta do processo de lixiviação. A lixiviação ocorre quando a água da irrigação ou da chuva carrega os nutrientes presentes no solo até os lençóis freáticos ou cursos d’água. Dessa forma, o potássio contamina a água e prejudica ecossistemas aquáticos.

Além disso, a mineração de potássio resulta no desmatamento da flora nativa, afetando a biodiversidade dos ecossistemas e o equilíbrio ecológico.

Saúde

No corpo humano, o potássio auxilia os tecidos celulares e o metabolismo. De acordo com um estudo, uma alimentação rica em potássio pode ajudar a controlar a pressão arterial, evitando o surgimento de doenças cardiovasculares. O estudo indica que a ingestão adequada de potássio é de 3510 mg por dia.

Além disso, o nível adequado de potássio no organismo pode impedir o surgimento de doenças como a osteoporose, além de equilibrar o pH na corrente sanguínea.

Confira a lista de alimentos ricos em potássio para incluir na sua alimentação:

  • Banana
  • Ameixa
  • Laranja
  • Feijão branco
  • Folhas de beterraba
  • Tomate
  • Cenoura
  • Ervilha
  • Milho
  • Couve-flor
  • Batata
  • Batata-doce

 

 

Luiza Caballero / ECYCLE

INDONÉSIA - O governo da Indonésia anunciou, no último dia 24 de março, que um novo filhote de rinoceronte-de-sumatra está no mundo! A espécie, que é ameaçada de extinção, tem visto uma redução de sua população nas últimas décadas devido a atividade de caçadores.

O pequeno rinoceronte-de-sumatra nasceu no Santuário de Rinocerontes-de-Sumatra (SRS), no Parque Nacional Way Kambas. A chegada do filhote foi muito celebrada porque sua mãe, Rosa, perdeu oito gestações anteriores.

Estima-se que apenas 80 rinocerontes-de-sumatra existam no planeta Terra. Antigamente, a espécie vivia em todo o sudeste asiático, mas hoje está limitada a apenas dois países.

Hoje, a conservação dos animais é feita majoritariamente em parques nacionais na Indonésia e na Malásia. O pai do pequeno rinoceronte-de-sumatra é Andatu, o primeiro rinoceronte dessa espécie nascido em cativeiro, e Rosa.

Junto do novo bichinho – que ainda não ganhou um nome -, vivem as fêmeas Bina, Ratu e Delilah, e os machos Andalas e Harapan.

“Minha profunda gratidão pelo trabalho da equipe de veterinários e tratadores que acompanharam continuamente o desenvolvimento da gravidez e os cuidados pós-natais da rinoceronte Rosa”, explicou Wiratno, um porta-voz do Ministério do Meio Ambiente e Florestas (MOEF) da Indonésia.

“A gravidez de Rosa representa uma nova esperança para esta espécie criticamente ameaçada”, ressalta Nina Fascione, diretora-executiva da fundação Indonesian Rhino Foundation (IRF), uma das principais organizações de defesa da espécie no planeta.

 

 

Redação Hypeness

RIO DE JANEIRO/RJ - Uma onça-parda foi registrada em uma área florestal em Maricá, na região dos Lagos, no Rio de Janeiro. O grande felino, que não aparecia na região há mais de 100 anos e era considerado localmente extinto, foi observado em câmeras de monitoramento do Refúgio de Vida Silvestre de Maricá (Revimar), uma unidade de conservação fluminense.

Onça-parda foi flagrada em região de Mata Atlântica; animal estava desaparecido do local há mais de 100 anos; registro foi feito por pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro

 

Ameaçada de extinção

Além da onça-parda (também conhecida como suçuarana), também foi registrado um gato maracajá, outro felino de grande porte comum da Mata Atlântica. Ambos os animais são raros na região e são considerados ameaçados de extinção por biólogos.

“A presença destes predadores de topo de cadeia em nossas áreas protegidas é um bioindicador da qualidade das nossas florestas. Nosso município possui mais de 50% de seu território inserido em Unidades de Conservação e esse acostamento através do trabalho de monitoramento realizado pela Prefeitura de Maricá vem coroar nossas ações”, afirmou o secretário de Cidade Sustentável, Helter Ferreira, em nota da comunicação da cidade.

A Revimar ocupa cerca de 25% do território de Maricá, que possui outros diversos ambientes de conservação do meio-ambiente. Por conta da boa preservação do local e graças ao monitoramento de vídeo das florestas, é possível ver que o espaço tem comportado a biodiversidade da Mata Atlântica.

“A onça parda e o gato maracajá estão ameaçados de extinção. A presença deles é para se comemorar, mas também para aumentarmos a vigilância e proteção. Estamos monitorando a fauna do Revimar 24 horas por dia. A equipe conta com profissionais da UERJ, da prefeitura das polícias”, explica Izar Aximoff, do Núcleo de Fotografia Cientifica Ambiental da UERJ.

“Esses animais não representam perigo para sociedade. Existe um pequeno risco para animais que são criados soltos no entorno do Revimar, como galinhas, porcos e bezerros por exemplo. Vamos iniciar campanha orientando esses proprietários a realizarem medidas que diminuam o risco de ataque como, por exemplo, a colocação de cercas elétricas e recolher os animais no período noturno. Na verdade, existem muitas presas para esses felinos dentro do Revimar e quem corre mais perigo são eles mesmos devido a caça”, completou o pesquisador.

 

 

Redação Hypeness

Atividade de extensão da UFSCar está com agenda para escolas e grupos interessados

 

SÃO CARLOS/SP - A atividade de extensão "Visitas Orientadas à Trilha da Natureza", da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está completando 30 anos de história e, para isso, organizou uma série de eventos comemorativos e gratuitos. A iniciativa é atualmente vinculada ao Departamento de Apoio à Educação Ambiental (DeAEA) da Secretaria Geral de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS) e conta com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão (ProEx), todos da UFSCar.
Para iniciar as celebrações do aniversário, será realizada, no dia 13 de abril, a live "Trilha da Natureza: 30 anos de atividade de extensão", às 18 horas, pela página do Facebook da Trilha da Natureza (fb.com/TrilhaDaNaturezaUfscar). A transmissão é aberta a toda a comunidade, sem necessidade de inscrição prévia. A apresentação contará com a participação de convidados especiais: a professora aposentada da UFSCar, Maria Inês Salgueiro de Lima, que esteve à frente da coordenação desde o início até 2013; o professor Pavel Dodonov, da Universidade Federal da Bahia, e Mayla Willik Valenti Roese, sócia-fundadora da startup Fubá Educação Ambiental, ambos ex-monitores da Trilha da Natureza. A live ainda conta com um depoimento da professora aposentada da UFSCar, Géria Montanar, que também acompanhou o projeto nos seus anos iniciais. 
"No evento, os participantes irão compartilhar com o público as suas experiências em relação à atividade e sobre a influência dessa participação em suas formações e escolhas profissionais", destaca bióloga do Departamento de Apoio à Educação Ambiental (DeAEA) da Instituição, Liane Biehl Printes, coordenadora do projeto.  

Agendamento
Atualmente as visitas presenciais à Trilha da Natureza encontram-se suspensas e aguardam o avanço do Plano de Retomada da UFSCar. Enquanto isso, estão sendo agendadas visitas virtuais para escolas e outros grupos interessados, através do site de Visitas Virtuais, o https://bora.fubaea.com.br/trilhadanatureza. O site foi desenvolvido pela Fubá Educação Ambiental com a colaboração da Equipe de Trabalho da Trilha da Natureza em 2021.
Mais informações sobre a live e as visitas virtuais podem ser solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

História
O projeto de extensão "Visitas Orientadas à Trilha da Natureza" da UFSCar nasceu em 1986, a partir da ideia de um grupo de professores do antigo Departamento de Ciências Biológicas de planejar uma trilha interpretativa na área do Cerrado da Universidade. No entanto, o "Trilha da Natureza" só foi inaugurado em 10 de abril de 1992. Desde 2014, é coordenado pelo DeAEA, da SGAS, e tem a participação do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) e apoio da ProEx, todos da UFSCar. Como instituição parceira, conta com o Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da Universidade de São Paulo (USP), responsável pela condução da maioria das visitas escolares do Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
Em 2014, o projeto passou a ofertar as visitas abertas à comunidade, que têm o intuito de levar pessoas a conhecerem o Cerrado da UFSCar. "Além disso, desde 2018, oferecemos algumas atividades culturais - em parceria com outros grupos -, incluindo a promoção de saraus artísticos, rodas de conversas, práticas de ioga, meditação e capoeira. São ações que contribuem para uma maior interação entre a comunidade e o remanescente de Cerrado da UFSCar e para a melhoria da qualidade de vida", conclui Liane Printes.
No período de pandemia, a partir de março de 2020, o projeto se adaptou para manter a oferta de atividades educativas. Com isso, promoveu concursos e exposições fotográficas com foco no Cerrado, encontros sobre temas variados e visitas guiadas, todos na modalidade online.
Mais informações sobre o projeto de extensão "Visitas Orientadas à Trilha da Natureza" estão no site do DeAEA (www.sgas.ufscar.br/deaea), na página do projeto no Facebook (fb.com/TrilhaDaNaturezaUfscar), no perfil do Instagram @trilhadanaturezaufscar e também pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

EUA - Preservando amostras genéticas de mais de 1.200 espécies e subespécies em técnica de criopreservação, o The Frozen Zoo (ou “Zoológico Congelado”, em tradução livre), nos EUA, é o maior repositório do tipo em todo o mundo, e vem se tornando ponto de partida para a salvação de espécies ameaçada e mesmo reintrodução de espécies já extintas – através da clonagem. Localizado dentro do Instituto de Pesquisa em Conservação do Zoológico de San Diego, na Califórnia, o “Zoológico Congelado” já forneceu material para clonar quatro espécies ameaçadas, a partir das amostras de mais de 10,5 mil animais individuais armazenadas no local em temperaturas próximas de −200 °C.

O The Frozen Zoo, no Zoológico de San Diego, foi o primeiro “Zoológico Congelado” estabelecido no mundo, iniciado em 1972 pelas mãos do médico e geneticista alemão Kurt Benirschke, que trabalhava como pesquisador na Universidade da Califórnia, e decidiu começar a coletar amostras da pele de espécies ameaçadas de extinção. Curiosamente, Benirschke ainda não tinha planos concretos sobre o que viria a fazer com o material que estava preservando: ele simplesmente acreditava que ferramentas futuras poderiam utilizar as amostras para salvar os animais. “Havia um pôster pendurado no Frozen Zoo que dizia, ‘Você deve coletar coisas por razões que ainda não compreende’”, recorda Oliver Ryder, geneticista no Zoológico e um dos colaboradores iniciais do trabalho.

  • Monitoramentos na Serra do Urubu, em Pernambuco, apontam o aumento da diversidade de aves: em 2005 eram 105 espécies, em dezembro de 2021 foram registradas 287 espécies.
  • Apesar do resultado, o cenário é frágil. Nas últimas décadas, sete espécies de aves foram extintas da Mata Atlântica. Quatro delas tinham como habitat o Centro de Endemismo de Pernambuco (CEP), ao norte do rio São Francisco.
  • Espécie endêmica do CEP, a choquinha-de-alagoas (Myrmotherula snowi) está ameaçada. Estima-se que sua última população tenha menos de dez indivíduos vivendo na Estação Ecológica de Murici, em Alagoas.

Pitangueiras, limoeiros, aceroleiras, ingás, helicônias e bromélias se juntam, formando um corredor para acolher as 23 espécies de beija-flores dentre as mais de 160 variedades de pássaros que voam livremente pelo Jardim dos Beija-Flores. Inaugurado em 2017 dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Pedra D’Antas, em Pernambuco, o jardim já recebeu mais de 2.600 pessoas.

A criação do jardim, a gestão dos 362 hectares da RPPN Pedra D’Antas e a restauração florestal são algumas das ações que fazem parte do Projeto Mata Atlântica do Nordeste, da Save Brasil, que tem como objetivo conservar e aumentar a conectividade de fragmentos remanescentes de Mata Atlântica da Paisagem Serra do Urubu-Murici, localizada entre Pernambuco e Alagoas.

Entre as aves que frequentam os 700 metros quadrados do jardim estão o beija-flor-de-costas-violetas (Thalurania watertonii), espécie endêmica da Mata Atlântica considerada em perigo na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), e a saíra-pintor (Tangara fastuosa), ave de cores chamativas, endêmica da zona da Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco e classificada como vulnerável.

Curiosamente, o jardim destinado a atrair os alados e a servir de espaço educativo contra a cultura do engaiolamento ainda muito forte na região viceja no mesmo local ocupado antigamente pela casa-grande do então Engenho Pedra D’anta, no período do Brasil colonial. A gente sai de uma história de exploração, não só ambiental, mas humana, e a gente chega num reduto de vida, diz Bárbara Cavalcante, coordenadora do Projeto Mata Atlântica do Nordeste.

 

Aves raras

Na região Nordeste, ao norte do rio São Francisco rio que consiste em barreira geográfica instransponível para algumas espécies de aves fica a porção mais degradada do bioma Mata Atlântica. O chamado Centro de Endemismo de Pernambuco (CEP), que abrange as florestas costeiras dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, possui apenas 5% de sua cobertura florestal original e abriga espécies endêmicas ameaçadas de extinção.

Estima-se que, na área, 70 mil hectares de mata estejam preservados. Trata-se, porém, de fragmentos florestais dispersos numa paisagem urbanizada com predominante uso do solo para cana-de-açúcar e pasto. Poucos fragmentos estão efetivamente protegidos e muitos encontram-se dentro de propriedades privadas, gerando ainda maior pressão sobre as espécies endêmicas, que têm sua distribuição geográfica restrita, como é o caso da choquinha-de-alagoas (Myrmotherula snowi). Segundo monitoramento da Save, essa espécie tem sua última população com menos de dez indivíduos vivendo dentro da Estação Ecológica (Esec) de Murici.

De acordo com a BirdLife International, responsável pela sinalização das Áreas Importantes para a Conservação das Aves e da Biodiversidade (IBAs, na sigla em inglês), o Brasil possui 234 regiões prioritárias. Duas delas, a Serra do Urubu, em Pernambuco, e Murici, em Alagoas, estão localizadas no CEP e abrigam 7 mil hectares de florestas e 343 espécies de aves, sendo 18 ameaçadas de extinção. Dentre elas, 16 são espécies endêmicas da Mata Atlântica e cinco ocorrem apenas na região do CEP.

Os dois fragmentos, Serra do Urubu e Murici, são núcleos do Projeto Mata Atlântica do Nordeste, que atua na região desde o ano 2000. Monitoramentos realizados na Serra do Urubu há 17 anos apontam para o aumento da diversidade de aves. O número total de espécies de aves registradas saltou de 105, no primeiro ano de monitoramento, para 287, no último monitoramento realizado em dezembro do ano passado, explica Bárbara.

Ainda que o resultado seja animador, o cenário é frágil. Estudo publicado na revista científica Frontiers in Ecology and Evolution afirma que, nas últimas décadas, sete espécies de aves foram apontadas como provavelmente extintas na Mata Atlântica, sendo que quatro delas tinham como habitat o CEP.

Para além da ameaça que paira sobre a choquinha-de-alagoas, em 2019 o limpa-folha-do-nordeste (Phylidor novaesi) foi declarado extinto desde 2011 a Save já não observava a ave em seus monitoramentos. Também em 2019, o gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti), descrito em 2014 como nova espécie endêmica da região, foi declarado extinto. O caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum) e o mutum-do-nordeste (Pauxi mitu ou Mitu mitu), também da região, juntam-se à lista dos possivelmente extintos. O último sobrevive em cativeiro com tentativas de reintrodução na natureza.

Para aumentar as chances das espécies que têm a distribuição geográfica restrita, o Projeto Mata Atlântica do Nordeste incentiva a restauração florestal, buscando conectar fragmentos isolados de mata. Até 2023 temos a meta de implementar 70 hectares de floresta. Até agora, implementamos em oito sítios, entre Pernambuco e Alagoas, a soma de 12,9 hectares. E até julho deste ano serão implementados, pelo menos, 50 hectares, afirma Bárbara.

Considerando que grande parte dos fragmentos de Mata Atlântica estão nas mãos de pessoas físicas, o projeto também incentiva a criação de RPPNs. Aqui em Lagoa dos Gatos (Pernambuco) a gente vai ter uma RPPN de 3 hectares, conta Bárbara, referindo-se à participação de um proprietário rural que também aderiu à restauração florestal. Eles vão restaurar uma área de pasto e vão proteger esse fragmento de 3 hectares.

 

Retorno do passaredo

Isso aqui é uma vitrine. Eu mostro pro pessoal, sempre levo eles pra dentro do projeto, conta João. Não é só plantar árvore, mas também cuidar e ver os pássaros voltando. Ver as abelhas polinizando. Isso tudo é benefício.

João Evangelista de Lima é proprietário de um sítio de 40 hectares, herança de família. Depois de 20 anos morando em São Paulo, João fugiu do trânsito e voltou para a mata de Alagoas, próxima à Esec Murici. O vale é cheio de águas, nascentes, rios, temos uma faixa de Mata Atlântica que faz parte da Esec Murici. É um vale, a coisa mais linda que eu já vi.

Atualmente, 30 hectares de seu sítio são destinados ao plantio de banana prata. Em áreas menores crescem coco, laranja e banana-da-terra.

O pessoal aqui estava desmatando muito, acabando com nosso resto de Mata Atlântica. Seria preciso fazer algo diferenciado pra mostrar que a gente também precisa plantar, reflorestar, diz. Há 3 anos, João começou o plantio em sistema agroflorestal (SAF) em 3 mil metros quadrados do sítio, introduzindo cítricos, mangueiras, cajueiros, ingás, açaizeiros, cedros e mognos entre feijões e espécies adubadeiras.

Já temos bastante abelha aqui, abelhas diferenciadas que eu nunca tinha visto na região. Jataí tem bastante, tubiba também. Apareceu bastante abelha sem ferrão, diz o agricultor, que fez cursos de piscicultor e apicultor e tem a intenção de transformar seu espaço futuramente em agroturismo. Pássaros, temos bastante que estão visitando aqui nossa SAF: sabiá-laranjeira, sanhaço-azul e -cinzento, beija-flores, saíra-pintor e -sete-cores. Nossa, tá chegando bastante.

A SAF no sítio de João faz parte da restauração florestal apoiada pela Save e, no início, recebeu mudas, mão-de-obra e suporte técnico. Outras propriedades privadas têm servido também como vitrines ou unidades demonstrativas, exibindo diferentes técnicas de restauração. Toda área reflorestada passa a ter um monitoramento participativo para verificar como a comunidade de aves se comporta nesses ambientes.

A ideia de ser uma vitrine é que a gente mostre formas possíveis de produzir alimento e gerar renda, explica Bárbara. A gente tem adotado o termo agrofloresta amigável às aves porque queremos incentivar o estabelecimento de agroflorestas que também sirvam de abrigo e ofereçam alimento aos pássaros.

O entorno da Esec Murici, onde fica o sítio de João, é uma importante área por impactar diretamente a Estação Ecológica. Estrategicamente falando, é importante que a gente tenha nessa área de amortecimento atividades compatíveis, amigáveis à biodiversidade, avalia Bárbara. Assim, a gente garante um cinturão de proteção à Esec.

Apesar da área de 6 mil hectares ter sido reconhecida em 2001 pelo governo federal como Estação Ecológica de Murici, falta ainda a efetiva implementação e regularização fundiária. Esse é um dos gargalos das Unidades de Conservação no Brasil. Cria-se a unidade, mas não se implementa de fato. A Esec Murici completou 20 anos no ano passado e ainda não está com a regularização fundiária feita. Tem muita área de pasto com grandes propriedades lá dentro, comenta Bárbara.

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