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EUA - Preservando amostras genéticas de mais de 1.200 espécies e subespécies em técnica de criopreservação, o The Frozen Zoo (ou “Zoológico Congelado”, em tradução livre), nos EUA, é o maior repositório do tipo em todo o mundo, e vem se tornando ponto de partida para a salvação de espécies ameaçada e mesmo reintrodução de espécies já extintas – através da clonagem. Localizado dentro do Instituto de Pesquisa em Conservação do Zoológico de San Diego, na Califórnia, o “Zoológico Congelado” já forneceu material para clonar quatro espécies ameaçadas, a partir das amostras de mais de 10,5 mil animais individuais armazenadas no local em temperaturas próximas de −200 °C.

O The Frozen Zoo, no Zoológico de San Diego, foi o primeiro “Zoológico Congelado” estabelecido no mundo, iniciado em 1972 pelas mãos do médico e geneticista alemão Kurt Benirschke, que trabalhava como pesquisador na Universidade da Califórnia, e decidiu começar a coletar amostras da pele de espécies ameaçadas de extinção. Curiosamente, Benirschke ainda não tinha planos concretos sobre o que viria a fazer com o material que estava preservando: ele simplesmente acreditava que ferramentas futuras poderiam utilizar as amostras para salvar os animais. “Havia um pôster pendurado no Frozen Zoo que dizia, ‘Você deve coletar coisas por razões que ainda não compreende’”, recorda Oliver Ryder, geneticista no Zoológico e um dos colaboradores iniciais do trabalho.

  • Monitoramentos na Serra do Urubu, em Pernambuco, apontam o aumento da diversidade de aves: em 2005 eram 105 espécies, em dezembro de 2021 foram registradas 287 espécies.
  • Apesar do resultado, o cenário é frágil. Nas últimas décadas, sete espécies de aves foram extintas da Mata Atlântica. Quatro delas tinham como habitat o Centro de Endemismo de Pernambuco (CEP), ao norte do rio São Francisco.
  • Espécie endêmica do CEP, a choquinha-de-alagoas (Myrmotherula snowi) está ameaçada. Estima-se que sua última população tenha menos de dez indivíduos vivendo na Estação Ecológica de Murici, em Alagoas.

Pitangueiras, limoeiros, aceroleiras, ingás, helicônias e bromélias se juntam, formando um corredor para acolher as 23 espécies de beija-flores dentre as mais de 160 variedades de pássaros que voam livremente pelo Jardim dos Beija-Flores. Inaugurado em 2017 dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Pedra D’Antas, em Pernambuco, o jardim já recebeu mais de 2.600 pessoas.

A criação do jardim, a gestão dos 362 hectares da RPPN Pedra D’Antas e a restauração florestal são algumas das ações que fazem parte do Projeto Mata Atlântica do Nordeste, da Save Brasil, que tem como objetivo conservar e aumentar a conectividade de fragmentos remanescentes de Mata Atlântica da Paisagem Serra do Urubu-Murici, localizada entre Pernambuco e Alagoas.

Entre as aves que frequentam os 700 metros quadrados do jardim estão o beija-flor-de-costas-violetas (Thalurania watertonii), espécie endêmica da Mata Atlântica considerada em perigo na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), e a saíra-pintor (Tangara fastuosa), ave de cores chamativas, endêmica da zona da Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco e classificada como vulnerável.

Curiosamente, o jardim destinado a atrair os alados e a servir de espaço educativo contra a cultura do engaiolamento ainda muito forte na região viceja no mesmo local ocupado antigamente pela casa-grande do então Engenho Pedra D’anta, no período do Brasil colonial. A gente sai de uma história de exploração, não só ambiental, mas humana, e a gente chega num reduto de vida, diz Bárbara Cavalcante, coordenadora do Projeto Mata Atlântica do Nordeste.

 

Aves raras

Na região Nordeste, ao norte do rio São Francisco rio que consiste em barreira geográfica instransponível para algumas espécies de aves fica a porção mais degradada do bioma Mata Atlântica. O chamado Centro de Endemismo de Pernambuco (CEP), que abrange as florestas costeiras dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, possui apenas 5% de sua cobertura florestal original e abriga espécies endêmicas ameaçadas de extinção.

Estima-se que, na área, 70 mil hectares de mata estejam preservados. Trata-se, porém, de fragmentos florestais dispersos numa paisagem urbanizada com predominante uso do solo para cana-de-açúcar e pasto. Poucos fragmentos estão efetivamente protegidos e muitos encontram-se dentro de propriedades privadas, gerando ainda maior pressão sobre as espécies endêmicas, que têm sua distribuição geográfica restrita, como é o caso da choquinha-de-alagoas (Myrmotherula snowi). Segundo monitoramento da Save, essa espécie tem sua última população com menos de dez indivíduos vivendo dentro da Estação Ecológica (Esec) de Murici.

De acordo com a BirdLife International, responsável pela sinalização das Áreas Importantes para a Conservação das Aves e da Biodiversidade (IBAs, na sigla em inglês), o Brasil possui 234 regiões prioritárias. Duas delas, a Serra do Urubu, em Pernambuco, e Murici, em Alagoas, estão localizadas no CEP e abrigam 7 mil hectares de florestas e 343 espécies de aves, sendo 18 ameaçadas de extinção. Dentre elas, 16 são espécies endêmicas da Mata Atlântica e cinco ocorrem apenas na região do CEP.

Os dois fragmentos, Serra do Urubu e Murici, são núcleos do Projeto Mata Atlântica do Nordeste, que atua na região desde o ano 2000. Monitoramentos realizados na Serra do Urubu há 17 anos apontam para o aumento da diversidade de aves. O número total de espécies de aves registradas saltou de 105, no primeiro ano de monitoramento, para 287, no último monitoramento realizado em dezembro do ano passado, explica Bárbara.

Ainda que o resultado seja animador, o cenário é frágil. Estudo publicado na revista científica Frontiers in Ecology and Evolution afirma que, nas últimas décadas, sete espécies de aves foram apontadas como provavelmente extintas na Mata Atlântica, sendo que quatro delas tinham como habitat o CEP.

Para além da ameaça que paira sobre a choquinha-de-alagoas, em 2019 o limpa-folha-do-nordeste (Phylidor novaesi) foi declarado extinto desde 2011 a Save já não observava a ave em seus monitoramentos. Também em 2019, o gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti), descrito em 2014 como nova espécie endêmica da região, foi declarado extinto. O caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum) e o mutum-do-nordeste (Pauxi mitu ou Mitu mitu), também da região, juntam-se à lista dos possivelmente extintos. O último sobrevive em cativeiro com tentativas de reintrodução na natureza.

Para aumentar as chances das espécies que têm a distribuição geográfica restrita, o Projeto Mata Atlântica do Nordeste incentiva a restauração florestal, buscando conectar fragmentos isolados de mata. Até 2023 temos a meta de implementar 70 hectares de floresta. Até agora, implementamos em oito sítios, entre Pernambuco e Alagoas, a soma de 12,9 hectares. E até julho deste ano serão implementados, pelo menos, 50 hectares, afirma Bárbara.

Considerando que grande parte dos fragmentos de Mata Atlântica estão nas mãos de pessoas físicas, o projeto também incentiva a criação de RPPNs. Aqui em Lagoa dos Gatos (Pernambuco) a gente vai ter uma RPPN de 3 hectares, conta Bárbara, referindo-se à participação de um proprietário rural que também aderiu à restauração florestal. Eles vão restaurar uma área de pasto e vão proteger esse fragmento de 3 hectares.

 

Retorno do passaredo

Isso aqui é uma vitrine. Eu mostro pro pessoal, sempre levo eles pra dentro do projeto, conta João. Não é só plantar árvore, mas também cuidar e ver os pássaros voltando. Ver as abelhas polinizando. Isso tudo é benefício.

João Evangelista de Lima é proprietário de um sítio de 40 hectares, herança de família. Depois de 20 anos morando em São Paulo, João fugiu do trânsito e voltou para a mata de Alagoas, próxima à Esec Murici. O vale é cheio de águas, nascentes, rios, temos uma faixa de Mata Atlântica que faz parte da Esec Murici. É um vale, a coisa mais linda que eu já vi.

Atualmente, 30 hectares de seu sítio são destinados ao plantio de banana prata. Em áreas menores crescem coco, laranja e banana-da-terra.

O pessoal aqui estava desmatando muito, acabando com nosso resto de Mata Atlântica. Seria preciso fazer algo diferenciado pra mostrar que a gente também precisa plantar, reflorestar, diz. Há 3 anos, João começou o plantio em sistema agroflorestal (SAF) em 3 mil metros quadrados do sítio, introduzindo cítricos, mangueiras, cajueiros, ingás, açaizeiros, cedros e mognos entre feijões e espécies adubadeiras.

Já temos bastante abelha aqui, abelhas diferenciadas que eu nunca tinha visto na região. Jataí tem bastante, tubiba também. Apareceu bastante abelha sem ferrão, diz o agricultor, que fez cursos de piscicultor e apicultor e tem a intenção de transformar seu espaço futuramente em agroturismo. Pássaros, temos bastante que estão visitando aqui nossa SAF: sabiá-laranjeira, sanhaço-azul e -cinzento, beija-flores, saíra-pintor e -sete-cores. Nossa, tá chegando bastante.

A SAF no sítio de João faz parte da restauração florestal apoiada pela Save e, no início, recebeu mudas, mão-de-obra e suporte técnico. Outras propriedades privadas têm servido também como vitrines ou unidades demonstrativas, exibindo diferentes técnicas de restauração. Toda área reflorestada passa a ter um monitoramento participativo para verificar como a comunidade de aves se comporta nesses ambientes.

A ideia de ser uma vitrine é que a gente mostre formas possíveis de produzir alimento e gerar renda, explica Bárbara. A gente tem adotado o termo agrofloresta amigável às aves porque queremos incentivar o estabelecimento de agroflorestas que também sirvam de abrigo e ofereçam alimento aos pássaros.

O entorno da Esec Murici, onde fica o sítio de João, é uma importante área por impactar diretamente a Estação Ecológica. Estrategicamente falando, é importante que a gente tenha nessa área de amortecimento atividades compatíveis, amigáveis à biodiversidade, avalia Bárbara. Assim, a gente garante um cinturão de proteção à Esec.

Apesar da área de 6 mil hectares ter sido reconhecida em 2001 pelo governo federal como Estação Ecológica de Murici, falta ainda a efetiva implementação e regularização fundiária. Esse é um dos gargalos das Unidades de Conservação no Brasil. Cria-se a unidade, mas não se implementa de fato. A Esec Murici completou 20 anos no ano passado e ainda não está com a regularização fundiária feita. Tem muita área de pasto com grandes propriedades lá dentro, comenta Bárbara.

UBERABA/MG - Uma descoberta científica mostra que Uberaba, na Região do Triângulo Mineiro, é mais do que a “terra dos dinossauros” reconhecida internacionalmente. Trata-se, com todo mérito, de um berçário: no Bairro Ponte Alta, a 30 quilômetros do Centro da cidade, foi encontrado um “sítio de nidificação”, ninho com 20 ovos de dinossauro. Conforme divulgou a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), desde o início das pesquisas paleontológicas até agora só haviam sido recuperados alguns ovos isolados, fazendo desse o primeiro sítio de nidificação de dinossauros encontrado no Brasil. A pesquisa foi publicada na revista internacional Scientific Reports, do Grupo Nature. A partir de características das cascas e das associações de ovos, de aproximadamente 12 centímetros de diâmetro, os pesquisadores puderam comparar a fósseis de outros locais do mundo, principalmente da Argentina. Assim, foi possível identificar que os dinos que botaram esses ovos pertencem ao grupo dos titanossauros.

Estão diretamente envolvidos nas pesquisas desse achado o geólogo da UFTM Luiz Carlos Borges Ribeiro e o professor do Instituto de Ciências Exatas, Naturais e Educação (Icene/UFTM) Thiago da Silva Marinho, além de representantes do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet), da Argentina, da Fundação Cultural da Prefeitura Municipal de Uberaba, do Instituto de Biología de la Conservación y Paleobiología (Ibicopa), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade de São Paulo (USP), Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), Fundação Educacional para o Desenvolvimento das Ciências Agrárias (Fundagri), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e da Escola Estadual Presidente João Pinheiro. São eles: Lucas E. Fiorelli, Agustín G. Martinelli, João Ismael da Silva, E. Martín Hechenleitner, Marcus Vinícius Theodoro Soares, Julian C. G. Silva Junior, José Carlos da Silva, Élbia Messias Roteli Borges, André Marconato e Giorgio Basilici, todos com seus respectivos vínculos especificados na publicação científica.

 

HISTÓRIA O primeiro fóssil proveniente de Uberaba (MG) foi formalmente descrito em 1951: um ovo esférico atribuído a um dinossauro titanossauro. Esse primeiro achado alavancou as pesquisas paleontológicas no município, e, com o tempo, o tornaram referência internacional no estudo de vertebrados fósseis do período cretáceo, o último da era mesozóica. Depois de sete décadas de pesquisas, desde esse primeiro achado, centenas de fósseis foram encontrados, o que gerou conhecimento sobre a vida e os ambientes do passado da região.

Líderes mundiais falham em fechar acordo internacional que poderia proteger 30% dos mares até 2030 e garantir a preservação da biodiversidade

 

EUA - Crise climática, exploração petrolífera, pesca predatória, mineração marinha, poluição… São muitas as ameaças contra a biodiversidade dos nossos oceanos. Ainda assim, não existe, hoje, um instrumento internacional que proteja os mares que estão além das fronteiras dos países.

Entre os dias 7 e 18 de março, representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniram em Nova Iorque para discutir a implementação de um mecanismo global de proteção dos oceanos, mas, mais uma vez, as negociações deixaram a desejar.

O encontro, que deveria ter acontecido em 2020 mas foi adiado em razão da pandemia, chega ao fim sem um Tratado Global dos Oceanos robusto, que possibilite a cooperação internacional na preservação dos ecossistemas marinhos.

Há anos, o Greenpeace atua em defesa de um acordo internacional que garanta a proteção de 30% dos oceanos até 2030. A criação dos chamados santuários oceânicos, ou áreas de proteção marinha, é fundamental para ajudar os ecossistemas marinhos a se recuperarem e para que possamos proteger efetivamente milhares de habitats e espécies.

Precisamos avançar efetivamente nas discussões entre os países para transformarmos completamente o sistema fragmentado de governança dos mares como conhecemos hoje, que privilegia a indústria e o lucro em detrimento da biodiversidade. Uma lógica que coloca em risco até mesmo espécies e formas de vida até então desconhecidas pela ciência.

Um Tratado Global dos Oceanos que tenha a meta 30×30 como principal, poderia melhorar a capacidade de resposta dos oceanos globais ao aquecimento global considerando que os mares funcionam como um grande reservatório de captação de carbono. As águas oceânicas são responsáveis por produzir metade do oxigênio do planeta, sendo essenciais para o equilíbrio climático.

A importância da proteção dos oceanos também foi reforçada no último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas), divulgado em 9 de março. O documento afirmou enfaticamente que, apesar de alguns impactos ambientais já serem irreversíveis, a manutenção dos serviços ecossistêmicos depende da conservação efetiva de aproximadamente 30% a 50% das áreas terrestres, de água doce e oceânicas do planeta.

A defesa dos mares também traz enormes benefícios para as comunidades costeiras e locais, cuja segurança alimentar e meios de subsistência estão ameaçados pelo avanço do nível do mar, pela poluição, pelas alterações climáticas e práticas insustentáveis de pesca industrial.

SÃO CARLOS/SP - O Parque Ecológico de São Carlos “Dr. Antônio Teixeira Vianna”, reaberto para visitação pública no dia 1º setembro de 2021, comunica que a visitação pública está liberada sem necessidade de agendamento prévio a partir desta quarta-feira (23/03/22).

Em virtude da pandemia as visitas estavam permitidas por agendamento e tinha duração de duas horas. Agora o tempo de permanência das pessoas é livre e o uso de máscaras recomendado, não sendo mais obrigatório. Cada pessoa deve continuar levando seu próprio frasco de álcool em gel para higienização, apesar do parque disponibilizar, levar também garrafinhas com água, evitando dessa forma o uso de bebedouros. Os piqueniques, que estavam proibidos, agora passam a ser permitidos.

“O limite do Parque é de 3.000 pessoas por dia, porém alertamos que para visita de grupos e de escolas o agendamento continua sendo obrigatório. Recomendamos as pessoas que mesmo sem obrigatoriedade continuem usando as máscaras e mantendo o distanciamento durante as visitas. A ideia e que não ocorram aglomerações próximo aos recintos”, explica o diretor de Departamento de Defesa e Controle Animal da Secretaria de Serviços Públicos, Fernando Magnani.

De acordo com Mariel Olmo, secretário de Serviços Públicos, com a redução dos números de casos, de óbitos e internações por COVID-19 e a flexibilização em todo o país, o município decidiu abrir os portões do parque sem agendamento. “As pessoas procuram muito o local para lazer, tanto que desde a reabertura do Parque Ecológico, em 1º setembro de 2021, 43.915 pessoas visitaram o espaço mesmo com o agendamento”.

 No Parque são abrigados cerca de 400 animais da fauna sul-americana, em especial a brasileira, como micos leões, dourado, preto e de cara dourada, jaguatiricas, emas (os animais símbolos do Parque), tamanduás bandeira e mirim, iguanas, serpentes de várias espécies, dentre muitos outros animais.

SÃO PAULO/SP - A caracterização de cachorros pela mídia, especialmente em desenhos animados, os descreve como animais carismáticos que se alimentam principalmente de ossos e grandes filés de carne. Porém, é importante se perguntar se essa dieta é apropriada. Afinal, cachorro pode comer osso de galinha? Ou qualquer outro osso?

Essa caracterização pode até ser realista, uma vez que os cães vêm se alimentando de ossos por milhares de anos, porém, existem algumas exceções e riscos para cães domesticados.

Alguns ossos podem ser uma ótima fonte de minerais e outros nutrientes, além de ajudar na prevenção de acúmulo de placa nos dentes dos cachorros. Contudo, é necessário saber quais são os ossos apropriados para consumo.

Normalmente, os ossos cozidos ou restos de alimentos do seu próprio prato não podem ser ingeridos por cães por diversos potenciais riscos.

Ainda assim, existem outros alimentos mais fáceis e com menos riscos a serem oferecidos. Enquanto alguns tipos de ossos não são necessariamente proibidos, eles ainda podem oferecer riscos e não devem ser dados ao animal sem supervisão.

Cachorro pode comer osso de galinha?

A resposta curta é sim. Os ossos de galinha são, na maioria das vezes, facilmente dissolvidos pelo estômago do cachorro. Se você pretende alimentar o seu animal com ossos de galinha, é recomendado que use apenas os ossos das asas ou do pescoço em pedaços pequenos, não afiados e crus.

Assim como qualquer alimento mais rígido, como os ossos, existe o risco de obstrução do sistema respiratório, uma vez que eles podem parar no esôfago.

Ossos cozidos são mais moles e, por isso, mais fáceis de se quebrar em algumas partículas que podem causar obstrução no sistema respiratório, por isso prefira oferecer o alimento cru ao seu cão.

Outros ossos

É preferível que o único osso oferecido aos cães seja o de galinha, uma vez que os ossos de outras aves e alguns animais como os porcos contêm alto teor de gordura. Costelas de porco especificamente contém muita gordura saturada, que em excesso, pode causar pancreatite nos animais.

Nenhum osso é completamente seguro como alimento para os cachorros, porém, se você ainda quiser oferecer o petisco siga as seguintes dicas:

  • Apenas ofereça ossos crus, em pedaços pequenos e não afiados
  • Não deixe o animal sem supervisão após oferecer o osso
  • Deixe o animal com osso por apenas 10-15 minutos e depois coloque o resto na geladeira
  • Jogue o osso fora depois de três ou quatro dias
  • Evite ossos de outras aves ou de porco

Riscos

Os possíveis riscos de oferecer osso para os cachorros são:

 

  • Engasgo e asfixia
  • Perfuração de órgãos internos
  • Obstrução do intestino
  • Contaminação de bactérias (aves cruas podem oferecer o risco de contração de salmonella)
  • Constipação
  • Dano nos dentes

Se o seu animal apresentar sintomas como vômito, diarreia, falta de apetite, letargia, dificuldade em respirar, engasgos ou tosse após consumir ossos de animais, leve-o ao veterinário.

PORTO ALEGRE/RS - Uma pesquisa realizada no Brasil reuniu dados de mais de 20 espécies de polvos usando lixo humano como abrigo, incluindo garrafas de vidro, copos de plástico e latas de alumínio. Essa característica dos polvos não é uma nova descoberta, esses animais vasculham o fundo do oceano para possíveis objetos que servem de abrigo, contudo, o aumento do lixo nos mares fez com que eles se adaptassem para novos materiais.

Os pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) compilaram um total de 260 imagens e vídeos de 24 espécies de polvos usando lixo como abrigo. O estudo tinha como objetivo analisar a interação entre os polvos e lixo marinho, procurando os possíveis impactos para a espécie.

É estimado que o oceano contenha cerca de 150 milhões de toneladas de plástico. Além disso, especialistas acreditam que todo ano, mais oito milhões de toneladas sejam adicionadas ao número total dos poluentes no lençol freático. Porém, além do plástico, outros materiais também fazem parte da poluição marinha, contribuindo para o desequilíbrio desse ecossistema.

Na própria pesquisa, a maioria dos objetos utilizados pelos polvos eram feitos de vidro (41,6%), enquanto o plástico representava 24,7% deles. Embora a presença do plástico no mar seja maior do que o vidro, especialistas acreditam que os animais preferem o vidro por diversos motivos. O plástico, por exemplo, por ser muito leve fica preso nas ondas enquanto o vidro afunda para o fundo do oceano. O material, especialmente garrafas de vidro, também oferecem mais proteção contra possíveis predadores

Além disso, os pesquisadores sugerem que a textura do vidro pode ser mais parecida com a das conchas.

Entre todas as imagens reunidas, a recorrência mais comum desse acontecimento foi em países asiáticos no período entre 2018 e 2021.

A poluição não é o único problema encontrado na pesquisa. Muitos dos materiais usados pelos polvos, incluindo o plástico, podem expor os animais a substâncias tóxicas fatais. Em uma imagem da pesquisa, uma espécie de polvo foi vista carregando uma pilha — um material composto por diversos metais pesados como mercúrio, chumbo e cádmio e que pode contaminar tanto os animais quanto a água.

EQUADOR - Foi nas Ihas Galápagos, diante das mais de 15 espécies de tartarugas gigantes que viviam no arquipélago vulcânico, que Charles Darwin em 1835 começou seus estudos sobre a evolução das espécies. Passados quase 200 anos, hoje apenas 10 espécies do animal sobrevivem na ilha, a maioria ameaçada de extinção. Uma boa notícia, porém, cruzou os mares pelas mãos de pesquisadores da Galapagos Conservancy: uma tartaruga gigante de uma espécie que era dada extinta e não era vista há 110 anos foi encontrada.

A última vez que a Tartaruga Gigante de Fernandina havia sido vista foi em uma expedição em 1906. A própria existência do animal era questionada por cientistas, até que recentemente uma fêmea adulta da espécie foi vista em uma região remota da Ilha de Fernandina – uma das ilhas que formam o arquipélago.

“Isso nos encoraja a fortalecer nossos planos de busca para encontrar outras tartarugas, o que nos permitirá iniciar um programa de criação em cativeiro para recuperar esta espécie”, disse Danny Rueda, diretor do Parque Nacional de Galápagos.

Diferentemente da maioria das espécies de tartaruga gigante que quedam ameaçadas pela caça e a ação humana, o maior inimigo da Tartaruga de Fernandina é o seu próprio habitat extremo, pelo fluxo frequente de lava vulcânica. A tartaruga foi levada para um centro de reprodução na ilha vizinha de Santa Cruz, onde estudos genéticos serão conduzidos.

 

 

Vitor Paiva / HYPENESS

PORTO VELHO/ RO - A substituição de floresta por pastagens e lavouras está afetando diretamente os peixes da Amazônia. Em estudo publicado na revista Neotropical Ichthyology, pesquisadores do Brasil, da Colômbia e dos Estados Unidos mostraram que um processo semelhante ao ocorrido ao longo de décadas em áreas com longa história de desmatamento, como o Estado de São Paulo, se repete agora em Rondônia, no chamado Arco do Desmatamento, onde a derrubada da mata é recente.

Peixes sensíveis a alterações no ambiente estão sendo paulatinamente substituídos por poucas espécies mais resistentes aos impactos. Além da perda de biodiversidade, o fenômeno acarreta uma perda de funções ecológicas exercidas pelos peixes que desaparecem.

“Existe uma hipótese dentro da ecologia de que os vertebrados terrestres suportariam até 60% de perda de hábitat antes de entrar em processo de declínio populacional e, em seguida, de extinção local. Estudando peixes de riachos, verificamos que parte das espécies suporta apenas 10% de perda de hábitat e suas populações começam a declinar em menos de dez anos após o início do desmatamento. Outras, porém, são beneficiadas com perdas de mais de 70% do hábitat”, conta Gabriel Brejão, primeiro autor do estudo, que foi conduzido durante um estágio de pós-doutorado no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista (Ibilce-Unesp), em São José do Rio Preto.

Os resultados são baseados em dados coletados em 75 riachos com diferentes graus de preservação na bacia do rio Machado, um dos tributários do Madeira. Para avaliar o histórico de desmatamento das áreas, os pesquisadores consultaram imagens de satélite da região feitas entre 1984 e 2011.

“A partir dos dados históricos, separamos as áreas em bacias que nunca passaram por mudança, as que sofreram desmatamento há muito tempo e as de degradação recente. Observamos que, onde o desmatamento é recente, a taxa de substituição de espécies (mais sensíveis por mais resistentes) era mais alta do que nas áreas florestadas e nas de desflorestamento antigo”, explica.

Parte das coletas e análises do trabalho foi realizada pelo pesquisador ainda durante o doutorado, na mesma instituição, com bolsa da Fapesp.

O trabalho é um dos resultados do projeto “Peixes de riachos de terra firme da Bacia do Rio Machado, RO”, financiado pela Fapesp e coordenado por Lilian Casatti, professora do Ibilce-Unesp.

A investigação também foi apoiada por meio de projeto coordenado por Silvio Ferraz, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e coautor do artigo.

 

Oeste paulista e oeste amazônico

Casatti conta que seu grupo sempre trabalhou com peixes de riachos no Estado de São Paulo, que tem um histórico de mais de 200 anos de uso intenso do solo e de substituição da floresta por lavouras e criações de gado.

“Queria saber como seriam os riachos em um lugar não tão alterado, pelo menos não há tanto tempo. Mas quando chegamos a alguns pontos de Rondônia parecia que não tínhamos saído do oeste paulista, tamanho era o assoreamento, o desmatamento das margens, o capim invadindo o meio aquático”, lembra Casatti, que coordenou o estudo.

Os riachos são especialmente sensíveis ao desmatamento. Usados como local de reprodução e berçário de espécies que podem depois migrar para os rios, esses corpos d’água também aportam diferentes nutrientes da floresta para os rios. No que tange às comunidades de peixes que vivem neles, uma floresta degradada traz vários impactos.

Além do assoreamento, que é a deposição de partículas de solo no fundo dos riachos, diminuindo sua profundidade, a diminuição ou retirada da cobertura florestal permite ainda a entrada de mais radiação solar, que aumenta o crescimento de plantas aquáticas indesejáveis para algumas espécies e eleva a temperatura da água.

Menos frutos, folhas e insetos que servem de alimento para os peixes se fazem presentes, além de galhos e troncos que servem de abrigo e até mesmo modulam a acidez da água, outro fator que pode determinar a presença ou ausência de certas espécies e das funções ecológicas que desempenham.

“Ao perder espécies de cascudos que raspam troncos que caem na água, por exemplo, pode-se perder processamento de matéria orgânica. A perda de peixes insetívoros pode aumentar a quantidade de insetos que transmitem doenças. Peixes carnívoros, como traíras e dourados, exercem uma pressão em espécies mais basais que podem se reproduzir descontroladamente sem os predadores. A qualidade do hábitat tem papel muito importante para manter não apenas uma diversidade de espécies, mas de funções ecológicas”, explica Casatti.

“Nossos resultados indicam que nas áreas de desmatamento mais recente há um conjunto de espécies grande o suficiente para reverter a perda de funções. O que não quer dizer que necessariamente vá se repetir em Rondônia o que aconteceu em São Paulo. Talvez seja um sinal de que em processos iniciais de desmatamento exista um ‘tampão’ de diversidade que está retendo a perda de funções. Não sabemos até quando”, conclui Brejão.

 

O artigo Taxonomic and functional turnover of Amazonian stream fish assemblages is determined by deforestation history and environmental variables at multiple scales pode ser lido no link.

 

 

André Julião / ESTADÃO

RIO DE JANEIRO/RJ - Parece mais uma sequência da animação Rio, do brasileiro Carlos Saldanha, que ganhou as telas ao retratar as aves brasileiras sendo vítimas do ataque de pequenos miquinhos liderados por uma cacatua. Mas, pela primeira vez, cientistas podem ter encontrado indícios de que isso está se tornando realidade. As aves da Mata Atlântica estão sob ameaça e os responsáveis são os pequenos macaquinhos originários da Caatinga e do Cerrado. Artigo publicado este mês na revista Biological Invasions demonstrou o impacto negativo dos saguis invasores na vocalização dos pássaros, o que pode afetar a reprodução das espécies e está tornando as florestas silenciosas. O trabalho é de pesquisadores da UFRJ, da Universidade Estadual Paulista em Rio Claro (Unesp-Rio Claro) e da Universidade Autónoma de Madrid, na Espanha.

Com modernos métodos de monitoramento, os cientistas se valeram de gravação automatizada para capturar sons do cotidiano de aves na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. Colocamos os gravadores programados no alto das árvores, de onde capturamos o som da floresta, em uma técnica que ainda é pouco usada no mundo e, principalmente, no Brasil. Mas é uma ferramenta que otimiza o esforço de campo e nos possibilita responder muitas perguntas sobre a biodiversidade de uma paisagem acústica, afirmou a pesquisadora Marina Zaluar, do Programa de Ecologia do Instituto de Biologia (IB/UFRJ), que liderou o estudo.

Segundo a pesquisa, a presença de saguis está associada a uma menor complexidade acústica da avifauna da Mata Atlântica. Observamos que as aves vocalizam menos nas áreas com mais saguis. No entanto, não sabemos se isso é o resultado direto da predação ou se elas estão vocalizando menos pelo medo causado pela presença desses macacos invasores. Os muitos avistamentos de saguis atacando ninhos de aves são preocupantes, mas, como esses primatas são predominantemente vegetarianos e não havia estudos detalhados sobre o assunto, começamos a saber agora o quanto podem afetar as aves, afirma Marina.

De acordo com a professora do IB/UFRJ Mariana Vale, coautora do estudo, mesmo que as aves estejam apenas vocalizando menos, esse é um impacto negativo importante. As aves dependem da vocalização para atividades vitais, como o canto dos machos para atrair as fêmeas o que afeta a reprodução, pondera.

Além da descoberta, o trabalho dos pesquisadores evidenciou o potencial de gravadores automatizados para avaliar os impactos de espécies invasoras sobre a biodiversidade de uma região.

 

 

Por Sidney Rodrigues Coutinho em Conexão UFRJ

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