EUA - Relatório publicado nesta semana pela Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que os impactos das mudanças climáticas estão sendo “muito mais rápidos” do que o previsto pelos cientistas, causando “perturbações perigosas e generalizadas na natureza”. De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Especialistas em Mudanças Climáticas (IPCC), os esforços que estão sendo feitos no sentido de mitigar esses efeitos não são suficientes. E, como consequência, há efeitos danosos para a vida de bilhões de pessoas, em especial povos indígenas e comunidades locais.
“Tenho visto muitos relatórios científicos na minha vida, mas nada como isso”, disse o secretário-geral geral da ONU, António Guterres, logo ao abrir seu discurso, durante a entrevistas coletiva para divulgar o documento. “O relatório do IPCC apresentado hoje é um atlas do sofrimento humano e uma indagação sobre danos e sobre o destino de nossas lideranças climáticas. Fato a fato, esse relatório mostra que pessoas e planeta estão afetados pelas mudanças climáticas”, disse.
“Neste momento, praticamente metade da humanidade vive em zona perigosa. Neste momento, muitos ecossistemas chegaram a um ponto sem retorno. E neste momento, o alcance descontrolado da poluição corrente força uma vulnerabilidade global que está em marcha para a destruição. Os fatos são inegáveis. Essa abdicação de nossas lideranças é criminosa. Os grandes poluidores continuam sendo os culpados por prejudicar nosso único lar”, acrescentou.
Segundo o presidente do IPCC, Hoesung Lee, “este relatório traz um sério alerta sobre as consequências da inação”, uma vez que mostra que as mudanças climáticas são uma “ameaça cada vez mais séria ao nosso bem-estar e à saúde do planeta”.
Injustiça climática
De acordo com a diretora do Programa Ambiental das Nações Unidas, Inger Andersen, a mensagem que o relatório envia é clara: “mudanças climáticas já são nossos oponentes”. “As chuvas estão aí, prejudicando bilhões de pessoas”, disse.
“Temos visto destruições perigosas em todo o mundo natural. Espécies em migração vivem em condições mais vulneráveis, e há mortes ocorrendo por inundações causadas por tempestades”, disse ela, ao lembrar que, na última década, pessoas vulneráveis que vivem em países de menor desenvolvimento têm 15 vezes mais chances de morrer em decorrência de inundações, secas ou tempestades.
O risco, segundo a diretora da ONU, atinge particularmente povos indígenas e comunidades locais. “O nome disso é injustiça climática”, sentenciou, ao defender que o retorno à natureza é a melhor forma de a humanidade se adaptar e diminuir as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover empregos que potencializar economias.
“Temos a obrigação de dedicar pensamentos e fundos para transformar e adaptar os programas tendo a natureza em seu centro. A humanidade passou séculos tratando a natureza como seu pior inimigo. A verdade é que a natureza pode ser nossa salvação, mas apenas se nós a salvarmos primeiro”, completou.
O relatório destaca que, nas próximas duas décadas, o planeta enfrentará vários perigos climáticos inevitáveis, caso o aquecimento global chegue a 1,5°C. Alguns deles terão efeito irreversível. Os riscos são cada vez maiores e terão consequências para infraestruturas e para assentamentos costeiros de baixa altitude.
Financiamento, tecnologia e compromisso
O estudo alerta que, em algumas regiões, o “desenvolvimento resiliente ao clima será impossível”, caso o aquecimento global aumente mais de 2°C. Neste sentido, o levantamento destaca “a urgência de implementar a ação climática, com foco particular na igualdade e justiça”, o que implica em “financiamento adequado, transferência de tecnologia, compromisso político e parcerias que aumentem a eficácia da adaptação às mudanças climáticas e à redução de emissões”.
António Guterres lembrou que a ciência tem reiterado que o mundo precisa cortar 45% de suas emissões até 2030, para atingir zero emissão de gases até 2050. “No entanto, os atuais acordos indicam que as emissões vão aumentar em quase 14% durante esta década. Isso representa catástrofe, e vai destruir qualquer chance de mantermos vivos os compromissos”.
Ele acrescentou que os combustíveis fósseis têm grande responsabilidade nesse cenário, e criticou os países que têm descumprido acordos multilaterais sobre o tema. “A presente combinação global sobre [emissões de] energia está quebrada, e os combustíveis fosseis continuam causando danos, choques e crises econômicas, de segurança e geopolíticas”, disse.
“Agora é tempo de acelerar a transição energética para um futuro de energia renovável, porque combustível fóssil representa impasse para nosso planeta, para a humanidade e, sim, para as economias. A transição imediata para uma fonte renovável de energia é a único caminho para garantir a segurança energética, o acesso universal e para os empregos verdes que nosso mundo precisa”, acrescentou.
A adaptação, visando o uso amplo de energia limpa, não é algo barata, ainda mais no caso de países menos desenvolvidos. Tendo em vista essas dificuldades, Guterres convocou países desenvolvidos, bancos multilaterais de desenvolvimento, financeiras privadas e outras corporações a fazerem coalizões de forma a incentivar, desenvolver e dar acessos ao uso de energia limpa.
O levantamento da ONU cita relações diretas entre as mudanças climáticas e exposição de pessoas a situações de insegurança alimentar e hídrica aguda, especialmente na África, Ásia, América Central e do Sul, bem como em pequenas ilhas e no Ártico.
Atraso é morte
“Precisamos ajudar países a se adaptarem às novas necessidades. Precisamos de dinheiro para salvar vidas, porque atraso é morte. Todos bancos multilaterais sabem o que precisa ser feito: trabalhar com governos para desenvolver caminhos para projetos visando a obtenção dos recursos públicos e privados necessários. Todo planeta precisa cumprir o acordado para conseguirmos, de fato, reduzir as emissões”, argumentou.
Guterres acrescentou que o G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta, precisa liderar esse caminho. “Caso contrário, a humanidade pagará um preço alto, com um número ainda maior de tragédias. Pessoas em todos lugares estão ansiosas e furiosas. Eu também. Agora precisamos transformar essa fúria em ação. Toda voz pode fazer diferença. E cada segundo conta”, concluiu.
FERNANDO DE NORONHA/PE - O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou uma campanha para orientar os turistas, pescadores e mergulhadores para o aparecimento do peixe-leão (Pterois volitans), uma espécie invasora que não é natural das águas brasileiras.
A campanha, lançada a última 6ª feira (11), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), prevê a distribuição de panfletos e cartazes com informações sobre os perigos desse animal, cuja presença já foi registrada na costa do Pará e de Fernando de Noronha (PE), para o ecossistema marinho brasileiro e para seres humanos.
O peixe-leão tem o corpo listrado de branco com tons laranja, vermelho e marrom, 18 grandes espinhos e nadadeiras prolongadas. Como não tem predadores, a espécie originária do Indo-Pacífico, se prolifera descontroladamente, roubando o espaço e a alimentação dos peixes nativos e, consequentemente, afetando todo o ecossistema.
Os espinhos na região dorsal do peixe-leão soltam um veneno nocivo aos seres humanos, cuja toxina pode causar febre, vermelhidão e até convulsões.
Serão disponibilizadas para a população informações para quem for vítima da espécie sobre como cuidar do local afetado para dificultar a ação do veneno e procurar atendimento médico o mais rápido possível.
Para pescadores e mergulhadores, os informativos também alertam que o animal não deve ser devolvido ao mar e que as autoridades devem ser informadas sobre local onde o peixe foi visto para ajudar no monitoramento dessa espécie.
O material, em formato de panfleto, terá ainda um QR Code com um formulário para que as pessoas possam enviar para o ministério informações sobre o local onde a espécie foi vista e/ou capturada, com envio de fotos e imagens.
SÃO PAULO/SP - Já imaginou um fungo que transforma insetos em zumbis? Ele existe e é apenas uma das espécies mapeadas que serão incluídas na lista dos ameaçados de extinção. Mas qual o risco real desse desaparecimento? Vem comigo que te explico no caminho!
Os fungos são essenciais para a vida no planeta Terra. Ainda que alguns sejam pequenos e pouco notados, eles são parte importante do nosso cotidiano. Eles estão presentes na produção de medicamentos e na nossa alimentação – que além de passar pelos cogumelos, atuam na fabricação de queijos, pães, vinhos e cervejas, entre outros itens bastante consumidos.
Os fungos estão envolvidos em processos-chave nos ecossistemas naturais e permitem que a vida como a conhecemos exista.
A frase da jornalista Camila Raposo, da Agecom/UFSC, resume bastante a importância de pensarmos na preservação desses organismos. Ninguém aqui quer ficar sem pão, queijo, cerveja e vinho, certo?
Fungos ameaçados de extinção
O grupo de pesquisa Mind.Funga, ligado ao Laboratório de Micologia (Micolab) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), listou ao menos 21 novas espécies de fungos e liquens brasileiros que serão incluídas na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).
Os encontros realizados ao longo de setembro e outubro reuniram, além das equipes do Mind.Funga e do Micolab, 18 pesquisadores de nove estados das cinco regiões do país. Até o fim de 2022, o grupo segue em processo de avaliação para outras 30 propostas de inclusão de espécies na Lista Vermelha.
A ideia deste encontro foi principalmente engajar os pesquisadores no tema da conservação, alertando para os riscos caso espécies sejam extintas.
As 21 espécies já avaliadas são distribuídas em dois filos (Ascomycota e Basidiomycota) e oito ordens, e a maior parte está ameaçada de extinção em algum grau.
Um exemplo é a Cladonia dunensis, um líquen encontrado apenas em uma faixa entre as dunas da Praia de Itapirubá, em Imbituba. Por conta dessa distribuição extremamente restrita, e justamente numa área altamente visada pelo turismo e alvo de especulação imobiliária, ela foi avaliada como criticamente ameaçada de extinção. Ou seja, se nada for feito, tem uma chance alta de desaparecer nas próximas décadas.
Conservação de fungos e liquens
Os resultados do workshop chamam a atenção para a necessidade de se implementar, no país, políticas de conservação da funga – termo que designa as espécies de fungos de uma determinada região, assim como a flora e a fauna dizem respeito às plantas e aos animais.
“Todos saímos do workshop com o entendimento de que algo maior precisa ser feito para que os fungos de fato sejam considerados no cenário nacional da conservação da biodiversidade”, comentam os coordenadores.
Se estamos batalhando por manter as florestas de pé, que são extensas e chamam atenção global, imagine qual a política de conservação de fungos no Brasil? Se você respondeu nenhuma, acertou em cheio. Os fungos sequer são mencionados em leis ou planos de conservação.
Também não existe uma lista vermelha para a funga no país – há relações oficiais somente para a flora e a fauna. Os corrdenadores do workshop apontam como urgente a necessidade de capacitar os micólogos para as avaliações de estado de conservação das espécies, mas também a criação de políticas públicas para defendê-los.
Uma grande conquista seria o reconhecimento, por parte do Ministério do Meio Ambiente, dessas espécies de fungos já avaliadas e publicadas pela IUCN, enfatizam os pesquisadores.
“Existem muitas necessidades para que os fungos sejam verdadeiramente reconhecidos em uma agenda de conservação nacional, para isso os fungos precisam ser reconhecidos em uma política pública que envolve toda a sociedade, instituições e o próprio governo, através do Ministério do Meio Ambiente, para que os fungos sejam incorporados nos aspectos legais da conservação brasileira”, reforçam Drechsler-Santos e Costa-Rezende.
Com informações da UFSC
Redação Hypeness
SÃO PAULO/SP - A flor pequena chamou a atenção do biólogo Luciano Zandoná, que trabalhava documentando flores de árvores caídas na reserva particular Legado das Águas, entre as cidades de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira (SP). Não escapou de seu olhar treinado a planta da espécie Octomeria estrellensis, que não era vista na natureza em território paulista desde a década de 1960 e foi considerada extinta em 2016. “Somente depois de florir é que podemos ter a certeza da espécie de uma planta, mesmo que ela tenha uma morfologia bem característica”, explica Zandoná.
A confirmação veio pela flora dessa orquídea, que mede apenas 2 centímetros. Quando foi redescoberta, em 2017, 38 indivíduos foram recolhidos e estudados. A partir disso, um novo trabalho, de reprodução e preservação da espécie, teve início. Foram produzidos dois frutos por meio de uma polinização manual, que foram enviados para o Orquidário Colibri. Os frutos geram cerca de 600 mudas. “Nós fizemos mais que um levantamento florístico. Além da documentação, nós criamos um plano de ação para conservação da espécie”, afirma Zandoná.
Não é possível só elencar um único motivo para a extinção da Octomeria estrellensis. “É uma micro-orquídea, uma planta de tamanho diminuto. Ela depende de um microclima muito equilibrado: temperatura, umidade e regime de chuva”, explica o biólogo. Para ele, o desmatamento, o aquecimento global e a diminuição de polinizadores, como abelhas, borboletas e beija-flores (além, principalmente, da coleta ilegal de plantas), são os principais fatores por trás da quase extinção da espécie. Nacionalmente, essa orquídea é classificada como “quase ameaçada”, conforme avaliação feita em 2012 pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora).
DESEQUILÍBRIO
A extinção de uma espécie, mesmo que pequena, pode ter graves consequências. “A gente não conhece a nossa biodiversidade, que é nossa riqueza. A nossa vida depende desses recursos, e uma pequena planta como essa é como uma pequena engrenagem em uma grande máquina. Sem aquela engrenagem, toda a máquina fica em desequilíbrio”, explica.
Autor da redescoberta da Octomeria estrellensis, Zandoná é responsável pela estruturação do programa de conservação de orquídeas na reserva, que registrou 232 espécies de orquídeas no Legado das Águas, entre 2015 e 2019. Fundado em 2012 e mantido pela Votorantin S.A., o Legado das Águas é considerado uma das maiores reservas privadas de Mata Atlântica do Brasil.
Para David Canassa, diretor-geral das Reservas Votorantim, a redescoberta é uma vitória do trabalho da reserva. “Quando a gente começou, existia muita descrença. A proposta é muito diferente: gerar valor com a floresta em pé”, afirma Canassa.
COMERCIALIZAÇÃO
A administração da reserva estuda a possibilidade de vender orquídeas. A ideia é desestimular a coleta ilegal, que ocorre pelo alto valor ornamental das plantas.
O programa de conservação de orquídeas da reserva é supervisionado por Miguel Flores, responsável por monitorar e realocar orquídeas na reserva. Foi ele que observou o crescimento da espécie na natureza. “Ver as plantas soltando raízes, novos brotos, flores, e os frutos se formando, é uma coisa que não tem preço”, relata. Para Flores, a comercialização de orquídeas pode ser uma saída viável. “Comercializar plantas produzidas por sementes in vitro, e não plantas coletadas ilegalmente, é uma boa desde que bem fiscalizado”, afirma. No Brasil, estão registradas mais de 2,4 mil espécies de orquídeas, de aproximadamente 25 mil já conhecidas em todo o mundo.
Ícaro Malta / ESTADÃO
ANTÁRTICA - O iceberg que um dia foi o maior do mundo se partiu no ano passado em milhares de pedaços menores no oceano, para em seguida derreter até desaparecer: conhecido como A68, o bloco de gelo tinha uma área de quase 6 mil km2 quando se desprendeu da Antártica, em 2017, com uma dimensão que então ameaçava afetar diversos padrões oceânicos, como o nível da água, rotas animais e até mesmo o subsolo do mar.
Foi para registrar e estudar esses impactos que cientistas da Universidade de Leeds, na Inglaterra, registraram os passos do A68 até o imenso iceberg – o sexto maior já registrado na história – derreter por completo, em abril de 2021.
Impactos do derretimento do iceberg
O estudo acompanhou o iceberg por cerca de três anos e meio, utilizando medições de satélite e informações coletadas diretamente, e foi publicado em artigo na revista científica Remote Sensing of Enviroment, revelando que o iceberg se transformou em 152 bilhões de toneladas de água doce no oceano da região da Geórgia do Sul, potencialmente causando forte impacto sobre o ecossistema da ilha desabitada próxima às Malvinas.
De acordo com o artigo, a quantidade de água liberada pelo gigantesco bloco de gelo é equivalente a 61 milhões de piscinas olímpicas “derramadas” no oceano ao longo do período.
Estima-se que, ao todo, um trilhão de toneladas de gelo tenham derretido desde o momento em que o bloco de gelo se desprendeu do continente. Desde 2017, o A68 percorreu cerca de 4 mil quilômetros até desaparecer, se deslocando inicialmente para a região norte da Antártica e em seguida na direção do Atlântico Sul.
Ao se aproximar das águas quentes do Território Ultramarino Britânico da Geórgia do Sul, a preocupação dos cientistas era de que o iceberg encalhasse nas águas rasas da região e bloqueasse a rota de animais como focas, baleias e pinguins.
A perda de espessura e altura, e o início do processo de rompimento, no entanto, impediu que o bloco de gelo encalhasse. Além das informações de satélite, o instituto de pesquisas polares britânico British Antarctic Survey conseguiu implementar planadores robotizados ao redor do A68, a fim de monitorar os últimos períodos “de vida” do iceberg, e coletar ainda mais informações.
As mudanças de forma e o impacto sobre os luxos de água e correntes a partir do derretimento estão presentes no artigo recente: os próximos estudos irão medir os efeitos dos bilhões de litros de água sobre o ecossistema da região.
Vitor Paiva / HYPENESS
SÃO PAULO/SP - Vamos aliviar um pouco mais este começo de ano tenso com uma boa notícia? Pesquisadores identificaram um grupo de Phrynomedusa appendiculata no Parque Estadual Nascentes do Paranapanema, região preservada de Mata Atlântica em Capão Bonito, São Paulo, espécie considerada rara, que havia sido vista pela última vez nos anos 70.
"Ficamos surpresos e muito empolgados", contou Leandro Moraes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, ao Jornal da USP. Cerca de 15 indivíduos foram identificados desta espécie verdinha, colorida e bem brasileira, considerada possivelmente extinta. A descoberta, além de sinalizar ares mais promissores para as pesquisas relacionadas à flora e fauna em risco de extinção, mostram o quanto a Mata Atlântica ainda é pouco conhecida em sua imensidão.
Entretanto, Moraes alerta para os riscos causados pelo desmatamento, uma vez que o bioma perdeu 13 mil hectares entre 2019 e 2020. Na região de São Paulo, o desmatamento aumentou 400% no último ano. "Outras três espécies de Phrynomedusa não são vistas na natureza há décadas ou séculos, e naturalmente as chances de reencontrá-las diminuem com a degradação contínua da Mata Atlântica", explica.
Novos dados sobre a Phrynomedusa appendiculata estão sendo coletados para que projetos de conservação sejam criados e reforçados.
Isabella Otto / CAPRICHO
BELO HORIZONTE/MG - Um levantamento preliminar feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) mostra que cerca de 127 mil produtores rurais do estado sofreram algum tipo de dano por causa das chuvas nas últimas semanas. O estudo aponta que a situação foi relatada em 416 municípios do estado (48,7% do total).
A unidade regional da Emater-MG em Pouso Alegre, no Sul de Minas, fez o levantamento em 38 municípios da região. O balanço preliminar indica que as perdas nestes locais devem ser registradas em 5% da área de feijão 1ª safra, em 25% da área cultivada com milho e em 23,3% da cultivada com hortaliças. Não foram registradas perdas significativas na pecuária. Entre os municípios com estimativa de áreas afetadas, a produção de feijão 1ª safra foi a mais prejudicada no estado, com 42,2% da área a ser colhida. As regiões Norte, Cerrado, Nordeste, Leste e Central foram as mais atingidas. Já na produção de hortaliças, é estimado um comprometimento de 37% da área, principalmente nas regiões Nordeste, Leste e Central. A produção de milho (safra verão) tem uma estimativa de 23,3% de área afetada, com destaque para as regiões Norte, Nordeste e Central.
Abastecimento
De acordo com informações coletadas pela Emater-MG na Ceasaminas, até o momento, não houve nenhum impacto significativo na oferta de frutas e hortaliças para o mercado atacadista. Porém, em algumas praças da Ceasa no interior do estado, houve redução de oferta de produtos como beterraba, mandioca, quiabo e mandioquinha-salsa comercializados nos mercados locais e regionais. “A Emater-MG lembra que, no período chuvoso, já é comum ocorrer a redução da área plantada nestes locais. Há ainda alguns pontos de interdição em rodovias que podem prejudicar o escoamento de produtos como morango e batata, principalmente nas regiões Sul e Campo das Vertentes”, comentou a Emater-MG.
Pecuária Na pecuária leiteira, a estimativa da Emater-MG mostra que, nos municípios prejudicados pelas chuvas, 21,4% da produção de leite deverá ser comprometida, principalmente nas regiões Nordeste, Leste e Central. Uma pesquisa feita pelos técnicos da empresa com 96 laticínios no estado indicou que, em média, a queda na captação de leite foi de 9%, principalmente pela dificuldade de deslocamento em algumas localidades. Outras atividades que registram possibilidade de dano com as chuvas foram piscicultura (28,3%), avicultura caipira (23,7%), pecuária de corte (17,7%) e suinocultura caipira (15%).
SÃO PAULO/SP - A menos de 40 quilômetros do ponto central da cidade de São Paulo, a “cratera de Colônia”, que está localizada no distrito de Parelheiros, na zona sul da cidade, foi gerada pela queda de um objeto extraterrestre, conforme indícios apontados em artigo científico
O estudo foi conduzido pelo geólogo Victor Velázquez Fernandez, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa é recente e mostrou evidências mais detalhadas sobre o que gerou a cratera de 3,6 quilômetros de diâmetro, cerca de 300 metros de profundidade e borda soerguida de 120 metros.
O interior é atulhado por sedimentos e a borda coberta por vegetação. A estrutura permaneceu escondida até o início da década de 1960, quando fotos aéreas, e depois imagens de satélites, mostraram sua forma circular quase perfeita.
O impacto do corpo extraterrestre só foi confirmado, porém, em 2013, por meio de análise microscópica de sedimentos colhidos em diferentes níveis de profundidade. Esse estudo e outros realizados posteriormente foram conduzidos também por Velázquez Fernandez.
Um dos aspectos destacados pela pesquisa é que as esférulas (pequenas esferas), que variam entre 0,1 milímetro (mm) e 0,5 mm, foram encontradas dentro da cratera. Normalmente, os detritos são jogados para fora com a colisão de um objeto que cai dos céus.
Para os cientistas, a explicação é que a energia do impacto transformou as rochas existentes no local em uma nuvem densa e superaquecida. Esse material foi lançado para cima, congelou e voltou a cair na base da recém-formada cratera.
O artigo científico foi publicado em março deste ano e pode ser lido na revista Solid Earth Sciences.
Também assinam o trabalho os pesquisadores Celso B. Gomes, Marcos Mansueto, Leonardo A.S. de Moraes, José Maria A. Sobrinho, Rodrigo F. Lucena, Alethéa E. M. Sallun e William Sallun Filho.
Agência Brasil
CHINA - Um grupo de cientistas chineses, canadenses e britânicos publicou artigo na revista Science sobre um ovo de dinossauro fossilizado, encontrado na província chinesa de Jiangxi, que contém um embrião de 27 centímetros, informou nesta quarta-feira a emissora estatal CCTV.
O ovo fossilizado, com uma forma alongada e 17 centímetros de comprimento, tem cerca de 70 milhões de anos e contém um dos fósseis de embriões de dinossauro mais bem preservados da história, de acordo com a CCTV.
O embrião pertence ao período Triássico dos terópodes e está amontoado dentro do ovo numa postura com a cabeça entre as pernas, que até agora só foi encontrada em dinossauros aviários, de acordo com o estudo.
"Essa postura é muito semelhante à das aves atuais quando os seus ovos estão prestes a eclodir. Pensamos que os dinossauros teriam eclodido de forma semelhante às aves da nossa época", disse um dos cientistas, Fion Ma Wai-sum, ao jornal de Hong Kong South China Morning Post.
BRASÍLIA/DF - Começa nesta terça-feira (21), às 12h59 (horário de Brasília), o verão no Hemistério Sul. Marcada pela elevação da temperatura em todo o país, em função da posição do Sol mais ao sul, a estação tem dias mais longos que as noites, além de mudanças rápidas nas condições de tempo, como chuva forte, queda de granizo, vento com intensidade (moderada a forte) e descargas elétricas. A estação termina no dia 20 de março de 2022, às 12h33, dando lugar ao outono.
De acordo com o prognóstico climático divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as chuvas no verão serão acima da média na maior parte do país, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste.
Segundo o boletim, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas serão ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é a responsável pela ocorrência de chuvas.
Em média, os maiores volumes de precipitação podem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1.100 mm.
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