SÃO PAULO/SP - A derrubada de árvores no Instituto Butantan, localizado na Zona Oeste da capital paulista, causou revolta em moradores da região. Durante duas semanas, com início no final do mês de maio, uma área de cerca de 13 000 metros quadrados, contendo vegetação de grande porte, foi desmatada.
Segundo o Instituto, naquela região do terreno, conhecida como Fazendinha, será construído um laboratório que vai auxiliar na fabricação de imunobiológicos em função da "elevada demanda de produção de vacinas e soros". Como compensação ambiental, 2 215 mudas de espécies nativas da região serão plantadas em 40 000 metros quadrados, dentro do Butantan. O barulho das serras elétricas, no entanto, chamou atenção dos moradores de condomínios residenciais da Rua Barroso Neto, vizinhos da área verde da instituição.
"A gente começou a ouvir as árvores tombando", diz a professora Tarita de Souza, 42. "Por que eles tiveram que devastar uma área em São Paulo? Isso que me deixa revoltada. Com tanto lugar para construir, acho que como sociedade, a gente devia questionar", afirma. "Começaram a abrir clareiras. Demorou quase uma semana para a gente obter resposta [do Butantan], pensamos que iam acabar com todas as árvores". Aquela não é a única área verde do complexo, que conta com 750 000 metros quadrados de vegetação, o equivalente a metade do Parque Ibirapuera. De acordo com a instituição, a mata que crescia na área não era nativa e, por isso, aquele pedaço foi escolhido para abrigar o novo laboratório.
O professor Marcus Mazzari, 62, também vizinho do local, pede explicações. "Eles falam que vão fazer uma compensação, mas onde, quando? E se eles têm espaço para compensação, por que não construir lá então? É o habitat de animais, é algo muito preocupante. Quantos anos vai demorar para crescer? Ninguém está contestando a necessidade de se lutar pela produção de vacinas, mas o meio ambiente também é importante", comenta.
De acordo com a instituição, o plantio das mudas deve começar em cerca de dois meses, em uma área próxima da que foi desmatada. A derrubada das árvores foi autorizada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que informa que a autorização foi baseada em leis federais e estaduais: "também foi consultada a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do município [São Paulo], que se manifestou por não ter oposição à supressão de vegetação para implantação do Biotério Central", disse em nota para a Vejinha.
Biotérios são viveiros onde se conservam animais em condições adequadas para o uso em pesquisas científicas.
O Butantan é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat). Procurado pela reportagem, o órgão de preservação afirmou que "autorizou o projeto de ampliação das atividades. A instituição do governo de São Paulo iniciou o trabalho de manejo arbóreo dentro de suas instalações para construção do novo laboratório P 402. Todas essas intervenções em curso na área tombada seguem o Plano Diretor, aprovado pelo Condephaat".
"Infelizmente, é mais um pedaço de área verde que a cidade perde", finaliza o professor Marcus Mazzari.
Confira abaixo a íntegra da nota do Butantan sobre o caso:
O Instituto Butantan informa que iniciou trabalho de manejo arbóreo dentro de suas instalações para a construção de um novo laboratório que auxiliará na produção de imunobiológicos na instituição. Todo o trabalho realizado conta com a devida autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (n° 022210/2021 – Processo Administrativo n° 062913/2020-78 e Licença de Instalação n° 45002809) e uma compensação ambiental será realizada com a restauração ecológica de uma extensão de aproximadamente 40 mil metros quadrados nas proximidades da região impactada, contemplando uma área três vezes maior que o local das intervenções.
Para a restauração, será realizado o plantio de enriquecimento, conjugado com a regeneração natural de espécies nativas e com o incremento da diversidade de espécies promovidas pelo plantio de 2.215 mudas de espécies nativas.
O Instituto Butantan também elaborou informes que começaram a ser enviados aos vizinhos para fins de esclarecimentos de dúvidas. No documento consta, dentre outras informações, o número da licença que nos permite realizar o manejo.
Em função da elevada demanda de produção de vacinas e soros, e com isso a necessidade de expansão da Instituição, necessários para o atendimento da demanda nacional e desenvolvimento de novas pesquisas, o Instituto Butantan pretende construir os prédios para abrigar as instalações do novo laboratório P 402 e suas utilidades P 1401, devido ao seu papel estratégico e de grande relevância para produção dos imunobiológicos produzidos no Instituto Butantan.
Ressaltamos, por fim, que o Butantan possui 750 mil metros quadrados de área verde.
*Por: Guilherme Queiroz / VEJASP
SÃO PAULO/SP - A seca que atinge o Brasil há vários meses ameaça o abastecimento de eletricidade do país, muito dependente de suas hidrelétricas, aumenta o custo da energia e põe em risco a produção agrícola e a recuperação da economia.
A falta de chuvas nas regiões sudeste e centro-oeste do país é a pior em quase um século, segundo o governo brasileiro, e a situação não deve melhorar: o inverno é caracterizado por chuvas fracas nessas regiões.
No sul do Brasil, o principal culpado é o fenômeno climático La Niña, explica à AFP Pedro Luiz Cortês, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP).
Ativo de setembro até o início de maio, o fenômeno pode retomar no final de setembro, quando normalmente começa o período de chuvas. "Na prática, nós vamos ter de um ano e meio a dois anos de período seco atingindo a região sul", prevê o pesquisador.
Em relação ao centro-oeste, Cortês aponta para um déficit pluviométrico de quase uma década devido ao "desmatamento da Amazônia, que abaixa a umidade na atmosfera e reduz as chuvas na região central", problema que pode se tornar "crônico".
A estiagem afeta o funcionamento do setor hidrelétrico, que contribui com 63,8% do potencial de produção de energia elétrica do Brasil, com grande parte das usinas localizadas nessas duas regiões.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível médio dos reservatórios dessas usinas caiu no final de maio para 32%, o pior desde a crise hídrica de 2015, comprometendo sua capacidade de produção de energia nos meses por vir.
No dia 1º de junho, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou até novembro "situação crítica de escassez de recursos hídricos" na bacia do Paraná, zona de maior potencial hidrelétrico do país.
Isso permitirá modificar temporariamente as regras de captação de água. "Num primeiro momento", porém, "a necessidade de restrições para usos consuntivos como a irrigação e o abastecimento humano não é vislumbrada", diz a resolução da ANA.
Mas, para preservar suas reservas, o setor elétrico quer flexibilizar as regras de vazão mínima das barragens, o que pode ter um impacto negativo sobre outros usos dos recursos, como transporte fluvial ou irrigação.
Para salvar os reservatórios e evitar um apagão gigantesco ou racionamento como o de 2001, ainda fresco na memória dos brasileiros, o governo também passou a solicitar usinas térmicas disponíveis.
"Mas as usinas termelétricas são fontes secundárias. Mesmo somadas a outras fontes de eletricidade, como o crescente parque eólico, dificilmente compensarão as hidrelétricas se o consumo de energia aumentar significativamente com a retomada da atividade econômica", afirma Pedro Luiz Cortês, para quem a urgência agora é sensibilizar a população.
De qualquer forma, os brasileiros sentirão os efeitos da crise no bolso: em função do maior custo operacional das termelétricas, a Agência Nacional de Energia Elétrica, após um primeiro reajuste em maio, acionou a bandeira vermelha de patamar 2, o maior existente, para junho, uma taxa adicional de R$ 6,24 a cada 100 kWh consumidos.
A seca também atinge importantes regiões agrícolas e ameaça as lavouras de cana-de-açúcar, café, laranja,milho e soja, pressionando seus preços.
Aves e suínos, alimentados com rações de cereais e oleaginosas, também devem custar mais, alerta André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A indústria, por sua vez, "já segue muito afetada pelo encarecimento das matérias-primas e a questão da energia é mais um desafio", ressalta o especialista.
A consultoria MB Associados projeta alta de 5,8% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano, acima do teto estabelecido pelo governo.
Essa pressão inflacionária pode levar o Banco Central a voltar a aumentar suas taxas de juros.
Já o PIB, após ter caído 4,1% em 2020, pode crescer este ano na mesma proporção.
Mas para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, "a recuperação da economia (...) em andamento" pode ter seu ritmo "atrasado" pela questão energética e pela chegada iminente da terceira onda da covid-19.
*Por: AFP
SÃO PAULO/SP - Uma ossada de quatro metros de comprimento foi encontrado na praia da Barra do Una, em Peruíbe, no litoral sul do estado de São Paulo, neste fim de semana. A apuração é do G1.
O pescador Marcelo Rodrigues, 46, é um dos moradores da região que divulgaram imagens do esqueleto nas redes sociais. “Passo por ali quase todos os dias, mas naquele dia me deparei com aquilo tudo. Corri para casa, que fica perto, para buscar o celular e tirar fotos”, disse ao G1.
Segundo o biólogo marinho Thiago Augusto do Nascimento, responsável pelo Aquário Municipal e presidente do Instituto Ambiecco, a ossada é de uma baleia. Ele acredita que seja uma baleia-de-bryde de 14 metros que encalhou, já morta, na região em 2009.
*Por: ISTOÉ
AMAZÔNIA - Em abril, o desmatamento na Amazônia Legal atingiu seu maior valor na série histórica para o mês nos últimos 10 anos. A divulgação dos dados é do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), com base no SAD (Sistema de Alerta do Desmatamento), que monitora a região por satélite. Somente neste mês, a área total devastada foi de 778 km². As informações são do UOL.
O aumento em relação a abril de 2020 é de 45% no desmatamento. Entre os estados da Amazônia Legal, o Amazonas lidera o ranking de regiões com maior área desmatada. Em seguida vem o Pará com 26%, Mato Grosso com 22%, Rondônia com 16%, Roraima com 5%, Maranhão com 2% e Acre com 1%.
Segundo o Imazon, as florestas degradadas na Amazônia Legal somam 99 km² em abril. O aumento em relação ao mesmo período do ano passado é de 60%.
*Por: ISTOÉ
EUA - Quando falamos de vida selvagem, para os animais vale quase tudo para sobreviver e se alimentar. Se você está curioso, um vídeo compartilhado recentemente pelo perfil do Instagram The Real Nature Page mostra como um embate entre um tigre e um javali é interrompido por um crocodilo.
Na gravação, que em pouco tempo de publicada já superou as 130 mil visualizações, pode-se perceber que o felino está tentando garantir seu almoço, quando é surpreendido pelo réptil que também tenta ganhar um pedaço da presa.
Ao se ver diante da situação com mais um predador, o tigre sai arrastando o javali, que tenta de todas as formas escapar do ataque.
Vídeo rendeu diversos comentários
É isso aí! Os internautas aproveitaram a oportunidade para compartilhar suas impressões sobre as imagens, deixando mensagens como:
Preparado para ver como tudo aconteceu? Confira a seguir o vídeo divulgado no Instagram.
*Por: Leandro Luz / METRO
DOURADOS/MS - Uma capivara foi encontrada “passeando” no interior de um motel em Dourados, em Mato Grosso do Sul, e capturada por agentes da Polícia Militar Ambiental (PMA). O animal foi levado de volta para a natureza.
As autoridades foram acionadas por funcionários do estabelecimento, que não sabiam como a capivara foi para no motel, segundo o G1.
De acordo com a PMA, os oficiais usaram cambões e uma espécie de rede para capturar a capivara. Depois, o animal foi colocado em uma jaula de contenção e levado a uma mata nativa distante da cidade.
A polícia também afirmou que a capivara capturada no motel não tinha nenhum ferimento.
Capivaras do Centro-Oeste
Em fevereiro, uma capivara atacou um morador de Brasília quando ele se exercitava dentro do Lago Paranoá. Fernando Soaris foi mordido nas pernas e nas mãos. Ao todo, ele precisou levar quase 40 pontos.
No geral, capivaras são animais muito tranquilos e não atacam. É possível que fosse uma fêmea assustada, tentando proteger seus filhotes, ou um macho estressado com brigas de território. Outra questão é que, sem predadores naturais, as capivaras se multiplicam descontroladamente, o que pode causar superpopulação e com isso animais estressados.
*Por: Go Outside
AMAZÔNIA - Nossa natureza está menos bela. Rica em biodiversidade, a floresta amazônica pede socorro, uma vez que as borboletas, ilustres moradoras, podem desaparecer. Altamente dependentes das árvores, os lepidópteros — termo científico usado para definir borboletas e mariposas — estão perdendo a cor, reflexo das ações humanas que lhes rouba a vida.
Um estudo intitulado “Descolorindo a Floresta Amazônica”, feito por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Federal de Pelotas, junto com a Universidade de Exeter, no Reino Unido, analisou mais de mil quilômetros quadrados da floresta e confirmou que o ecossistema está em colapso. Nas áreas menos devastadas, ainda é possível ver insetos com asas vermelhas, verdes e azuis, entre outros tons, e é por isso que eles conseguem se camuflar e manter uma alimentação razoável. Nas áreas onde quase tudo foi destruído, as borboletas ficam no solo, comem e moram em plantas queimadas, o que explica as cores marrom e cinza. Para o geógrafo Marcelo Lemes, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), “o desmatamento reduz o número de espécies porque nem todas se ajustam ao clima”.
Ele ressalta que os insetos coloridos não se adaptam tão bem fora de zonas com vegetação, mas as borboletas escuras sim, uma vez que se camuflam no solo, nas folhas e na fuligem para fugir dos perigos. Opinião que Olaf Hermann, Lepidopterologista da Universidade Federal do Paraná (UFPR), reforça. “Se acabar a comida, acaba a vida, é simples”, diz. “É um cenário muito triste, mas a tendência é aumentar”.
Hermann destaca que o descaso do governo brasileiro com o meio ambiente não é novidade, mas que nunca viu uma situação como a atual, em mais de 20 anos estudando borboletas. “Se os políticos não tomarem iniciativas, vai acabar tudo”, lamenta. Elas são fundamentais para a Amazônia. É seguro afirmar que as borboletas sem cor simbolizam o início do fim da nossa natureza.
*Por: Brian Alan / ISTOÉ
RIO GRANDE DO NORTE - Os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba enfrentam um grave problema ambiental desde o último dia 16. Dezenas de toneladas de lixo têm sido encontradas em praias, despejados nas areias. O material inclui também lixo hospitalar.
No estado potiguar, até agora quatro praias foram confirmadas como tendo sido atingidas pela enxurrada de lixo: Nísia Floresta, Tibau do Sul, Canguaretama e Baía Formosa. Há indícios de que Natal, Senador Georgino Avelino e Parnamirim também tenham recebido os resíduos, mas o fato ainda não foi confirmado pelas autoridades.
Entre o conteúdo despejado nas areias foram encontrados materiais hospitalares, roupas, sapatos, garrafas, isopores e máscaras descartáveis. Na praia de Nísia Floresta, até mesmo um tubo de coleta de sangue estava entre os descartes.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente da Paraíba, aproximadamente 40 toneladas de lixo foram retiradas das praias. O lixo teria sido trazido pela corrente marítima a partir de outros estados da região. Ele foi devidamente recolhido e levado a aterros sanitários.
Um vídeo gravado na praia em Baía Formosa mostra um grupo de garis retirando lixo de um veículo e jogando na areia. A prefeitura afirmou que esse lixo estava sendo deixado ali provisoriamente para um posterior recolhimento. Segundo a prefeitura informou ao “G1”, isso é feito para facilitar a logística de transporte.
De qualquer forma, a origem das toneladas do material ainda é desconhecida. Porém, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema-RN), foram encontradas etiquetas no material que identificariam o lixo como originário de Maragogi (AL), de João Pessoa (PB) e uma parte maior relacionada ao estado de Pernambuco. Itens como um título de eleitor e uma mochila escolar do Recife levam os peritos a acreditar nessa linha de investigação.
O Idema também afirma que parte da vegetação encontrada envolvida no lixo é de água doce, o que indicaria que o material foi levado até às praias por conta de enchentes que ocorreram nas últimas semanas, principalmente no estado pernambucano.
O Consórcio Nordeste, articulado em 2019 como instrumento de integração entre os nove estados da região, criou uma rede de apoio para lidar com o problema do lixo nas praias. Especialistas de todos os estados estão sendo enviados ao Rio Grande do Norte para ajudar no mapeamento e na análise da situação.
O Consórcio também planeja elaborar um protocolo que ajude a orientar os municípios nesse tipo de ocorrência. A orientação também é que a administração fiscalize com rigor os prestadores de serviço que fazem o recolhimento e transporte do lixo.
O Ministério do Meio Ambiente afirmou, em comunicado enviado à TV Globo e ao portal “G1”, que a responsabilidade pela gestão dos resíduos é dos municípios. Apesar disso, reforçou que “Ministério do Meio Ambiente apoia o combate ao lixo no mar a partir de duas frentes de ação: a prevenção, por meio do Programa Lixão Zero, de forma a evitar que o lixo chegue nos rios, na praia e no mar, com medidas como a coleta seletiva, logística reversa e a reciclagem, e a recuperação ambiental, por meio de ações de limpeza de rios e praias”.
A Polícia Federal do Rio Grande do Norte abriu um inquérito para investigar o ocorrido. O Ibama também está à procura de respostas sobre o lixo nas praias.
“Sempre que acontece um evento dessa magnitude, necessitamos de um relatório para sistematizar todas as informações, de todas as ações que estão sendo executadas, todas as medidas, sugestões, informações com data e hora. A análise ainda é muito inicial, ainda não temos tanta informação concreta. Sugerimos que os estados se reúnam com os municípios costeiros para recolher as informações e possamos trabalhar com informações mais detalhadas possível”, explicou Leon Aguiar, diretor do Idema, ao “G1”.
*Por: Hypeness
Nos três primeiros meses de 2021, mais de 5,6 mil animais foram recolhidos e salvos pela Instituição
SÃO PAULO/SP - A Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo terminou o primeiro trimestre do ano com a apreensão e resgate de 5.608 animais durantes atividades, como o combate ao tráfico de animais silvestres e ao crime de maus-tratos.
Se comparado a igual período de 2020, quando foram recolhidos e salvos 4.241 animais, a somatória dos três primeiros meses de 2021 representam um crescimento de 32,2%, demonstrando que, mesmo diante de uma pandemia, os trabalhos policiais não foram prejudicados e, por vezes, passou a ser intensificado visando a coibir todo tipo de delito, especialmente os ambientais.
“O Policiamento Ambiental atua com planejamento estratégico, integração interagências e inteligência policial na busca da melhoria desses bons resultados, assim favorecendo nossa biodiversidade, e permitindo que a fauna realize suas funções ambientais”, destacou o coronel Paulo Augusto Leite Motooka, que está à frente do Comando do Policiamento Ambiental do Estado – CPAmb.
Desde janeiro de 2017, a PM Ambiental já apreendeu e resgatou 131,2 mil animais em diversos tipos de ocorrência atendidas em todo o território paulista.
Ocorrências de destaque
Entre os casos de destaque da PM Ambiental, que entram na estatística do primeiro trimestre do ano, está o resgate de 29 cães que foram encontrados em um canil clandestino, no dia 22 de março, em um estabelecimento na avenida Água Espraiada, em Atibaia, na região de Campinas.
Na ocasião, uma equipe do 1º Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb) foi até o local para verificar uma denúncia e encontrou os animais com alimentação e água escassas, em um espaço pequeno, propício para proliferação de doenças e com péssimas condições de higiene sanitária, além de não possuir cobertura adequada.
Como resultado, o comércio foi autuado e recebeu multa de R$ 87 mil, e os cães encaminhados a uma Organização Não Governamental (ONG), em São José dos Campos.
Outra ocorrência que se sobressaiu no período foi a apreensão de 15 serpentes encontradas em uma encomenda de uma agência dos Correios, na zona norte de São Paulo, no dia 2 de março.
Na data dos fatos, os PMs ambientais foram chamados depois que o raio-x da unidade indicou a presença dos animais no interior de uma caixa. Como resultado, foram recolhidas 14 filhotes e uma serpente adulta da espécie Jiboia para receberem os cuidados necessário e serem devolvidas à natureza. O homem que receberia a encomenda foi autuado por crime ambiental.
RIO DE JANEIRO/RJ - São chamadas espécies endêmicas aqueles animais ou plantas que só podem ser encontrados em uma determinada região geográfica. O mico-leão-dourado é um deles. Nativa da Mata Atlântica e encontrados em sua maioria no Rio de Janeiro, o primata de pelagem reluzente corre sérios riscos de ser afetado pelas mudanças climáticas — e ele não será o único.
Estudo internacional liderado por brasileiras mostra que mico-leão-dourado está entre os animais mais suscetíveis às mudanças climáticas.
De acordo com um estudo publicado no começo do mês na revista “Biological Conservation“, o aquecimento global pode exterminar diversas espécies endêmicas de plantas e animais ao redor de todo o globo terrestre.
O mico-leão-dourado, por exemplo, perderia 70% de seu habitat até 2080, segundo a publicação. As tartarugas marinhas que embelezam as águas de parte da América do Sul e Central também estão na lista de possíveis vítimas do aumento de temperatura da Terra.
– 10 espécies animais que correm risco de extinção por conta das mudanças climáticas
A pesquisa foi liderada por duas cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Stella Manes e Mariana Vale. Ladeadas por uma equipe internacional, elas analisaram 300 localidades em terra e no mar que possuem a ocorrência de espécies específicas.
O resultado mostrou que animais endêmicos têm até 2,7 vezes mais chances de sumirem do mapa do que outras. Se a temperatura do planeta continuar a subir, eles estarão extremamente suscetíveis à extinção.
Se a temperatura do planeta não parar de subir, animais e plantas endêmicos serão mais afetados.
Se a temperatura global continuar a subir, cerca de 92% das espécies endêmicas em terra e cerca de 95% das espécies endêmicas que vivem no mar serão extintas. Os valores representam 84% da biodiversidade endêmica de montanhas e 100% dos animais e plantas endêmicos de ilhas e arquipélagos.
– Cientistas divulgam lista de animais menos conhecidos ameaçados de extinção
Apesar do prognóstico assustador, cientistas alertas que é possível reverter esse quadro antes que seja tarde. Para isso, cabe às nações do mundo seguirem as condições do Acordo de Paris, firmado em 2016 e que propunha a redução da emissão de gases estufa a partir de 2020.
“As mudanças climáticas ameaçam áreas transbordantes de espécies que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo. O risco de que tais espécies se percam para sempre aumenta mais de dez vezes se falharmos os objetivos do Acordo de Paris”, alerta Stella.
*Por: Redação Hypeness
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