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KIEV - O presidente da Ucrânia pediu ao mundo que aja muito mais rápido para forçar as tropas russas a desocuparem a maior usina nuclear da Europa depois que o local ficou sem eletricidade por horas em um incidente que, segundo ele, arriscou um desastre internacional de radiação.

O presidente Volodymyr Zelenskiy disse que bombardeio russo na quinta-feira provocou incêndios nos poços de cinzas de uma usina de carvão próxima que desligou a usina Zaporozhzhia da rede elétrica. Uma autoridade russa afirmou que a culpa é da Ucrânia.

Geradores a diesel de backup garantiram o fornecimento de energia vital para os sistemas de refrigeração e segurança da usina, disse Zelenskiy, elogiando os técnicos ucranianos que operam a usina sob o olhar dos militares russos.

"É necessária uma pressão internacional que force os ocupantes a se retirarem imediatamente do território da usina nuclear de Zaporizhzhia", declarou ele em um discurso em vídeo na noite de quinta-feira.

"A AIEA e outras organizações internacionais precisam agir muito mais rápido do que estão agindo agora. Porque cada minuto que as tropas russas ficam na usina nuclear é um risco de um desastre global de radiação", disse ele, referindo-se ao órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas.

Moradores de Zaporozhzhia, 50 km a nordeste da usina e cerca de 435 km a sudeste de Kiev, expressaram preocupação com a situação.

"Claro que estou com medo. Todo mundo está com medo, não sabemos o que vai acontecer, o que está esperando por nós a cada minuto, segundo", disse a gerente de mídia social Maria Varakina, de 25 anos.

A professora Hanna Kuz, de 46, afirmou que as pessoas temem que as autoridades ucranianas não possam avisar os moradores a tempo em caso de radiação.

A empresa nuclear estatal ucraniana Energoatom disse que um dos dois reatores em funcionamento da usina foi reconectado à rede e estava novamente fornecendo eletricidade depois de ser totalmente desconectado na quinta-feira.

Vladimir Rogov, autoridade nomeada pela Rússia na cidade ocupada de Enerhodar, perto da usina, culpou as Forças Armadas ucranianas pelo incidente de quinta-feira, dizendo que eles causaram um incêndio em uma floresta perto da usina.

"Isso foi causado pela desconexão das linhas de energia da usina nuclear de Zaporizhzhia como resultado das provocações dos combatentes de Zelenskiy", escreveu Rogov no Telegram. "A desconexão em si foi desencadeada por um incêndio e curto-circuito nas linhas de energia."

O Ministério da Defesa da Rússia disse nesta sexta-feira que suas forças destruíram um obus M777 fabricado nos Estados Unidos, que, segundo a pasta, a Ucrânia usou para bombardear a usina de Zaporizhzhia. Imagens de satélite mostraram um incêndio perto da usina, mas a Reuters não conseguiu verificar sua causa.

A Energoatom informou que o incidente de quinta-feira foi a primeira desconexão completa da usina, que se tornou um ponto crítico na guerra de seis meses.

Autoridades regionais em Zaporizhzhia disseram que mais de 18.000 pessoas em vários assentamentos ficaram sem eletricidade na sexta-feira devido a danos causados ​​a linhas de energia.

 

 

Por Tom Balmforth e Max Hunder / REUTERS

 

RÚSSIA - Como muitas cidades russas, Volosovo tem alto-falantes em postes nas ruas principais. Eles são tradicionalmente usados ​​para tocar música em feriados nacionais. Agora, eles têm um propósito diferente.

"Dois batalhões de artilharia voluntários estão sendo formados. Convidamos homens entre 18 e 60 anos para se juntarem", gritam os aparelhos.

É uma mensagem que se repete em todo o país. Nas redes sociais, televisão e outdoors, os homens são instados a assinar contratos de curto prazo com o Exército para lutar na Ucrânia.

Perante perdas significativas de soldados no conflito, as autoridades russas lançaram uma campanha de recrutamento.

Eu paro um homem na rua em Volosovo e pergunto se ele apoia a convocação de voluntários. "Sim! Se eu fosse jovem eu iria, mas estou muito velho", diz ele, cerrando os punhos. "Devemos bombardeá-los!"

No entanto, a maioria das pessoas parece menos entusiasmada. "[Guerra] é muito doloroso até mesmo de falar", diz uma mulher. "Matar seus irmãos é errado."

Pergunto o que ela diria se um de seus parentes quisesse participar. "Por que ir? Apenas seus corpos serão devolvidos." E muitos corpos são.

'Sinal de desespero'

A Rússia não publica números, mas autoridades ocidentais dizem que entre 70 mil e 80 mil soldados russos foram mortos ou feridos desde que o governo do presidente Vladimir Putin lançou sua invasão há seis meses.

Para atrair novos recrutas, as autoridades oferecem aos voluntários grandes somas de dinheiro, terras e até privilégios para seus filhos nas escolas.

Recrutadores visitaram até prisões para alistar detentos, prometendo-lhes liberdade e dinheiro.

O jornalista investigativo Roman Dobrokhotov diz que a campanha de recrutamento é um sinal de desespero por parte das autoridades.

"Estes não são o tipo de soldados necessários para uma guerra vitoriosa. O Kremlin ainda espera que a quantidade possa vencer a qualidade. Que eles possam levar centenas de milhares de pessoas desesperadas com suas dívidas e simplesmente as jogar na zona de conflito."

Apesar das enormes quantias de dinheiro oferecidas a potenciais recrutas (até R$ 30 mil por mês em alguns casos), Dobrokhotov diz que a realidade é diferente.

"As pessoas não recebem esse dinheiro", diz ele. "Eles estão voltando [da Ucrânia] agora e estão dizendo a nós jornalistas como foram enganados. Isso também está influenciando a situação, essa falta de confiança em nosso governo, então, não acho que essa estratégia tenha sucesso."

No entanto, alguns estão felizes em participar. O filho de Nina Chubarina, Yevgeny, deixou seu vilarejo no norte da Carélia para se juntar a um batalhão de voluntários.

Nina diz que seu filho, que não tinha experiência militar, recebeu uma arma e foi enviado diretamente para a Ucrânia. Ele morreu alguns dias depois. Yevgeny tinha 24 anos.

A dor dos parentes

Nina concordou em me encontrar em um parque perto de Moscou, onde encontrou um emprego de meio período em uma fábrica de pães. Ela diz que a tarefa monótona de embalar o pão distrai sua mente da perda do filho.

Ela se lembra de implorar para ele não ir para a Ucrânia. "Tentei dissuadi-lo. Chorei. Disse-lhe: 'Há uma guerra, eles vão te matar!' Ele disse: 'Mãe, tudo vai ficar bem'."

Nina critica como as autoridades recrutam voluntários. "Eles apenas os mandam para lá como pintinhos bobos! Eles mal seguraram uma arma antes. Eles são bucha de canhão. Os generais pensam: 'Temos um voluntário: ótimo, vá em frente!'"

Mas nem todo mundo está disposto a se alistar como Yevgeny. Viajando por este país, não se tem a impressão de que o povo russo apoia totalmente a "operação militar especial", como o Kremlin gosta de chamá-la.

O número de carros nas estradas russas exibindo o símbolo "Z" pró-guerra é relativamente baixo. Especialistas dizem que o número de voluntários também é.

O analista militar Pavel Luzin acredita que as pessoas não estão dispostas a se sacrificar por seu presidente.

"O problema do Kremlin é que a maioria dos russos não está disposta a morrer por Putin ou pela restauração do 'grande império'. O recrutamento não é possível nas atuais circunstâncias, porque não há consenso civil na Rússia para a guerra. Compare isso com a Ucrânia. Os ucranianos estão prontos para lutar."

 

 

 

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62681167

UCRÂNIA - No dia em que a Ucrânia celebrou 31 anos de independência do domínio soviético, o presidente Volodimir Zelenski disse que dois ataques na região de Dnipropetrovsk (sudeste do país) deixou pelo menos 22 pessoas mortas e 50 feridas. Kiev vinha alertando sobre a possível intensificação de bombardeios russos na data, que coincidiu com os seis meses do início da guerra.

Em reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta quarta (24), Zelenski afirmou que forças russas dispararam mísseis contra a estação de Tchapline, a cerca de 145 quilômetros de Donetsk (cidade controlada por separatistas pró-Moscou). "Quatro vagões de passageiros estão pegando fogo. Os funcionários estão trabalhando, mas, infelizmente, o número de vítimas ainda pode aumentar", disse.

Antes disso, outro ataque russo atingiu uma área próxima e matou uma criança de 11 anos, segundo o governo.

Na terça (22), o presidente havia citado o risco de um "ataque brutal" e outras provocações no Dia da Independência, feriado que ganhou novo significado diante da invasão russa, iniciada em fevereiro.

Temendo que os moradores se expusessem a mísseis disparados pelas forças de Vladimir Putin, o governo ucraniano proibiu eventos públicos, o que deixou as ruas da capital, Kiev, menos movimentadas do que costumam ficar em festividades tradicionalmente marcadas por um desfile militar.

O ataque anunciado por Zelenski mudou o panorama do dia. Até o meio da tarde no horário brasileiro nenhuma ação de porte havia sido registrada, embora sirenes antibombas tenham soado em Kiev e outros locais. Mesmo com os alertas, algumas pessoas se reuniram no centro da capital, onde carcaças de tanques russos capturados em combate estão em exibição. A Khreschatik, uma das principais vias da cidade, transformou-se em museu militar para a celebração de um feriado indissociável da guerra.

"Provavelmente ninguém fez tanto para unir a Ucrânia quanto Putin", disse o ucraniano Ievhen Palamartchuk, 38, à agência Reuters. "Sempre tivemos algumas tensões internas no país, mas desde 2014 [ano da anexação da Crimeia], e especialmente desde fevereiro, estamos mais unidos do que nunca."

O tom da declaração é semelhante ao que Zelenski usou em seu discurso do Dia da Independência. Falando em frente ao monumento central de Kiev, o presidente disse que o país renasceu quando foi invadido pela Rússia, acrescentando que vai resistir à invasão até o fim, sem fazer concessões ou assumir compromissos que possam ir contra os interesses da Ucrânia.

"Uma nova nação surgiu em 24 de fevereiro às 4h da manhã. Não nasceu, mas renasceu. Uma nação que não chorou, não gritou, não se apavorou. Não fugiu. Não desistiu. E não esqueceu", afirmou o presidente, em vídeo, adotando o tom ufanista que marca seus discursos no contexto do conflito com a Rússia.

Zelenski também repetiu a afirmação de que vai recuperar a Crimeia a qualquer custo, assim como as áreas do leste ora ocupadas pelas tropas de Putin. Segundo ele, a Ucrânia não vê mais a guerra terminando quando houver paz, mas quando for, de fato, vitoriosa.

"O ocupante acreditou que em poucos dias estaria desfilando no centro da nossa capital. Hoje, você pode ver esse desfile em Khreschatik. A prova de que o equipamento inimigo pode aparecer no centro de Kiev apenas dessa forma: queimado, em ruínas e destruído." A fala fez referência ao início do conflito, quando Moscou fez uma empreitada ousada, mas que se mostraria falha, para tentar conquistar Kiev no susto.

Em seu discurso, o líder ucraniano citou ainda o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, dizendo que, mesmo falando inglês, ele se faz mais compreensível e próximo de Kiev do que os "assassinos, estupradores e saqueadores que cometem crimes em russo".

Boris, que anunciou sua renúncia no início do mês, fez nesta quarta nova viagem surpresa à Ucrânia, onde se encontrou com Zelenski e anunciou um pacote militar de US$ 63,5 milhões (R$ 324 milhões), incluindo 2.000 drones e munições o dia também reservaria o anúncio de novo auxílio americano.

O premiê britânico, a quem Zelenski descreveu como "querido amigo Boris", disse que é vital que a Europa mantenha seu apoio militar e econômico à Ucrânia, mesmo com o aumento dos preços da energia e dos alimentos impactando os consumidores do continente.

"Para todos os nossos amigos, eu simplesmente digo isso, devemos continuar. Devemos mostrar como amigos da Ucrânia que temos a mesma resistência estratégica que o povo da Ucrânia", disse.

O ataque à estação de trem marcou a celebração da independência e o aniversário da guerra, em certa maneira cumprindo a previsão de Zelenski de que Putin tentaria "algo particularmente feio". Moscou, no entanto, não deu início ao julgamento de soldados ucranianos capturados durante a tomada de Mariupol o que também vinha sendo alardeado como um ato de agravamento das tensões.

 

 

FOLHA de S. PAULO

UCRÂNIA - A Ucrânia lutará "até o fim" contra a invasão russa, sem fazer nenhuma concessão ou compromisso, afirmou nesta quarta-feira (24) o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em uma mensagem do Dia da Independência do país, que também marca os seis meses de guerra.

"Não nos importamos com o exército que vocês têm, só nos importamos com nossa terra. Lutaremos por ela até o fim", declarou Zelensky em um vídeo.

"Permanecemos firmes há seis meses. É difícil, mas cerramos os punhos e estamos lutando pelo nosso destino", acrescentou.

"Para nós, a Ucrânia é toda a Ucrânia. Todas as 25 regiões, sem qualquer concessão ou compromisso".

"O que é para nós o fim da guerra? Antes respondíamos 'paz'. Agora dizemos 'vitória'. Não vamos tentar nos dar bem com os terroristas russos", disse Zelensky.

Também nesta quarta-feira, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, principal aliado da Rússia, feliciou o povo ucraniano no Dia da Independência.

"Estou convencido de que as atuais divergências não poderão destruir a base multissetorial das relações sinceras de boa vizinhança entre os povos dos dois países", afirmou Lukashenko em uma mensagem.

Belarus continuará defendendo o "reforço dos contatos amistosos baseados no respeito mútuo em todos os níveis com Kiev", acrescentou.

"O presidente bielorrusso desejou aos ucranianos um céu pacífico, tolerância, coragem e força para restabelecer um bom caminho", acrescentou o serviço de imprensa de presidência.

Principal aliado de Moscou, o presidente Lukashenko, que governa Belarus desde 1994, deu ao exército russo acesso a seu território para que pudesse iniciar a ofensiva contra a Ucrânia em 24 de fevereiro.

 

 

AFP

EUA - A embaixada dos Estados Unidos na Ucrânia advertiu nesta terça-feira (23) que a Rússia pode atacar "nos próximos dias" infraestruturas civis e edifícios governamentais, e recomendou aos cidadãos do país que "saiam da Ucrânia".

"O Departamento de Estado dispõe de informações segundo as quais a Rússia intensifica seus esforços para executar ataques contra infraestrutura civil e instalações governamentais na Ucrânia nos próximos dias", afirmou a embaixada em uma mensagem publicada em seu site, sem revelar mais detalhes.

A nota pede aos cidadãos americanos que "saiam da Ucrânia no momento e utilizem os meios de transporte terrestre privados disponíveis".

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro com a invasão russa, completará seis meses na quarta-feira.

Após o recuo das forças russas dos arredores de Kiev no fim de março, os principais combates se concentram no leste da Ucrânia, onde Moscou avançou de maneira lenta até chegar a uma fase de estagnação, e no sul, onde as tropas ucranianas anunciaram uma lenta contraofensiva.

A Rússia, no entanto, continua atacando de maneira frequente as cidades ucranianas com mísseis de longo alcance, mas raramente apontam contra a capital ou seus arredores.

 

 

AFP

UCRÂNIA - Alguns moradores de Kiev observavam outros tiravam selfies/fotos com vários tanques russos capturados e/ou destruídos que foram levados para serem exibidos em uma das principais vias da capital ucraniana, o jornalista ucraniano Oleksiy Sorokin, tuitou:

"Os russos finalmente conseguiram seu desfile militar no centro de Kiev. No entanto, há uma pegadinha".

No próximo dia 24 de agosto a Ucrânia comemora o aniversário de independência do país, o que ocorreu pelo parlamento ucraniano, conhecido como Rada, proclamando a independência do país da antiga União Soviética. 

"Em fevereiro, os russos estavam planejando um desfile no centro de Kiev. Seis meses após o início da guerra, a vergonhosa exibição de metal russo enferrujado é um lembrete para todos os ditadores de como seus planos podem ser arruinados por uma nação livre e corajosa", disse uma mensagem com imagens dos tanques divulgada no perfil do Twitter do Ministério da Defesa da Ucrânia.

 

Um porta-voz das Forças Armadas da Ucrânia disse que os combatentes russos que avançaram até os arredores da capital ucraniana no início do conflito haviam trazido uniformes de desfile, numa demonstração de confiança de que Kiev seria facilmente dominada. Porém, não foi o que aconteceu.  

Os tanques russos finalmente entraram em Kiev, mas como troféus de guerra dos ucranianos e não dominando a Ucrânia como os russos imaginavam.

Um site que contabiliza as perdas dos equipamentos militares na guerra da Ucrânia, apontou em agosto, que a Rússia já havia 5.000 veículos militares desde o início da invasão, incluindo mais de 900 tanques de guerra.

Oleksii Reznikov, ministro da defesa ucraniana postou em seu Twitter: "Os agressores sonhavam em capturar Kiev em três dias. Os invasores pretendiam realizar um desfile em nossa capital. Ok. Eles estão agora aqui. Como toneladas de sucata", tuitou.

 

Na última quinta-feira,18, um relatório de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido relatou "grande desgaste" dos tanques russos na Ucrânia, que atribuiu parcialmente à "falha da Rússia em empregar adequadamente armadura explosiva reativa (ERA) adequada" nos veículos.

"Isso sugere que as forças russas não corrigiram uma cultura de mau uso do ERA, que remonta à Primeira Guerra da Chechênia em 1994", apontou as autoridades de defesa britânicas.

 

 

IMPRENSA BRASIL

ITÁLIA - As declarações do ex-presidente russo Dmitri Medvedev, que instou os europeus a "punirem" seus "governos estúpidos" nas urnas, geraram polêmica na Itália, em plena campanha eleitoral para as eleições legislativas de 25 de setembro, que devem decidir o novo primeiro-ministro.

Sob a liderança do atual primeiro-ministro Mario Draghi, a Itália apoiou a Ucrânia desde o início da invasão russa, fornecendo armas e ajuda humanitária. Uma posição que pode mudar se a coalizão de direita e extrema direita, mais pró-Rússia e grande favorita em todas as pesquisas, chegar ao poder.

A maioria dos comentaristas e da classe política interpretou a mensagem de Dmitri Medvedev como um chamado para eleger esta coalizão, formada por Silvio Berlusconi, Giorgia Meloni e Matteo Salvini.

"Interferência russa" foi a manchete do diário de esquerda La Repubblica desta sexta-feira (19), enquanto o influente Corriere della Sera destacou em sua primeira página que "a Rússia sacode as eleições italianas".

"Gostaríamos que os cidadãos europeus não apenas expressassem seu descontentamento com as ações de seus governos, mas que fossem um pouco mais consistentes. Por exemplo, responsabilizá-los e puni-los nas urnas por sua óbvia estupidez", escreveu Medvedev no Telegram, seu canal habitual de comunicação.

"Ajam agora, vizinhos europeus! Não fiquem calados! Exijam responsabilidade!", escreveu ele.

"Se o preço da democracia europeia é o frio nos apartamentos e as geladeiras vazias, esse tipo de 'democracia' é uma loucura", acrescentou o ex-líder russo, referindo-se às consequências das sanções contra a Rússia pela guerra na Ucrânia, como as crises energética e alimentar.

 

"Interferência é preocupante"

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, reagiu imediatamente: "A interferência russa nas eleições italianas é preocupante".

Para o líder do Partido Democrata (PD, à esquerda), Enrico Letta, Moscou está tentando "mudar a política externa italiana, que desde o início tem sido muito clara para apoiar a União Europeia e a Otan", declarou ele. "A votação de 25 de setembro também se expressará sobre isso", acrescentou.

Diversos líderes de centro-esquerda pediram à coalizão de direita que condenasse as palavras de Medvedev e abandonasse a ambiguidade.

O líder de extrema direita Matteo Salvini, que tentou fazer uma viagem a Moscou sem sucesso no início da invasão russa e mantém boas relações com o partido Rússia Unida, de Vladimir Putin, defendeu-se nesta sexta-feira em declarações à imprensa milanesa. "Não vou à Rússia há anos... A Rússia não tem a menor influência nas eleições italianas", afirmou.

Medvedev, que foi presidente de 2008 a 2012, foi primeiro-ministro de 2012 a 2020 e atualmente é vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia.

 

 

 

(Com AFP)

RFI

UCRÂNIA - O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira (19) um novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia avaliado em US$ 775 milhões, que inclui vários tipos de mísseis, artilharia e sistemas de limpeza de minas.

O pacote inclui mais mísseis para os sistemas de artilharia de precisão Himars, que permitiram às forças ucranianas atacar os centros de comando russos e os depósitos de munições bem atrás das linhas de frente, e mais armas antiblindagem, incluídos mísseis TOW e sistemas Javelin.

Também proporciona drones de vigilância Scan Eagle, mísseis antirradiação de alta velocidade (HARM, na sigla em inglês) e obuses de 105 mm, assim como 36.000 projéteis de artilharia.

"Queremos ter certeza de que a Ucrânia tenha um fluxo constante de munições para satisfazer suas necessidades, e é isto o que estamos fazendo com este pacote", disse aos jornalistas um funcionário de alto escalão do Pentágono.

O funcionário disse que as forças da Ucrânia fizeram bom uso dos pacotes de armas enviados pelos Estados Unidos desde que Moscou invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro, que os ajudaram a conter o avanço das forças russas.

"Estamos vendo uma completa e total falta de progresso por parte dos russos no campo de batalha", disse o funcionário, que falou na condição de anonimato.

"Os russos continuam pagando um preço alto com os ataques ucranianos, especialmente o sistema Himars", disse o funcionário. "Eles não conseguem avançar", acrescentou.

Por outro lado, a fonte do Pentágono admitiu que os ucranianos não conseguiram recuperar território significativo ao longo das linhas de frente no leste e no sul do país.

Contudo, o novo pacote de armas ajudará a fortalecer a resistência ucraniana, garantiu o funcionário americano, que também assinalou que é muito importante "manter as conquistas que vimos dos ucranianos no campo de batalha".

O funcionário disse que a inclusão do equipamento de limpeza de minas, que conta com 40 veículos resistentes a minas com esteiras que podem detonar esses artefatos de forma segura, é para ajudar os ucranianos com mais ações ofensivas.

"Os ucranianos vão precisar deste tipo de capacidade para poder impulsionar suas forças e retomar o território", assinalou.

 

 

AFP

UCRÂNIA - Quatro pessoas morreram e 20 ficaram feridas em novos bombardeios russos nesta quinta-feira contra Kharkiv e outra cidade próxima na região nordeste da Ucrânia, anunciaram as autoridades regionais.

"Às 4H30 (22H30 de Brasília, quarta-feira), o inimigo lançou oito mísseis a partir da cidade de Belgorod (na Rússia) contra Kharkiv", informou no Telegram o governador da região, Oleg Sinegubov.

"No bairro de Slobidsky, um dos mísseis atingiu um edifício residencial. O imóvel ficou parcialmente destruído. De acordo com as informações preliminares, duas pessoas morreram e 18 ficaram feridas, incluindo duas crianças", disse.

Outro bombardeio com mísseis atingiu a cidade de Krasnograd, 80 quilômetros ao sul de Kharkiv, e provocou duas mortes.

Os bombardeios aconteceram no dia da visita à Ucrânia do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que deve se reunir com os presidentes ucraniano Volodymyr Zelensky e turco Recep Tayyip Erdogan em Lviv, oeste do país.

BRUXELAS - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentará sua força de manutenção da paz em Kosovo se houver uma escalada das tensões com a vizinha Sérvia, disse o chefe da aliança na quarta-feira (17), às vésperas de negociações mediadas pela União Europeia (UE) entre os vizinhos dos Bálcãs ocidentais.

"Temos agora uma missão significativa, uma presença militar no Kosovo perto de 4 mil soldados", disse Jens Stoltenberg em entrevista coletiva após conversas com o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, que estava ao lado dele, em Bruxelas.

"Se necessário, vamos mover forças, implantá-las onde for necessário e aumentar nossa presença. Já aumentamos a presença no norte. Estamos prontos para fazer mais."

As tensões entre Sérvia e Kosovo aumentaram este mês quando o governo kosovar disse que obrigará os sérvios que vivem no norte, que são apoiados por Belgrado e não reconhecem as instituições de Kosovo, a começar a usar placas de carros emitidas em Pristina.

A situação se acalmou depois que o primeiro-ministro de Kosovo, Albin Kurti, sob pressão dos Estados Unidos e da União Européia, concordou em adiar a regra das placas de carros até 1º de setembro e as forças de paz da Otan supervisionaram a remoção dos bloqueios de estradas estabelecidos pelos sérvios.

No entanto, Vucic disse na entrevista coletiva na Otan que as conversas com Kurti na quinta-feira, que serão mediadas pela UE, serão difíceis porque os dois lados discordam em quase tudo.

Kurti, que se reuniu com Stoltenberg mais tarde, sublinhou a determinação de Kosovo em se tornar membro da Otan.

"As ameaças, riscos e desafios que a Otan enfrenta no atual ambiente de segurança também são sentidos por nosso país", disse ele a repórteres, ligando os problemas à influência da Rússia.

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