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Microcrustáceo de água doce é espécie promissora para estudos ecotoxicológicos

 

SÃO CARLOS/SP - A Amazônia é um dos biomas com maior biodiversidade no mundo; contudo, grande parte das espécies que compõem esse bioma ainda não foram devidamente descobertas e descritas. Nesse contexto, um estudo recente, publicado por Diego Ferreira Gomes, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais (PPGERN) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e colaboradores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP - campus de Pirassununga) e Universidade de Brasília (UnB), descreveram uma nova espécie de ostracode - um microcrustáceo de água doce, coletado no Parque Natural Municipal Raimundo Paraguaçu, localizado na região norte do município de Porto Velho, estado de Rondônia. Segundo os autores, a espécie pertence ao gênero Strandesia e foi nomeada em homenagem ao estado onde foi coletada, tornando-se então Strandesia rondoniensis. A espécie Strandesia rondoniensis pertence à classe Ostracoda e é classificada dentro da família Cyprididae. São pequenos microcrustáceos que, junto a outras espécies, compõem a base da teia trófica nos ecossistemas aquáticos, detalha Diego Gomes. "A espécie que descrevemos possui tamanho entre 750 a 800 µm [unidades de medida miscroscópica, sendo 1 mícron (1 µm) equivalente à milésima parte de 1 milímetro]; apresenta hábitos alimentares detritívoros [isto é, obtém nutrientes a partir de detritos], raspando e alimentando-se de algas e matéria orgânica em decomposição. Sua função é auxiliar na decomposição da matéria orgânica presente nos ecossistemas aquáticos, sendo ainda uma importante fonte de alimento para os níveis tróficos superiores, como peixes, insetos, entre outros". A espécie descrita foi coletada de 2017 a 2018; nesse período o pesquisador Diego Ferreira Gomes residia na cidade de Porto Velho, e foi a peça principal de seu doutorado, desenvolvido entre 2020 e 2024, com orientação das professoras Odete Rocha e Raquel Aparecida Moreira e financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

A pesquisa, publicado na revista internacional Limnologica - referente à área da Limnologia, que estuda as águas continentais, tais como lagos, lagunas, rio, açudes e reservatórios -, indica que essa espécie é resultado de uma convergência evolutiva entre outras duas espécies, Neostrandesia striata e Bradleytriebella lineata; estudos complementares, porém, ainda são necessários. 

Os autores concluem, ainda, que a espécie é um excelente organismo-teste, com potencial para ser utilizada em estudos de pequena e larga escala voltados à avaliação de impactos ambientais. "A espécie se mostrou promissora em estudos ecotoxicológicos, podendo ser utilizada em futuras pesquisas". Segundo ele, "essa espécie é facilmente cultivada em laboratório, apresentando altas taxas de reprodução e sensível a diferentes tipos de poluentes. Essas características favorecem sua utilização em estudos ecotoxicológicos, cujo objetivo é expor organismos-teste a diversos poluentes; com isso, é possível estimar a toxicidade em diferentes situações de exposição e, assim, fornecer informações importantes para a tomada de decisões relacionadas à preservação ambiental dos ecossistemas aquáticos".

"Descrever uma nova espécie representa um avanço no conhecimento da biodiversidade brasileira e em especial do bioma Amazônico", analisa o pesquisador. Mas como é possível saber que determinada espécie ainda não foi catalogada? "Existe uma série de verificações taxonômicas e comparações com a morfologia de várias espécies que já foram descritas na literatura. Em nossas comparações, as características morfológicas da espécie que descrevemos são singulares, sendo assim, foi possível concluir que se tratava de uma nova espécie", explica. 

O pesquisador explica que, para formalizar uma nova espécie no meio científico, é preciso, "primeiro, esgotar todas as possibilidades de comparações taxonômicas para verificarmos se essa espécie realmente é uma espécie ainda não descrita. Em seguida, seguimos para a parte técnica de desenhos taxonômicos, depositamos exemplares em museu zoológico devidamente autorizado e, por fim, realizamos a escrita do artigo contendo os resultados e a discussão acerca dos dados observados".

O artigo completo na revista Limnologica pode ser acessado em https://doi.org/10.1016/j.limno.2024.126197. Outros trabalhos também foram desenvolvidos com a espécie, como o publicado na revista Ecotoxicology (https://doi.org/10.1007/s10646-024-02800-9).

Trabalhos podem ser conferidos no Piso 1 da BCo

 

SÃO CARLOS/SP - Durante o mês de setembro, o Departamento de Ação Cultural da Biblioteca Comunitária (BCo) da UFSCar apresenta uma exposição conjunta de dois artistas instalada no Piso 1 da Biblioteca.

A primeira exposição, intitulada "De tudo ao meu amor serei atento", é de Fernando Doria. O artista vem de uma geração mais livre que não precisava estar compartimentada como hoje se vê, o que lhe proporcionou liberdade artística para produzir o que gosta e sabe fazer, de modo a não ter uma identificação enquadrada, engessada dentro de um único padrão.

Já a segunda, "Do fio à forma", é de autoria de Antonio Alfonso Luciano, artista que trabalhou desenho, pintura, modelagem, mosaico e cerâmica, e que na escultura dedicou-se à pedra, madeira e ferro. Porém, foi no aramado que encontrou o que mais lhe possibilita experimentar infinitos volumes, permitindo transcender a forma física do material percebendo sua luz e sombra como essência, que por vezes se torna o produto final da obra.

As exposições podem ser conferidas na BCo, que fica na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar, de segunda a sexta-feira, das 8 às 21 horas. A entrada é aberta ao público e gratuita. Mais informações no Instagram da BCo (@bco_ufscar) ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

2º Cidades + Resilientes acontece nos dias  17 e 18 de setembro

 

SÃO CARLOS/SP - O evento "2º Cidades + Resilientes - Transformações urbanas frente às questões humanas" acontece nos dias 17 e 18 de setembro de 2024, no Campus São Carlos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e tem como objetivo compreender as demandas emergentes do contexto urbano, incorporando novas perspectivas, desafios e soluções que se tornaram essenciais na dinâmica acelerada das transformações urbanas.

O tema sugere uma abordagem que examina as mudanças e evoluções nas áreas urbanas em resposta ou consideração às diversas questões e necessidades humanas.
No dia 17/9, das 9 horas às 10h30, acontece a palestra "Resiliência Climática em cidades da América Latina". Em seguida, às 10h45, a mesa-redonda "Segurança Hídrica". No período da tarde, às 16h15, a palestra "Políticas e Programas de Planeamento Territorial para alcançar os objetivos de Desenvolvimento Sustentável".

Já no dia 18/9, a programa começa às 8 horas com o minicurso "Avaliação Ambiental Estratégica e o Planejamento Urbano". Às 10h30, será a vez da palestra "Resiliência Urbana: um olhar sobre o Jardim Pantanal, zona Leste de São Paulo". E a programação termina com outra palestra, a "Mitigação de Desastres Urbanos" às 16h15.

Inscrições e demais informações no site do evento (https://www.even3.com.br/2-cidades-resilientes-435080/).

SÃO CARLOS/SP - O Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), referência no atendimento 100% SUS, participou ativamente da edição de 2024 do Lean Summit Saúde, evento realizado pelo Lean Institute Brasil em parceria com o Hospital Sírio-Libanês.

O encontro, aconteceu nos dias 03 e 04 de setembro e teve como objetivo apresentar cases de sucesso de implantação da filosofia Lean Healthcare no setor da saúde em diversos cenários. O evento reuniu líderes, especialistas em Lean e em gestão da saúde, para discutirem potenciais formas de aumentar a eficiência, qualidade e o acesso aos serviços de saúde em todo o Brasil.

No dia 04 os representantes do HU-UFSCar participaram do Workshop Internacional   Liderança Transformadora e Melhoria Contínua: Criando um ambiente Seguro e Sustentável, ministrado por Mark Graban, reconhecido mundialmente como liderança lean em vários setores, inclusive na área da saúde.

 

Oportunidade de inovação e impacto social

A participação do HU-UFSCar no evento deste ano reforça seu compromisso com a inovação e a excelência na saúde pública. Com representantes da superintendência e áreas chave da administração e da assistência à saúde, que tiveram a oportunidade de trocar experiências, conhecer novos métodos de gestão e explorar práticas que podem melhorar ainda mais o atendimento à população.

"Participar do Lean Summit Saúde em parceria traz a oportunidade de aprender um pouco mais sobre eficiência de processos, bem como conhecer experiências bem-sucedidas de outros hospitais. Nesta edição do Lean Summit, tivemos o prazer de participar de um workshop coordenado por Mark Graban, autor mundialmente conhecido, que tratou de conceitos importantes como segurança psicológica e avaliação de resultados” destaca Fábio Neves, superintendente do HU-UFSCar.

 

A importância de um hospital 100% SUS no Lean Summit

A presença de uma instituição 100% SUS como o HU-UFSCar em um evento dessa magnitude é oportuna na medida em que promove discussões sobre como otimizar o uso de recursos, melhorar o fluxo de pacientes e aumentar a qualidade do atendimento — pontos essenciais para qualquer instituição pública que busca manter a eficiência e excelência no atendimento em um cenário de orçamento limitado.

"Em um hospital que atende exclusivamente pelo SUS, enfrentar os desafios de eficiência e de gestão de recursos é uma constante. O Lean nos ajuda a buscar soluções inteligentes e sustentáveis, e eventos como este são fundamentais para estarmos atualizados com as melhores práticas" pontua Solange Melo, gerente administrativa do HU-UFSCar.

A gerente de Atenção à Saúde, Valeria Gabassa,   que desenvolveu seu mestrado e doutorado na área da gestão hospitalar com uso da filosofia lean healthace, destacou especialmente o segundo dia do evento. “O workshop com o Mark Graban foi desenvolvido com um pequeno grupo de lideranças de várias áreas, mas especialmente da área da saúde. Foi uma excelente oportunidade de discutir um tema muito atual que é a segurança psicológica no ambiente de trabalho. Com a discussão e práticas desenvolvidas, como gestores do hospital, passamos a refletir sobre os desafios e condutas para garantir um ambiente de trabalho que promova a segurança de qualquer profissional, inclusive dos próprios líderes, para que cada um possa desenvolver o seu papel sem medo e sem julgamentos.

O HU-UFSCar busca implementar os aprendizados do Lean Summit e do Workshop para construir um futuro mais eficiente e sustentável na saúde pública. Dentre os desafios da equipe que participou do evento está o desenvolvimento de outra lideranças e demais profissionais para esses sejam capazes de buscar continuamente práticas melhores e inovadoras para aplicar no seu dia a dia e ajudar a transformar a saúde, com foco na oferta de serviços de saúde de excelência no serviço público, sendo cada vez mais eficiente e acessível a todos, seguindo a visão do Hospital em ser referência macrorregional para o cuidado de excelência em alta complexidade, focada nas lacunas assistenciais do SUS, apoiando o ensino, a pesquisa e a inovação com atenção à todas às pessoas.

Inscrições foram prorrogadas até o dia 16 de setembro

 

SÃO CARLOS/SP - Foram prorrogadas até o dia 16 de setembro as inscrições no Programa Futuras Cientistas, ofertado pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, ligado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O objetivo é que meninas do Ensino Médio tenham contato com ciência e tecnologia participando de diferentes atividades de imersão científica. As meninas selecionadas receberão um auxílio no valor de R$600 após a realização das atividades, que ocorrerão em janeiro de 2025. A iniciativa é aberta a estudantes do 2º ano do Ensino Médio da rede estadual e a professoras do Ensino Médio da rede básica. O edital e o formulário de inscrição podem ser acessados em https://linktr.ee/FuturasCientistas.

Em São Carlos, dois projetos receberão meninas para a imersão científica de 2025. Um deles acontecerá na nChemi Engenharia de Materiais, empresa-filha da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que realizará o projeto "Conhecendo a química de um mundo nano", abordando aspectos de Química, Ciência de Materiais e Nanotecnologia. O outro projeto acontecerá no Laboratório de Bioensaios e Modelagem Matemática (LBMM) da UFSCar, cujo título é "Segurança hídrica em tempos de mudanças climáticas: conceitos e práticas para as Futuras Cientistas". Essa ação vai discutir a temática de segurança hídrica em um cenário de mudanças globais.

Durante o projeto, as meninas vão participar de uma imersão cientifica realizando experimentos científicos, participando de palestras e conhecendo um pouco mais sobre o contexto universitário. As inscrições podem ser feitas até 16 de setembro. Informações completas em  https://linktr.ee/FuturasCientistas ou pelo Instagram (@FuturasCientistas).

Atividades, que acontecem no dia 12/9, são online e gratuitas

 

SÃO CARLOS/SP - No dia 12 de setembro, quinta-feira, serão realizadas duas palestras, que integram uma série de atividades propostas ao longo do ano pela Semana de Psicologia (SemPsi) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O objetivo é enriquecer o conhecimento e a prática dos profissionais e estudantes da área, abordando temas relevantes e atuais.

Com o tema "Sociedade e Universidade em debate", a programação tem duas palestras online: a primeira será apresentada por Heribaldo Maia com o tema "Freud e Marx: Encontro de gigantes na análise da sociedade"; em seguida, Gustavo Gaiofato ministra a palestra "Universidade como espaço de luta".

As palestras acontecem a partir das 18h30, com duração de uma hora para a exposição de cada um dos convidados; na sequência haverá 30 minutos para tirar dúvidas. O evento é gratuito, aberto ao público interessado, e contará com a emissão de certificado, mediante a participação em ambas. As inscrições podem ser realizadas através do formulário online, disponível em https://bit.ly/4g9k9Pn, no qual constam mais informações sobre o evento. O link de acesso às palestras será enviado ao e-mail dos inscritos.

Estudo na área de Psicologia convida pessoas acima de 50 anos para participação

 

SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa desenvolvida na área de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está buscando ouvir pessoas acima de 50 anos e entender como os efeitos de diferentes experiências de vida podem afetar os sentimentos de solidão delas e suas formas de lidar com as emoções para manter relacionamentos. Para isso, o estudo busca comparar os repertórios de regulação emocional e percepções de solidão nos relacionamentos entre pessoas idosas de diferentes contextos de vida.
A pesquisa, intitulada "Diversidade e Solidão: Experiências de Idosos", está sendo desenvolvida pelo aluno de graduação em Psicologia, Arthur Fornazari Gabas, para o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), sob a orientação da professora do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, Elizabeth Joan Barham. 
O estudante conta que o tema surgiu durante uma disciplina do curso. "Pesquisando mais, vi que solidão era algo que aparecia na literatura, então resolvi focar nela. A parte de construir relacionamentos foi derivada dos fatores que protegem contra solidão", conta. De acordo com ele, "pesquisas com idosos na minha área ouvem mais os cuidadores. Além disso, o trabalho pode contribuir pra estudos sobre qualidade de vida desses idosos e estratégias pra lidarem com situações adversas na vida e construírem bons relacionamentos".

Como participar
Podem participar da pesquisa pessoas com 50 anos ou mais, dos mais diversos contextos de vida, que tenham acesso à Internet. A participação consiste em duas fases: 1. Preenchimento de um formulário online (https://bit.ly/solidaoidosos) e 2. (opcional) Participar de uma entrevista, com média de uma hora de duração, que pode ser presencial ou online, a depender da disponibilidade da pessoa. Dúvidas podem ser esclarecidas diretamente com o pesquisador Arthur Gabas, pelo telefone/WhatsApp (17) 98105-5477.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 76832223.0.0000.5504) e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Evento é gratuito e aberto ao público e conta com a parceria entre a UFSCar e entidades municipais

 

SÃO CARLOS/SP - Entre os dias 9 e 14 de setembro, São Carlos será sede da 8ª Semana de Fitoterapia, com atividades gratuitas, abertas ao público e voltadas à imersão profunda no universo das plantas medicinais, promovendo a interseção entre ciência, saberes tradicionais, agroecologia e sustentabilidade. A iniciativa é uma parceria entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Prefeitura Municipal de São Carlos, Fundação Educacional de São Carlos (FESC) e a Comissão Municipal de Práticas Integrativas e Complementares e Educação Popular em Saúde (COMPICS&EPS). Informações completas sobre a Semana estão em https://linktr.ee/semanafitoterapiasaocarlos.

Em linhas gerais, a fitoterapia é o uso de plantas medicinais em diferentes formas farmacêuticas para o tratamento de doenças. A iniciativa da Semana visa valorizar e difundir o conhecimento sobre a Fitoterapia como uma Prática Integrativa Complementar (PIC), destacando seu papel na promoção e recuperação da saúde. Neste ano, o evento terá confluências com a Agroecologia, trazendo a importância da produção de alimentos orgânicos e sustentáveis, bem como a relação entre saúde e meio ambiente.

A abertura do evento será no dia 9 de setembro, às 14 horas, no Paço Municipal e, ao longo da semana, várias atividades serão realizadas em locais distintos de São Carlos. Haverá palestras, workshops, visita à horta educativa e oficinas. O encerramento será no dia 14/9 com a Feira Orgânica de São Carlos. A programação completa está no site, assim como as orientações para inscrição. O acesso à página e às redes sociais do evento pode ser feito pelo link https://linktr.ee/semanafitoterapiasaocarlos.

As atividades são abertas a todas as pessoas interessadas, incluindo profissionais da saúde, estudantes, professores, raizeiros e a comunidade em geral.

"Se a universidade não mudar, ela vai desaparecer", alertou Helena Nader, Presidente da ABC

 

SÃO CARLOS/SP - Olhar para a juventude e, ao mesmo tempo, entender que a pirâmide demográfica brasileira está se invertendo, com queda no número de nascimentos e envelhecimento da população. Avançar na prática da interdisciplinaridade e formar pessoas preparadas para diferentes demandas da sociedade. Estes foram alguns dos alertas que Helena Nader, Presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), fez durante a conferência "O futuro da Universidade: os desafios da pesquisa e da inovação", que aconteceu em 27 de agosto na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Este foi o terceiro encontro do ciclo "Universidade para o futuro", promovido pelo Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da Universidade.
Durante a sua exposição, Nader apresentou dados para, dentre outros aspectos, destacar o alto índice de jovens que não estudam e não trabalham e, justamente, a questão demográfica relacionada ao envelhecimento da população. "Eu trouxe esses dados para que a universidade olhe para o futuro e esse futuro é amanhã. O Brasil não está olhando como deveria para sua curva demográfica. A universidade precisa olhar para essa realidade e refletir sobre o perfil dos jovens que vão chegar às instituições. Precisa [a universidade] pensar: quais habilidades que eu tenho que passar para os meus estudantes? Como mostrar as mudanças que as profissões estão vivenciando? Como serão as mudanças na Ciência? Além disso, é preciso se adaptar e fiscalizar as novas tecnologias e entender que a educação a distância e a educação continuada vão permanecer", refletiu, afirmando que as universidades encontrarão seus caminhos, cada uma com soluções distintas e específicas para suas realidades.
Nader também ponderou que a "queda na produção científica já indica que há diminuição do modelo que as universidades usam e esse modelo tem que mudar. A cômoda cheia de gavetas tem que ser um espaço conjunto de utilização, ou seja, precisamos da interdisciplinaridade. Somos acomodados e se a universidade não mudar ela vai desaparecer, vai perder o sentido. Nosso insumo é o indivíduo que está chegando à universidade e ele quer mais que o diploma, ele quer estar preparado para as  demandas da sociedade. A educação continuada vai ser outra e vamos adaptar a tecnologia a isso, vamos reciclar pessoas cada vez mais para novas habilidades que o mercado demanda. É um desafio grande", complementou a dirigente da ABC.
Além de Helena Nader, que integra o Conselho do IEAE, participou do evento Maycon Stahelin, assessor da Diretoria de Planejamento e Relações Institucionais da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
Stahelin apresentou a Embrapii, destacando o crescimento dos projetos nos últimos anos e apontando o avanço da unidade Embrapii UFSCar-Materiais. Diante dos desafios de pesquisa e inovação, ele pontuou o papel da empresa. "A gente vê a Embrapii não só como apoio à inovação, mas apoio técnico das nossas unidades e apoio financeiro de várias fontes. Entramos com dois pontos: apoio direto às demandas das empresas e somos inovação institucional aproveitando a estrutura de pesquisa já existente no País, usando o que já tem para atender as demandas. Nosso modelo é ágil, interessante para a empresa parceira e para a redução de custo do projeto", destacou.
A curadoria da Conferência ficou a cargo dos docentes da UFSCar Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, Diretor do IEAE, e Ernesto Pereira, Coordenador da Embrapii UFSCar-Materais. A íntegra da transmissão da atividade já está disponível no canal UFSCar Oficial no YouTube (https://bit.ly/4ea1Esb).

Ciclo
O Ciclo de Conferências "Universidade para o futuro" teve início no ano passado e a iniciativa pretende refletir sobre como a universidade - no Brasil e no mundo - precisa se repensar a partir das várias crises que a sociedade enfrenta, como a crise política, sanitária, de desinformação, além da emergência climática. Para o Diretor do IEAE e professor do Departamento de Física (DF) da UFSCar Adilson de Oliveira, "a universidade é uma instituição que não mudou muito nos últimos séculos, e é preciso que se olhe de um novo ponto de vista, para que também a sociedade a veja de forma diferente, para que perceba sua relevância, busque o espaço acadêmico para compartilhar e buscar soluções para os seus problemas, confie no potencial do conhecimento especializado, dentre outras interações possíveis", expõe.

Atividade que integra as Quartas Sociológicas é gratuita e aberta ao público

 

SÃO CARLOS/SP - No dia 11 de setembro, o Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza mais uma edição das Quartas Sociológicas, com o tema "Questões do cristianismo brasileiro contemporâneo". Na ocasião, também será realizado o lançamento do livro "O cristianismo brasileiro contemporâneo: aspectos econômicos, assistenciais, políticos e ecumênicos", de autoria do professor do Departamento de Sociologia (DS) da UFSCar, André Ricardo de Souza, publicado pela EdUFSCar, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O tema da obra, de acordo com o professor André Souza, "é o bastante amplo e heterogêneo segmento cristão brasileiro, que abrange católicos, evangélicos e espíritas". Para ele, um dos pontos que mais chamou a sua atenção durante a pesquisa foram as "diferenças, por um lado, entre práticas econômicas bastante lucrativas ligadas a grandes denominações evangélicas, principalmente a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), e práticas econômicas autogestionárias (economia solidária) de trabalhadores apoiados por entidades católicas, sobremaneira a Cáritas Brasileira". Outra diferença destacada por Souza é "por outro, as diferenças entre o trabalho assistencial desinteressado, feito por determinadas ONGs evangélicas, instituições espíritas e católicas, e a atividade assistencial voltada, em grande medida, à projeção de indivíduos para que eles obtenham cargos eleitorais, com destaque para a IURD e outras igrejas pentecostais". O livro é fruto de uma longa pesquisa que começou a ser feita, ainda em 2008, estendendo-se até 2024, por meio de projetos de pesquisa financiados pela Fapesp e CNPq. Saiba mais sobre o tema  do livro em artigo escrito pelo professor da UFSCar no site do Instituto Humanitas Unisinos, em https://bit.ly/artigoihu.

No último dia 20 de julho também foi realizado, numa parceria entre o Programa de Pós Graduação em Ciência da Religião da PUC/SP e o PPGS-UFSCar, o lançamento ecumênico do livro em São Paulo. Na ocasião, a venda presencial do livro foi revertida à Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, coordenada pelo Padre Julio Lancelotti, que esteve presente junto a representantes de diversos segmentos religiosos e estudiosos da Religião. 

Serviço
A mesa das Quartas Sociológicas na UFSCar "Questões do cristianismo brasileiro contemporâneo" terá como participantes os professores André Ricardo de Souza, do Departamento de Sociologia (DS) da UFSCar, Olívia Bandeira, da PUC-SP, Paul Freston, da University of Waterloo (UWL), no Canadá, e Ronaldo Almeida, da Unicamp. 

O evento é gratuito e acontece às 10 horas, no auditório do CECH, no edifício AT 2, localizado na área Sul dos Campus São Carlos, sem necessidade de inscrição prévia. Outras informações podem ser solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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