SÃO CARLOS/SP - O Centro Afro vai ser palco da exposição “Fronteiras do Baú” que tem sua abertura no dia 18 às 19h e vai até o dia 28 de novembro. A Exposição faz parte das comemorações do Mês da Consciência Negra e foi idealizada pelo falecido historiador Vanderlen Amaral da Costa. O curador é o filho, Vanderlon Garcia da Costa, um gaúcho que adotou São Carlos.
“A exposição “Fronteiras do Baú” é para aproximar a comunidade negra e capacitar educadores através da observação óptica, contar a verdadeira história aos alunos da rede municipal, estadual e particular e mostrar à sociedade a importância do negro na história e na diversidade cultural”, explica o curador. Ele ressalta que a exposição traz uma visão diferente da história do negro e revela um sonho compartilhado com seu pai de transformar esse grande acervo em museu, colocando a cidade de São Carlos como referência na região.
“A exposição é baseada em uma coleção do meu pai que vem trazendo a história do negro que não foi contada. Quando criança, meu pai tinha a necessidade de conhecer a história do seu passado. Somos negros gaúchos e conhecemos várias histórias de outros povos que chegaram depois e não tínhamos a nossa, isso fez com que meu pai colecionasse tudo, como histórias de negros no velho oeste, negros judeus da Etiópia, o clube negro mais antigo do Brasil. Então são muitas curiosidades expostas aqui e, no fundo, o objetivo da exposição é fazer com que cada cidade comece a resgatar essa história, abrir o seu baú, porque em 350 anos tivemos um período da história do negro muito fragmentada, nosso propósito é de resgatamos a partir do século XX, onde temos fotografias, registros, negros em escolas, se formando, então esse estímulo é muito importante.
Nessa exposição, vamos mostrar fotografias, gravuras, pinturas, recortes de revistas, cartões, moedas, cédulas, selos, documentos históricos do século XIX, como certidões de nascimentos, liberação de açoite, captura de um negro, são muitas histórias nisso tudo.
O nome “Fronteiras do Baú” foi dado porque eu tenho uma lembrança de criança quando eu comecei a acompanhar meu pai nas feiras, e ele tinha um baú e eu perguntava pra ele o que era e ele dizia que era muito cedo pra mim e aos 38 anos eu tiro esse baú da casa e transformo em uma exposição. Essa mesma ansiedade sobre a história meu pai passou pra mim, é muito gratificante, relembra o curador.
O historiador Vanderlen Amaral da Costa nasceu em Lavras do Sul (RS), em 1937. Colecionador desde cedo, foi para Porto Alegre em 1945, onde se tornou conhecido como antiquário e começa a participar de exposições em várias cidades. Em meados dos anos 50 se torna escritor, ganhando vários prêmios. O colecionador possuía um acervo particular com mais de 2.000 peças, retratando a história do negro do Rio Grande do Sul, do Brasil e de outros países do mundo. Suas exposições já foram vistas em diversas cidades do Brasil. Vanderlen faleceu em 2021, em Porto Alegre.
A diretora do Departamento dos Direitos Humanos da Secretaria de Cidadania e Assistência Social, Sílzia Eliana Bento, convida toda comunidade para a abertura da exposição no dia 18/11 às 19h. Para as escolas que tiverem interesse em visitar a exposição, o agendamento pode ser feito pelo telefone (16) 3371 8936. A exposição funciona de segunda a sexta feira das 13h as 20h30 e no dia 20/11 vai estar aberta das 8h às 13h.
SÃO CARLOS/SP - O Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira “Odete dos Santos”, promoveu na noite da última segunda-feira (14/10), na sede da entidade, localizada na Rua Conde do Pinhal, nº 2.190, a palestra com o tema “Anemia Falciforme – Saúde da População Negra”.
A palestra foi ministrada pela Dra. Raquel Duarte Moreira, Prof. Jean Leandro dos Santos, Márcia Tânia Alves (ativista negra) e José Vitor Melchiades, da UNESP-Araraquara.
“Foi uma honra estarmos em São Carlos para falamos sobre a saúde da população negra com ênfase na anemia falciforme. É uma ação de orientação que desenvolvemos percorrendo várias cidades do interior do Estado de São Paulo”, disse Márcia Tânia Alves, ativista negra, da UNESP de Araraquara.
Raquel Duarte Moreira, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e que trabalha com o Movimento Negro de Araraquara, falou da política nacional de saúde da população negra e das doenças que mais acometem a população negra. “A maior delas é a anemia falciforme. A doença é causada por mutação genética, responsável pela deformidade dos glóbulos vermelhos. Para ser portador da doença, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo pai e pela mãe. Se for transmitido apenas por um dos pais, o filho terá o traço falciforme, que poderá passar para seus descendentes, mas a doença não se manifesta”, explicou a professora.
O Prof. Jean Leandro dos Santos, especialista em anemia falciforme, trabalha há 20 anos com a temática orientando a comunidade. “Trabalhamos com anemia falciforme na cidade de Araraquara desde 2004, orientamos sobre a importância do conhecimento sobre a doença, principalmente para as pessoas que tem alguém na família ou conhecido. Queremos mostrar que a doença tem tratamento, a importância de se fazer o cuidado, acompanhamento, quais são os avanços, as novas descobertas, as pesquisas dos novos fármacos e trouxemos essa experiência para a comunidade negra de São Carlos”, enfatizou.
José Vitor Melchiades, aluno de graduação, lembrou que a palestra “faz parte de um projeto maior que é o estudo das doenças crônicas da população negra, como diabetes, hipertensão e a própria anemia falciforme”.
Carmelita Silva, da Seção de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial, agradeceu a presença dos palestrantes de Araraquara trazendo informações e orientações para a comunidade negra sobre a anemia falciforme. “É importante essa orientação para a população negra que muitas vezes não conhece a doença, não faz os exames.
A orientação, o conhecimento e a prevenção são fundamentais para se evitar agravos e óbitos por desconhecimento da doença e por isso trouxemos essa temática para a população negra, começando pelos cuidados em saúde e conhecimento da anemia falciforme”, salientou Carmelita Silva.
ANEMIA FALCIFORME - Dentre os principais sintomas estão dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos; fadiga intensa; palidez e icterícia (coloração amarelada da pele), dores articulares; e do ‘branco dos olhos’); atraso no crescimento; feridas nas pernas; tendência a infecções; cálculos biliares; problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais, entre outros sintomas.
SÃO CARLOS/SP - Nesta segunda-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, será realizada das 8h às 22h, no Ginásio do Zuzão, localizado na avenida Araraquara, nº 414, na Vila São José, a 24ª Festa Afrodescendente de São Carlos.
O evento faz parte também da programação do Mês da Consciência Negra sendo realizada por João Carlos de Oliveira desde a primeira edição do evento com apoio da Prefeitura de São Carlos e da Câmara Municipal.
A festa começa logo cedo com um torneio de futebol. A partir das 16h começam os shows musicais que seguem até 22h. O DJ Joia Rara, os grupos “Chega Pra Sambar” e “Quem sabe Samba” e o cantor Carica Sensação são as atrações desta edição da festa.
A entrada é 1 kg de alimento não perecível. Ano passado, na 23ª edição da festa, foram arrecadados 300 kg de alimentos que foram repassados para o Fundo Social de Solidariedade de São Carlos.
SÃO CARLOS/SP - O Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira “Odette dos Santos”, coordenado pela Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social, está com duas exposições abertas ao público: “Odette a Dama do Samba” e “A Presença Negra em São Carlos”. A entrada é gratuita e os trabalhos contam com apoio da Secretaria de Educação e da Fundação Pró-Memória.
A abertura das exposições aconteceu na última semana com as presenças das secretárias Vanessa Soriano, de Cidadania e Assistência Social, Wanda Hoffmann, de Educação, da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Lucinha Garcia, o secretário de Comunicação, Leandro Severo, José Cláudio Salvador, presidente do Conselho da Comunidade Negra, Gustavo Henrique, presidente do Conselho Municipal da Diversidade Sexual, Cristiane Menezes, presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB e os familiares
de Odette dos Santos, como Oradyr dos Santos Ferreira, Odila dos Santos Ferreira e Nádia Cristina Ferreira, além do Babalorixá Caio e Mãe Susi do Ilê Oju Ogian Ase Ayra.
A Exposição “A Presença Negra em São Carlos” foi organizada em 2006. Agora em 2022 ela passou por revisão teórica e visual trazendo para o público narrativas atualizadas sobre aspectos da história da população negra local. A partir de uma perspectiva afrocentrada foram destacadas as contribuições de pretos e pardos, que com os seus saberes e cultura, contribuíram para a formação e desenvolvimento do município. Desde o período escravista esses sujeitos lutam por liberdade, direitos, acesso à cidadania e no combate ao racismo.
As imagens expostas são do Acervo particular de Maria de Lourdes Thobias Serafim; do Acervo do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros/Universidade Federal de São Carlos (NEAB/UFSCar); do Acervo Grêmio Recreativo Familiar Flor de Maio; do Acervo da Fundação Pró-Memória de São Carlos e da Fundação Biblioteca Nacional.
Já a Exposição “Odette a Dama do Samba” retrata a vida de Odette dos Santos, considerada por décadas a principal carnavalesca da cidade.
O Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira “Odette dos Santos” está localizado na rua Dona Alexandrina, nº 844, no centro e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h.
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