Medidas incluem atividades como rodas de conversa, oficinas e práticas integrativas
SÃO CARLOS/SP - Um estudo conduzido por Tatiane Carolina Martins Machado Rodrigues, servidora do Departamento de Assuntos Comunitários e Estudantis (DeACE) do Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), apresenta contribuições significativas para a promoção da saúde mental de estudantes universitários. O artigo "Implementação de protocolo de organização de serviço para enfrentamento do sofrimento psíquico universitário", publicado recentemente na Revista de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), relata a experiência de elaboração e implementação da segunda versão de um protocolo de organização de serviços voltado ao enfrentamento do sofrimento psíquico no ambiente acadêmico.
O artigo é fruto da tese de doutorado profissional em Enfermagem defendida por Rodrigues, na Universidade Estadual Paulista (Unesp, campus de Botucatu), sob orientação do professor Guilherme Correa Barbosa. O trabalho baseado em princípios da pesquisa-ação envolveu a participação direta de equipes dos departamentos de Saúde e Assistência Estudantil dos quatro campi da UFSCar - São Carlos, Araras, Sorocaba e Lagoa do Sino - e foi articulado com o apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE) da Universidade.
Segundo Rodrigues, o protocolo foi construído de maneira colaborativa entre fevereiro e outubro de 2023, por meio de oficinas online que reuniram 26 servidores das áreas envolvidas. As atividades foram divididas em três momentos principais: análise da versão anterior do protocolo, seleção das ações em curso e definição das novas estratégias. O processo permitiu a revisão crítica das práticas em andamento e resultou na ampliação e sistematização de ações educativas, terapêuticas e de apoio aos estudantes, realizadas individualmente ou em grupo.
Entre os destaques do protocolo, estão ações voltadas tanto ao acolhimento individual - como escuta qualificada, psicoterapia, atendimentos médicos e orientações sociais - quanto à promoção da saúde em grupos, com atividades como rodas de conversa, oficinas, práticas integrativas (como mindfulness) e incentivo à cultura e ao lazer.
A segunda edição do protocolo também incorporou a participação ativa dos servidores na formulação das propostas, promovendo trocas de experiências entre os profissionais de diferentes campi. "A experiência foi transformadora, pois além de reafirmar o sofrimento psíquico como um problema real, deu voz às equipes na construção das soluções", afirma Rodrigues.
O estudo reforça o papel das universidades na promoção da saúde mental e na criação de ambientes acolhedores e inclusivos. "Mais do que pensar em acesso, é preciso garantir permanência com qualidade e bem-estar. A pesquisa vem somar esforços, na UFSCar, para o fortalecimento de sua política institucional de saúde mental e se destaca como referência em ações articuladas e integradas de enfrentamento ao sofrimento psíquico universitário", completa a autora.
A íntegra do artigo está disponível em https://doi.org/10.5902/