Debate recebeu pesquisadores, estudantes e professores para falar sobre a formação docente na universidade para o futuro
SÃO CARLOS/SP - Recentemente, o Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realizou a 4ª conferência do ciclo "Universidade para o futuro" com o tema "O futuro da universidade: políticas e pesquisas na formação de professores". O evento recebeu pesquisadores, docentes, estudantes e representantes de diferentes setores da UFSCar para o debate sobre a importância do papel do professor para a sociedade, os desafios na formação docente, além de um resgaste histórico de pesquisas realizadas dentro desse contexto.
O tema foi apresentado por Maria da Graça Nicoletti Mizukami, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e professora aposentada do Departamento de Metodologia de Ensino da UFSCar, e por Patrícia Albieri Almeida, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas. A curadoria desta quarta edição do ciclo foi das professoras Rosa Maria Moraes Anunciato, do Departamento de Teoria e Práticas Pedagógicas (DTPP), e Aline Reali, docente sênior do DTPP e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar.
Para Patricia Almeida "falar de formação docente é um problema social diante dos problemas que temos na educação. O professor é parte fundamental nesse processo, assim como sua formação. Isso é de responsabilidade da universidade". Ela reflete que a formação de professores sofre impactos com a descontinuidade de políticas públicas, contradição e algumas limitações, como a falta de recursos e a sequência constante de reformas propostas por cada representante político, gerando, ao mesmo tempo, avanços e retrocessos, tensões e desafios. "As universidades têm papel importante para que as políticas públicas de formação docente sejam fruto de debates,reflexões e pautas de discussão e posicionamento crítico", reforça a pesquisadora da Fundação Carlos Chagas.
Com 50 anos de pesquisa sobre o fazer docente e o desenvolvimento profissional da categoria, Maria da Graça Mizukami aponta que a "a docência é uma profissão, assim com as demais, e envolve vários aspectos que abarcam o conhecimento técnico apropriado nas universidades e o conhecimento produzido pelo próprio professor, conforme suas vivências, experiências e processos individuais de construção do conhecimento", relata a visitante. No campo da pesquisa em docência, Mizukami considera que há uma série de avanços do ponto de vista metodológico, incluindo pesquisa-intervenção e planejamento aberto de estudos. "A pesquisa individual está muito comprometida, principalmente pelo caráter interdisciplinar. Em relação aos dados, a tecnologia trouxe vantagens como, por exemplo, a linha do tempo do aluno e do professor a partir dos sistemas de Educação a Distância (EaD)", avalia Mizukami, que participou do projeto do IEAE-UFSCar, em 2015, na elaboração das ideias iniciais do Instituto.
Em relação à EaD, Patricia Almeida destaca que dados do Censo da Educação Superior de 2021 indicam um aumento de 123% nas matrículas na modalidade a distância e a queda de 30% nas matrículas nos cursos de licenciatura presenciais. "Ainda não se sabe muito sobre a formação a distância e há uma mudança no perfil das pessoas que buscam os cursos de licenciatura, comprovado pelos dados do Censo: maioria está na escola pública; primeira geração da família a ter acesso ao Ensino Superior; 51% são pessoas negras; e 61,2% têm renda familiar de até três salários mínimos", apresenta a palestrante. "O problema é que essas pessoas não tiveram uma educação básica de qualidade e vão para a formação superior a distância, ainda com lacunas. E elas, provavelmente, vão ingressar na educação pública. Nesse ponto, se reforça o contexto da universidade que recebe o aluno com lacunas no ensino básico. É preciso refletir sobre isso", complementa Almeida.
No entanto, a representante da Fundação Carlos Chagas reconhece que as redes públicas também têm condições, por vezes, precárias, mas defende que "tem muita coisa boa acontecendo nas licenciaturas pelo país. Há boas experiências formativas acontecendo no Brasil e precisamos reconhecer que os professores das universidades públicas, formando professores, têm se esforçado nesse cenário", conclui.
Adilson de Oliveira, diretor do IEAE-UFSCar destacou a importância do evento para criar novos conhecimentos e avançar na visão sobre a formação docente e reforçou o espaço que o Instituto oferece para pesquisadores, professores e estudantes interessados em compor um Grupo de Trabalho Temático dedicado ao tema.Maria de Jesus Dutra dos Reis, vice-reitora da UFSCar, também participou do evento e valorizou o papel do professor e a importância do evento. "[Professores] são importantes para ensinar e refletir a educação, são pessoas que ensinam pessoas e as tornam críticas diante da sociedade. Discutir essas temáticas nos apoiam a elaborar políticas e reflexões sobre a universidade", refletiu.
A conferência foi transmitida ao vivo e a íntegra está disponível no canal UFSCar Oficial no YouTube (https://bit.ly/3BANFOp/).
Parceria entre UFSCar, Unicamp e startup vai mapear a microbiota axilar e propor uso de produto natural
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa realizada pela parceria entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Unicamp e a startup "Chic é ter saúde", desenvolve uma pesquisa na área de Biotecnologia para tratar a bromidrose, condição caracterizada pelo mau odor axilar. O projeto propõe o mapeamento da microbiota axilar e uso de produto natural para combater o problema, visto que os métodos atuais para tratar a bromidrose utilizam produtos agressivos à pele e que nem sempre resolvem o problema. O grupo convida voluntários para análise e testes gratuitos.
A pesquisa tem participação dos professores da UFSCar Maristela Adler, do Departamento de Medicina, e Anderson Ferreira da Cunha, do Departamento de Genética e Evolução, e está sendo realizada por Carla Peres de Paula, mestre e doutora em Biotecnologia pela UFSCar e pesquisadora da startup "Chic é ter saúde". O projeto tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp), por meio do programa de Pesquisa Inovativas em Pequenas Empresas (PIPE).
A bromidrose é uma condição que afeta, ao menos, 3% dos brasileiros e se configura como uma sudorese corporal acompanhada de suor desagradável, que, embora não seja grave, causa desagrado e prejuízo à qualidade de vida dos indivíduos. As causas da bromidrose são várias e podem ser de origem genética, maus hábitos de higiene, alimentação ou outras condições de saúde adjacentes. O diagnóstico dessa condição é difícil e, de acordo com os pesquisadores, a incidência do problema pode ser subestimada.
O objetivo geral da pesquisa é o desenvolvimento e teste de um produto natural para o tratamento de bromidrose e um serviço diagnóstico para essa condição a partir da análise da microbiota axilar. "A principal diferença entre o tratamento proposto e o atual é que ele atuaria para rebalancear a microbiota de forma natural e não abrasiva para a pele, diferente dos tratamentos atuais que são mais agressivos, e que podem gerar alergias e sensibilidades", explica Carla de Paula.
O estudo fará o mapeamento da microbiota axilar para elaborar um laudo que será a base para o diagnóstico molecular de bromidrose, e servirá como ferramenta chave para aconselhamento e tratamento personalizado e mais assertivo do consumidor brasileiro. Paralelamente, o estudo fará um teste de produto probiótico cuja finalidade é reestabelecer a microbiota da axila a partir de um método de tratamento/controle, baseado em um produto natural, que não prejudica a pele e não é invasivo. A expectativa é que o estudo possa contribuir para a elaboração de "um novo produto, mais natural, que auxilie pessoas do Brasil e do mundo afetadas pela bromidrose, e que não obtiveram melhora com os tratamentos atualmente disponíveis", expõe a pesquisadora.
Voluntários
Para realizar a pesquisa, são convidados 40 voluntários, entre 20 e 40 anos de idade - sendo 20 saudáveis e 20 com bromidrose - para participar do estudo. Os participantes devem preencher este formulário online (https://bit.ly/4ex2sIj) e as pessoas que se enquadrarem nos parâmetros necessários passarão em consulta na USE, com a professora Maristela Adler, que é dermatologista. A partir disso, os participantes farão a coleta do material axilar e utilizarão o produto probiótico durante 1 mês. A segunda etapa da pesquisa consiste em uma nova consulta e coleta, após um mês, para fins de comparação.
As pessoas interessadas em participar do estudo devem preencher o formulário até o dia 10 de novembro. Mais informações pelo telefone/whatsapp (16) 99383-4661. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da (UFSCar (CAAE: 28266620.8.0000.5504).
Pesquisadores da UFSCar e da USP apresentam diferentes aspectos sobre os temas em atividade aberta ao público
SÃO CARLOS/SP - Para encerrar a primeira edição do evento "Diálogos Avançados", com o tema "s Ciências diante do Antropoceno", duas mesas debatem a relação entre as formas de vida e as diversas fontes de energia e as profundas transformações ambientais e sociais geradas pela expansão urbana em escala global. As atividades serão no dia 17/10, com início às 14 horas, no Anfiteatro Jorge Caron, no Campus 1 da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, e são abertas a todo o público. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site dialogos-avancados.org. Haverá transmissão pelos canais UFSCar Oficial e Polo São Carlos do IEA-USP no YouTube.
Sonia Maria Barros de Oliveira, docente do Instituto de Geociências da USP, e Ernesto Pereira, professor do Departamento de Química da UFSCar, apresentam a mesa "Vida e energia", às 14 horas. A ideia é refletir sobre como a exploração e o consumo de energia, desde os combustíveis fósseis até às energias renováveis, impactam diretamente os ecossistemas e a vida em todas as suas formas. Sonia de Oliveira expõe que o uso de materiais e de energia pela humanidade tem crescido continuamente, mas o ritmo desse aumento, principalmente nos últimos 50 anos, tem sido menor do que o ritmo do crescimento econômico. "Isso é resultado de um aumento de eficiência no uso dos recursos, o que configura um ‘desacoplamento relativo’ entre a extração de energia/materiais e a geração de riqueza. Esses ganhos de eficiência, no entanto, não se traduzem em redução no uso dos recursos, cuja expansão tem como efeito o comprometimento de serviços ecossistêmicos essenciais como a estabilidade climática, a disponibilidade de água e ar limpos e preservação da biodiversidade", destaca.
Nesse contexto, Ernesto Pereira, da UFSCar, avalia que é preciso "melhorar significativamente as tecnologias para diminuir os desperdícios, mudar a tecnologia onde houver muitos resíduos gerados (gases de efeito estufa e materiais radioativos) e minimizar o impacto ambiental. É possível melhorar os processos, especialmente se os modelos de produção e modelos de negócio forem substituídos por modelos que contemplem a eficiência, a baixa emissão de resíduos com o propósito maior de melhorar a vida das pessoas".
A mesa "Urbanização planetária: ecologias e desigualdades" será conduzida por Marcel Fantin, docente do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP, e por Maria Aparecida de Moraes Silva, professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar. A atividade será às 16h15 e discutirá as profundas transformações ambientais e sociais geradas pela expansão urbana, especialmente no contexto do Antropoceno. Marcel Fantin, da USP, aponta que o crescimento exponencial das cidades e a urbanização global têm exercido uma pressão significativa sobre ecossistemas naturais e as consequências para o planeta incluem o aumento da temperatura global, fenômenos climáticos extremos, e a crescente vulnerabilidade das populações mais pobres, que tendem a ser as mais afetadas pela degradação ambiental. No entanto, o docente acredita que é possível manter a urbanização e o desenvolvimento de forma a respeitar o equilíbrio entre cidades e ecologias, mas alerta que isso exige uma mudança significativa nas políticas urbanas e no planejamento territorial. "Para alcançar uma convivência harmoniosa entre cidades e ecologias, é essencial adotar práticas urbanas mais inclusivas, que priorizem a preservação ambiental, a redução das desigualdades e a participação ativa da sociedade na tomada de decisões", define.
Do ponto de vista das mudanças sociais geradas pela expansão urbana, Maria Moraes, professora da UFSCar, reforça que essas transformações são responsáveis pela expulsão e expropriação de milhões de pessoas, cuja rota é, em geral, as cidades. "Assim, não é possível analisar os espaços urbano e rural como elementos separados, porém, entrelaçados", afirma. Além disso, a docente considera importante "entender os processos sociais que causam a continuidade da extração e fratura dos recursos naturais em favor de grupos econômicos nacionais e internacionais, com a participação do Estado por meio de arranjos sociopolíticos, jurídicos e econômicos".
Diálogos Avançados
Esta primeira edição do evento ocorrerá entre os dias 15 e 17 de outubro, na UFSCar e na USP. Ao longo do três dias, os participantes explorarão temas como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, crise dos recursos naturais e as desigualdades socioeconômicas exacerbadas pelo impacto humano. A atividade se configura como um espaço de troca de conhecimentos e experiências, promovendo a integração entre pesquisadores, estudantes e a sociedade em geral. O evento pretende ampliar a compreensão sobre como as ciências podem responder às crises contemporâneas, oferecendo uma plataforma para a construção coletiva de estratégias que possam guiar a humanidade em tempos de mudanças profundas. A programação completa e o acesso às inscrições gratuitas estão no site https://dialogos-avancados.org.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação (SME) informa que atendendo ao pedido da Justiça Eleitoral, 16 escolas municipais entre Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEI’s) e Escolas Municipais de Educação Básica (EMEB’s) serão sessões eleitorais na eleição de domingo (06/10), das zonas eleitorais 410 e 121. As escolas municipais vão reunir no total 128 sessões eleitorais.
As escolas municipais tiveram salas e espaços cedidos para votação e por isso algumas unidades escolares tiveram aulas suspensas na tarde desta sexta-feira (04/06). As aulas serão retomadas na tarde de segunda-feira (07/10) em 14 das 16 escolas cedidas a Justiça Eleitoral. Os CEMEI’s Walter Blanco e Rocha KEPPE não tiveram dispensa de alunos.
A SME informa, ainda, que a suspensão das aulas era facultativa e condicionada a necessidade da logística de organização de cada escola com limpeza e organização de mobiliário para abrigar 128 sessões eleitorais.
Confira quais são as escolas que tiveram salas cedidas para as Eleições 2024: CEMEI’s Cônego Manoel Tobias, Vicente de Paulo Rocha Keppe, Antônio Lourdes Rondon, Maria Luiza Peres, Helena Dornfeld, Walter Blanco e João Baptista Paino e as EMEB’s Dalila Galli, Antonio Stella Moruzzi, Angelina Dagnone de Melo, Arthur Natalino Deriggi, Carmine Botta, Maria Ermantina Carvalho, Carmelita Rocha Ramalho e Lauro Monteiro da Cruz; além da Fundação Educacional de São Carlos (FESC).
SÃO CARLOS/SP - Em comemoração ao mês das crianças a Secretaria Municipal de Educação, por meio do projeto “São Carlos de Braços Abertos”, levará 2.709 alunos da Educação Infantil e do Fundamental 1 para uma Sessão Pedagógica no Cine São Carlos. Os alunos assistirão à animação Teca e Tuti: Uma noite na biblioteca. Esse filme foi produzido pela “Rocambole Produções”, com classificação livre e direção de Diego Doimo, Eduardo Perdido e Tiago Mal. As sessões acontecerão nos períodos da manhã e tarde entre os dias 16 e 25 de outubro.
Vão participar da sessão de cinema 1.542 alunos dos CEMEI’s Santo Piccin, Dr. João Baptista Paino, Prof. Marli de Fátima Alves, Prof. Nilson Gonçalves, Carminda Nogueira de Castro Ferreira, Monsenhor Alcindo Siqueira, Helena Dornfeld, Antônio de Lourdes Rondon, Vicente de Paula Rocha Keppe, João Jorge Marmorato, Renato Jensen, Carmelita Rocha Ramalho, Octávio de Moura, Walter Blanco, Conego Manoel Tobias e Lauro Monteiro.
Participarão também outros 1.188 alunos do 1º ano (6 anos) das EMEB’s Angelina Dagnone de Melo, Antônio Stella Moruzzi, Dr. Alcyr Affonso Leopoldino, Prof. Maria Ermantina Carvalho Tarpani, Ulysses Ferreira Pícolo, Carmine Botta, Dalila Galli, Arthur Natalino Deriggi, Afonso Fioca Vitali e Janete Lia.
O programa de visitas pedagógicas da Rede Municipal de Ensino “São Carlos de Braços Abertos” consiste no desenvolvimento de atividades práticas em diversos locais, com representação multidisciplinar para o aprendizado dos alunos são-carlenses, que visitam prédios públicos e privados com significado histórico, agrícola, científico, industrial, educacional e cultural no município.
“A iniciativa é uma oportunidade para muitos dos nossos alunos conhecerem o cinema como fonte de cultura e agente transmissor de conhecimento. Contribuindo, assim, com o desenvolvimento dos seus sensos crítico, estético e cultural. O Programa São Carlos de Braços Abertos está ligado ao currículo escolar, pois todas as visitas têm alguma conexão com a grade curricular, com isso, os alunos ganham mais um dispositivo de aprendizagem diferenciado na educação municipal com atividades práticas e lúdicas no processo de aprendizagem”, ressalta a secretária municipal de Educação, Paula Knoff.
O programa “São Carlos de Braços Abertos” tem o apoio da Fundação Pró-Memória, SAAE, Horto Florestal, Parque Ecológico, Centro de Cultura Afro “Odette dos Santos”, Museu “Mário Tolentino”, CDCC/USP, Biblioteca Comunitária da UFSCar, Fazenda Pinhal, Sítio São João e Tecumseh do Brasil.
Conteúdo é produzido em parceria entre grupo de pesquisa na área e o Instituto da Cultura Científica da Universidade
SÃO CARLOS/SP - Neste mês de outubro, o Instituto da Cultura Científica (ICC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lança a série "Daninhas", com o objetivo de informar à sociedade sobre o cenário das plantas daninhas no Brasil, no sentido de trazer alternativas sustentáveis ao seu combate.
A iniciativa é realizada em parceria com projeto de pesquisa em rede realizado por cinco universidades federais - de São Carlos (UFSCar), Santa Catarina (UFSC), Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Goiás (UFG) -, que prevê o desenvolvimento de novos produtos e processos para o controle fitossanitário, com ênfase em biodefensivos.
Plantas daninhas constituem um desafio na agricultura brasileira, acarretando perdas importantes na produção agrícola. Ao nascerem em locais indesejados, as daninhas competem com as culturas por água, gases, nutrientes, luz e espaço e podem atuar como hospedeiras para pragas e doenças. Também liberam substâncias tóxicas no solo, inibindo o crescimento saudável das outras plantas. Muitas espécies desenvolvem resistência aos herbicidas comerciais, tornando o controle ainda mais difícil. Nessa direção, o projeto traz ações no combate às daninhas de forma eficiente e sustentável.
A série, pensada para as redes sociais, traz cartões informativos que situam o problema das daninhas no Brasil; exploram possíveis práticas de manejo, dentre elas o uso de herbicidas; apresentam a busca por alternativas naturais e, mais especificamente, informações sobre o projeto em rede das universidades federais.
"O intuito é disseminar informações científicas em uma linguagem acessível aos mais diversos públicos, fomentando o engajamento e a participação das pessoas, na busca por soluções sustentáveis e que causem menos prejuízos à saúde humana e ao meio ambiente", pontua Márcio Weber Paixão, coordenador do projeto de pesquisa e docente no Departamento de Química (DQ) da UFSCar, instituição-sede da iniciativa.
"No ICC, as parcerias que vamos estabelecendo com os projetos de pesquisa têm permitido experimentações buscando diferentes pontos de contato entre o conhecimento produzido e demandas e interesses sociais diversos. Neste caso, ao mesmo tempo que compartilhamos informação de qualidade sobre uma questão relevante tanto para a produção agrícola, quanto para a área ambiental e a saúde humana, buscamos ampliar o alcance de possíveis resultados do projeto de pesquisa a partir do qual a ação acontece", conta Mariana Pezzo, Diretora do ICC.
A série pode ser acompanhada semanalmente às quartas-feiras, pelas redes sociais da UFSCar - Instagram (@ufscaroficial), Facebook (facebook.com/ufscaroficial) e LinkedIn (linkedin.com/school/
O projeto de pesquisa em rede conta com o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através da Chamada Pública MCTI/CNPq/CT-AGRO Nº 32/2022, e tem duração prevista de três anos. Mais informações podem ser conferidas em matéria no Portal da UFSCar (https://bit.ly/ufscar-
Pesquisa é pioneira na avaliação dos testes sensório-motores em uma grande amostra e vai ofertar tratamento gratuito
SÃO CARLOS/SP - Um estudo de mestrado, realizado no Laboratório de Pesquisa sobre Movimento e Dor (LabMovDor) do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está convidando participantes para pesquisa cujo objetivo é verificar a confiabilidade de testes que avaliam a disfunção sensório-motora em indivíduos com dor lombar crônica e assintomáticos. Os voluntários passarão por testes e receberão orientações de exercícios para tratamento da dor lombar.
A pesquisa é realizada pela mestranda Ana Carolina de Jacomo Claudio, sob orientação da Thais Chaves, docente do DFisio, e tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com a pesquisadora, as pessoas com dor lombar crônica (há mais de três meses) podem apresentar alterações de como percebem ou sentem sua coluna. A pesquisadora explica que o cérebro atua recebendo informações sensoriais do ambiente o tempo todo, por exemplo, informações visuais. Essas informações são processadas e integradas pelo cérebro para gerar os movimentos que realizamos no dia a dia. Ou seja, os movimentos, que também são controlados pelos centros de controle motor (cérebro), são influenciados pela maneira como o cérebro processa e interpreta essa informação do ambiente. A disfunção sensório-motora pode ocorrer quando há um processamento ou interpretação distorcida das informações sensoriais que chegam ao cérebro e isso pode acarretar alterações importantes na maneira como nos movimentamos. Na dor lombar crônica, é possível que essa alteração no processamento/integração das informações sensoriais esteja contribuindo para dificultar a recuperação do paciente. Daí, a importância do estudo, pois podemos entender melhor porque a dor lombar não melhora em alguns pacientes", expõe Ana Carolina Claudio.
A mestranda da UFSCar relata que a literatura atual não contém estudos que afirmem a validade dos testes sensório-motores, "pois os estudos que foram realizados apresentam uma baixa qualidade metodológica e um tamanho amostral pequeno. Esse estudo que estamos desenvolvendo é o primeiro a ser realizado com uma grande amostra, para a dor lombar crônica em comparação com pessoas sem dor", reforça Ana Carolina. Ela defende a importância da pesquisa já que esses testes possibilitarão a avaliação sensório-motora para, em seguida, traçar possíveis condutas de tratamento. "De modo geral, é importante desenvolver essa pesquisa sobre confiabilidade e medida de erro dos testes pra ver se realmente eles são confiáveis, pois se apresentarem bom desempenho, são opções que poderão ser utilizadas na prática clínica, que não geram custos elevados, como outros tipos de exame como ressonância magnética", pontua.
As pessoas voluntárias passarão por diferentes testes sensório-motores e a expectativa é que o estudo possa contribuir na área de estudo de dor lombar, com instrumentos válidos para avaliação de possíveis disfunções sensório-motoras. Podem integrar o estudo participantes com idades entre 18 a 60 anos, que tenham, ou não dor na lombar, há pelo menos três meses. Os testes serão realizados em duas visitas ao Laboratório do DFisio, que fica na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.
Interessados devem entrar em contato pelo telefone (14) 99649-8726 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., até o final do mês de outubro. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 73402523.7.0000.5504).
SÃO CARLOS/SP - Com a apresentação da pesquisa intitulada “Bioprediction PPI, Predict Interactions Between Biological Sequences”, o doutorando da USP São Carlos, Bruno Rafael Florentino, conquistou recentemente a Medalha de Ouro “Thomas Clarkson”, elevando-o como o melhor do mundo na categoria “Ciência da Computação”, do “Global Undergraduate Award – 2024” – Irlanda.
O “Global Undergraduate Awards” é o principal programa de premiação de graduação do mundo que reconhece os melhores trabalhos de graduação, compartilhando esses trabalhos com um público global e conectando alunos de diferentes culturas e disciplinas, sendo uma organização sem fins lucrativos e sob o patrocínio do Presidente da Irlanda, Michael D. Higgins, desde 2012.
O “Global Undergraduate Awards” foi fundado em 2008, em Dublin, Irlanda, sendo que a iniciativa foi originalmente chamada de "Irish Undergraduate Awards" e estava aberta apenas a estudantes das sete universidades da Irlanda. Em 2012, a instituição se expandiu para aceitar inscrições de todas as instituições de ensino superior da Ilha da Irlanda, bem como das vinte melhores universidades da Grã-Bretanha, EUA e Canadá. Atualmente, a “Gobal Undergraduate Awards” aceita inscrições de estudantes de qualquer instituição de ensino superior do mundo.
Todos os anos a instituição coordena um programa de premiação para estudantes de graduação do penúltimo e último ano, bem como para estudantes que se formaram no ano do programa. Os participantes podem enviar seus trabalhos para uma das 25 categorias disponíveis, que representam uma ampla gama de disciplinas acadêmicas. Este trabalho é então avaliado anonimamente por um painel de acadêmicos internacionais e líderes da indústria. Os 10% melhores trabalhos são então pré-selecionados como “Altamente Recomendados” e a melhor inscrição em cada categoria é considerada a ”Vencedora Global”.
Bruno Rafael Florentino (22) é natural de Guaxupé - Sul de Minas Gerais – e iniciou sua graduação no IFSC/USP, no Curso de Bacharelado em Física, tendo mudado, ao final do primeiro ano, para o Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, onde se apaixonou definitivamente por Biologia Molecular Computacional. Por sugestão do docente do IFSC/USP, Prof. Alessandro Nascimento, Bruno Rafael transitou para o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), sob a orientação do Prof. André Ponce de Leon, tendo iniciado aí seu caminho na área de Bioinformática, incentivado pelo doutorando Robson Bonidia, que já trabalhava nessa área com uma pesquisa dele. “Através dessa pesquisa, ele me indicou fazer um estudo separado, uma espécie de complemento de sua própria pesquisa. Foi aí que iniciei esse trabalho com o foco de predizer se duas proteínas interagem ou se uma RNA e uma proteína podem interagir, ou não. A pesquisa de Robson era mais sobre classificar proteínas entre os diferentes tipos”, explica Bruno.
Com efeito, André Ponce de Leon e Robson Bonidia são exímios na parte de consolidar o estado da arte, até porque hoje em dia muito se fala sobre a democratização da Inteligência Artificial (IA), já que existem centenas de artigos falando de predição de interações, só que muitos apenas dialogam com outros especialistas em aprendizado de máquina. “São muitas descrições acerca do que você pode fazer para predizer, mas está surgindo essa nova discussão sobre democratização, de como os biólogos podem estar à frente do processo de construção de modelos, atendendo a que eles têm os problemas, enquanto a parte da computação tem as soluções, por isso devemos trazê-las.”, enfatiza Bruno. A pesquisa desenvolvida por Bruno Florentino é de predição de interação, mas de uma forma automatizada, sendo que no seu modelo ele está tentando criar algo que consiga performar e predizer bem novas interações, independentemente do conjunto de dados usados para treinar. A aplicação criada é chamada “fim-a-fim”, que irá fazer todo o processo de construção de um modelo de aprendizado de máquina completamente automatizado.
“A minha ferramenta tem o nome de “Bioprediction PPI”, e ela trabalha com interações entre sequências biológicas, sendo o foco proteína-proteína. Nessa pesquisa, lancei a primeira versão dessa ferramenta para predição de interações de forma completamente automatizada. Então, eu valido a minha ferramenta com vários modelos criados por especialistas, e o que ela mostra é que é possível criar um modelo geral que consiga ser competitivo com modelos criados por especialistas de forma automatizada, ou seja, é possível criar um modelo que possa competir com um especialista sem a necessidade de programação. Resumidamente, a ideia é criar uma ferramenta que permita ao biólogo treinar os seus próprios modelos preditivos. Com esse artigo escrito durante sua graduação, Bruno Florentino decidiu concorrer ao “Global Undergraduate Awards”, na área de Ciência da Computação, uma premiação que nunca ninguém ainda tinha conquistado na América do Sul, até ao momento em que ele se tornou o vencedor global nessa categoria com a premiação que classificou seu trabalho como o melhor do mundo.
Com a cerimônia de entrega do prêmio programada para entre os dias 10 e 13 de novembro, na cidade Dublin – Irlanda, Bruno Florentino, que atualmente frequenta o seu primeiro ano de doutorado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), segue firme na mesma linha de pesquisa, tentando agora conseguir parcerias de biólogos para conseguir testar a ferramenta “in vivo”. “Pretendo ter esse diferencial de várias ferramentas do Estado da Arte, porque nunca encontrei nenhuma ferramenta que tenha sido proposta e validada ‘in vivo’: mesmo sendo validadas pelas metodologias da ciência da computação, elas nunca foram aplicadas realmente em problemas reais. Então, estou procurando isso”.
SÃO CARLOS/SP - Diante da necessidade de ampliar o quadro de médicos que fazem atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade e região, a Prefeitura de São Carlos, através da Procuradoria Geral do Município (PGM), ingressou com um pedido junto ao juízo da 2ª Vara Federal de São Carlos, para atuar como como terceira interessada nos autos do Processo: 5001120-19.2024.4.03.6115, juntamente com a Associação de Escolas Reunidas LTDA (UNICEP).
A Prefeitura de São Carlos pretende, em conjunto com a UNICEP, anular a decisão do Governo Federal, que através do MEC, negou o pedido da instituição de ensino para a instalação de um novo curso de Medicina na cidade.
Pelo seu papel estratégico como polo regional de saúde e educação, a intenção da Prefeitura é demonstrar para o Poder Judiciário que a decisão do MEC é ilegal e não considerou os dados do sistema de saúde da região constantes do banco de dados do SEADE, que é uma entidade do Governo do Estado de São Paulo.
Segundo o MEC, a cidade de São Carlos superava o percentual de 3,73 médicos para cada mil habitantes. Contudo, segundo os dados oficiais do SEADE, a razão de médicos por habitante em São Carlos é de aproximadamente 3,11 por mil habitantes, um número inferior à média do estado de São Paulo, que é de 3,27. A situação é ainda mais grave nos municípios vizinhos: Descalvado (2,17), Dourado (0,74), Ibaté (1,68), Porto Ferreira (2,34) e Ribeirão Bonito (0,74).
O município de São Carlos apresenta um total de 798 profissionais médicos, sendo que desse total apenas 508 profissionais atuam no SUS. Assim, se considerados apenas os médicos que trabalham no SUS, a relação médico x usuário da cidade é ainda menor: 1,97 profissionais médicos para cada mil habitantes em atuação no SUS.
Na análise da Procuradoria Geral do Município, o indeferimento pelo MEC da autorização para a instalação do curso foi proferido de acordo com duas notas técnicas, que estabeleceram um percentual médico por habitante, sem observar o requisito relevância e a necessidade social da oferta de curso de Medicina. O cálculo apresentado pelo MEC de 4,74 médicos por mil habitantes em São Carlos, obtidos através do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), da competência de dezembro de 2023, está equivocado.
“Portanto o município de São Carlos, não pode concordar com os dados que embasaram o indeferimento do curso de medicina por se tratar de um descompasso da realidade local e regional. São Carlos, segundo o próprio MEC, tem infraestrutura adequada para receber mais um curso de Medicina, apresentando importantes requisitos para a formação profissional, como dois modelos de atenção primária, sendo Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família, divididas em quatro territórios de saúde, ferramenta fundamental para o planejamento das ações de saúde via aspectos ambientais, sociais, demográficos, econômicos e os principais problemas de saúde da população de determinada área”, enfatiza Aretha Contin, Procuradora Geral do Município.
Ainda, segundo os dados apresentados pela Fundação SEADE, dos 508 médicos que atuam no Sistema Único de Saúde, apenas 178 atuam com Atenção Especializada. Segundo a Prefeitura, a abertura de um novo curso de medicina em São Carlos é de interesse público não apenas da cidade, mas também dos municípios da região por ele atendida que compreende Descalvado, Dourado, Ibaté, Porto Ferreira e Ribeirão Bonito.
Outro ponto importante é que o novo curso de medicina da UNICEP tem o currículo voltado para a formação de especialistas, o que será muito importante para atender à população que usa a rede pública, já que existe deficiência de profissionais especialistas interessados em trabalhar no SUS.
“O indeferimento levado a efeito pelo Governo Federal atingirá toda a sociedade são-carlense, da qual o governo local é representante, de forma que o município não pode concordar com essa situação. Na qualidade de terceiro interessado, defendendo os interesses dos são-carlenses, em especial daqueles que se utilizam do SUS, o município, na qualidade de assistente da parte autora, irá demonstrar que as premissas utilizadas pelo Governo Federal, especialmente as fáticas, estão totalmente equivocadas e não correspondem à realidade local”, salientou Aretha Contin.
A manifestação do município também foi baseada em levantamento de dados feito pela Secretaria Municipal de Saúde, que apontou que a falta de formação de médicos especialistas prejudicará o acompanhamento da população idosa, que será maioria num futuro breve, tendo em vista que não bastará o atendimento na atenção primária sem que haja o devido tratamento pelo médico especialista. De acordo com os dados registrados no Prontuário Eletrônico do Cidadão – PEC, São Carlos teve um aumento significativo de 160.000 cadastros em 2022 para 203.461 até agosto de 2024, ou seja, a procura pelo SUS aumentou quase 22%.
Por fim, uma das questões apresentadas pelo município ao Poder Judiciário, foi a de que o governo local, baseado em estudos que apontam que a criação de um novo curso de medicina em São Carlos em uma instituição privada, contribuiria significativamente para a formação de novos profissionais, com um impacto positivo de longo prazo na oferta de médicos para a rede pública de saúde, já estava desenvolvendo um projeto para criação de bolsas de estudos para estudantes de baixa renda. Segundo o levantamento, os cursos de medicina privados tendem a atrair um número maior de residentes locais em comparação aos cursos públicos, o que aumenta a probabilidade de que esses profissionais permaneçam na cidade após a formatura. Cidades próximas a São Carlos, como Franca, Jaú e Bauru já implementaram com sucesso cursos privados de medicina e têm colhido benefícios importantes para a saúde pública local.
“São Carlos apoia a criação do novo curso de medicina cuja grade curricular incluirá a formação de médicos especialistas e com a ampliação do acesso as consultas na Atenção Primária, houve um aumento acentuado da demanda de exames complementares e de consultas médicas na Atenção Especializada, que infelizmente, hoje não são preenchidas a contento pela insuficiência de médicos atuando dentro do SUS. A criação de um novo curso de medicina, voltado para área de especialidades melhor atenderia a demanda da saúde, sem prejuízo da execução de política pública voltada para a educação e a transformação social”, destaca o secretário municipal de Governo, Lucas Leão.
Ainda de acordo com o secretário de Governo, a proposta da instalação de um novo curso de medicina na cidade se mostrou tão interessante, que a Prefeitura destinou R$ 3 milhões no orçamento de 2025 para custear, pelo menos, 25 bolsas de estudos integrais que serão concedidas para estudantes de baixa renda e vai incentivar que os estudantes permaneçam na cidade após a formação e no serviço público de saúde, a partir do vínculo formado na rede durante a formação”.
O lançamento do novo curso de medicina foi feito em julho de 2023, através de uma parceria entre a Santa Casa de São Carlos e a UNICEP. O projeto de formação médica chegaria a UNICEP que já abriga vários cursos da área de saúde e a Santa Casa conta com o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) e programas de residências médicas. Um benefício importante para o atendimento regional de saúde, de um curso que visa formar alunos que se adequem às necessidades assistenciais da atenção básica de saúde do município e da região.
Obra contempla quarenta anos de estudos conduzidos por pesquisador da UFSCar
SÃO CARLOS/SP - O professor Vadim Viviani, do Departamento de Física, Química e Matemática (DFQM-So) do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está lançando o livro "Vaga-lumes e outros insetos bioluminescentes da Mata Atlântica: Biodiversidade, Importância Biotecnológica e Ambiental", pela editora Dialética.
O livro é o resultado de quatro décadas de estudos conduzidos por Viviani com esses insetos, apresentando pela primeira vez no Brasil e no mundo, a riqueza de vaga-lumes da Mata Atlântica, seus aspectos biológicos e ecológicos, bem como aspectos bioquímicos de sua bioluminescência e as aplicações bioanalíticas desenvolvidas pelo autor e seu grupo com as luciferases (as enzimas que transformam energia química em energia luminosa).
"Vaga-lumes são símbolos bioluminescentes da nossa biodiversidade noturna. Seus sinais luminosos são utilizados para fins de comunicação e reprodução, embelezando as nossas noites de campo. As substâncias luminescentes e informações genéticas isolados desses enigmáticos organismos trouxeram importantes informações para a ciência, e beneficiaram a humanidade através de inúmeras aplicações analíticas nos campos biomédico, ambiental e industrial", afirma Viviani.
O Brasil é o país com a maior diversidade de vaga-lumes do mundo. Apesar de sua riqueza e de sua importância científica e biotecnológica, pouca atenção tem sido dada a esse fascinante grupo de insetos no Brasil. O livro apresenta, pela primeira vez, a riqueza de espécies de vaga-lumes e outros insetos bioluminescentes que ocorrem na Mata Atlântica do estado de São Paulo.
"Apresento primeiramente o que é a bioluminescência, em que organismos ela ocorre, como é gerada por reações bioquímicas e para que finalidades é utilizada. Em seguida, abordo a diversidade e os aspectos gerais da biologia, e a ecologia das principais espécies encontradas nesse bioma. Finalmente, destaco a importância científica e ambiental dos vaga-lumes, e a aplicação biotecnológica dos seus reagentes químicos, luciferina e luciferase", descreve o pesquisador.
"Com esse livro, espero mostrar por que os vaga-lumes são importantes símbolos da nossa biodiversidade, cuja preservação e investigação podem trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento sustentável da sociedade", conclui Viviani.
O livro "Vaga-lumes e outros insetos bioluminescentes da Mata Atlântica: Biodiversidade, Importância Biotecnológica e Ambiental" pode ser encontrado no site da editora Dialética, em loja.editoradialetica.com.
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