21 unidades já receberam os novos equipamentos. Cada escola está recebendo de 8 a 10 sensores externos
SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, está instalando câmeras e novos alarmes de segurança nos Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIS) e nas Escolas Municipais de Educação Básica (EMEB’s).
Para munir todas as escolas com equipamentos de segurança foram investidos inicialmente R$ 494.999,97 e agora mais R$ 2,6 milhões com recursos da Secretaria de Educação para aquisição com serviços agregados, para administração, segurança e monitoramento. Na primeira etapa já foram atendidas 12 escolas, além dos Centros da Juventude Eliane Viviane, no Monte Carlo, Lauriberto José Reys, no Cidade Aracy, Piscina do Cidade Aracy e outros 6 prédios públicos.
Os Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIS) Amélia Meirelles Botta, Carminda Nogueira de Castro Ferreira, Dário Rodrigues, José Marrara, Nilson Aparecido Gonçalves, Regina Aparecida Lima Melchíades, João Paulo II, Victório Rebucci e nas Escolas Municipais de Educação Básica (EMEB’s) Ulysses Ferreira Picolo, Janete Maria Martinelli Lia, Alcyr Afonso Leopoldino e Arthur Natalino Deriggi já receberam os novos equipamentos.
“Hoje temos a tecnologia a nosso favor e temos equipamentos de última geração que estão sendo instalados progressivamente, por isso continuamos investindo recursos na aquisição desses sistemas de monitoramento que vão auxiliar a Guarda Municipal na proteção do patrimônio público e vão oferecer tranquilidade para a comunidade escolar porque as informações são disponibilizadas em tempo real para as ações de segurança e um controle mais eficaz com o objetivo de combater a violência no espaço escolar e no seu entorno, evitando que nossas unidades escolares sejam arrombadas e seus bens furtados ou danificados", ressalta a professora Wanda Hoffmann, secretária municipal de Educação.
A EMEB Angelina Dagnone de Mello e os CEMEIS Vicente Rocha Keppe, Vicente Botta, Osmar Stanley de Martini, Renato Jenssen, João Muniz, Benedita Sthal Sodré, Terezinha Massei e Maria Lúcia Marrara também já receberam os equipamentos, porém ainda estão em fase de instalação e testes, totalizando mais 9 escolas.
Também vão receber os equipamentos durante os próximos dias outras 43 escolas como os CEMEIS Olívia Carvalho, Julien Fauvel, Aracy Leite Pereira Lopes, Enedina Montenegro Blanco, João Jorge Marmorato, Maria Alice Macedo, Walter Blanco, Pedro Pucci, Carmelita Rocha Ramalho, Lauro Monteiro da Cruz, Ruth Bloen Souto, Maria Consuelo Tolentino, Dionísio da Silva, Antonio Cotrim, Antonio de Lurdes Rondon, Bento Prado de Almeida Ferraz, Bruno Panhoca, Benedito Aparecido Silva, Cecília Rodrigues, Dom Ruy Serra, Helena Dornfeld, Ida Vinciguerra, João Baptista Paino, José de Brito Castro, José de Campos Pereira, Juliana Maria Perez, Maria Luiza Peres, Monsenhor Alcindo Siqueira, Octávio de Moura, Paulo Freire, Santo Piccin, Dário Rodrigues, Marli de Fátima, Homero Frei, João Paulo II,Victório Rebucci e Cônego Manoel Tobias, além das EMEBS Afonso Vioca Fitalli, Antonio Stella Moruzzi, Carmine Botta, Dalila Galli, Maria Ermantina Tarpani, Janete Lia Martinelli e a EMEJA Altero Manjerona.
“Estamos instalando câmeras, sensores de monitoramento internos e externos, novos alarmes e sensores de fumaça. Cada unidade, dependendo do tamanho, está recebendo de 8 a 10 sensores externos. A partir do disparo do equipamento, as imagens são enviadas em tempo real para a Central de Monitoramento da Guarda Municipal que envia a viatura na hora para o local. Já nas escolas as imagens são gravadas 24h”, explica Evandro Gimenez Mione, diretor de Operações de Inteligência e Tecnologia da Secretaria Municipal de Segurança Pública.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Samir Gardini, os equipamentos já estão contribuindo para a diminuição de furtos nas escolas. “Foi um pedido do prefeito Airton Garcia e que estamos executando integralmente. Todas as 61 unidades escolares serão equipadas, além de outros prédios públicos como o do Museu da Ciência e Tecnologia, Biblioteca Amadeu Amaral, Almoxarifado da Educação e o Centro Municipal de Extensão e Atividades Recreativas (CEMEAR). Não temos efetivo para manter um guarda municipal em cada unidade escolar por 24h, por isso optamos pelo monitoramento eletrônico com câmeras e alarmes modernos. Também estamos fazendo um levantamento e listando todos os prédios públicos para a implantação do mesmo sistema”, ressalta o secretário.
Para o prefeito Airton Garcia apesar das escolas serem ambientes para se buscar conhecimento e aprendizagem, é importante serem lugares seguros. “Com esses equipamentos temos a possibilidade de inibir intenções ilícitas, ampliando a segurança patrimonial e dos estudantes, professores e funcionários”, finalizou o prefeito de São Carlos.
SÃO CARLOS/SP - A Associação de Capacitação, Orientação e Desenvolvimento do Excepcional – ACORDE inaugurou nesta sexta-feira (02/09) a Escola de Educação Especial “Maria Maffei Lobbe”, localizada na sede da entidade na rua José Luiz Olaio, nº 290, no Jardim Ricetti.
A missão da ACORDE é cuidar e atender pessoas com deficiência intelectual, síndrome de Down e transtorno do espectro autista, proporcionando educação e desenvolvimento, a fim de melhorar a qualidade de vida e a inclusão social.
O secretário de Governo, Netto Donato, representando o prefeito Airton Garcia, participou da solenidade de inauguração. “A ACORDE é uma entidade importantíssima para a nossa cidade. Parabenizo, em nome do prefeito Airton Garcia, toda a equipe da Associação pelo espaço amplo e adaptado para poder oferecer a um número maior de crianças e adultos, com deficiência intelectual, atividades para a desenvolvimento das suas capacidades”, disse Netto Donato.
Já o ex-deputado Lobbe Neto agradeceu a ACORDE por ter denominado de Maria Maffei Lobbe, sua avó, a Escola de Educação Especial. “Eu e minha tia Wilma Lobbe agradecemos ao presidente da ACORDE, Oswaldo Ferrari Silva, pela homenagem a nossa família”.
A Escola Especial Maria Maffei Lobbe conta com 9 novas salas de aulas, sala de informática, coordenação, banheiros adaptados com acessórios para atender as necessidades dos usuários e um amplo espaço para depósito de equipamentos e materiais.
Também participaram da inauguração as secretárias de Cidadania e Assistência Social, Vanessa Soriano e da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Lucinha Garcia, a secretária interina de Agricultura e Abastecimento, Ester Soares de Lucas e os vereadores Robertinho Mori, Rodson Magno do Carmo e Azuaite Martins de França, além do padre Daniel Lawandoski, funcionários, alunos e familiares.
Um conjunto de ferramentas educativas e didáticas
SÃO CARLOS/SP - Foram entregues formalmente no dia 29 de agosto, na Biblioteca do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), os primeiros doze kits temáticos educacionais criados pelo Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), um CEPID da FAPESP que se encontra alocado no Instituto. Com temas variados, estes kits destinam-se aos alunos do Curso Interunidades de Licenciatura em Ciências Exatas do IFSC/USP, que, no final de sua licenciatura, terão a oportunidade de ingressar como professores de ciências nos ensinos fundamental e médio. Considerados como um conjunto de ferramentas educativas e didáticas de extrema importância para serem utilizados pelos professores nas salas de aula, estes kits passam a estar disponíveis na Biblioteca do IFSC/USP, por empréstimo ou requisição.
Na cerimônia de entrega dos kits, o coordenador do CEPOF e, simultaneamente, docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, considerou que a história dos kits para ensinar experimentação não é um projeto novo, já que ele foi idealizado há alguns anos a esta parte por intermédio de vários professores e pesquisadores da USP. “Este projeto tem o objetivo de cobrir várias áreas do conhecimento para que os alunos possam praticar ciência, sendo que a USP sempre esteve preocupada com esse aspecto, principalmente durante e após a pandemia. Então, a ciência se aprende fazendo e observando resultados que a Natureza nos dá. Obviamente, o IFSC/USP sente essa responsabilidade de contribuir para a formação dos estudantes, sendo que esta iniciativa que está acontecendo aqui, com a entrega de doze tipos de kits, irá ser muito mais abrangente, atendendo a que ela será implementada em todos os vinte e dois cursos de licenciatura que existem na Universidade de São Paulo. Vai ser um marco e uma referência para que se possa adotar no Brasil o hábito de deixar o aluno praticar ciência. Mais uma vez, a USP entende a sua responsabilidade no cenário nacional, sendo referência para a determinação de alguns rumos que se devem seguir para a disseminação da ciência, tal como ela vem fazendo ao longo dos anos”, pontuou o pesquisador.
Vanderlei Salvador Bagnato aproveitou o momento para salientar o apoio recebido da USP, na pessoa de seu dirigente máximo, Prof. Carlos Gilberto Carlotti Junior. “Nosso reitor compreende muito bem a importância deste e de outros projetos, fato que muito agradecemos e enaltecemos”, concluiu.
O Prof. Marcelo Barros, docente do Curso Interunidades de Licenciatura em Ciências Exatas do IFSC/USP, classificou como muito importante a utilização destes kits, atendendo a que eles permitem que os alunos reforcem seus conhecimentos através de exemplos práticos. “Os futuros professores poderão levar estes kits para suas casas e treinar os conceitos experimentais que são apresentados, para, mais tarde, serem integrados em sala de aula para debate com seus alunos. Estes kits são, de fato, peças muito importantes para o aprendizado”, comentou o professor, opinião que é partilhada pelo técnico ao serviço dos Laboratórios de Ensino de Física, Cláudio Bretas, ao considerar que estes kits são uma extensão da própria Universidade, levando para as escolas dos ensinos fundamental e médio ensinamentos complementares relativos às ciências, através de experimentos que podem ser realizados na própria sala de aula. “Vão valorizar as aulas e entusiasmar os jovens alunos”, pontua Bretas.
Para o docente e pesquisador do CEPOF- IFSC/USP, Prof. Sebastião Pratavieira, esta atividade de entrega oficial dos kits faz parte integrante da área de difusão do CEPOF, uma área que tem realizado inúmeras atividades ao longo dos anos. “A idealização e criação destes kits temáticos baseiam-se na ideia de podermos apresentar um livro que não tem folhas, não tem textos, mas sim um conjunto de experimentos práticos para que os alunos entendam melhor os conceitos teóricos que são apresentados em sala de aula. Cada kit destes contém um experimento que o aluno pode realizar para aprender melhor determinado conteúdo. É, em suma, levar o ensino experimental para as escolas, já que elas não possuem laboratórios.
Finalmente, Ana Mara Prado, responsável pela Biblioteca do IFSC/USP, sublinhou que este material irá ser devidamente tratado, processado e disponibilizado para todos os alunos que tiverem interesse em utilizá-lo. “O projeto em si tem o objetivo de apoiar os alunos do IFSC/USP, principalmente os do Curso Interunidades de Licenciatura em Ciências Exatas, já que isso vai beneficiá-los na execução de vários experimentos. O acesso a esses kits vai ser livre, desde que o interessado seja aluno da USP”, pontuou
Rui Sintra - Jornalista - IFSC/USP
ITIRAPINA/SP - A Prefeitura de Itirapina, através da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, iniciou na sexta-feira, dia 26 de agosto, a entrega dos novos uniformes escolares aos 2 mil alunos da rede municipal.
Cada aluno está recebendo gratuitamente duas camisetas de manga curta, duas bermudas (para os meninos), dois shorts-saias (para as meninas), uma camiseta de manga longa, uma calça e uma jaqueta com capuz.
De acordo com a Secretária Municipal de Educação e Cultura, Valéria Maria Feltrin Sanches, a entrega dos uniformes garante às crianças melhores condições de estudo e aos pais maior tranquilidade no orçamento familiar.
Segundo a prefeita Graça Zucchi Moraes, a Prefeitura de Itirapina está atendendo uma reivindicação antiga dos pais de alunos. “Há mais de seis anos os alunos não recebiam uniformes. Eu parabenizo toda equipe da Secretaria de Educação que se esforçou para atender as reais necessidades dos pais e dos alunos. O uso do uniforme padronizado é uma das formas de promover a igualdade, o respeito e a segurança aos alunos no ambiente escolar”, finalizou.
PMI
BRASÍLIA/DF - A partir de hoje (1º), estudantes que contrataram o Financiamento Estudantil (Fies) na Caixa Econômica Federal poderão renegociar as dívidas. O banco lançou o aplicativo Fies Caixa, que permitirá o refinanciamento das parcelas em atraso com até 99% de desconto.
Além da renegociação de dívidas, o aplicativo permite a consulta aos principais dados do contrato e a geração de boletos. Por meio da plataforma, o estudante poderá verificar se seu contrato está apto para renegociação, simular as opções e aderir às condições mais adequadas ao seu perfil.
O aplicativo Fies Caixa está disponível para download a partir de hoje, para dispositivos móveis (smartphones e tablets) dos sistemas Android e iOS. Segundo a Caixa, cerca de 1,85 milhão de clientes poderão consultar os dados, dos quais 1,2 milhão poderão renegociar a dívida pelo aplicativo.
A renegociação poderá ser pedida até 31 de dezembro deste ano e seguirá as regras da Resolução 51/2022, publicada em julho e que permite o parcelamento dos débitos com descontos de 12% a 99%, dependendo do tempo de atraso.
Estudantes com as parcelas em dia poderão quitar o saldo restante do financiamento com 12% de desconto. Além do aplicativo da Caixa, os acordos poderão ser firmados no site do Fies.
Ao abrir o aplicativo, o estudante deve escolher a opção Renegociação FIES e seguir os passos abaixo:
• Verificar se o contrato está apto para renegociação;
• Conferir os dados do contrato;
• Simular os tipos de renegociação disponíveis;
• Confirmar os dados da renegociação;
• Aceitar o termo aditivo e aderir à renegociação;
• Emitir o boleto de entrada.
A renegociação será efetivada somente após o pagamento da primeira parcela. O aplicativo fornece outros serviços. No campo Meu FIES, o estudante pode verificar um resumo dos dados do contrato. A opção Boleto permite a visualização e a geração do formulário das parcelas em aberto. No botão Perfil, aparecem os dados cadastrados no Fies.
SÃO PAULO/SP - Os danos do fechamento das escolas na pandemia seguem devastadores mesmo depois de um ano da retomada parcial das aulas presenciais. Estudantes das escolas estaduais de São Paulo, ao final de 2021, haviam aprendido menos da metade (45%) do que era esperado para os últimos dois anos caso as aulas não tivessem sido interrompidas, e 31% corriam alto risco de evasão escolar.
A conclusão é de uma pesquisa feita pela Universidade de Zurique com base em dados fornecidos pela Secretaria da Educação paulista.
O estudo englobou alunos do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) e do ensino médio, a partir dos boletins escolares e de provas específicas de português e de matemática. O objetivo foi mapear as consequências, em médio prazo, do fechamento escolar tanto para o aprendizado quanto para o risco da evasão.
A pesquisa também analisou se houve recuperação com a retomada presencial e em que dimensão ela se deu.
Dos resultados, o "copo meio cheio" é que houve, sim, recuperação do aprendizado em 2021, diz Guilherme Lichand, professor da cátedra Unicef de economia do desenvolvimento e bem-estar infantil da Universidade de Zurique, responsável pelo estudo em coautoria com Carlos Alberto Doria.
Já o "copo meio vazio" é que a recuperação se mostrou lenta: na média, foi de 24% dentre os pesquisados, sendo aproximadamente de 28% para o fundamental 2 e de 21% para o ensino médio.
"Muito se fala hoje da geração perdida da pandemia. Nossa intenção foi medir a dimensão das perdas e da recuperação. A boa notícia é que houve um progresso desde a retomada em 2021, e a má notícia é que essa evolução tem sido lenta", diz Lichand, que é doutor em economia política e governo pela Universidade Harvard.
No final de 2021, com as aulas presenciais retomadas parcialmente, as perdas acumuladas de aprendizado somavam 55%, ante 72,5% de 2020, quando as escolas permaneceram fechadas durante quase todo o ano. Isso significa, então, que em 2021 os alunos aprenderam 45% do esperado para o período caso as aulas nunca tivessem sido interrompidas, enquanto em 2020 haviam aprendido apenas 27,5%.
Os resultados de matemática são ainda piores do que os de português. Ao final de 2021, as perdas acumuladas nessa disciplina ainda eram de 67%, uma melhora mais discreta em relação aos 81% acumulados no fim de 2020.
Em língua portuguesa, a recuperação foi mais acentuada: as perdas estavam acumuladas em 35% no final de 2021, quase metade dos 67% do final de 2020. Para Lichand, uma hipótese para isso é a de que em matemática pode ser mais difícil avançar quando há lacunas de aprendizado do que no ensino da língua portuguesa. "Mas é preciso lembrar que estamos falando do fundamental 2 e do ensino médio. Isso pode ser diferente nos anos iniciais, quando o aluno está em processo de alfabetização", pondera.
As perdas mensuradas pela pesquisa não representam um retrocesso, mas a diferença entre o aprendizado esperado para o período, em uma situação normal, e aquilo que de fato os estudantes aprenderam.
Os dados consideram os resultados de provas diagnósticas (que medem se a aprendizagem está ou não avançando), aplicadas na rede paulista pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Como essas provas não são obrigatórias e foram feitas de forma online na pandemia, a participação foi de pouco mais de 30% dos estudantes, presumidamente aqueles mais participativos e de melhor desempenho fora da pandemia, quando aplicadas presencialmente, a participação era de 80%.
Segundo Lichand, houve a utilização de técnicas estatísticas para que, ainda que pequena, essa amostra fosse representativa de todos os estudantes da rede.
A rede paulista foi a primeira a retomar as aulas presenciais no Brasil, embora tenha permanecido com as escolas fechadas por quase todo o ano de 2020 e com revezamento de alunos até novembro de 2021. As perdas acumuladas devem ser, portanto, ainda mais catastróficas em regiões do país nas quais as escolas ficaram fechadas por mais tempo, em alguns casos por quase dois anos.
Um dado da nova pesquisa reforça o quanto as aulas presenciais fizeram diferença, mesmo quando retomadas tardiamente. No final de 2020, alunos do ensino médio de municípios que reabriram as escolas no último bimestre tiveram perda acumulada de 66%, enquanto os de cidades em que o ensino permaneceu online sofreram estrago maior: 72,5%.
A explosão da desigualdade na educação também fica evidente na pesquisa da Universidade de Zurique. No final de 2020, alunos de escolas de bairros mais pobres haviam perdido 89% do aprendizado esperado, enquanto os de regiões com melhor renda, 67%. No fim de 2021, a perda acumulada dos mais pobres era de 69%, enquanto a dos de melhor renda, de 44%.
Alunos brancos e amarelos haviam perdido 66% da aprendizagem esperada no fim de 2020 já os pretos, pardos e indígenas, 79%. No fim de 2021, a perda acumulada de brancos e amarelos era de 46%, enquanto a de pretos, pardos e indígenas, de 63%.
EVASÃO TRIPLICA PÓS-PANDEMIA
O risco de evasão escolar, que explodiu em 2020 com o fechamento das escolas, chegando a 35% dos alunos, caiu muito pouco em 2021, para 31%, segundo a pesquisa. Em outras palavras, seguimos com cerca de um terço dos estudantes com uma alta probabilidade de abandonar a escola. Antes da pandemia, a evasão média era de cerca de 10%, "um número que passamos a considerar normal, mas que já era absurdo", diz Lichand.
A análise da pesquisa sobre o risco de evasão escolar é de extrema importância especialmente porque a rematrícula da maior parte das redes públicas de ensino foi automática em 2021 e em 2022, o que significa que os dados do Censo Escolar não demonstram o número de alunos que estão de fato frequentando as aulas.
Para determinar o risco de evasão, os pesquisadores calcularam o número de alunos que estavam sem notas de português e de matemática nos boletins. A fórmula considerou o histórico da proporção entre estudantes com boletins sem notas nessas disciplinas e a evasão de anos anteriores.
Esse estudo é o terceiro de uma série conduzida pelos pesquisadores brasileiros na Universidade de Zurique, com base em dados oficiais de São Paulo, e que se tornou referência na análise das consequências do fechamento das escolas no Brasil. A primeira, de 2020, demonstrou que não houve aumento na contaminação por Covid-19 nos 131 municípios que optaram pela retomada das aulas presenciais entre outubro e dezembro daquele ano. No segundo estudo, feito em 2021, foram mensuradas as perdas de aprendizado, bem como o aumento do risco de evasão causados pelo fechamento das escolas em 2020.
A pesquisa agora divulgada considera os boletins de 656 mil alunos e as notas de provas de matemática e de língua portuguesa de 366 mil estudantes, do fundamental 2 e do ensino médio, amostras essas definidas, segundo Lichand, a partir de técnicas estatísticas para que fossem representativas de toda a rede.
LAURA MATTOS / FOLHA de S.PAULO
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