PARÁ - Desde o início dos anos 2000, o Pará foi o Estado que registrou a maior redução da floresta. Foi uma diminuição de 116 mil quilômetros quadrados ou 11,5% de seu território, segundo a última edição do Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, divulgado nesta quarta-feira, 17, o Pará também foi o Estado que registrou o maior incremento absoluto de área de pastagem com manejo, 83,4 mil quilômetros quadrados. Em 2018, 14% desses territórios do País estavam no Estado.
Entre 2000 e 2018, de acordo com o IBGE, observou-se em Mato Grosso a redução de 17% (71.253 quilômetros quadrados) da área de vegetação florestal. Também houve recuo de 9,7% (22.653 quilômetros quadrados) da vegetação campestre – as segundas maiores diminuições registradas entre os Estados nessas categorias.
No mesmo período, também cresceu em Mato Grosso a região de pastagem com manejo (45.449 km²). Em terceiro lugar, aparece Rondônia, com redução de 22,7% (37.901 km²) na vegetação florestal e o incremento da pastagem com manejo de 33.259 km².
“Nos Estados do Norte observa-se a interiorização da ocupação do território e o forte crescimento de áreas de pastagem com manejo sobre áreas de vegetação florestal. Em alguns Estados, nota-se também a marcante expansão de áreas destinadas ao cultivo agrícola”, avaliam os pesquisadores do IBGE no trabalho.
“A Região Centro-Oeste foi caracterizada primeiramente pela expansão de áreas de pastagem com manejo sobre áreas de vegetação florestal e vegetação campestre. Em um segundo momento, a partir de 2012, o avanço das áreas agrícolas e da silvicultura sobre as pastagens, tornando-se um dos processos de transformação do território mais representativo da região.”
A cada dois anos, o IBGE divulga o monitoramento da cobertura e uso da terra, permitindo a comparação entre os anos analisados e as formas de ocupação do País. Os números analisados remontam a 2000 e vão até 2018. Agora, pela primeira vez, o IBGE faz uma análise individual de cada uma das 27 unidades da Federação. O objetivo é orientar políticas públicas e gestão.
O levantamento mostra que a dinâmica no Nordeste é marcada pela expansão de áreas chamadas de mosaicos campestres. Elas são caracterizadas por um elevado número de estabelecimentos rurais de pequeno porte com múltiplos usos. Uma das principais fronteiras agrícolas do Brasil fica na borda oeste da região. Lá, territórios de vegetação campestre vêm sendo substituídos por agricultura. Bahia, Piauí e Maranhão responderam por 91,7% do aumento das regiões agrícolas no Nordeste entre 2000 e 2018.
Os Estados do Sudeste apresentam dinâmica mais variada, com áreas de antropização (ação dos seres humanos sobre a natureza) das vegetações naturais e também conversões entre as faixas já ocupadas. Em São Paulo, por exemplo, entre 2000 e 2018, houve predominância de transições entre os usos pelo homem. Ocorreu especialmente avanço dos cultivos agrícolas sobre territórios previamente ocupados por mosaicos florestais e por pastagem com manejo.
No mesmo período, o Estado contabilizou aumento de sua área agrícola de 28,1% (22.290 km²). Em 2018, São Paulo apresentava 15,2% do território agrícola do País e 11,9% da silvicultura.
A dinâmica de ocupação do território no Sul é similar à do Sudeste. É marcada pelo avanço de áreas agrícolas e de silvicultura sobre outras classes de uso da terra. Em Santa Catarina e no Paraná esse avanço ocorreu principalmente sobre territórios anteriormente ocupados por mosaicos florestais e, no Rio Grande do Sul, sobre a vegetação campestre.
*Por: Roberta Jansen / ESTADÃO
GROENLÂNDIA - Após uma realocação de núcleos de gelo para um subúrbio de Copenhague (Dinamarca), em 2017, pesquisadores da Universidade de Copenhague encontraram caixas fechadas com núcleos de gelo datadas de 1966 – os primeiros núcleos de gelo perfurados na Terra.
As análises do gelo há muito esquecido foram concluídas e são apresentadas em um novo estudo com resultados inovadores. O trabalho foi publicado na revista “PNAS”.
Dentro dos núcleos, que vêm das profundezas do manto de gelo em Camp Century, Groenlândia, os pesquisadores da Universidade de Copenhague e seus colegas belgas e americanos se tornaram os primeiros a encontrar esses macrofósseis com milhões de anos.
Os fósseis são grandes o suficiente para serem vistos sem um microscópio.
“Nós nos beliscamos sobre o tesouro que havíamos encontrado! Porque dentro dos núcleos, que em sua maioria se assemelham a cascalho compactado, pudemos identificar galhos e folhas inteiros, perfeitamente preservados após milhões de anos. Nunca havíamos encontrado nada assim, nem outros pesquisadores”, explicou a professora Dorthe Dahl-Jensen, do Instituto Niels Bohr da Universidade de Copenhague.
“Análises completas de DNA são normalmente necessárias para identificar quais plantas e animais estão no gelo”, ela prosseguiu. “Mas aqui, podemos ver as coisas imediatamente. O gelo foi perfurado em um local incrível onde havia obviamente plantas e galhos antes que o gelo cobrisse a Groenlândia.”
Galhos e folhas revelam uma história rara e única sobre a vegetação da paisagem da Groenlândia como era há milhões de anos, quando o clima da Terra era mais quente e a maior ilha do mundo não era coberta por gelo.
“Entre as folhas, galhos e restos de plantas que encontramos estão hepáticas (Marchantiophyta) e um tipo de musgo lanoso. Nossas análises mostram que eles vêm da floresta boreal – as florestas de coníferas, bétulas e salgueiros comuns no Canadá e no Alasca. Essas plantas e árvores resistentes são tolerantes ao frio”, explicou Dorthe Dahl-Jensen.
Os núcleos de gelo também forneceram aos pesquisadores conhecimentos sobre as mudanças climáticas na Groenlândia que datam de vários milhões de anos. Esse conhecimento é útil para nos ajudar a perscrutar a bola de cristal e ver o clima do futuro.
“Depois de medirmos os isótopos de água no gelo, podemos confirmar descobertas anteriores de que o manto de gelo está intacto e cobriu a Groenlândia por cerca de 1 milhão de anos. Antes disso, havia períodos entre os mantos de gelo em que a Groenlândia ficava sem gelo. Esses resultados ilustram o quão incrível é o gelo e como ele pode suportar tanto – incluindo períodos de temperaturas mais altas como a que estamos agora”, explicou a professora de paleoclimatologia.
De acordo com ela, porém, o gelo será fortemente influenciado pelo aumento da temperatura que vários modelos climáticos preveem que ocorrerá nos próximos 100 anos.
“Se ocorrer o pior cenário, os mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida começarão a derreter, o que pode fazer com que o nível do mar suba até 70 metros. No entanto, isso levará muito tempo, milhares de anos. Felizmente, ainda podemos fazer algo sobre isso e evitar essas grandes elevações do nível do mar – é uma questão de ação”, diz ela.
O próximo passo para trabalhar com os núcleos de gelo esquecidos do Camp Century é realizar análises de DNA do gelo e dos resíduos sedimentares. “Veremos se podemos encontrar vestígios de besouros, borboletas e outros insetos também”, concluiu a professora Dahl-Jensen.
*Por: PLANETA
BRASIL - Com uma meta de restaurar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas até 2030, o Brasil tem um desafio enorme para resolver em apenas nove anos. É o que indica um estudo inédito que buscou levantar projetos de restauração já em desenvolvimento em todo o País. Ele mapeou a existência de somente cerca de 66 mil hectares sendo restaurados ativamente com árvores nativas – o que representa 0,55% do compromisso.
O dado faz parte do novo Observatório da Restauração e Reflorestamento, uma iniciativa que será lançada nesta terça-feira, 9, pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura – rede que reúne representantes do agronegócio, dos principais bancos do País, da academia e do ambientalismo.
O grupo pondera que o levantamento (com dados de campo georreferenciados e tecnologia de monitoramento via satélite), ainda subestimado, é só um primeiro esforço de mapear esses projetos e que o número real é bem maior – certamente existem muitos outros que ficaram abaixo do radar e a ideia é que ele continue sendo alimentado com o tempo. Mas já começa a suprir uma lacuna que até então não existia e dá uma noção da necessidade de mais ações e também da oportunidade econômica.
Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo WRI-Brasil, um dos parceiros do observatório, indicou a restauração florestal como um caminho para uma retomada verde da economia do País por ser um instrumento para geração de emprego e renda. O trabalho calculou um retorno de US$ 2,39 para cada dólar investido para a restauração com árvores nativas em um período de 20 anos.
O observatório tem como objetivo mostrar o que já está sendo feito, a fim de estimular novos projetos e parcerias, mas também apontar onde estão os principais gargalos e vazios no País. De acordo com Laura Lamonica, coordenadora de Relações Institucionais da coalizão, além de visibilidade para as iniciativas, a plataforma traz também transparência e confiabilidade nos dados de restauração em escala nacional.
Com o mapeamento vai ser mais fácil definir onde são os melhores lugares para fazer novas restaurações – de modo a, por exemplo, unir florestas que estão isoladas, fazer corredores ecológicos, contar com mão de obra que já foi formada, saber onde tem viveiro de mudas, banco de sementes, etc, e gerar incentivos para essas áreas –, explica Marcelo Matsumoto, especialista em sistema de informação geográfica do WRI-Brasil.
No futuro, a plataforma permitirá identificar os benefícios que os projetos estão gerando, como captura de carbono, melhora da qualidade do solo e água e geração de emprego e renda.
A maioria dos projetos de restauração mapeados até o momento pelo observatório está na Mata Atlântica (93%), sendo 38,7% desses no Estado de São Paulo. Na escala de municípios, porém, o que mais está restaurando é o Rio de Janeiro (3,3 mil hectares).
Essa desigualdade ocorre, por um lado, porque a Mata Atlântica é o bioma que foi mais desmatado no País – restam somente cerca de 12% de remanescentes da floresta original – e é onde mais ocorreram acordos com Ministério Público de ajustamento de conduta para cumprimento do Código Florestal.
Além disso, a nova plataforma começou a ser alimentada com informações de outras bases regionais, como a feita pelo Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, hoje o mais organizado grupo do tipo. Mas os pesquisadores que organizaram o trabalho estimam que a maior parte dos projetos, nesse momento, deve estar na Amazônia, informação que eles pretendem obter rapidamente a partir do momento em que a plataforma estiver no ar.
Uma das motivações de criar o observatório, de acordo com Matsumoto, foi justamente a noção de que existem muitas iniciativas de restauração no País, mas elas são pequenas e isoladas, o que acaba sendo um entrave para que ganhem escala. Com o primeiro levantamento, a ideia é que agora essa base seja alimentada com outros projetos, de modo a ajudar a alavancar o processo para que o Brasil possa cumprir seus compromissos.
A meta de 12 milhões de hectares foi proposta pelo próprio governo federal, em 2015, como parte da contribuição oferecida pelo País junto ao Acordo de Paris – o esforço de praticamente todos os países do mundo para reduzir o aquecimento global. Além da manutenção de florestas, o replantio daquelas que foram devastadas é considerado uma das maneiras mais baratas e fáceis de retirar carbono da atmosfera – justamente o principal gás de efeito estufa.
O observatório traz ainda dois outros dados importantes para entender o contexto da restauração no Brasil. Foram mapeadas as áreas que passam por um processo de regeneração natural – uma pastagem abandonada, por exemplo, que voltou a ser floresta, e também projetos de reflorestamento para fins comerciais (grandes extensões de monocultura, em geral ocorrem com árvores exóticas para a produção de madeira, papel e celulose).
A regeneração natural responde pela maior fatia, de acordo com o mapeamento. São 10 milhões de hectares hoje no Brasil nessa situação – 96% na Amazônia. O dado foi obtido a partir da análise temporal de imagens de satélites do projeto MapBiomas, que revelam a mudança em áreas anteriormente degradadas. Já de plantio de exóticas são 9 milhões de hectares.
O primeiro dado chama atenção porque pode tanto ser um caminho interessante para ajudar o Brasil a cumprir suas metas, quanto um perigo de que essa recuperação se perca com o tempo. Somente com o dado do satélite não dá para saber neste momento se é um processo natural espontâneo, sem intervenção humana, ou um local que foi cercado propositadamente para deixar a floresta voltar. “Mas, diferentemente da restauração ativa, não temos segurança de que será mantida no longo prazo”, explica Matsumoto.
Por isso, a ideia é direcionar a atenção para essas áreas. Primeiramente para entender o que levou àquela regeneração (se trata-se de algo proposital, como uma mudança de comportamento, ou não). E depois para motivar os proprietários de terra a mantê-las assim, com incentivos econômicos, como o pagamento por serviços ambientais. “Queremos com essa iniciativa que as pessoas entendam a restauração como uma agenda positiva, que além de benefícios ambientais e climáticos, traz também geração de emprego e renda”, diz Laura.
Um outro trabalho do WRI-Brasil também divulgado no ano passado – Uma Nova Economia para uma Nova Era – estimou que a restauração de 12 milhões de hectares de vegetação nativa poderia gerar uma economia anual de R$ 4,7 milhões em produtos químicos no tratamento de água.
*Por: Giovana Girardi / ESTADÃO
EUA - Especialistas dos Estados Unidos e Canadá estudaram o comportamento da aranha Anelosimus e concluíram que a espécie se torna mais agressiva com mudanças climáticas, o que pode indicar que o aquecimento global tenha um efeito perverso sobre os aracnídeos.
Cientistas da Universidade de Santa Bárbara investigaram o comportamento da espécie Anelosimus na área da costa atlântica. Nesta espécie, muito comuns nas cidades e arredores, existem colônias agressivas e pacíficas que vivem em riachos e rios.
A ideia era investigar as colônias antes e depois de grandes tempestades e furacões. O estudo concluiu que as aranhas se tornam mais agressivas após sobreviverem a fenômenos como esses, em comparação com colônias que mantiveram uma rotina comum.
O estudo sugere que com o aquecimento global as tempestades e furacões se tornarão cada vez mais comuns e por isso a tendência é que as aranhas e outros animais se tornem cada vez mais agressivos para sobreviverem.
*Por: Metro World News
ANTÁRTIDA - Um iceberg, com área 12 vezes maior que a área metropolitana de Lisboa, separou-se de uma plataforma na Antártida.
Há vários anos que a NASA, a agência espacial norte-americana, vinha acompanhando a situação.
O iceberg que se formou na última sexta-feira (26) tem área de 1.270 quilômetros quadrados.
A separação ocorre quase uma década depois de os cientistas terem detectado, pela primeira vez, fraturas na plataforma de gelo, que tem 150 metros de espessura.
*Por RTP
PIRACICABA/SP - A Polícia Militar Ambiental autuou infratores em mais de R$ 10 mil na região de Piracicaba na reta final da Operação Piracema, que termina neste domingo (28). Somente na ação realizada anteontem nas cidades de Piracicaba, São Pedro, Pirassununga, Leme e Caconde, os policiais usaram sete viaturas náuticas e terrestres. Dezessete policiais atuaram na atividade, cujo propósito foi de coibir crimes ambientais no período da Piracema nos principais corpos hídricos inseridos na área da 7a Companhia da Polícia Ambiental. Quatro flagrantes de pesca foram registrados, multas no total de R$ 7.220,00 e 15 petrechos apreendidos entre redes, varas, linhas de mão e bardoelos.
No mesmo dia, na avenida Beira Rio, em Piracicaba, um pescador foi multado em R$ 1.018,50, após ser flagrado realizado pesca amadorística, desembarcada, a qual utilizava um caniço simples de fibra, com linha, anzol e chumbada, no momento da abordagem foi encontrado com o individuo dois exemplares de Piapara e dois de Tilápia.
Em São Pedro, no Tanquã, um homem foi multado em R$ 2.053,20 após ser flagrado realizando pesca amadorística, desembarcada, utilizando vara de molinete com linha anzol e chumbada, no momento da abordagem havia capturado 1,330kg de peixes da espécie nativa “Piau Três Pintas” sendo que é vedada a sua captura neste período.
A Operação Piracema começou no dia 1º de novembro de 2020, nesse período ocorre o defeso da reprodução natural dos peixes na bacia hidrográfica do rio Paraná, que inclui Piracicaba e passará a valer a instrução normativa Ibama n°25 de 2009, que proíbe a pesca para todas as categorias e modalidades em: lagoas marginais; a menos de 500 metros de confluências e desembocaduras de rios, lagoas, canais e tubulações de esgoto; até 1.500 metros a montante e a jusante das barragens de reservatórios de empreendimentos hidrelétrico e de mecanismo de transposição de peixes; até 1.500 metros à montante e à jusante de cachoeiras e corredeiras e demais locais previstos no artigo 3º da Instrução Normativa.
*Por: Cristiani Azanha / JORNAL DE PIRACICABA
ALEMANHA - Após nevasca causada por frente fria do nordeste, onda de calor do Saara trouxe temperaturas de primavera ao país. Serviço meteorológico mediu variação inédita de quase 42 ºC em apenas uma semana.
Primeiro neve e um frio congelante, e poucos dias depois um clima ameno similar ao da primavera. A Alemanha registrou neste mês de fevereiro sua maior oscilação de temperatura entre semanas desde o início dos registros.
Pesquisadores do clima do Serviço Meteorológico Alemão (DWD) disseram na terça-feira (23/02) que a Alemanha nunca havia vivenciado uma oscilação como a registrada na estação meteorológico na cidade de Göttingen, na região central do país.
Em 14 de fevereiro, foi registrada uma temperatura de 23,8 ºC negativos. Sete dias depois, em 21 de fevereiro, a estação registrou a temperatura máxima de 18,1 ºC – um aumento de 41,9 ºC em apenas uma semana.
Para encontrar algum registro comparável, os pesquisadores tiveram que vasculhar bastante nos arquivos. O recorde anterior havia sido registrado em maio de 1880, nos primeiros dias da catalogação do clima. Segundo um porta-voz do DWD, naquele mês foi medido um aumento de temperatura de 41 ºC em sete dias.
No norte da Alemanha, foram quebrados ainda na segunda-feira dois recordes regionais de calor para o inverno. Na cidade de Quickborn, a temperatura máxima foi de 18,9 ºC , ultrapassando o recorde anterior de 17,8 ºC medido dois anos antes.
Na área de Hamburgo, a estação meteorológica de Neuwiedenthal registrou 21,1 ºC. O recorde anterior de 18,1 ºC registrado no ano passado foi superado com uma grande margem.
"Pela primeira vez desde o início da medição, a temperatura em Hamburgo superou a marca de 20 ºC na estação do inverno", disse o porta-voz do DWD. Segundo ele, a oscilação de temperatura dos últimos dias na Alemanha foi causada primeiro por uma massa de ar frio que veio da Rússia e resultou em dias extremamente gelados, e agora o ar quente que vem do deserto do Saara e da área do Mediterrâneo trouxe temperaturas primaveris.
A temperatura média de fevereiro ainda está bem abaixo da média histórica registrada para o mês. O clima ameno deve prevalecer nos próximos dias, mas especialistas preveem quedas nas temperaturas nas próximas semanas e não descartam um mês de março com clima temperado e algumas noites gélidas.
O DWD administra uma lista com as temperaturas mais altas já registradas em cada mês do ano na Alemanha. Os recordes para o mês de fevereiro são encabeçados por três registros em 1900 e outros três em 1960. No topo da lista estão os 24,5 ºC registrados em Arnsberg, na Renânia do Norte-Vestfália, em 1900.
*Por: DW
EUA - Sabemos que exoplanetas são comuns na nossa galáxia, mas questões de vida alienígena e civilizações extraterrestres são tema de especulação desde sempre. Dado que ainda não encontramos evidências de nenhum dos dois, os astrônomos estão atualmente interessados em como podemos encontrá-los. Uma nova pesquisa sugere um método peculiar: procurar poluição.
O trabalho foi aceito para publicação no Astrophysical Journal, e nele a equipe responsável por esta pesquisa discute como o dióxido de nitrogénio (NO2) pode ser utilizado para encontrar civilizações alienígenas. Na Terra, o gás é um subproduto da combustão, e poderia ser visível nas observações da atmosfera de planetas distantes com os telescópios de última geração.
Os astrônomos procuram alguns marcadores de vida na atmosfera desses exoplanetas. Estas são bioassinaturas. Mas agora também exploram as “tecnossignaturas” – moléculas que estariam presentes no ar daqueles mundos distantes na presença de civilizações industrializadas.
Descobrir dióxido de nitrogénio fora da Terra não seria assim tão linear. O gás também é produzido naturalmente, então os astrônomos terão que estimar se o sinal que observam é suficiente para ser produzido por uma sociedade tecnológica.
“Na Terra, cerca de 76% das emissões de NO2 são devidas à atividade industrial”, explicou Giada Arney, da NASA Goddard, coautor do artigo. “Se observarmos mais NO2 do que os nossos modelos sugerem ser plausível de fontes não industriais, então o restante do NO2 pode ser atribuído à atividade industrial”.
Nuvens e outros aerossóis também podem criar falsos positivos. Para a próxima etapa deste projeto, a equipa deseja criar modelos melhores para a atmosfera dos planetas, para que possa ter uma abordagem mais realista de como seria um sinal de dióxido de nitrogénio.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
FRANÇA - O banco francês BNP Paribas, o maior do país europeu, prometeu nesta segunda-feira (15/02) parar de financiar empresas que produzem ou compram carne bovina ou soja cultivadas em terras desmatadas ou convertidas depois de 2008 na Amazônia.
A instituição afirmou ainda que também "incentivará seus clientes a não produzirem ou comprarem carne bovina ou soja em terras desflorestadas ou convertidas [...] posteriormente a 1º de janeiro de 2020" no Cerrado, de acordo com os padrões globais.
Segundo o BNP Paribas, a ausência de um mapeamento exaustivo das terras no Cerrado impede, por enquanto, que o banco vá além desse incentivo.
Além disso, a instituição afirmou que, até 2025, solicitará aos seus clientes a rastreabilidade total dos setores de carne bovina e soja, financiando assim apenas aqueles que adotarem uma estratégia de desmatamento zero.
"Instituições financeiras expostas ao setor agrícola no Brasil devem contribuir para essa luta contra o desmatamento. Esse é o caso do BNP Paribas", disse o banco em comunicado.
Organizações ambientalistas afirmaram que a declaração envia um forte sinal para as empresas que comercializam commodities na região, mas pressionaram por ações mais rápidas e firmes.
"O banco diz que só está pronto para incentivar, e não forçar, as empresas que atuam no Cerrado. [...] As únicas medidas de exclusão imediatas aplicam-se às empresas que continuam a derrubar ou converter terras na Amazônia", criticou a organização não governamental Reclaim Finance.
"Poucas empresas estão, portanto, preocupadas, visto que já existe uma moratória que estipula o fim do desflorestamento relacionado com a soja a partir de 2008 e é amplamente respeitada", completou. A ONG também considerou a meta estipulada para o ano de 2025 "tarde demais".
"O BNP Paribas está dando aos comerciantes mais cinco anos para derrubar florestas impunemente", afirmou, por sua vez, a associação francesa Canopée - Forêts vivantes.
A soja e a carne bovina são dois dos maiores motores do desmatamento no mundo. O crescimento populacional e uma expansão rápida da classe média em países como a China estimularam uma explosão na demanda por soja e um aumento do consumo de carne e laticínios.
Cientistas alertam que a Floresta Amazônica, que se entende por nove países, está se dirigindo para um espiral mortal à medida que o desmatamento acelera. Segundo a ONG Amazon Conservation Association, uma área do tamanho de Israel foi derrubada na Amazônia só em 2020.
Já em relação ao Cerrado, que cobre 20% do território brasileiro, metade do bioma já foi desmatado, o que o torna um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta, denunciaram quatro organizações ambientalistas em uma declaração conjunta.
Na semana passada, uma investigação da organização não governamental Global Witness apontou que vários bancos franceses, em particular o BNP Paribas, respondem pelo financiamento de empresas agrícolas responsáveis pelo desmatamento no Brasil.
O banco disse à Global Witness que todos os seus clientes na Amazônia "foram certificados ou envolvidos num processo de certificação" para garantir que as suas práticas eram responsáveis.
No mês passado, o BNP Paribas e outros credores europeus, como o banco holandês ING e o suíço Credit Suisse, se comprometeram a parar de financiar o comércio de petróleo bruto do Equador após pressão de ativistas com o objetivo de proteger a Amazônia.
ek (Reuters, Lusa, AFP, ots)
*Por: DW
MUNDO - Atividades como perfurações de óleo, explosões e trânsito de navios estão trazendo sérios riscos ao equilíbrio da vida nos oceanos. É o que revelou um estudo divulgado nesta pela revista Science.
Uma cacofonia de ruído industrial está impedindo os animais marinhos de acasalar, de comer e até de fugir dos predadores, avisam os cientistas.
Os resultados do estudo, que se pautou por mais de 500 artigos, mostram que as atividades humanas estão alterando drasticamente a paisagem sonora subaquática.
Baleias, golfinhos e outros mamíferos aquáticos que dependem das vibrações sonoras para se orientarem, estão entre os mais afetados.
Não raro, indivíduos dessas espécies estão ensurdecendo e, consequentemente, se desorientando, vindo a encalhar em praias.
“Com efeito, até o estalar dos glaciares que derretem nos oceanos polares e o barulho da chuva a cair na superfície da água podem ser ouvidos no profundo oceano”, diz Carlos Duarte, o autor principal do estudo, cientista marinho na Universidade de Ciência e Tecnologia King Abdullah, na Arábia Saudita.
Isso dá uma ideia do quão impactante pode ser o ruído industrial provocado por motores e perfurações no fundo do mar.
“Estes ruídos e o seu impacto precisam de uma maior atenção dos cientistas e legisladores”, alerta o cientista.
Contudo, de acordo com Duarte, grande parte do ruído causado pelo ser humano deveria ser fácil de reduzir.
Por exemplo, medidas como a construção de hélices e cascos de navios mais silenciosos e o uso de técnicas de perfuração que não causem bolhas e vibrações na água podem reduzir a poluição sonora para metade.
Além disso, investir em mais energia renovável diminuiria a necessidade de perfurações de petróleo e gás.
Para endossar o quão importante é encarar o problema da poluição sonora nos oceanos, o estudo mostra que houve um ressurgimento da atividade marinha em abril de 2020, quando o ruído dos navios, normalmente mais alto perto da costa, diminuiu à medida que os países entraram em confinamento devido à pandemia de covid-19.
Por ser este um problema a nível transfronteiriço, os resultados da pesquisa mostram que para realmente reduzir a antrofonia (ruído humano) nos mares e almejar um futuro bem gerido, será necessária uma cooperação global entre todos os governos. Conseguiremos?
*Por: HARDCORE
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