Diferença de temperatura está entre fatores apontados pelo estudo que facilitariam a incubação
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de doutorado realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) identificou uma vantagem do sabiá-barranco (Turdus leucomelas) em fazer ninho em prédios, mesmo em ambiente com muitas árvores ao redor. Segundo o estudo, desenvolvido na área do campus sede da Universidade, os ninhos em prédios são, em média, 6°C mais quentes que os de árvores o que permite que as fêmeas passem menos tempo por dia incubando os ovos, reduzindo os esforços na incubação.
A tese foi elaborada pelo biólogo Augusto Florisvaldo Batisteli, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais (PPGERN) da UFSCar, com orientação de Hugo Miguel Preto de Morais Sarmento, professor do Departamento de Hidrobiologia (DHb) da Universidade.
"De modo geral, o objetivo da tese foi avaliar o papel do uso dos prédios como local de construção do ninho no processo de adaptação do sabiá-barranco ao ambiente urbano. Para isso, foi necessário testar se esses ninhos em prédios seriam vantajosos, desvantajosos ou neutros em relação a aqueles construídos em árvores, considerando aspectos como a sobrevivência da ninhada e a dedicação da fêmea ao ninho. No caso do estudo publicado [que derivou da tese], o objetivo foi testar se o comportamento de incubação das fêmeas diferia entre ninhos em árvores e em prédios", descreve Batisteli.
Entre os principais resultados, a pesquisa indica que as fêmeas dos ninhos em construções humanas passam um tempo 7% menor no ninho durante a incubação do que as fêmeas dos ninhos em árvores. Os ninhos em prédios também são em média 6 ºC mais quentes em seu interior do que aqueles em árvores. "Além disso, outros resultados ainda não publicados apontam vantagens adicionais dos ninhos em prédios, como maior chance de sobrevivência da ninhada. Então, concluímos que o hábito de construir ninhos em prédios pode trazer certos benefícios para as espécies, embora também possam existir fatores prejudiciais que não foram investigados", destaca o biólogo.
Segundo ele, o interesse em pesquisar o tema surgiu da observação: "Na área urbana da UFSCar, desde a graduação, percebia que os ninhos de sabiá eram frequentemente construídos em edifícios, apesar da grande quantidade de vegetação na área urbana do Campus São Carlos. Com tantas árvores ao redor, era muito curioso que as fêmeas construíssem seus ninhos nas mais variadas estruturas pertencentes aos prédios, bem próximo da circulação de pessoas".
Para o trabalho de campo, foram realizadas três etapas. "A primeira foi a captura dos adultos, que receberam combinações de anéis coloridos para que fosse possível identificar cada indivíduo e também distinguir machos e fêmeas. Depois, um extenso esforço de procura dos ninhos em toda a área urbana da UFSCar [campus sede], os quais foram revisitados dia sim, dia não, para acompanhar se as ninhadas vingariam. Por último, foram mais de 300 horas de observação do comportamento reprodutivo dos sabiás", detalha Batisteli.
A pesquisa, intitulada "Conquistando o ambiente urbano: valor adaptativo e comportamento parental nos ninhos de Turdus leucomelas (Aves, Turdidae) em edifícios", foi realizada entre 2016 e 2020, mas "novos estudos sobre o tema ainda estão em curso", afirma o pesquisador.
O artigo que aborda especificamente as diferenças na temperatura do ninho e no comportamento de incubação dos ovos pelas fêmeas - que constitui um dos capítulos da tese - foi publicado na revista britânica International Journal of Avian Science (IBIS), uma das mais tradicionais na área de Ornitologia, e está disponível no link https://bit.ly/2YHQhnn. O estudo teve apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Mais informações e a íntegra do trabalho podem ser solicitadas ao pesquisador, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
SÃO CARLOS/SP - A ACISC (Associação Comercial e Industrial de São Carlos) disponibiliza uma Pesquisa de Satisfação do Associado. Somente os associados poderão ter acesso ao questionário.
O presidente da entidade, José Fernando Domingues, explica que o objetivo é ouvir os associados e melhorar, ainda mais, os serviços que são oferecidos pela ACISC.
“Temos o compromisso de prestar serviços de qualidade, incluindo um respeito profundo aos nossos associados, colaboradores e comunidade empresarial. As melhorias só ocorrem quando temos um canal de comunicação com todas as partes e essa é uma grande oportunidade para o associado participar e indicar caminhos para que a ACISC possa seguir melhorando os seus serviços, atendendo às expectativas”, afirmou Zelão.
A Pesquisa pode ser acessada no site da ACISC, através do link www.acisc.com.br/satisfacao. O associado vai digitar seu código – que pode ser localizado no boleto da mensalidade ou através do telefone 3362.1900 – e o CNPJ da sua empresa, sendo direcionado ao questionário que contém sete perguntas. “A finalidade dessa pesquisa é medir o índice de satisfação dos nossos associados e aprimorar o nosso Sistema de Gestão da Qualidade”, disse o presidente.
Zelão finaliza convidando todos os associados para que participem. “A participação do associado é muito importante, pois a partir dessas respostas e opiniões, a ACISC terá condições de aprimorar o atendimento, serviços e benefícios oferecidos às empresas associadas”, finalizou.
Tutoriais deverão estar disponíveis para consulta no final de setembro
SÃO CARLOS/SP - Relatos de educadores e pesquisas científicas apontam que a realidade de muitos professores da Educação Básica tem sido frustrante quando precisam lidar com crianças com autismo e que mesmo os profissionais formados em Educação Especial encontram dificuldades na hora de trabalhar com elas.
Pensando nisso, a professora da rede municipal de São Carlos, Viviane Macedo, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), produziu três vídeos que ensinam algumas técnicas baseadas na Análise do Comportamento Aplicada para quem ainda não conhece a maneira correta de ensinar pessoas com autismo.
Com o material, os professores poderão aprender a aplicar uma das várias avaliações de preferência de escolha que existem na literatura científica. A educadora, que também se especializou no Instituto LAHMIEI Autismo da UFSCar, explica que identificar os itens reforçadores de uma criança é uma das ferramentas fundamentais para instalar e fortalecer novos comportamentos.
Nos vídeos, são ensinados desde como organizar o ambiente, até o registro de informações da maneira correta e a aplicação de procedimentos. A pesquisadora espera que os educadores possam entender como analisar o comportamento das crianças com autismo, para que seja mais fácil saber quais tarefas ensinar e como ensinar. A dissertação de mestrado de Macedo, que deu origem aos vídeos, tem a orientação de Celso Goyos, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, e será defendida no fim de setembro. Os tutoriais serão divulgados após a defesa.
Estudo também indica que diabéticos não diagnosticados precisam de atenção precoce para evitar o problema
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) comprovou que há relação entre o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e o aumento da chance de declínio cognitivo nos portadores da doença. Já havia evidências científicas sobre essa associação, mas o estudo desenvolvido na Universidade indicou que é preciso identificar e agrupar corretamente os indivíduos diabéticos, não diabéticos e diabéticos não diagnosticados. De acordo com o trabalho, se essa classificação não for feita adequadamente, os resultados da associação entre diabetes e declínio cognitivo podem ser prejudicados.
O estudo é fruto de projeto de iniciação científica da gerontóloga Natália Cochar Soares, que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) - Processos 2020/02040-3 e 2018/13917-3 -, sob orientação de Tiago da Silva Alexandre, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar e coordenador do International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), consórcio de estudos longitudinais que, além do Elsi (Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros), envolve o Elsa Study (English Longitudinal Study of Ageing), da Inglaterra, e o MHAS Study (Mexican Health and Aging Study). O trabalho teve a participação de pesquisadores do DGero e do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia (PPGGero) da UFSCar, e foi publicado recentemente no Journal of Diabetes (https://bit.ly/2FECjvC). "O estudo analisou se o DM2 aumenta a chance de prejuízo da memória, da linguagem e da função executiva, além de ter verificado se classificar indivíduos com diabetes não diagnosticado como não diabéticos ou como diabéticos modificaria tais associações", explica Alexandre.
Segundo o docente, normalmente, as pesquisas desenvolvidas sobre a temática utilizam o autorrelato para identificar o diabetes e classificam indivíduos com diabetes não diagnosticado como não diabéticos, o que pode prejudicar os resultados encontrados. O estudo feito na UFSCar utilizou amostra de 1.944 participantes, com idade igual ou superior a 50 anos, da base de dados do Elsi-Brasil, coordenado pela professora Maria Fernanda Furtado Lima-Costa, do Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz, de Minas Gerais. Foi realizada coleta de dados sociodemográficos, condições pregressas de saúde, avaliações do estado cognitivo, a partir de visitas em domicílio dos participantes do Elsi-Brasil, assim como medidas antropométricas, por meio de testes físicos administrados em visita aos entrevistados. Para obtenção de parâmetros bioquímicos, um técnico de laboratório treinado obteve amostras de sangue venoso durante a visita, para exames como hemoglobina glicada (HbA1c), colesterol, dentre outros.
Classificação dos participantes
Como trata-se de um estudo de cunho epidemiológico, o diabetes foi verificado de duas maneiras: pelo autorrelato dos participantes sobre o diagnóstico médico e pelos níveis de HbA1c. Foram considerados diabéticos os participantes que relataram diagnóstico médico de diabetes independente dos valores da HbA1c. Foram considerados diabéticos não diagnosticados aqueles que não relataram diagnóstico médico de diabetes, mas tinham HbA1c alterada, ou seja, ≥6,5%, e foram considerados não diabéticos aqueles que não relataram diagnóstico médico de diabetes e apresentaram HbA1c em normalidade, ou seja, <6,5%.
O objetivo foi verificar, justamente, como fica a associação da memória, função executiva e linguagem com o diabetes quando esse o grupo de diabéticos não diagnosticados é separado ou incluído no grupo de não diabéticos ou de diabéticos. Para isso, foram feitas três formas de agrupamento. O modelo 1 incluiu as três categorias de diabetes separadamente: não diabéticos, diabéticos não diagnosticados e diabéticos. O modelo 2 uniu diabéticos não diagnosticados e não diabéticos em um mesmo grupo. E o modelo 3 uniu os diabéticos não diagnosticados e os diabéticos.
Resultados
De acordo com o orientador, os diferentes tipos de agrupamento foram importantes para levantar um dos resultados do estudo. "Isso permitiu identificar que a associação entre diabetes e declínio da memória é atenuada quando o grupo de diabéticos não diagnosticados é incluído no mesmo grupo dos não diabéticos ou dos diabéticos. Portanto, a melhor maneira de classificar o diabetes para avaliar tal associação é separando o grupo de diabéticos não diagnosticados como feito no modelo 1", detalha Alexandre, destacando que o impacto do diabetes não diagnosticado nessa associação era desconhecido antes da pesquisa.
O trabalho comprovou que, realmente, os diabéticos são mais propensos a apresentar comprometimento da memória. "O mecanismo que relaciona a DM2 à maior chance de prejuízo da memória pode ser explicado pela hiperglicemia crônica que acarreta a perda de neurônios corticais e diminuição da transmissão colinérgica, além de danos e redução do volume do hipocampo, estrutura fundamental do cérebro para o bom funcionamento da memória", explica o docente. Durante a pesquisa, não foi encontrada associação entre diabetes e habilidades de fluência verbal prejudicadas, "fato que pode ser explicado pela possibilidade de a deterioração da memória ocorrer antes de alterações na linguagem e na função executiva", completa ele.
Além disso, o estudo também permitiu perceber que diabéticos não diagnosticados se diferem clinicamente dos diabéticos já diagnosticados e dos indivíduos sem diabetes, o que é essencial para o planejamento de estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. "Ademais, a associação entre diabetes e o comprometimento da memória é clinicamente relevante, pois como a memória é um indicador precoce de comprometimento cognitivo, faz-se necessário que os clínicos diagnostiquem o diabetes e reconheçam seu impacto negativo na função cognitiva o mais cedo possível", afirma Alexandre. Dessa forma, o docente destaca a necessidade de atenção precoce aos casos de diabetes não diagnosticados. "Em um estágio inicial, o diagnóstico precoce permite um tratamento mais eficaz na prevenção das complicações da doença, bem como do prejuízo da memória", conclui.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Pesquisas René Rachou, da Fundação Oswaldo Cruz (Processo: 886.754), e o Estudo Elsi-Brasil cumpre as resoluções do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Podem participar do estudo familiares que tenham crianças matriculadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental
SÃO CARLOS/SP - O Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) convida pessoas voluntárias para participar de pesquisa que analisa as percepções de familiares de crianças diagnosticadas com síndrome de Down ou autismo, matriculadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em relação ao processo de escolarização no contexto da pandemia de Covid-19. O trabalho é produzido por Thereza Makibara Ribeiro, pedagoga, mestre em Educação Especial e aluna de doutorado do PPGEEs, sob orientação de Márcia Duarte Galvani, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) da Instituição.
A pesquisa buscará descrever a opinião das famílias sobre os serviços oferecidos pelas escolas para as crianças no contexto da pandemia, bem como identificar as necessidades de apoio dessas famílias para exercer o seu papel na escolarização. Também visa analisar a opinião das famílias sobre a forma do ensino disponibilizado neste contexto e se as expectativas dos familiares em relação ao retorno das atividades no contexto pós-pandemia foram ou não atendidas. De acordo com Ribeiro, o trabalho poderá contribuir para a ampliação de estudos direcionados à relação entre a família e o processo de escolarização do público-alvo da Educação Especial (alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, superdotação e altas habilidades).
Para a realização do projeto, estão sendo convidados pais ou responsáveis de crianças entre 6 e 10 anos, com síndrome de Down ou autismo, matriculadas nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 3º ano), para responderem a este questionário online (https://bit.ly/34x3Uth), que inclui perguntas relacionadas à caracterização do participante e da criança, processo de escolarização a distância e expectativas para o retorno das aulas presenciais no contexto pós-pandemia. O questionário é composto por cerca de 40 questões e o tempo estimado de preenchimento é de 10 minutos. O sigilo é assegurado.
Mais informações sobre a pesquisa constam no questionário (https://bit.ly/
Conduzido pela NOZ Pesquisa e Inteligência em parceria com o Instituto Bem do Estar, o mapeamento "Saúde da Mente & Pandemia" - realizado em maio de 2020 com 1.515 participantes - investigou o impacto do isolamento social no cotidiano do brasileiro. O levantamento avaliou questões como hábitos e rotinas; sentimentos e reações físicas; alimentação; e o impacto na libido de casados e solteiros. Para 49% dos casados (ou em união estável), a libido diminuiu; entre os solteiros, 21% afirmaram que o desejo sexual aumentou.
São Paulo/SP – Para os especialistas da área de saúde mental, um dos principais indícios de transtornos mentais é a necessidade que o indivíduo tem de se isolar. Ironicamente, diante da hecatombe causada pelo novo coronavírus – na qual o isolamento social é essencial para reduzir as chances de contaminação e disseminação da Covid-19 – a prática pode potencializar os transtornos de ansiedade e depressão. Para entender o real impacto da pandemia no emocional dos brasileiros, o Instituto Bem do Estar e NOZ Pesquisa e Inteligência conduziram o mapeamento Saúde da Mente & Pandemia. Realizado com 1.515 brasileiros de todas as regiões, idades e classes sociais, o levantamento avaliou questões como hábitos e rotinas; sentimentos e reações físicas; e impacto na alimentação e na libido de casados e solteiros. A pesquisa integra o projeto Sociedade de Vidro e contará com outros módulos focados em investigar a saúde da mente de moradores de periferias, de jovens e novo ambiente de trabalho.
Segundo Juliana Vanin, fundadora da NOZ Pesquisa e Inteligência e uma das coordenadoras da pesquisa Saúde da Mente & Pandemia, entre os destaques do mapeamento estão as análises propositivas que a diversidade de dados traz. “A pesquisa traz muitas informações sobre os sentimentos e as reações físicas, mas também mapeamos mudanças nos hábitos e rotinas provocadas pela pandemia, como por exemplo, o nível de isolamento, aumento de horas dedicadas ao home office e atividades físicas. Isso nos permite traçar as relações entre as alterações nos sentimentos e as reações físicas ligadas à ansiedade e à depressão com as novas rotinas e hábitos. Essas análises serão úteis para planejarmos como lidar com a saúde da mente nesse novo contexto em que vivemos”, afirma Juliana.
Na percepção de Isabel Marçal, cofundadora do Instituto Bem do Estar, o diferencial da pesquisa está em proporcionar pelo menos cinco minutos de reflexão aos participantes sobre os próprios sentimentos e reações físicas diante da maior crise da contemporaneidade. “Queremos impulsionar o debate, a troca de experiências e a escuta de novas visões e percepções sobre a saúde da mente. E, o primeiro passo é entender como estão nossos sentimentos e quais as reações físicas são provocadas em nosso corpo por questões emocionais. A pesquisa proporcionou, por meio do olhar para si mesmo, que levantássemos estes dados de 1.515 pessoas, além de outros – citados por Juliana Vanin, com possibilidade de diversos cruzamentos. A partir dos dados levantados e compilados de forma consistente, precisa e plural, poderemos, com a ajuda de especialistas convidados, observar as tendências e realizar uma análise propositiva do atual cenário brasileiro da saúde da mente”, avalia Isabel.
A análise de Milena Fanucchi, cofundadora do Instituto Bem do Estar, a pandemia veio para ‘iluminar’ diversos problemas da nossa sociedade, entre eles, os transtornos relacionados à saúde da mente, como depressão e ansiedade. “Se antes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já previa que, em 2020, a depressão seria a maior causa de afastamentos no trabalho – e até 2030 a doença mais incapacitante do mundo –, imagina agora? A pesquisa mostra o aumento de diversos sintomas relacionados tanto a depressão quanto a ansiedade, o que é preocupante. Por isso, é de extrema urgência informar a população sobre os cuidados com a nossa saúde da mente, para assim prevenir, principalmente, a depressão e a ansiedade", pondera.
PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA PESQUISA
||| HÁBITOS E ROTINA DURANTE O ISOLAMENTO
||| SENTIMENTOS E REAÇÕES FÍSICAS
||| METODOLOGIA DA PESQUISA | Conduzida pela NOZ Pesquisa e Inteligência – em parceria com o Instituto Bem do Estar –, o mapeamento Saúde da Mente & Pandemia é uma pesquisa quantitativa online com questionário de autopreenchimento voluntário. Sem fins comerciais, foi realizada entre os dias 7 e 31 de maio de 2020 e contou com participação voluntária de 1.515 respondentes. Os dados permitiram mapear os sentimentos, sensações e mudanças de hábitos e rotinas durante o isolamento social. O perfil da amostra é composto por 21% homens, 71% mulheres e 7% não informado; 75% moradores do Estado de São Paulo e 25% distribuídos por todas as regiões do Brasil e com faixas etárias e renda mensal individual diversas.
As próximas etapas da pesquisa, que acontecerão entre agosto e novembro; estão previstas a ampliação no número de respondentes e do perfil da amostra (particularidades e desafios das periferias, juventudes e novo ambiente de trabalho). Ao final do levantamento haverá cinco mapeamentos públicos: o primeiro em agosto com a análise desta primeira etapa; os seguintes referentes aos três recortes de perfis (novembro de 2020) e, em janeiro de 2021, o mapeamento final com a comparação dos dados levantados e uma análise propositiva do impacto do isolamento social na saúde da mente.
O estudo “Saúde da Mente & Isolamento Social” integra um grande projeto do Instituto Bem do Estar, Sociedade de Vidro – um olhar contínuo sobre a sociedade brasileira e as fragilidades emocionais. O projeto conterá estudos para que o máximo de dados sejam levantados e compilados de forma consistente e precisa, além de iniciativas de reflexão e conscientização.
SOBRE O INSTITUTO BEM DO ESTAR
Fundado em 2018 por Isabel Marçal e Milena Fanucchi, o Instituto Bem do Estar é um negócio social sem fins lucrativos voltado à promoção da saúde da mente. Com o propósito de desafiar as pessoas a mudar o próprio comportamento em relação à saúde da mente, a organização colabora com a prevenção de doenças psicológicas e contribui para uma sociedade mais consciente e saudável. Para tal, possui três objetivos, que visam a transformação social necessária a uma sociedade que está em falência emocional: CONSCIENTIZAR, informa a população sobre os cuidados para uma saúde da mente de qualidade, estimulando a busca pelo autoconhecimento e o despertar da empatia por meio de conteúdo digital, campanhas de conscientização e mostras e exposições culturais; CONECTAR, promove experiências do cuidado com a mente, proporcionando ferramentas que contribuem com o desenvolvimento socioemocional individual e coletivo por meio de atividades práticas, como vivências, workshops e palestras, além da divulgação de locais de atendimento terapêutico gratuitos ou por contribuição consciente; MOBILIZAR, entende o contexto sobre saúde da mente e o impacto na sociedade, gerando estatísticas e articular agentes públicos e privados, visando o acesso a políticas públicas via pesquisas e práticas de advocacy. www.bemdoestar.org
SOBRE NOZ PESQUISA E INTELIGÊNCIA
A NOZ é um ateliê de pesquisa e inteligência de negócios, cujo trabalho é entender desejos e comportamentos humanos. A empresa atua em todo o ciclo de negócio, unindo conhecimentos e metodologias de Economia Comportamental, Pesquisa, Planejamento Estratégico, Financeiro e de Marketing. Além de consultoria e projetos para empresas, a NOZ foca o trabalho em estudos sociais sobre diversos temas, como Cooperação, Educação, Trabalho e Empreendedorismo, Maturidade (50+), Doação, Mulheres e o Mercado de Trabalho. Fundada em 2015 por Juliana Vanin –economista formada pela Universidade de São Paulo (USP); pós-graduada em Finanças pelo Insper; especialista em Pesquisa de Mercado, Inteligência de Negócios, Planejamento Financeiro e Estratégico – a empresa produz informação e conhecimento, acreditando que estas têm o poder de transformar. Tem como objetivo impulsionar o debate, a troca de experiências e a escuta de novas visões e percepções. www.noz-pesquisaeinteligencia.
Pesquisa busca pessoas voluntárias para responderem questionário online
SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores do Laboratório de Estudos do Comportamento Humano (LECH) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) buscam voluntários para participação em pesquisa online intitulada "Fatores comportamentais e experiências vivenciadas durante a pandemia de Covid-19", sob responsabilidade do pós-doutorando Julio César de Camargo, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da Universidade. O objetivo é investigar possíveis relações entre as experiências vivenciadas durante a pandemia de Covid-19 e os processos comportamentais que são inerentes a decisões que envolvem resultados incertos ou que afetam outros indivíduos.
Podem participar quaisquer pessoas com 18 anos completos ou mais, residentes no Brasil. A participação na pesquisa se dará por meio do preenchimento de um questionário online (https://bit.ly/2XZovlI), com duração aproximada de 40 minutos. O sigilo é assegurado.
A expectativa é que o estudo leve a uma melhor compreensão da relação entre alguns fatores comportamentais e as experiências vivenciadas durante a pandemia de Covid-19, o que pode subsidiar intervenções que ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas no cenário atual.
Mais informações estão detalhadas no formulário (https://bit.ly/
SÃO PAULO/SP - Pesquisa Datafolha realizada entre 11 e 12 de agosto aponta que o presidente Jair Bolsonaro está com a melhor aprovação desde o início do mandato. Segundo o instituto, 37% dos brasileiros consideram seu governo bom ou ótimo. Eram 32% na pesquisa anterior, realizada no fim de junho.
Já a rejeição ao presidente caiu dez pontos percentuais, de 44% para 34%. Já a porcentagem daqueles que consideram o governo regular reduziu de 27% para 23%.
A pesquisa ouviu 2.065. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Paradoxalmente, a mudança substancial na forma como parte da população vê o governo Bolsonaro ocorre no momento em que o país vive uma grave crise sanitária e econômica. No último fim de semana, o Brasil superou a marca de 100 mil mortes por covid-19, com o presidente ainda insistindo numa postura negacionista da pandemia.
Já as projeções do PIB no segundo trimestre apontam para um tombo de pelo menos 11%, segundo o Banco Central.
No entanto, o aumento da popularidade também coincide com a continuidade da distribuição do auxílio-emergencial de 600 reais para trabalhadores afetados pela crise. O governo federal, que inicialmente havia proposto o valor de 200 reais e concordou em triplicar o valor após votação na Câmara dos Deputados, hoje celebra a cada semana o número total de beneficiados, que tem aumentado a aprovação do presidente até mesmo em antigos redutos do PT, como o Nordeste.
Ainda segundo o Datafolha, a melhora na aprovação de Bolsonaro também coincide com certa moderação recente de Bolsonaro em alguns temas, como sua relação com o Congresso e o Judiciário. No primeiro semestre, o presidente chegou a participar de atos contra o Supremo e pelo fechamento do Congresso. Os atos ainda continuam a ser organizados, mas as mensagens golpistas ficaram, por ora, menos explícitas.
Mais recentemente, ele se aproximou dos partidos do chamado "Centrão” e moderou suas posições em relação ao STF, em especial depois da prisão do seu amigo Fabrício Queiroz. O ex-faz-tudo da família Bolsonaro havia sido preso em 18 de junho, pouco antes da última pesquisa Datafolha.
Ainda assim esta pesquisa não marcou o fundo do poço para Bolsonaro, apesar da imagem do governo ter sofrido com a prisão. A pior avaliação do presidente continua sendo a de agosto d 2019, em meio à crise das queimadas e o derretimento da imagem do Brasil no exterior, quando apenas 29% consideraram seu governo bom ou ótimo.
No entanto, apesar da sua "moderação” em algumas áreas, Bolsonaro ainda continua a fazer declarações controversas em temas como a covid-19, como a promoção de supostos benefícios da cloroquina – mesmo sem comprovação científica. Ela ainda segue com seus ataques aos governadores e prefeitos, agora responsabilizando autoridades municipais e estaduais pelas mortes na pandemia.
Ao longo do seu mandato, Bolsonaro conquistou uma série de distinções em relação à sua aprovação. Em abril de 2019, sua avaliação negativa nos primeiros três meses de mandato superou a de todos os presidentes eleitos em início de primeiro mandato desde 1990.
Em dezembro, ele chegou ao fim do primeiro ano do seu mandato com a pior avaliação entre os presidentes eleitos desde 1994, segundo o Datafolha.
*Por: dw.com
Trabalho pode auxiliar no aprimoramento de estudos aplicados como, por exemplo, na área de produção de medicamentos
SÃO CARLOS/SP - Em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), botânicos especialistas na família Myrtaceae - à qual pertencem, por exemplo, a pitanga, a jabuticaba e a goiaba - estudaram as populações associadas à Myrcia splendens, uma espécie muito comum de guamirim (pequeno arbusto) que ocorre tanto na Amazônia quanto em outros biomas da América tropical. A hipótese - confirmada pelo estudo - era de que o nome Myrcia splendens estava sendo aplicado para mais de uma espécie nas áreas abrangidas pelo Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF).
"Muito se fala em espécies de plantas tropicais abundantes e amplamente distribuídas. Contudo, é preciso considerar que talvez cada uma delas seja, na verdade, um conjunto de espécies muito parecidas e difíceis de separar visualmente. É comum que a esse agrupamento seja atribuído um só nome, criando as chamadas 'espécies hiperdominantes' e subestimando a diversidade das nossas florestas", explica a professora Fiorella Fernanda Mazine Capelo, do Departamento de Ciências Ambientais (DCA-So) do Campus Sorocaba da UFSCar.
Segundo ela, a identificação correta de qualquer espécie é importante porque cada uma pode ter propriedades diferentes. "É uma etapa crítica em estudos aplicados como, por exemplo, os farmacêuticos. Se você descobre determinada propriedade em uma planta, é importante que somente exemplares dessa espécie sejam utilizados para extraí-la, pois a utilização de outra espécie, mesmo que morfologicamente parecida ou evolutivamente próxima, pode não trazer o mesmo resultado. Falando em medicamentos, utilizar plantas de outra espécie pode ter até efeitos danosos", esclarece Mazine. "No gênero Myrcia, há indícios de potencial farmacêutico em algumas espécies, como por exemplo aquelas popularmente conhecidas como pedra-ume-caá, ainda pouco estudadas", acrescenta.
Esse tipo de pesquisa, diz Mazine, "faz parte do grande esforço por parte dos botânicos para inventariar a biodiversidade brasileira, ainda pouco conhecida em muitas regiões, inclusive na Amazônia. Ele representa um passo a mais na organização das plantas em compartimentos organizados - que são as espécies e grupos de espécies - para que elas sejam primeiro conhecidas e, posteriormente, utilizadas em outras áreas das ciências. Ou seja, é um estudo de base, mesmo sendo multidisciplinar, que abre caminho para estudos aplicados".
Além da UFSCar, a iniciativa contou com a parceria do Laboratório de Botânica Amazônica (Labotam) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no período de 1º de novembro de 2018 a 30 de junho de 2019. Os pesquisadores estudaram tanto a morfologia externa quanto a espectroscopia das folhas na região do infravermelho-próximo, que reflete a composição interna dos tecidos e tem sido utilizada para distinguir espécies amazônicas com sucesso. "Na descrição de uma espécie nova, o botânico traz características diagnósticas, ou seja, características morfológicas que ajudam na sua correta identificação. Na Amazônia grande parte das espécies de planta ainda são desconhecidas para a ciência, portanto, antes de qualquer estudo aplicado, precisamos primeiro descrevê-las e dar nomes a elas", diz a docente.
Resultados
Nesse trabalho, três espécies foram consideradas novas para a ciência e batizadas de Myrcia eveae, M. otocalyx e M. prismatica. As espécies novas variam de pequenas arvoretas a árvores de 18 metros de altura. Todas têm folhas simples, opostas e não apresentam látex ou resina; contudo, suas folhas têm glândulas translúcidas que podem ser vistas como pontos brilhantes se forem posicionadas contra a luz. "A diferenciação morfológica entre elas é complexa e precisa ser feita com base tanto em suas folhas quanto suas flores e frutos, que são posicionados em inflorescências ou infrutescências bastante ramificadas e com eixos longos", detalha Mazine. Além disso, o comportamento espectral das folhas - a quantidade de raios absorvida, refletida ou que atravessa o tecido vegetal - se mostrou diferente para cada espécie, reflexo das diferenças entre as substâncias dos tecidos foliares de cada uma.
À UFSCar coube a realização do experimento, feito por Paulo Henrique Gaem, então aluno do curso de Engenharia Florestal da Universidade, sob orientação de Mazine e de Alberto Vicentini, do Inpa. Em linhas gerais, as etapas para realizar esse tipo de estudo compreendem a coleta de amostras das plantas em campo, a secagem em estufa e a identificação com utilização de bibliografia especializada ou comparação com espécimes de coleções (herbário); caso não haja correspondência, é feita uma descrição da espécie nova, a partir de características morfológicas, e comparação com outras semelhantes e evolutivamente próximas. Nas etapas seguintes, são realizadas leituras de absorbância das folhas no espectrofotômetro; e comparados estatisticamente os espectros para verificar semelhanças ou diferenças entre espécies.
O artigo "Three new Amazonian species of Myrcia sect. Myrcia (Myrtaceae) based on morphology and near-infrared spectroscopy", com os resultados da pesquisa, foi publicado no periódico internacional Phytotaxa e pode ser acessado no link https://bit.ly/31q70fc. Mais informações pelo e-mail do pesquisador Paulo Henrique Gaem (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).
De acordo com o pesquisador do Centro Mente Aberta, Marcelo Demarzo, objetivo é criar um banco de dados para facilitar o desenvolvimento de intervenções mais eficientes para o bem-estar físico e mental.
SÃO PAULO/SP - Um estudo coordenado pela Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e outras instituições de 20 países, está buscando voluntários para responder a um questionário online sobre os efeitos psicossociais da pandemia da Covid-19.
O objetivo da pesquisa é criar um banco de dados internacional sobre os efeitos psicológicos e o comportamento das pessoas durante o período de pandemia.
De acordo com o pesquisador do Centro Mente Aberta da Unifesp, Marcelo Demarzo, o estudo do comportamento das pessoas diante de uma crise sem precedentes pode facilitar futuramente o desenvolvimento de intervenções mais eficientes para o bem-estar físico e mental.
“Do ponto de vista psicológico, o isolamento pode trazer uma série de emoções negativas e prejudiciais à saúde mental, ao mesmo tempo em que, para algumas pessoas, os reflexos da quarentena são mais amenos. Por isso, é importante que o banco de dados seja variado e contemple a realidade vivida por diferentes perfis de participantes”, disse.
Ao fim do levantamento, o banco de dados criado será disponibilizado para toda a comunidade científica e autoridades de saúde. A intenção é que ele seja usado para facilitar pesquisas que melhor preparem a população para futuras crises de saúde.
Como participar
O questionário é anônimo e está sujeito ao Regulamento Europeu de Proteção de Dados e às regulamentações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa dos países envolvidos.
Para responder a todas as perguntas, o participante leva cerca de 10 minutos. Os interessados devem acessar o link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfI44H0DFyK9yEeaXGKWlvKmJxLe_u2lCi13pCEmhSH9m3O1g/viewform
Ou pedir mais informações pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O questionário ficará disponível até o dia 30 de agosto.
Centro Mente Aberta
Fundado pelo especialista pioneiro em Mindfulness no Brasil, o Mente Aberta (Brazilian Center for Mindfulness and Health Promotion) é um Centro de promoção e divulgação de intervenções baseadas em Mindfulness com foco em práticas e programas, formação profissional e pesquisas científicas.
O Centro Mente Aberta coordena um Programa de Extensão Social da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), um grupo de pesquisa certificado pela universidade e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e segue as Diretrizes da Rede Britânica de Professores de Mindfulness (UK Network for Mindfulness-Based Teacher Trainers).
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