Objetivo é conferir visibilidade à produção nacional e, também, promover a aproximação entre Ciência e públicos diversos
SÃO CARLOS/SP - O Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) acaba de lançar uma série de vídeos voltada à divulgação de esforços da comunidade científica brasileira em todas as áreas do conhecimento no enfrentamento da pandemia de Covid-19. A série, intitulada "Ciência contra a Covid-19", traz os próprios pesquisadores apresentando o seu trabalho, em episódios de cerca de cinco minutos veiculados semanalmente no site e nas redes sociais do Laboratório (Facebook, Twitter, Instagram e canal no YouTube).
Os três primeiros episódios já estão no ar. Na estreia, Marilaine Colnago, integrante do grupo de pesquisa Viser (Visualization, Image and Smart Energy), vinculado à Universidade Estadual Paulista (Unesp), apresenta a plataforma de visualização de dados sobre a pandemia SP Covid-19 Info Tracker. Aline Sommerhalder, docente no Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) da UFSCar, fala de pesquisa em desenvolvimento sobre o espaço de brincadeiras com crianças de 1 a 10 anos no contexto da pandemia. No episódio mais recente, Luís Felipe Cesar da Rocha Bueno, docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), fala da Sala Planejada, ferramenta desenvolvida para estimar a distância segura entre pessoas em salas de aula e outros locais.
"As dificuldades na relação entre Ciência e público têm estado no foco, mas o contexto também oferece oportunidade de conferir mais visibilidade à pesquisa desenvolvida no Brasil. Há grupos brasileiros produzindo na fronteira do saber, com resultados relevantes para o enfrentamento da pandemia em termos globais e, também, pesquisadores em diferentes momentos da carreira colocando seus conhecimentos a serviço de medidas desde as mais simples e localizadas até as mais abrangentes, que possam nos apoiar na superação deste momento. A série surge justamente para mostrar a mais pessoas esses esforços e, assim, concretizar os benefícios que os investimentos em Ciência podem trazer", registra Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, Coordenador Geral do LAbI e docente do Departamento de Física da UFSCar.
"No contato com pesquisadores para a elaboração dos outros materiais que vimos produzindo desde o início da pandemia, como, por exemplo, o podcast Quarentena, que é diário e exige a realização de várias entrevistas, fomos percebendo uma grande diversidade de atuações e, em muitos casos, a ausência de experiências anteriores de divulgação desse trabalho. Por isso, a série pode ser também uma oportunidade interessante para mais pesquisadores vislumbrarem caminhos para essa comunicação com o público, hoje mais relevante do que nunca", complementa Tárcio Minto Fabrício, pesquisador de pós-doutorado e Coordenador de Conteúdo no Laboratório.
Os vídeos da série "Ciência contra a Covid-19" são gravados pelos próprios pesquisadores e finalizados pela equipe do LAbI. As pessoas interessadas em participar podem entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., para orientações. "Ciência contra a Covid-19" e as demais produções do LAbI no contexto da pandemia têm o apoio do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O material pode ser conferido no site do LAbI, em www.labi.ufscar.br.
BRASÍLIA/DF - Pesquisa PoderData divulgada nesta última 4ª feira (14) mostra que o governo do presidente Jair Bolsonaro é aprovado por 52% dos brasileiros. Outros 41% desaprovam, e 7% não souberam ou não responderam.
Os percentuais apresentam estabilidade desde a 2ª quinzena de agosto. Eis os números:
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.
Os dados foram coletados de 12 a 14 de outubro, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 503 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
O PoderData destacou, também, os recortes para as respostas à pergunta sobre a percepção dos brasileiros sobre o governo.
Dessa forma, fica clara a discrepância de percepção em relação à administração bolsonarista entre os sexos. Dos homens, 60% aprovam. Mas a proporção cai para 45% quando as respostas vêm das mulheres. Desde 2018 avaliam de modo mais negativo o governo de Bolsonaro.
Quem mais aprova
Quem mais desaprova
Como indicam os infográficos acima, a popularidade de Bolsonaro e a de seu governo podem ter batido no teto. O efeito do auxílio emergencial parece ter se esgotado. A incógnita agora é como se comportará a opinião pública com o fim do pagamento das parcelas de R$ 300 (antes R$ 600). Quase 68 milhões recebem o benefício.
O PoderData também perguntou o que os entrevistados acham do trabalho de Bolsonaro como presidente: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.
Os percentuais se mantiveram estáveis em 15 dias. A rejeição ao trabalho do presidente (“ruim”+ “péssimo”) variou 3 p.p. desde o último levantamento, dentro da margem de erro. Passou de 30% para 33%.
Os que ganham de 2 a 5 salários mínimos são aqueles que mais rejeitam o trabalho de Bolsonaro (49% de “ruim” e “péssimo”). Os desempregados ou sem renda fixa estão na outra ponta (42% de “ótimo” ou “bom”). O grupo, que abarca quase metade dos brasileiros, também concentra os beneficiários do auxílio emergencial.
Highlights demográficos
Os homens (46%) e os moradores do Centro-Oeste e do Norte (49% e 46%, respectivamente) são os que mais consideram o trabalho do presidente “ótimo” ou “bom”.
Já os que têm de 16 a 24 anos (41%) e aqueles que ganham de 2 a 5 salários mínimos e de 5 a 10 salários mínimos (49% e 48%, respectivamente) são os que mais acham Bolsonaro “ruim” ou “péssimo”.
Leia a estratificação completa:
No Brasil, pergunta-se aos eleitores se acham que o governante faz 1 trabalho ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo. A “turma do regular” (25%) é sempre uma incógnita.
O PoderData faz 1 cruzamento das respostas desse grupo com os que aprovam ou desaprovam o governo como 1 todo. Os dados mostram que a proporção daqueles que enxergam o trabalho de Bolsonaro como “regular” e hoje aprovam seu governo é de 50%.
Do grupo dos que acham o presidente “regular”, 44% disseram desaprovar o governo há 15 dias. Agora, 34% fizeram essa afirmação.
O fato mais relevante: metade dos que acham o trabalho de Bolsonaro regular aprovam sua administração.
Há 15 dias, 55% dos moradores da região disseram aprovar o governo. Agora, são 50% desse grupo. Já a desaprovação cresceu de 33% para 46% desde o último levantamento.
Percebe-se no infográfico abaixo que a percepção positiva sobre o governo federal aumentou entre os nordestinos. Em junho, a aprovação ao governo era só de 27%.
Já quando questionados sobre o trabalho pessoal de Bolsonaro, 39% dos entrevistados da região disseram que a atuação é “ótima” ou “boa“. A curva de rejeição (“ruim” + “péssimo”) apresentou tendência de queda desde junho. Nesta rodada, no entanto, a variação foi positiva dentro da margem de erro, indo de 28% para 31%.
*Por: Rafael Barbosa / PODER360
WASHINGTON - O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, ampliou a vantagem sobre o presidente Donald Trump em Wisconsin e na Pensilvânia, ganhando impulso em dois Estados que podem decidir o vencedor da eleição, mostrou pesquisa Reuters/Ipsos nesta segunda-feira.
As pesquisas apontaram que o ex-vice-presidente tem 7 pontos percentuais a mais que Trump em ambos os Estados. Uma semana antes, Biden tinha vantagem de 6 pontos em Wisconsin e 5 na Pensilvânia.
A Reuters/Ipsos está fazendo pesquisas com prováveis eleitores em seis Estados - Wisconsin, Pensilvânia, Michigan, Carolina do Norte, Flórida e Arizona - que desempenharão papéis fundamentais para decidir se Trump ganhará um segundo mandato ou se Biden o desbancará.
*Por: Jason Lange / REUTERS
Projeto acompanhou mais de 4 mil voluntários por quatro anos e foi divulgado recentemente em publicação internacional
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) comprovou que existe relação entre a deficiência de vitamina D e o risco de incapacidade funcional em atividades básicas de vida diária (ABVD) em pessoas com mais de 50 anos de idade. O estudo é fruto do mestrado de Mariane Marques Luiz, fisioterapeuta e atual doutoranda em Fisioterapia pela UFSCar, e teve a orientação de Tiago da Silva Alexandre, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da Instituição. A pesquisa contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp -Processo N. 18/13917-3).
A capacidade funcional é a habilidade que idosos apresentam para realizar as tarefas do dia a dia de forma independente. A incapacidade, portanto, se caracteriza pela dificuldade ou a impossibilidade de desempenhar atividades cotidianas como comer, se vestir, tomar banho, levantar, ir ao banheiro e andar. Apesar de alguns trabalhos já terem demonstrado uma associação entre baixos níveis de vitamina D com o comprometimento da capacidade funcional de idosos, nenhum havia verificado se a deficiência de vitamina D é um fator de risco para o desenvolvimento da incapacidade. "Assim, nossa pesquisa teve como objetivo analisar se a deficiência de vitamina D era um fator de risco para desenvolver incapacidade em ABVD, além de verificar se esse risco se dava de forma distinta entre homens e mulheres com 50 anos ou mais", destaca Alexandre.
O projeto acompanhou uma amostra de 4.814 participantes provenientes de uma base de dados do Elsa (English Longitudinal Study of Ageing), da Inglaterra, que integra, junto a outros estudos, o International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), coordenado pelo professor Tiago Alexandre. Para conduzir a pesquisa, foram selecionados somente indivíduos que não relataram dificuldade para realizar tarefas cotidianas. Os selecionados foram classificados quanto aos níveis de vitamina D no sangue, como suficiente, insuficiente ou deficiente, e também foram coletados dados socioeconômicos e as condições clínicas dos participantes. Após dois e quatro anos, esses indivíduos foram novamente avaliados para verificar se houve o desenvolvimento de dificuldade para realizar uma ou mais das ABVD.
De acordo com o docente da UFSCar, no final dos quatro anos de acompanhamento, os homens com deficiência de vitamina D tiveram um risco 44% maior de desenvolver incapacidade, quando comparados aos homens com níveis suficientes de vitamina D. Por sua vez, as mulheres com deficiência de vitamina D tiveram um risco 53% maior de desenvolver incapacidade, quando comparadas às mulheres com níveis suficientes de vitamina D.
Alexandre explica que o envelhecimento é, frequentemente, acompanhado de uma redução nos níveis de vitamina D no sangue e acrescenta: "Devido à vitamina D possuir uma importante participação na manutenção da saúde dos ossos e músculos, a sua deficiência pode levar a prejuízos musculares como a fraqueza e a atrofia muscular. Consequentemente, pode haver o comprometimento da funcionalidade dos indivíduos mais velhos, repercutindo em dificuldade ou impossibilidade de realizar as ABVD".
O professor também indica que, apesar do risco de desenvolver incapacidade ser numericamente maior nas mulheres com deficiência de vitamina D quando comparadas aos homens com a mesma deficiência, não houve diferença estatística entre esses valores. "Dessa forma, não é possível afirmar que existe diferença entre sexos na deficiência de vitamina D como fator de risco para incapacidade em ABVD", esclarece Alexandre.
Como resultado, o professor destaca que a relação entre "deficiência de vitamina D e incapacidade é clinicamente relevante, pois os níveis de vitamina D podem representar um indicador precoce do comprometimento funcional, que representa um importante agravo para a saúde dos idosos". Assim, segundo ele, o adequado monitoramento dos níveis de vitamina D é uma estratégia para prevenir o desenvolvimento de incapacidade em idosos. A principal fonte de vitamina D é a exposição ao sol, mas, em alguns casos, pode ser indicada a suplementação.
O estudo também teve a participação de pesquisadores da University College London, do Reino Unido, e foi publicado recentemente no Journal of Nutrition (https://bit.ly/33drU3k). O projeto utilizou os bancos de dados do Elsa, que teve sua aprovação ética concedida pelo Comitê de Ética em Pesquisa Multicêntrica de Londres (MREC 2/1/91).
O foco é combater infecções durante o uso de ventilação mecânica
SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) finalizaram o processo de desenvolvimento de um tubo endotraqueal especial que evita a formação de colônias bacterianas, evitando, dessa forma, infecções. O trabalho foi recentemente publicado pela prestigiosa revista da Academia Americana de Ciências – Procedings of the National Academy of Science (PNAS), no último mês de agosto.
O processo de intubação nada mais é que a introdução de um tubo na traqueia, um procedimento médico rotineiro que se realiza sempre que existe a necessidade de auxiliar a respiração de pacientes que estejam com doenças respiratórias, ou pelo fato do sistema nervoso estar comprometido em dar o comando aos pulmões para inflarem e desinflarem.
O designado tubo endotraqueal é, de fato, um objeto estranho ao corpo humano, sendo que na região da traqueia onde ele fica instalado existem mucos e outros fluidos, que, em situação normal, são constantemente trocados. Porém, na presença do tubo, esses fluidos e mucos acumulam-se e, devido a esse fato, inicia-se um processo de multiplicação bacteriana e as infecções se estabelecem, sendo muito comum os pacientes intubados contraírem pneumonia.
O trabalho dos pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC/USP consistiu em aderir aos tubo endotraqueal uma molécula de curcumina - que é totalmente amigável ao ser humano, não causando nenhum problema -, seguindo-se a introdução, nesse tubo, de uma fibra óptica - pouco mais grossa que um fio de cabelo - que ilumina o interior do tubo.
Dessa forma, quando as moléculas são iluminadas, um processo chamado “ação fotodinâmica” ocorre na superfície do tubo, produzindo espécies reativas de oxigênio, que atacam as bactérias, evitando assim qualquer infecção.
A equipe de pesquisadores está agora realizando mais testes e ensaios para, finalmente, testar em seres humanos.
Se este protocolo for bem sucedido, a solução poderá ser um alivio para os problemas de infecção relacionados com a ventilação mecânica em todo mundo, especialmente agora, em um momento grave onde as infecções respiratórias são as principais preocupações relacionadas com a pandemia da COVID-19.
Esta pesquisa teve a colaboração de pesquisadores da Universidade de Coimbra (Portugal).
*Por: Rui Sintra - Jornalista - IFSC/USP
Trabalho com perovskitas recebeu menção honrosa da Sociedade Brasileira de Física
SÃO CARLOS/SP - Tese de doutorado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebeu menção honrosa na última edição da premiação de melhores teses da Sociedade Brasileira de Física (SBF), na área de Matéria Condensada e Materiais. O trabalho, intitulado "Técnicas de difração de elétrons e de caracterizações elétricas e térmicas combinadas para análise de transformações de simetria em estruturas perovskitas distorcidas: caso das soluções sólidas (Pb1-xCax)TiO3", foi realizado por Flávia Regina Estrada, sob orientação de Ducinei Garcia, docente do Departamento de Física (DF) da UFSCar.
Materiais agrupados no conjunto das perovskitas são desenvolvidos e investigados nos laboratórios pela sua relevância para aplicações em sensores e atuadores em diversas áreas, como em saúde, eletrônica, fotônica e energias renováveis, dentre outras. O que é comum às diferentes perovskitas é a sua estrutura cristalina genericamente representada com a fórmula ABX3, que indica três componentes ocupando posições diferentes nessa estrutura, idealmente cúbica. No entanto, parâmetros de processamento desses materiais, como a escolha da composição química, podem resultar em estruturas distorcidas (inclinadas ou com deslocamentos iônicos, por exemplo) e, embora essas distorções sejam fundamentais na definição das propriedades do material, são grandes os desafios encontrados pelos pesquisadores na sua determinação e controle.
Assim, o principal objetivo da pesquisa de Estrada foi a determinação inequívoca dessas simetrias, combinando diferentes métodos analíticos e experimentais, como técnicas de difração de raios X e difração de elétrons; caracterizações elétricas; e medidas de propriedades térmicas. O trabalho resultou em um protocolo que agora pode ser aplicado por outros pesquisadores na determinação das distorções e estruturas cristalinas de perovskitas ferroelétricas. "Perovskitas com propriedades ferroelétricas e piezoelétricas são muito usadas, por exemplo, em dispositivos eletrônicos. O seu desempenho depende diretamente das características estruturais do material, e por isso, conhecer as propriedades estruturais desses sistemas é indispensável ao desenvolvimento de dispositivos com melhor custo-benefício", explica a pesquisadora.
Para alcançar os objetivos propostos para a pesquisa, Estrada trabalhou nos laboratórios do Grupo de Materiais Ferroicos (GMF) da UFSCar e contou também com a infraestrutura dos laboratórios nacionais de Nanotecnologia (LNNano) e de Luz Síncrotron (LNLS), a partir de projetos submetidos ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). "Os desafios eram grandes e ela foi atrás do que precisava, e com muito autodidatismo, pois, no caso da difração de elétrons, era uma técnica que eu nunca tinha usado. Conversamos sobre os riscos e eu, como orientadora, passei por um momento difícil, em que não tinha como ajudar, só torcer", registra Garcia, destacando também os dias e noites passados nos laboratórios do CNPEM, para aproveitar ao máximo o tempo disponível.
Todo este esforço foi reconhecido, e não apenas pela SBF. Resultados preliminares levaram a premiações como melhor trabalho de simpósio no XV Encontro da SBPMat (Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais), em 2016, e melhor trabalho de pós-graduação no 60º Congresso Brasileiro de Cerâmica, no mesmo ano. No início do doutorado, a pesquisadora foi selecionada no Programa de Intercâmbio de Estudantes Brasil/Estados Unidos, iniciativa das sociedades brasileira e americana de Física, e, recém-doutora, teve a oportunidade de realizar estágio de pós-doutorado no LNLS, interrompido para se tornar pesquisadora efetiva no próprio Laboratório, em 2018.
Os estudos que resultaram na tese contaram com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), sendo que estes últimos permitiram a colaboração também com pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Federal da Grande Dourados.
Ataque quimioterápico e estimulação do sistema imunológico em câncer de pâncreas
SÃO CARLOS/SP - Um artigo científico publicado em julho último na revista Materials Advance (Royal Society of Chemistry - UK), dá a conhecer uma importante pesquisa realizada por pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano-IFSC/USP), onde é apresentada uma nanocápsula com biofuncionalidade. Ainda em fase de pesquisa “in vitro”, os pesquisadores do GNano desenvolveram este novo formato de nanocápsulas especialmente dedicado ao combate do câncer de pâncreas, com uma atuação simultânea em duas frentes distintas, como explicamos a seguir.
O Paclitaxel e a Gemcitabina - designação de dois quimioterápicos de primeira linha que atualmente são administrados a pacientes que se submetem a quimioterapia - provocam inúmeros efeitos colaterais, já que eles se espalham por todo o corpo. Neste trabalho científico, os pesquisadores desenvolveram uma nanocápsula que transporta estes dois quimioterápicos diretamente para o tumor, incidindo sua ação até neutralizá-lo e sem efeitos colaterais para o paciente. Por outro lado, os pesquisadores revestiram essa nanocápsula com uma membrana extraída da própria célula tumoral do paciente, o que provoca um ataque do sistema imunológico à célula cancerígena. Ou seja, a nanocápsula provoca um duplo ataque, simultâneo, ao câncer de pâncreas, algo que é considerado inovador em termos de nanomedicina.
Edson José Comparetti (28), primeiro autor do artigo científico e aluno de doutorado do IFSC/USP, salienta o fato de ter querido, neste trabalho, aprimorar a técnica de entrega de fármacos através de nanocápsulas. “Quis aprimorar essa entrega de quimioterápicos e para isso tive que utilizar membranas, nanopartículas lípidas, que são sintetizadas a partir das membranas das células cancerígenas. Então, a equipe extraiu a membrana da célula cancerígena, sintetizou uma nanopartícula com ela e conjugamos com os dois quimioterápicos - Paclitaxel e a Gemcitabina -, que são usualmente utilizados para tratamento do câncer de pâncreas. A vantagem de usar esse nanosistema é que quando extraímos a membrana da célula cancerígena, ela vem com proteínas que funcionam como direcionadoras dessa nanopartícula, e que vai facilitar a entrega dos citados nquimioterápicos à célula neoplásica. O maior diferencial deste artigo é que ele traz uma análise de imunomodelação dessas nanopartículas em monócitos do nosso sange periférico e em especial nas células dendriticas, que são as principais apresentadoras de antígeno, de material antigênico, para os linfócitos, que irão induzir uma resposta citotóxica contra a célula doente. Quando extraímos a membrana da célula cancerígena, ela vem com grande quantidade de material antigênico. Esse é o diferencial desta nanopartícula, pois carrega proteínas do câncer para a célula imunocompetente, que irá direcionar uma resposta uma resposta para a célula cancerígena - a célula doente. As nossas células expressam proteínas de adesão, incluindo quando podemos desenvolver câncer, sendo que no tecido existente entre as células existe uma grande quantidade de proteínas de adesão”, explica o jovem pesquisador.
O Coordenador do GNano, Prof. Valtencir Zucolotto (IFSC/USP), classificou este trabalho como excelente. “É um excelente artigo científico, que abre portas para novos desenvolvimentos e novas realidades. A partir daqui temos que aguardar que cesse esta emergência mundial relativa à pandemia, para iniciarmos os ensaios pré-clínicos com modelos animais”.
Além de Edson Comparetti, assinam este artigo cientifico os pesquisadores João Quitiba, Paula Lins e Valtencir Zucolotto.
*Por: Rui Sintra (IFSC/USP)
SÃO PAULO/SP - O deputado federal Celso Russomanno (Republicanos-SP) lidera a disputa para a prefeitura de São Paulo com 29% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta 5ª feira (24.set.2020). Em 2º lugar está o atual prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), com 20%.
Guilherme Boulos (Psol) tem 9% das intenções de voto. O ex-governador do Estado Márcio França (PSB) tem 8%.
A pesquisa Datafolha foi realizada, presencialmente, de 21 e 22 de setembro. Foram entrevistados 1.092 eleitores no município de São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi encomendada pela Folha de S. Paulo e está registrada no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) sob o número 06594/2020.
O levantamento mostra que Jilmar Tatto (PT), Andrea Matarazzo (PSD), Arthur do Val (Patriota) e Vera Lúcia (PSTU) alcançaram apenas 2%.
Joice Hasselmann (PSL), Levy Fidelix (PRTB), Marina Helou (Rede), Orlando Silva (PC do B) e Filipe Sabará (Novo) tiveram 1% das intenções. Antônio Carlos Silva (PCO) não pontuou.
REJEIÇÃO DOS PRÉ-CANDIDATOS
O Datafolha também mediu a rejeição dos pré-candidatos em São Paulo. Bruno Covas (PSDB), Levy Fidelix (PRTB) e Joice Hasselmann (PSL) estão no topo da lista. Quando perguntados em quem não votariam de jeito nenhum, 31% dos entrevistados responderam Covas; 30% disseram não votar em Fidelix e 28% não apoiam Joice.
Guilherme Boulos (Psol) está tecnicamente empatado com a deputada federal: é rejeitado por 24% dos entrevistados. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Celso Russomanno tem 21% de rejeição por parte do eleitorado.
Empatados com 19% estão: Arthur do Val (Patriota), Jilmar Tatto (PT) e Vera Lúcia (PSTU). Orlando Silva (PC do B) tem 18% de rejeição e Márcio França (PSB), 17%.
Filipe Sabará (Novo) e Marina Helou (Rede) são rejeitados por 16% dos entrevistados. Antônio Carlos Silva (PCO) e Andrea Matarazzo (PSD) têm 15% de rejeição.
Os entrevistados que rejeitam todos os candidatos ou não votariam em nenhum representam 7% do total; 3% votariam em qualquer 1 ou não rejeitam nenhum e 6% não souberam responder.
*Por: PODER360
Pagamento por Serviços Ambientais está entre medidas indicadas por estudo
SÃO CARLOS/SP - Baixa qualidade, preço alto e falta d'água já ocorrem em muitos municípios do Brasil e do mundo. Mas qual é a situação de São Carlos? Essa é a questão norteadora dos estudos do professor Francisco Dupas, do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), cujo trabalho alerta para a importância da bacia hidrográfica do Ribeirão do Feijão. A área tem sofrido pela degradação da vegetação e forma de utilização inadequada do solo, ocasionadas pela expansão urbana, avalia o pesquisador.
"Retirar vegetação implica na redução da infiltração do solo. Ou seja, a vegetação - copa, tronco, raízes e a matéria orgânica - exerce um importante papel na retenção e manutenção da quantidade e na qualidade da água no solo disponibilizada nos rios. Ampliar áreas de asfaltamento e construções provocam a redução das taxas de infiltração e das vazões úteis e ampliação das vazões de pico que provocam enchentes", explica Dupas. De acordo com o professor Lázaro Zuquette, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) - que também participa desses estudos - hoje as vazões da bacia já são de 40% em comparação ao cenário da década de 1980.
"A bacia do Feijão é relevante para a população para produção de água, mas diante de tanta negligência, persistente, na ocupação desordenada, sem o devido planejamento do território, necessita ser recuperada ambientalmente de maneira a manter a sua oferta de água", sinaliza Dupas. De acordo com o docente da UFSCar, atualmente a bacia sofre todo tipo de impacto ambiental: escoamento de esgotos, atividade de agropecuária, construções, perfuração de poços, rodovias e ferrovia existentes, atividades de piscicultura, entre outros.
Em seus estudos, o professor aponta os atores diretamente responsáveis pela ocupação desordenada: os proprietários e agentes políticos. "Os que são proprietários vislumbram a possibilidade de ampliar seus ganhos financeiros loteando do que continuar explorando a terra de forma racional como, por exemplo, a agropecuária. Como o Feijão é uma área protegida para manancial urbano e inserido em uma Área de Proteção Ambiental (APA), esses proprietários precisam 'quebrar' a legislação vigente de maneira a ter permissão para lotear. Para tal ocorrência, só resta supor que daí entram os 'políticos', com apoio de lobistas, de maneira a obterem ‘dividendos políticos’ para o futuro", argumenta Dupas. Para o professor, há um "descolamento existente entre os que nos representam, pois deveriam legislar em favor de nossos interesses, aparentando existir uma ferramenta de desinformação da população para que a mesma se mantenha apática, cabendo a eles a decisão a favor de interesses financeiros de poucos".
Encaminhando soluções
Segundo o estudo empreendido por Dupas, uma alternativa para dirimir os danos na bacia do Ribeirão do Feijão é a remuneração dos proprietários via Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), cujos recursos seriam voltados à recuperação dessas áreas degradadas. "Isso já é uma alternativa viável em todo o mundo, sendo uma das formas mais adequadas de garantir o suprimento de água, além de proporcionar um amplo ambiente favorável para manutenção da biodiversidade".
O PSA tem sido um instrumento indicado pelo pesquisador desde 2001. "Esse procedimento foi aceito pela população, que está disposta a colaborar com uma pequena parcela mensal para recuperação em troca do uso da água. E é possível, através do poder executivo, viabilizar a criação de legislação específica e amplo debate", afirma Dupas. Ele explica que o cálculo dos valores a serem pagos a cada proprietário seria feito através do levantamento da área dos usos de suas terras (cana, eucalipto, laranja, pastagem etc.). "Esse processo seria estabelecido com implantação de um projeto piloto, para aprendizado e ajustes das regras, fazendo evoluir a revegetação para áreas de maior degradação e frágeis que sofrem com erosão do solo".
Outro projeto, intitulado "Uso atual e uso potencial do solo no município de São Carlos (SP) - base do planejamento urbano e rural", do qual Dupas participou, com coordenação do Instituto Internacional de Ecologia, aponta mais diretrizes para combater a degradação da área. Preservar as áreas alagadas a montante da bacia e nas regiões mais frágeis do Ribeirão do Feijão, tornando-as áreas permanente de preservação; preservar as matas galeria; estabelecer um conjunto de incentivos para os fazendeiros com propriedades lindeiras; promover monitoramento continuo, físico químico e biológico deste rio são algumas das medidas orientadas pelo estudo ao poder executivo de São Carlos. O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
"Todas as premissas reais para execução de um projeto de recuperação são de longa data e fundamentadas tecnicamente, não entendo o porquê de não serem consideradas pelo poder executivo", questiona o pesquisador, que alerta: "Todo o conjunto formador de leis políticas de saneamento ambiental que tornam o Feijão em boas condições e viável para atender necessidades atuais e futuras de suprimento de água para São Carlos deverão ser imediatamente conduzidas pelo poder Executivo e interessados. Além disso, não é necessário ampliar os limites do perímetro urbano porque a densidade populacional urbana vem decrescendo e esses espaços vazios devem ser ocupados", conclui o docente.
Na visão de Dupas, outro ponto crucial para a resolução efetiva do problema passaria por uma nova postura política das relações entre universidades e pesquisadores com as demais instituições, inclusive o Ministério Público.
Interessados em saber mais sobre esses estudos e frentes de atuação da bacia hidrográfica do Ribeirão do Feijão podem entrar em contato pelo e-mail baciadofeijãEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
SÃO PAULO/SP - O deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) lidera a corrida pela prefeitura de São Paulo, com 24%, à frente do atual prefeito Bruno Covas (PSDB), que tem 18%. É o que mostra a primeira pesquisa Ibope feita desde a confirmação dos candidatos divulgada neste domingo, 20, pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB), aparecem tecnicamente empatados na terceira colocação, com 8% e 6%, respectivamente. A pesquisa mostra ainda que Joice Hasselmann (PSL) e Arthur do Val (Patriota) estão com 2%. Já Andrea Matarazzo (PSD) e Filipe Sabará (Novo) têm 1% cada.
O candidato do PT, Jilmar Tatto, também aparece com 1%, assim como Marina Helou (Rede), Levy Fidelix (PRTB) e Vera Lucia (PSTU).
Rejeição
O Ibope também questionou os eleitores sobre em quem não votariam de jeito nenhum. Neste quesito, Covas lidera com 30% e o deputado do Republicanos em segundo, com 24%. Boulos tem 13% de rejeição e Márcio França, 10%.
A pesquisa foi encomendada pela Associação Comercial de São Paulo e o Ibope ouviu 1.001 pessoas entre os dias 15 e 17 de setembro. O nível de confiança é de 95%.
*Por: VEJA.com
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