RÚSSIA - A Volkswagen informou que vendeu seu negócio na Rússia à Art-Finance, que por sua vez é apoiada pela montadora russa Avilon. A transação é parte da iniciativa da montadora alemã de abandonar o país por causa da guerra na Ucrânia, como fizeram várias outras empresas do Ocidente.
A montadora de origem alemã anunciou a conclusão do negócio nesta sexta-feira, 19. Informou em comunicado que a transação inclui instalações em Kaluga, um depósito e seu negócio de distribuição, além do negócio pós-venda, bem como atividades de serviços financeiros com todos os empregados associados.
Autoridades da Rússia aprovaram o acordo, que não teve números revelados pela empresa alemã.
UCRÂNIA - Os militares ucranianos e o grupo mercenário Wagner relataram novas retiradas russas em torno da cidade de Bakhmut na quinta-feira, enquanto Kiev registra seu maior avanço em seis meses antes de uma contra-ofensiva planejada.
As tropas da Ucrânia perto da linha de frente disseram que a Rússia estava bombardeando as estradas de acesso para retardar o ataque ucraniano, que mudou de ritmo após meses de lentos ganhos russos no combate terrestre mais mortífero da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
"Agora, na maior parte, conforme começamos a avançar, eles estão bombardeando todas as rotas para as posições de frente, então nossos veículos blindados não podem transportar mais infantaria, munição e outras coisas", disse Petro Podaru, comandante de uma unidade de artilharia ucraniana.
Os militares da Ucrânia disseram que as tropas avançaram em alguns lugares por mais de um quilômetro. Suas forças estiveram na defensiva por meio ano, resistindo a uma enorme ofensiva de Moscou que obteve apenas ganhos lentos.
"Apesar do fato de nossas unidades não terem vantagem em equipamentos... e pessoal, elas continuaram avançando pelos flancos e cobriram uma distância de 150 a 1.700 metros", disse o porta-voz militar Serhiy Cherevatyi em comentários televisionados.
O chefe do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse que suas forças dentro da própria Bakhmut ainda estão avançando, prestes a expulsar as tropas ucranianas de seu último ponto de apoio na área construída na periferia oeste da cidade.
Mas ele acusa os comandantes das forças regulares da Rússia de abandonar o terreno ao norte e ao sul da cidade, aumentando o risco de as tropas no interior serem cercadas.
"Infelizmente, as unidades do Ministério da Defesa da Rússia recuaram até 570 metros ao norte de Bakhmut, expondo nossos flancos", disse Prigozhin em sua última mensagem de voz na quinta-feira.
"Estou apelando para a liderança do Ministério da Defesa -- publicamente -- porque minhas cartas não estão sendo lidas", disse Prigozhin, dirigindo-se ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e ao chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov.
O Ministério da Defesa russo reconheceu algumas retiradas de posições perto de Bakhmut na semana passada, mas nega as afirmações de Prigozhin de que os flancos estão desmoronando ou que reteve munição do Wagner.
"RATOS EM UMA RATOEIRA"
A Ucrânia diz que sua tática em torno de Bakhmut é atrair as forças russas para a cidade, de modo a enfraquecer as defesas da linha de frente da Rússia em outros lugares antes do contra-ataque planejado por Kiev.
"As tropas do Wagner entraram em Bakhmut como ratos em uma ratoeira", disse Oleksander Syrskyi, comandante das forças terrestres da Ucrânia, às tropas na frente de Bakhmut em um vídeo que divulgou esta semana nas redes sociais.
Na quinta-feira, sirenes de ataque aéreo soaram durante a noite, fumaça negra encheu o céu sobre Kiev e uma pessoa foi morta na cidade de Odessa, no sul. A Ucrânia disse que derrubou 29 dos 30 mísseis lançados enquanto Moscou afirmou ter atingido alvos militares.
A Rússia também tem sofrido ataques e explosões tanto no território ucraniano que controla quanto no território russo próximo à fronteira. Autoridades na Crimeia ocupada pela Rússia relataram que um trem de carga descarrilou durante a noite por "interferência".
por Por Ivan Lyubysh-Kirdey / REUTERS
UCRÂNIA - Da noite desta quarta-feira (17/05) até a manhã desta quinta-feira, as tropas russas dispararam 30 mísseis de cruzeiro contra o território da Ucrânia, dos quais 29 foram abatidos pelas forças de defesa aérea da Ucrânia, disse o comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valerii Zaluzhnyi, na manhã desta quinta-feira.
Segundo ele, entre 21h de quarta-feira e 5h30 de quinta-feira (horário local), as tropas russas realizaram séries de ataques com mísseis a partir de diversas posições, tanto de terra como de mar e de ar.
Vinte e dois mísseis de cruzeiro Kh-101/Kh-555 foram disparados de dez aeronaves Tu-160 e Tu-95, e outros seis mísseis de cruzeiro Kalibr foram disparados de navios no Mar Negro. As tropas russas também dispararam dois mísseis de cruzeiro Iskander-K a partir de sistemas de mísseis táticos-operacionais baseados em terra, afirmou Zaluzhnyi no Telegram.
Além disso, a defesa aérea ucraniana afirmou ter abatido dois drones de ataque Shahed-136/131 e dois drones de reconhecimento tático-operacional durante a noite.
Um morto em Odessa
Uma série de explosões atingiu a infraestrutura do distrito de Khmelnytsky na manhã desta quinta-feira, segundo a administração militar regional. "Ninguém ficou ferido. Informações sobre a destruição estão sendo obtidas", relatou.
Na região de Quirovogrado, as forças de defesa aérea ucranianas destruíram um míssil de cruzeiro no céu sobre o distrito de Olexandria e um drone no distrito de Kropyvnytskyi, comunicou a administração regional de Quirovogrado. "Em ambos os casos, não foi sem destruição. A ogiva do foguete explodiu na área de uma casa particular. A explosão danificou três casas. Não houve vítimas", afirmou.
Durante a madrugada, a administração militar da cidade de Kiev afirmara que, durante um forte ataque com mísseis, horas antes, todos os projéteis foram detectados e destruídos no espaço aéreo da capital. Várias explosões foram ouvidas na cidade. Este foi o nono ataque com mísseis contra Kiev apenas este mês.
Também na noite de 17 de maio, um míssil russo atingiu uma instalação industrial nos arredores de Odessa, na costa do Mar Negro, disse Natalia Humeniuk, comunicou a Coordenação Conjunta das Forças de Defesa do Sul da Ucrânia. Uma pessoa morreu, outras duas ficaram feridas.
Os mísseis também atingiram a província de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, provocando um incêndio.
as (DW, Lusa, Efe)
HAVANA - Autoridades russas e cubanas e líderes empresariais anunciaram na quarta-feira novas vantagens para atrair investidores russos ao mercado cubano, no mais recente sinal de rápido crescimento dos laços econômicos entre os dois aliados políticos de longa data.
Boris Titov, chefe da delegação russa do Comitê de Negócios Russo-Cubano, disse em um fórum de empresários em Havana que Cuba abriu decisivamente as portas aos investimentos russos.
"Eles estão nos dando tratamento preferencial", disse Titov ao lotado fórum no Hotel Nacional de Havana. "O caminho está livre."
Titov disse que Cuba ofereceu às empresas russas o direito de fazer uso de terras cubanas por períodos de 30 anos, uma concessão incomum a empresas estrangeiras no país comunista.
Ele disse que Cuba também isentaria as empresas russas de tarifas de importação sobre certas tecnologias e permitiria que as empresas russas possam repatriar seus lucros, um benefício na economia cubana, dominada pelo Estado.
Os dois países, em lados opostos do globo, também estão avaliando maneiras de acelerar o transporte entre eles, afirmou Titov.
"Nos tempos soviéticos, havia um porto direto e uma ligação marítima", Titov disse no fórum. "Estamos analisando essa possibilidade com os donos de navios cubanos."
Reportagem de Dave Sherwood e Nelson Acosta / REUTERS
UCRÂNIA - Um grupo de soldados russos desenterrou algo inesperado, enquanto cavava novas linhas defensivas em Melitopol, cidade do oblast (província) de Zaporíjia, no sudeste da Ucrânia.
O local, que era uma espécie de cemitério de bovinos, continha antraz, já que dois soldados foram, supostamente, infectados pela substância e, rapidamente, hospitalizados.
“Não, este não é um episódio de um filme de terror”, escreveu o prefeito exilado de Melitopol, Ivan Federov, em seu canal público do Telegram.
Os dois homens eram de Rosvoisk. Após a confirmação do diagnóstico, receberam alta do hospital e foram levados para um local desconhecido.
Federov explicou que a unidade inteira foi mantida em quarentena. Ele acrescentou que até mesmo as terras da Ucrânia estavam a fazer sua parte para expulsar os russos do país.
“Eles definitivamente não terão um final feliz”, acrescentou Federov, destacando a realidade de uma guerra que colocou os homens de ambas as nações no fogo cruzado.
Segundo Joe Barnes, em um artigo para o The Telegraph, a unidade que cavava novas trincheiras defensivas em Zaporíjia, provavelmente, preparava-se para a tão esperada contra-ofensiva ucraniana.
O antraz é uma infecção bacteriana grave, que, geralmente, só é transmitida aos humanos por meio de animais infectados.
Joe Barnes observou que o antraz não era desconhecido na Rússia, já que foi endêmico na maior parte da União Soviética, no século XX, devido às práticas agrícolas.
De acordo com a Mayo Clinic, o antraz pode causar feridas na pele, vômitos e, em casos graves, ser fatal.
Em março de 2022, o The Daily Beast relatou que soldados russos cavaram uma série de trincheiras defensivas na zona de exclusão de Chernobyl e sofreram uma doença aguda causada pela radiação.
As tropas cavaram suas trincheiras na extremamente contaminada Floresta Vermelha, da Ucrânia e, mais tarde, foram tratadas em Gomel, na Belarus.
A área é considerada tão tóxica que nem sequer trabalhadores altamente especializados de Chernobyl podem entrar lá.
A empresa estatal de energia da Ucrânia, Energoatom, que administrou a área do desastre nuclear antes da invasão, explicou a situação.
“Não surpreendentemente, os ocupantes receberam doses significativas de radiação e entraram em pânico ao primeiro sinal de doença”, comunicou.
A agência confirmou que as tropas russas haviam escavado “a área mais poluída de toda a zona de exclusão”, o que explicaria por que tantos soldados adoeceram tão rapidamente.
por Zeleb.es / thedailydigest.com
UCRÂNIA - O governo da Ucrânia afirmou nesta terça-feira (16) que derrubou seis mísseis hipersônicos russos Kinzhal durante um ataque noturno contra Kiev.
"Outro sucesso incrível da Força Aérea ucraniana! Durante a noite, nossos defensores do céu derrubaram SEIS mísseis hipersônicos russos Kinzhal e outros 12 mísseis", escreveu no Twitter o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov.
A Ucrânia anunciou há uma semana que derrubou pela primeira vez um míssil hipersônico Kinzhal utilizando sistemas fornecidos pelos Estados Unidos.
Os mísseis Kinzhal ("punhal" em russo) são mais difíceis de interceptar do que outros tipos de projéteis.
O presidente russo, Vladimir Putin, apresentou este míssil em 2018 e o chamou de "arma ideal" por sua dificuldade de interceptação.
Kiev recebeu em meados de abril os primeiros Patriot, um dos sistemas de defesa antiaérea mais avançados dos Estados Unidos, utilizado para derrubar o primeiro míssil Kinzhal.
As autoridades ucranianas não divulgaram que sistema foi utilizado para derrubar os mísseis Kinzhal nos ataques da noite passada.
Alguns destroços caíram em vários bairros de Kiev, incluindo no zoológico da capital ucraniana, e três pessoas ficaram feridas, segundo o prefeito da cidade, Vitali Klitschko.
KIEV - O Exército da Ucrânia celebrou nesta segunda-feira os recentes avanços em torno de Bakhmut com sua primeira contraofensiva bem-sucedida na batalha contra as forças russas pelo controle da cidade no leste do país.
Mas Kiev também disse que a situação em Bakhmut é difícil. O lado ucraniano afirmou que Moscou não alterou seu objetivo de capturar a cidade e estava enviando tropas para os arredores de Bakhmut.
Os militares ucranianos disseram na semana passada que começaram a empurrar as forças russas para dentro e ao redor de Bakhmut após meses de combates pesados, e Moscou reconheceu que suas forças recuaram no norte da cidade.
“O avanço de nossas tropas na direção de Bakhmut é o primeiro sucesso de ações ofensivas na defesa de Bakhmut”, disse o coronel general Oleksandr Syrskyi, comandante das forças terrestres, em comunicado publicado no aplicativo de mensagens Telegram.
"Os últimos dias mostraram que podemos avançar e destruir o inimigo mesmo em condições extremamente difíceis", afirmou ele. "Estamos lutando com menos recursos que o inimigo. Ao mesmo tempo, podemos arruinar seus planos."
Espera-se que Kiev lance uma grande contraofensiva em breve para tentar retomar territórios ocupados pela Rússia, mas as autoridades ucranianas indicaram que os ganhos em torno de Bakhmut não sinalizam que o contra-ataque mais amplo tenha começado.
A vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, disse que combates intensos continuavam em Bakhmut e arredores, e que "tudo" é difícil no local.
"Os russos não mudaram seus objetivos. Eles estão enviando tropas de assalto para os arredores de Bakhmut", escreveu ela no Telegram.
A Reuters não pôde verificar de forma independente os relatos do campo de batalha.
Por Dan Peleschuk
Reportagem adicional de Lidia Kelly / REUTERS
UCRÂNIA - As tropas ucranianas conseguiram avanços significativos ao redor da cidade cercada de Bakhmut (leste), epicentro dos combates contra a Rússia há vários meses, anunciou nesta sexta-feira (12) a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar.
"O inimigo sofreu baixas importantes. Nossas forças de defesa avançaram dois quilômetros nas proximidades de Bakhmut. Não perdemos nenhuma posição na cidade esta semana", afirmou Maliar em um comunicado divulgado nas redes sociais.
As declarações de Maliar foram divulgadas depois que uma fonte da cúpula militar ucraniana anunciou esta semana que as tropas russas recuaram em algumas áreas de Bakhmut, depois dos contra-ataques das forças de Kiev.
A Rússia, no entanto, negou na quinta-feira que a Ucrânia tenha registrado avanços em Bakhmut e afirmou que os relatos de perdas territoriais ao redor da cidade "não correspondem à realidade".
O grupo paramilitar russo Wagner, que comanda o ataque terrestre de Moscou contra Bakhmut, reclamou recentemente da falta de munições e ameaçou abandonar a localidade se não recebesse mais apoio do Kremlin.
O Instituto para o Estudo da Guerra, com sede nos Estados Unidos, destaca em uma análise divulgada nesta sexta-feira que Kiev "provavelmente perfurou algumas linhas russas durante contra-ataques perto de Bakhmut".
"Um lançamento foi detectado. Manobre!"
UCRÂNIA - A ordem da equipe ucraniana em terra é clara — um avião de combate russo Su-35 disparou um míssil contra a aeronave de Silk. Ele sabe que tem que abortar a missão para sobreviver.
Silk, codinome do piloto, rapidamente mergulha seu caça bimotor MiG-29 tão baixo que consegue ver as copas das árvores. A antiga aeronave da era soviética começa a trepidar ao ser levada ao limite. Silk passa por torres e colinas que estudou meticulosamente no mapa enquanto se preparava para esta missão.
"Esses voos próximos à superfície são os mais difíceis", diz Silk. "Você tem que se concentrar muito. E, por causa da baixa altitude, você não tem tempo ou espaço para ejetar com segurança."
Jatos de combate como o pilotado por Silk acompanham aeronaves ucranianas de ataque ao solo durante suas missões de combate na linha de frente. O trabalho de Silk é fornecer cobertura contra mísseis ar-ar russos. Mas não há muita coisa que os jatos ucranianos possam fazer para detê-los.
"Nosso maior inimigo são os caças russos Su-35", diz outro piloto de MiG-29 cujo codinome é Juice.
"Conhecemos as posições da defesa aérea [russa], sabemos seus alcances. É bastante previsível, então conseguimos calcular quanto tempo podemos ficar [dentro da sua zona]. Mas no caso de caças, eles são móveis. Eles têm uma boa imagem aérea, e eles sabem quando estamos voando para a linha de frente."
As patrulhas aéreas russas são capazes de detectar a decolagem de um jato nas profundezas do território ucraniano. Seus mísseis R-37M podem atingir um alvo aéreo a uma distância de 150-200 km, enquanto os foguetes ucranianos só conseguem percorrer até 50 km.
Assim, os aviões russos podem ver as aeronaves ucranianas e derrubá-las muito antes de representarem qualquer ameaça.
Desde o início da invasão russa, a Força Aérea Ucraniana sofreu fortes baixas — embora não revele os números exatos.
A alegação da Rússia de que eles destruíram mais de 400 aviões ucranianos não parece plausível, dado que estimativas independentes do tamanho da frota ucraniana apontam para pelo menos metade desse número.
O relatório Military Balance 2022, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), afirma que a Força Aérea Ucraniana tinha 124 aeronaves com capacidade de combate antes da invasão russa em grande escala.
Para acabar com a superioridade da Rússia no ar, a Ucrânia quer que seus parceiros ocidentais forneçam jatos mais modernos, como o F-16 fabricado nos Estados Unidos.
"Nossos pilotos voam no fio da navalha", diz o coronel Volodymyr Lohachov, chefe do departamento de desenvolvimento de aviação da Força Aérea Ucraniana.
"Mas os jatos F-16 nos permitiriam operar além dos sistemas de defesa aérea do inimigo."
E seus mísseis podem ser eficazes em uma distância de até 150 km, o que permitiria a eles atacar também jatos russos.
"É claro que ainda seremos alvos", diz Juice.
"Mas será uma luta igualitária. No momento, não temos nenhuma resposta a eles."
Os F-16 possuem radares melhores que podem detectar mísseis disparados contra eles. Atualmente, a equipe que monitora os radares em solo precisa comunicar verbalmente os pilotos sobre as ameaças que eles enfrentam.
"Nossos jatos não têm um sistema para avisar sobre lançamentos [de foguetes russos]", diz um piloto de jato de ataque Su-25 cujo codinome é Pumba.
"É tudo baseado no visual. Se você os vê, simplesmente tenta escapar disparando armadilhas de calor e manobrando."
A superioridade aérea da Rússia significa que a Ucrânia pode se dar ao luxo apenas a uma mobilização limitada da sua aviação militar perto da linha de frente, o que pode ter um grande impacto no sucesso de qualquer futura operação de contra-ataque. De acordo com Juice, eles realizam até 20 vezes menos missões do que a Força Aérea Russa.
E as armas que as aeronaves de ataque ucranianas possuem são do estoque de antigas bombas e foguetes não guiados da era soviética, que estão se esgotando rapidamente devido aos suprimentos limitados.
Mas não se trata apenas de apoio aéreo para tropas terrestres. Os jatos ocidentais também poderiam melhorar os sistemas de defesa aérea da Ucrânia, de acordo com os pilotos.
"Nossas aeronaves têm radares antigos que não detectam mísseis de cruzeiro [russos]. Somos como gatos cegos quando tentamos derrubá-los", explica o coronel Lohachov.
O alcance das armas ocidentais do F-16 permitiria que eles interceptassem mísseis de cruzeiro "de longa distância diretamente em nossas fronteiras, em vez de tentar pegá-los em algum lugar em áreas centrais da Ucrânia", observa Juice.
Os caças MiG-29 que a Polônia e a Eslováquia transferiram para a Ucrânia recentemente não resolvem seus principais problemas, dizem os pilotos ucranianos. Esses aviões têm as mesmas armas antigas e capacidade limitada da frota ucraniana.
Mas o governo dos EUA descartou o envio de jatos F-16 para a Ucrânia. Muitos temem que fornecer aeronaves ocidentais à Ucrânia só vai escalar o conflito, atraindo os EUA e a Europa diretamente para a guerra.
Nem sequer o treinamento de pilotos ucranianos para pilotar esses aviões foi aprovado. Na verdade, Colin Kahl, subsecretário de políticas de defesa do Pentágono, disse que "o cronograma mais rápido" para a entrega dos F-16 seria de 18 meses e, portanto, não fazia sentido treinar pilotos com antecedência.
No entanto, as autoridades ucranianas esperam obter esses jatos de países europeus, o que ainda exigiria o consentimento dos EUA, mas seria muito mais rápido de entregar.
Quanto ao treinamento de pilotos, "só conseguimos enviar um certo número de pessoas por um período limitado num dado momento. Precisamos evitar reduzir nossas capacidades militares aqui", diz o coronel Lohachov.
Portanto, a melhor opção, segundo ele, é começar a enviar pequenos grupos agora para ter pilotos treinados suficientes quando os aviões chegarem.
Está claro, no entanto, que esses jatos não serão entregues a tempo para a esperada contra-ofensiva da Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já anunciou que esta operação vai seguir adiante sem esperar pelas aeronaves ocidentais.
Alguns especialistas questionam o impacto que os F-16 poderiam ter nesta guerra.
O professor Justin Bronk, pesquisador do Royal United Service Institute (RUSI), diz que esses jatos forneceriam uma camada extra de defesa, mas "não reverteriam a guerra por conta própria".
Até mesmo com os jatos F-16, "os pilotos ucranianos ainda teriam que voar muito baixo em qualquer lugar perto das linhas de frente por causa da ameaça terrestre da Rússia, e isso limitaria o alcance efetivo dos mísseis", explica Bronk.
"E também significa que empregar o poder aéreo da maneira que o Ocidente fez em guerras como do Iraque, Líbia, Afeganistão, não é possível na Ucrânia."
Os desafios logísticos levantam questões sobre se vale a pena enviar os jatos F-16 para a Ucrânia. Não se trata apenas de treinar pilotos e mecânicos — a infraestrutura precisa ser aprimorada também.
Os F-16 são projetados para pistas muito suaves e longas. A Ucrânia terá que adaptar seus aeródromos atuais para atender a esses requisitos — pavimentá-los, esvaziá-los e ampliá-los.
"Mas fazer isso será visível para os russos do espaço e por meio de fontes de inteligência humana", argumenta Bronk.
"E se você fizer apenas uma ou duas bases e tentar estabelecer apoio terrestre para operar os F-15 ou F-16, os russos vão ver e vão atacá-las."
"Você teria que fazer então várias delas. E esbarra na seguinte questão — vale a pena o número de profissionais qualificados e a quantidade de esforço político e apoio logístico que poderia ser usado para outras coisas, como tanques e artilharia, ou sistemas de defesa aérea terrestres?"
Por enquanto, pilotos ucranianos como Pumba, Silk e Juice vão ter que contar com seus antigos caças e jatos de ataque da era soviética.
Quando um alarme convoca para uma nova missão de combate, eles correm em direção a sua aeronave. Fazem um sinal de joia para os mecânicos para confirmar que todos os sistemas a bordo estão funcionando.
Alguns deles participaram de mais de 100 missões de combate. Mas eles sabem que cada voo pode ser o último.
UCRÂNIA - Civis teriam sido atingidos em ataques com drones e mísseis contra Kiev e outras cidades ucranianas. Nova ofensiva ocorre na véspera do Dia da Vitória, que marca capitulação da Alemanha nazista em 1945.A Rússia lançou uma nova onda de ataques aéreos a Kiev e outras cidades da Ucrânia, disseram autoridades ucranianas nesta segunda-feira (08/05), deixando um rastro de destruição, mortos e feridos.
“Infelizmente, há civis entre os mortos e feridos; prédios, casas particulares e outras infraestruturas civis foram danificadas”, disseram as Forças Armadas da Ucrânia.
A intensificação da ofensiva russa ocorre na véspera do Dia da Vitória, um dos feriados mais comemorados na Rússia, que marca o aniversário da capitulação da Alemanha nazista em 1945.
Noite teve ataques com 35 drones e 16 mísseis
O comando militar da Ucrânia disse que as forças ucranianas destruíram 35 drones Shahed, de fabricação iraniana, lançados durante a noite pela Rússia em diferentes alvos em todo o país.
“A Federação Russa [também] lançou 16 ataques com mísseis na noite passada, em particular nas cidades de Kharkiv, Kherson, Mykolaiv e na região de Odessa”, disse o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia em sua atualização diária.
Ao menos cinco pessoas ficaram feridas em ataques russos contra Kiev, disseram autoridades ucranianas. Mísseis incendiaram um depósito de alimentos na cidade de Odessa, no Mar Negro, e explosões foram relatadas em várias outras regiões ucranianas.
Em Kiev, três pessoas ficaram feridas em explosões no distrito de Solomyanskyi, e outras duas no momento em que destroços de um drone caíram no distrito de Sviatoshyn, disse o prefeito Vitali Klitschko em seu canal no Telegram.
Aeroporto, depósito de alimentos e prédio residencial entre os alvos
Segundo a administração militar de Kiev, destroços de um drone também caíram em uma pista do aeroporto de Zhuliany, um dos dois aeroportos de passageiros da capital ucraniana, sem provocar incêndios. Serviços de emergência estariam trabalhando no local.
Os militares também disseram que, no distrito central de Shevchenkivskyi, em Kiev, destroços de drones aparentemente atingiram um prédio de dois andares, causando danos. Não havia informações imediatas sobre possíveis vítimas.
Enquanto isso, Serhiy Bratchuk, porta-voz da administração militar de Odessa, postou em seu canal do Telegram fotos de uma grande estrutura totalmente tomada por chamas, no que ele disse ser um ataque russo a um depósito de alimentos.
Após os alertas de ataque aéreo soarem por horas em cerca de dois terços da Ucrânia, também houve relatos de sons de explosões na região de Kherson, no sul e na região de Zaporíjia, no sudeste.
Rússia espera capturar Bakhmut até terça-feira
A Rússia intensificou o bombardeio de Bakhmut e espera tomar a cidade até esta terça-feira, disse o principal general ucraniano encarregado da defesa da cidade sitiada, prometendo fazer de tudo para evitar que isso aconteça.
O coronel-general Oleksandr Syrskyi, comandante ucraniano das forças terrestres, disse que as forças russas aumentaram a intensidade do bombardeio da cidade com armas pesadas, começaram a usar equipamentos mais avançados e estavam reagrupando suas tropas.
“Hoje é importante tomarmos decisões o mais rápido possível e prevermos as ações do inimigo”, disse Syrskyi em seu canal no Telegram, após uma visita às tropas ao longo da linha de frente de Bakhmut.
“Os russos ainda esperam capturar a cidade até 9 de maio. Nossa tarefa é impedir isso”, disse ele.
A batalha por Bakhmut, onde antes viviam 70 mil pessoas, tem importância simbólica para ambos os lados, com a Ucrânia ainda conseguindo manter o controle sobre algumas partes da cidade, após mais de dez meses de combate feroz contra o Exército russo e o grupo mercenário Wagner.
Para Moscou, Bakhmut é vista como um trampolim para atacar outras cidades ucranianas. Kiev, por outro lado, diz que manter a defesa de Bakhmut, ocupando importantes forças ofensivas russas, permite aos militares preparar sua esperada contraofensiva.
(ip/lf (AP, AFP, dpa, Reuters, ots)
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