SÃO CARLOS/SP - O Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (GO-IFSC/USP) acaba de ver concedida mais uma patente de invenção, traduzida no projeto de desenvolvimento de um microendoscópio de refletância e fluorescência portátil acoplado a smartphones.
Essencialmente dedicado a fazer imagens microscópicas de células e tecidos, este novo dispositivo está especialmente indicado para auxiliar no diagnóstico de lesões da mucosa da boca e do colo do útero, e para avaliação de lâminas com material de esfregaço celular, como de sangue ou a citologia de Papanicolau.
O equipamento é constituído por um mini-microscópio de uso manual conectado a uma sonda (conjunto de fibras ópticas), que permite uma visualização amplificada de células e tecidos em tempo real, através de um smartphone que pode também gravar as imagens para posterior análise.
O Prof. Sebastião Pratavieira, um dos inventores do novo dispositivo, explica as características desta nova aposta inovadora. “O uso do microscópio tradicional teve que evoluir ao longo do tempo. Primeiro, para um funcionamento correto, ele necessitava estar ligado a um computador de mesa, sendo que mais tarde se evoluiu para um laptop. Como a ciência não para, hoje demos mais um salto na inovação, fizemos diversas alterações e aí conseguimos desenvolver, através de miniaturização, um microscópio que, com várias lentes e com uma fina fibra óptica - que é um guia de luz -, pode ser conectado a um smartphone e gravar todas as imagens que são obtidas nas células e tecidos das mucosas, com a finalidade de diagnosticar as doenças. Outra hipótese é utilizar o mesmo equipamento para análises microscópicas em lâminas histológicas”, relata o pesquisador.
A Profª Cristina Kurachi, docente e pesquisadora do IFSC/USP, orientadora do trabalho desta patente, explica que “Métodos de diagnóstico que auxiliem a avaliação do paciente na cadeira do consultório e com análise em tempo real são de grande relevância para diminuir o tempo e os custos relacionados ao diagnóstico de diferentes patologias”.
O projeto foi realizado durante o estágio do aluno Pablo Gómez García, na época como visitante no IFSC/USP e com a colaboração do aluno de doutorado Ramon Gabriel Teixeira Rosa. A possibilidade de obtenção de imageamento do tecido in vivo com resolução microscópica traz um grande avanço para a avaliação clínica dos pacientes no consultório, sendo que com o uso acoplado ao smartphone torna o método de incorporação mais viável pelos médicos e dentistas.
Esta invenção é da autoria de Cristina Kurachi, Sebastião Pratavieira, Pablo Gómez Garcia e Ramon Gabriel Teixeira Rosa.
EUA - O Google anunciou uma série de novidades para os assinantes do serviço Google One nesta quinta-feira (23). Em destaque, o recurso Magic Eraser foi disponibilizado dentro do app Google Fotos para dispositivos Android e iPhone (iOS).
Antes exclusiva dos celulares Google Pixel, a ferramenta de machine learning remove objetos de fotos com poucos toques. Com isso, é possível eliminar os famosos “photobombers” ou qualquer outra distração que esteja estragando um clique perfeito.
Os membros do Google One encontrarão o Magic Eraser ao acessar as opções de edição do app Google Fotos. Então, basta tocar em cima ou circular os elementos que devem ser apagados para obter uma nova versão da imagem.
Google Fotos testa busca por rosto das pessoas; veja como funciona
Um detalhe interessante é que a ferramenta pode ser usada para fotos mais antigas que foram salvas na nuvem e registradas por outros dispositivos. Assim, os assinantes poderão “brincar” com a novidade que começará a ser disponibilizada a partir de hoje (23).
Mais novidades do Google One
Outra novidade exclusiva para assinantes do Google One é o efeito HDR no Google Fotos. Ao editar as imagens e vídeos, o recurso equilibra os planos escuros e fundos claros — ou vice-versa — e deixa cada detalhe da cena mais perceptível.
O Google Fotos também está recebendo melhorias para o editor de colagens. Segundo a empresa, a ferramenta ganhou novos visuais exclusivos para os membros do plano, permitindo criar inúmeras compilações personalizadas de imagens.
No Brasil, o Google One tem planos mensais a partir de R$ 6,99. Além dos novos recursos do Google Fotos, todos os formatos de assinatura incluem serviços de armazenamento na nuvem e backup de dispositivos.
por Lupa Charleaux
SÃO CARLOS/SP - Que a tecnologia avançaria e forçaria as gerações a se reinventarem, todos acreditavam. O que causa preocupação foi a rápida e compulsória necessidade de migração para o universo digital nesses últimos anos. No contexto escolar, a formação online ganhou força durante o período de isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19 e mostrou, aos professores e profissionais de áreas similares, que veio para ficar. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a Educação a Distância cresceu 428,2% desde 2010. Enquanto isso, o número de matrículas em cursos presenciais diminuiu 13,9%, o que indica que a formação online é uma realidade e deve crescer nos próximos anos.
Nas salas de aula, de acordo com o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), mais de 90% dos professores da Educação Básica passaram a adotar novos métodos de ensino depois do início da pandemia. O Cetic analisou o uso de tecnologias digitais pelos professores em atividades presenciais na escola durante o isolamento social em comparação com anos anteriores, observando que muitos educadores adotaram novas estratégias de interação e aprendizagem com os estudantes, aderindo ao uso da informática, utilizando jogos educativos e aplicativos, por exemplo, em prol da aprendizagem.
Apesar desse aumento significativo e da necessidade de adoção de novas estratégias para atender ao estudante, são inúmeros os relatos de profissionais sobre a falta de apoio pedagógico para o uso do computador e da Internet, bem como a ausência de cursos para novos aprendizados tecnológicos, o que traz um empecilho para a implantação de metodologias que poderiam agregar conhecimento prático e atual na escola. "Antes da pandemia, já recomendávamos a formação dos professores para a cultura digital. Mas o isolamento social induziu o uso compulsório de tecnologias digitais no ensino-aprendizagem. Todavia, é necessário ainda promover a formação de professores para o uso adequado de tecnologias emergentes em prol da melhoria educacional, com melhor planejamento e apoio ao professor", defende Daniel Mill, professor do Departamento de Educação (DEd) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Pensando na atualização dos professores sobre as mudanças tecnológicas, a UFSCar recebe inscrições para a sétima turma do curso de especialização, aperfeiçoamento e extensão em Educação e Tecnologias (EduTec). A capacitação oferece oito oportunidades de habilitações. "É como se fossem oito cursos em um só, tratando da formação na cultura digital, de acordo com a necessidade de cada professor. O intuito é propor formas criativas e diferentes de preparar os professores para desenvolver e aplicar novos conhecimentos em sala de aula", relata Mill, que também é coordenador da formação.
A turma de 2023 do EduTec começa as atividades no dia 7 de março. O curso está disponível na modalidade EaD e tem uma proposta flexível, aberta e híbrida. Mais informações em http://edutec.ead.ufscar.br
A pesquisa traz como Inovação o tipo de material utilizado na camada de reconhecimento do biossensor
SÃO CARLOS/SP - Embora a pandemia tenha cessado, o certo é que os pesquisadores continuam preocupados e vigilantes com as mais diversas variantes da COVID-19 que, entretanto, vão surgindo, principalmente em relação ao SARS-CoV-2, o vírus que causa a doença.
Tendo isso em consideração, pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e do Departamento de Química da FFCLRP/USP, desenvolveram um biossensor especialmente dedicado à detecção do SARS-CoV-2 com base no reconhecimento da proteína Spike do vírus por receptores de membranas celulares. Além deste biossensor se apresentar de baixo custo (menos de um dólar) devido a camada de biorreconhecimento, ele tem a particularidade de descartar a detecção de outros vírus, como, por exemplo, Dengue e Zika, sendo, por isso, uma ferramenta exclusiva para SARS-CoV-2.
A pesquisadora colaboradora do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do IFSC/USP e primeira autora do artigo científico (ver em - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2023/02/Memb-Covid-Biosensor-Talanta-full-paper.pdf ) que aborda este desenvolvimento, Profª Drª Juliana Cancino-Bernardi, sublinha que este tipo de biossensor foi desenvolvido utilizando membranas celulares com receptores capazes de reconhecer o vírus exatamente como ocorre dentro do corpo do paciente. Essas membranas foram imobilizadas na superfície de um dispositivo eletroquímico capaz de transformar um reconhecimento biológico específico em sinal físico. “Ao contrário do que tem sido feito até aqui, que é a utilização de anticorpos ou DNA que passam por um processo de purificação, o que fizemos foi utilizar membranas das células Vero e Calu, que superexpressam receptores responsáveis pelo reconhecimento da proteína Spike, como camada seletiva para sua detecção. Esta ideia surgiu pelo fato de nós conhecermos bem a tecnologia de extração de membranas celulares e suas potencialidades como sistema de entrega em nanomedicina teranóstica”, pontua a pesquisadora. Para ter a certeza de que essa membrana teria a capacidade de reconhecer única e especificamente as proteínas Spike de SARS-CoV-2, os pesquisadores realizaram estudos de seletividade introduzindo proteínas de Zika e Dengue, cujos resultados revelaram que esta plataforma apenas detecta, com exclusividade, as relacionadas com SARS-CoV-2.
A Dra. Juliana Cancino-Bernardi afirma ainda que “Essa tecnologia pode diminuir os custos de produção destes dispositivos, pois o processo de extração de membranas celulares é no geral mais acessível que muitos processos de purificação.
De acordo com o Prof. Zucolotto, coordenador do GNano/USP, e responsável pelo trabalho, “O grupo foi pioneiro na manipulação de membranas celulares para terapia ou diagnóstico, incluindo o desenvolvimento de sensores baseados em membrana celulares, no Brasil, o que abre caminhos para a construção de dispositivos diagnóstico para outras doenças, desde que o biorreconhecimento seja realizado por moléculas superexpressas nessas membranas”, conclui.
EUA - O Google anunciou, na terça-feira (14), o lançamento do Privacy Sandbox Beta no Android 13. O programa chega em uma versão de testes com APIs que não usam identificadores para rastrear a atividade dos usuários em apps e sites.
Com o objetivo de trazer mais privacidade, acabar com os cookies e oferecer publicidade personalizada, o Privacy Sandbox anonimiza a navegação na internet. Quem participar desta etapa poderá configurar o dispositivo para mostrar propagandas relevantes sobre cinema ou atividades ao ar livre, por exemplo, sem entregar dados mais pessoais.
A pessoa também pode bloquear temas que possivelmente são desinteressantes, como dança, notícias locais e investimentos.
De acordo com a gigante da tecnologia, quem for convidado para participar da iniciativa receberá um aviso. Mesmo que o usuário decida contribuir com o Privacy Sandbox Beta, ele poderá posteriormente desligar a configuração.
Nesta etapa, o Privacy Sandbox está disponível somente para uma pequena porcentagem de aparelhos que utilizam Android 13. A ideia é lançar o serviço para mais dispositivos ao longo do tempo.
Comprometimento com usuários e empresas
No anúncio em que fala sobre a disponibilidade do beta do Privacy Sandbox no Android 13, o vice-presidente de privacidade do Google, Anthony Chavez, defendeu que a iniciativa busca atender interesses difusos. No caso dos usuários, a ideia é proteger a privacidade, enquanto no caso das empresas, o objetivo é continuar viabilizando uma publicidade efetiva.
Neste sentido, ele defendeu que a gigante de Mountain View não quer utilizar “estratégias bruscas”. Esta foi uma crítica à Transparência de Rastreamento de Aplicativos (ATT), uma nova política de privacidade da Apple que gerou insatisfação e prejuízos financeiros para empreendimentos como a Meta.
“Estratégias bruscas, que não oferecem alternativas viáveis, são prejudiciais aos desenvolvedores, e tampouco aprimoram a privacidade. Tudo isso acaba levando a formas ainda menos privadas de rastrear usuários, como ‘impressões digitais’ de aparelhos”, citou Chavez.
Para marcar que o Google está agindo diferente na tentativa de trazer mais privacidade aos usuários sem destruir a publicidade online, o executivo argumentou que centenas de empresas já enviaram sugestões e críticas sobre o Privacy Sandbox.
“A evolução da publicidade digital rumo a uma privacidade aprimorada para usuários, afastando-se da dependência do rastreamento entre apps, é essencial para o futuro de um ecossistema móvel próspero. Continuaremos trabalhando em estreita parceria com desenvolvedores, profissionais de marketing e autoridades reguladoras”, afirmou o executivo.
por Carlos Palmeira / TecMundo
O evento reúne o setor produtivo, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação em ciências matemáticas em estudos cruciais para o avanço da indústria
SÃO CARLOS/SP - A Tecumseh, uma das maiores fabricantes de compressores herméticos do mundo e empresa líder no aprimoramento de produtos e serviços de refrigeração, participa do 9º Workshop de Soluções Matemáticas para Problemas Industriais do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CEPID-CeMEAI), que acontece entre 6 e 10 de fevereiro no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos, São Paulo.
O workshop é voltado para profissionais do setor produtivo e de outras áreas do conhecimento, bem como pesquisadores e alunos de matemática, estatística, computação e áreas correlatas que procuram conciliar a carreira acadêmica com situações práticas propostas pela Tecumseh.
No evento, a Tecumseh apresentará cinco desafios para que os participantes possam buscar possíveis soluções para problemas reais da indústria, como otimização de configuração de corte de bobinas de aço, utilização da otimização topológica no desenvolvimento de motores elétricos, entre outros.
Para o diretor presidente da Tecumseh do Brasil, Ricardo Ferreira, essa experiência é de suma importância para a expansão das fronteiras do conhecimento no país. “A Tecumseh tem muito orgulho de participar do 9º Workshop de Soluções Matemáticas para Problemas Industriais, pois concretiza a aproximação das empresas com a academia, tão importante para o desenvolvimento da indústria e da sociedade brasileira”, explica Ferreira.
“Os workshops do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CEPID-CeMEAI) têm se mostrado um modelo eficiente na aproximação universidade-indústria. que foi inicialmente desenvolvido na Universidade de Oxford na década de 60. Com o enorme sucesso dos resultados obtidos, foram sendo difundidos como uma atividade regular em diversos países, como o Brasil”, comentou o diretor do Centro, José Alberto Cuminato.
Portanto, todos os envolvidos na iniciativa – a Tecumseh, os participantes, a indústria em geral e a academia – serão os grandes beneficiários das inovações geradas no workshop, cujos resultados poderão ser implementados na empresa por meio de convênio ou contratação, com potencial de geração de patentes tecnológicas e capital intelectual na região de São Carlos.
A Tecumseh tem a tradição de realizar investimentos significativos em P&D. Cerca de 4% de seu faturamento anual é direcionado para o setor de desenvolvimento, criando empregos de qualidade e gerando inovação e patentes locais de nível nacional e internacional.
Além disso, a Tecumseh é um importante ativo para o estado de São Paulo e para o Brasil, tendo investido cerca de US$ 330 milhões em suas operações no país. Suas instalações em São Carlos têm a capacidade de produzir 9 milhões de compressores por ano, os quais são também exportados para mais de 40 países. Sua produção é verticalmente integrada em duas plantas e uma unidade de P&D e testes na cidade de São Carlos.
EUA - Os serviços secretos norte-americanos ligaram o alegado balão espião chinês abatido no sábado a um importante programa de vigilância orquestrado pelos militares chineses, e avisaram os aliados sobre as manobras chinesas.
Para além dos Estados Unidos, a China voou balões de vigilância sobre bens militares em países e áreas de interesse estratégico emergente para o gigante asiático, incluindo Japão, Índia, Vietname, Taiwan e Filipinas, de acordo com altos funcionários norte-americanos disseram ao The Washington Post.
As autoridades americanas consultadas declararam que os aviões, operados pelo Exército de Libertação Popular, foram detectados nos cinco continentes: "O que os chineses fizeram foi pegar em tecnologia incrivelmente antiga e basicamente acoplá-la com capacidades modernas de comunicação e observação", tudo em nome da obtenção de informações sobre as forças armadas de outras nações, disse um oficial ao jornal.
A este respeito, a Subsecretária de Estado Wendy Sherman liderou na segunda-feira uma sessão de informação com 40 embaixadas dos EUA, detalhando que informações sobre espionagem chinesa podem partilhar com aliados e parceiros, incluindo países como o Japão.
O exército americano abateu um balão chinês sobre a Carolina do Sul no sábado dias depois de ter sido detectado a sobrevoar o espaço aéreo dos EUA. O atraso em abatê-lo suscitou críticas dos republicanos à administração de Joe Biden.
Por seu lado, o governo chinês confirmou na sexta-feira que o balão avistado pelas autoridades americanas no espaço aéreo americano era sua propriedade, embora qualificasse a sua "natureza civil" e o seu propósito para "investigação científica".
Um segundo balão chinês foi avistado sobre a América Latina na sexta-feira, um avistamento confirmado pela Força Aérea Colombiana e que levou a Costa Rica a enviar as suas queixas ao governo chinês. Entretanto, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, indicou que este segundo balão tinha entrado no espaço aéreo de vários países "por engano", insistindo que Pequim respeita o direito internacional e "não representa qualquer ameaça para nenhum país".
Fonte: (EUROPA PRESS)
por Pedro Santos / NEWS 360
SÃO CARLOS/SP - Um grupo de pesquisadores pertencentes ao Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP) e Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale da Paraíba (UNIVAP/São José dos Campos), desenvolveu recentemente uma pesquisa que resultou no desenvolvimento de uma nova abordagem que ajuda a estimar a taxa de sobrevida dos pacientes sujeitos a transplantes do fígado.
A técnica, chamada de “espectroscopia de fluorescência óptica”, utiliza um sistema composto por fibras ópticas que emite luz laser de cor violeta. Bastando apenas um contato com o local especifico do corpo do paciente, o novo sistema consegue excitar as moléculas que se encontram presentes no órgão e coletar a fluorescência produzida na forma de um conjunto de padrões que fornecem uma espécie de “impressão digital” do que está acontecendo no órgão, em tempo real.
A pesquisa foi desenvolvida com procedimentos de transplante realizados na Unidade Especial de Transplante de Fígado (UETF), do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP-USP), sendo que a análise dos dados coletados ficou a cargo do Laboratório de Biofotônica do Departamento de Física e Ciência dos Materiais, Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), financiado pelo Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica – CEPOF (programa CePID/FAPESP) e o INCT de Óptica Básica e Aplicada às Ciências da Vida (CNPq/FAPESP).
A coleta de dados abrangeu 15 enxertos provenientes exclusivamente de doadores falecidos, após morte encefálica oficializada e informada de acordo com os protocolos vigentes. O monitoramento dos enxertos deu-se durante as etapas do transplante que envolveram a perfusão fria - fase em que o sangue do órgão é substituído no doador por uma solução de preservação resfriada, e a reperfusão quente, quando a solução de perfusão, perfundindo o órgão, é substituída novamente por sangue, já no paciente receptor.
O que acontece com um órgão transplantado ou sujeito a cirurgia
Quando um órgão é transplantado, ou sujeito a uma cirurgia, acontece uma alteração metabólica bastante acentuada, já que um número expressivo de biomoléculas são alteradas. No caso de um transplante - e aqui nos reportamos ao fígado –, o órgão deve ter suas condições metabólicas preservadas de modo a permanecer viável para o transplante. Isto significa que há um padrão de “normalidade” para a emissão de fluorescência que a técnica usa como referência. Quando a resposta de fluorescência se mostra diferente desse “normal”, é possível correlacionar tal mudança com alterações indesejadas no órgão transplantado, que podem indicar que este não é mais viável para o procedimento. Assim, a nova técnica está correlacionada com a sobrevida do paciente.
O pesquisador José Dirceu Vollet Filho, pós-doutorando do Departamento de Física e Ciência dos Materiais (IFSC/USP), que é o primeiro autor do trabalho que foi publicado em meados do ano passado sobre este tema, comenta: “Este estudo vem sendo desenvolvido desde 2006, quando foram elaboradas as primeiras investigações clínicas. Até a etapa presente, viemos aprendendo o passo-a-passo, a reconhecer os padrões do que é esperado, ou não, em termos da resposta óptica para o tecido transplantado, pois ela reflete as condições desse tecido. Com isso, espera-se obter parâmetros ópticos que sirvam como referência para desenvolver instrumentos de monitoramento em tempo real da qualidade e viabilidade do órgão transplantado. Por um lado, monitorar a qualidade das perfusões fria e quente por meio da luz deverá auxiliar a prever problemas de isquemia e má perfusão, que podem comprometer o órgão transplantado. Por outro, associar a fluorescência do tecido a parâmetros bioquímicos mensuráveis por análises clínicas bem estabelecidas deverá acelerar e aumentar a segurança de procedimentos de transplante, já que essa fluorescência reflete as moléculas presentes, e pode indicar desequilíbrios bioquímicos indesejados. Normalmente, as informações bioquímicas usadas para determinar a viabilidade do órgão dependem de análises laboratoriais mais invasivas e demoradas. Por isso, a correlação dessas informações com a luz, obtidas em tempo real por meio de uma fibra óptica, poderá vir a tornar as decisões dos cirurgiões mais rápidas e seguras, oferecendo mais elementos de análise do procedimento de transplante enquanto ele ocorre e, com isso, reduzindo riscos ao paciente receptor.”
Apoiando os profissionais de saúde
Técnicas ópticas para diagnósticos em geral têm-se mostrado excelentes, porque são rápidas, e o desenvolvimento das técnicas de análise espectral, como neste caso concreto de transplantes de fígado, têm demonstrado uma grande segurança. “É uma técnica muito boa e eficaz não só para o acompanhamento de todo o processo de remoção do órgão do doador, como também no acompanhamento do desenrolar dos procedimentos do transplante para o paciente receptor”, sublinha o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, coordenador do Grupo de Óptica do IFSC/USP e do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado no mesmo Instituto, acrescentando que este processo é uma técnica de biópsia óptica não-invasiva e que, entre outras funções, serve para identificar muitas anomalias em diversos órgãos do corpo humano, sendo uma ferramenta de apoio aos profissionais de saúde.
Sendo uma técnica relativamente nova para este tipo de procedimentos, Bagnato afirma sua convicção do grupo estar contribuindo para que os transplantes ocorram cada vez com mais sucesso. “O processo utiliza uma fibra óptica que transmite uma luz, coletando seguidamente uma resposta do fígado transplantado através de fluorescência. Para obter essa resposta basta encostar a fibra óptica no local exato do corpo do paciente e obter os dados, fornecendo ao corpo médico as oportunidades de desenvolver as ações necessárias”, finaliza Bagnato.
Assinam este artigo científico os pesquisadores: José Dirceu Vollet-Filho (IFSC/USP, Juliana Ferreira-Strixino (IFSC/USP e UNIVAP/São José dos Campos), Rodrigo Borges Correa (FMRP/USP), Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP), Orlando de Castro e Silva Júnior (FMRP/USP) e Cristina Kurachi (IFSC/USP).
CHINA - O serviço chinês de busca na internet Baidu está preparando o lançamento de um chatbot de inteligência artificial semelhante ao ChatGPT, da norte-americana OpenAI, em março, afirmou uma fonte próxima do assunto à Reuters.
A empresa de tecnologia planeja lançar o serviço como um aplicativo autônomo e gradualmente incorporá-lo em seu mecanismo de busca, disse a fonte.
A tecnologia do ChatGPT funciona aprendendo com grandes quantidades de dados como responder às solicitações dos usuários de maneira semelhante à humana, oferecendo informações como um mecanismo de busca ou até sendo capaz de escrever textos como um aspirante a romancista.
Atualmente, os chatbots na China se concentram na interação social, enquanto o ChatGPT tem melhor desempenho em tarefas mais profissionais, como programação e redação.
A Baidu planeja incorporar resultados gerados pelo chatbot quando os usuários fizerem solicitações de pesquisa, em vez de apenas links, disse a fonte. A empresa não comentou o assunto.
A Microsoft investiu 1 bilhão de dólares na OpenAI e deve ampliar os recursos injetados na empresa, segundo informações da Reuters. A empresa também trabalhou para adicionar o software de geração de imagens da OpenAI ao seu mecanismo de busca Bing em um novo desafio para o Google.
A Baidu, com sede em Pequim, tem investido pesadamente em tecnologia de inteligência artificial, incluindo serviços de computação em nuvem, chips e veículos autônomos, à medida que procura diversificar suas fontes de receita.
Em uma conferência de desenvolvedores no mês passado, a Baidu revelou três "criadores" com inteligência artificial cuja tecnologia permite que eles assumam os papéis de roteirista, ilustrador, editor ou animador.
Por Yingzhi Yang e Jyoti Narayan / REUTERS
EUA - É isso mesmo que você leu! A Nasa descobriu um novo planeta que se assemelha à nossa querida Terra. Batizado de "TOI 700 e", o planeta fica fora do Sistema Solar, mas orbita dentro de uma zona habitável. A identificação foi feita com dados da missão Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos.
Para um planeta ser considerado habitável, ele precisa ter a evidência de água na superfície. De acordo com a descoberta, este é o segundo astro com tamanho semelhante ao do nosso mundo. Ele tem 95% do tamanho da Terra e é rochoso, pois fica a cerca de 100 anos-luz daqui.
O "TOI 700 e" leva 28 dias para realizar sua órbita na sua estrela e faz parte de um sistema chamado "TOI 700", onde três outros planetas foram encontrados: o "TOI 700 b", "TOI 700 c" e "TOI 700 d".
Segundo Emily Gilbert, pós-doutoranda do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia, esse é "um dos poucos sistemas com vários planetas pequenos e de zona habitável que conhecemos".
A líder do projeto ainda revela que o "TOI 700 e" é cerca de 10% menor que o "d". Ainda vale lembrar que o sistema é formado por outros dois planetas, o "b" e o "c". "O planeta mais interno, 'TOI 700 b', tem cerca de 90% do tamanho da Terra e orbita a estrela a cada 10 dias. O 'TOI 700 c' é 2,5 vezes maior que a Terra e completa uma órbita a cada 16 dias", explicou.
Os cientistas continuam de olho nos astros e buscam mais novidades!
por Bruna Nunes / CAPRICHO
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