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UCRÂNIA - O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, demitiu todos os chefes regionais dos escritórios de recrutamento na Ucrânia. A onda de demissões foi impulsionada pelas inúmeras suspeitas de corrupção dentro dos quadros militares. Pouco antes, todos os escritórios de recrutamento militar em diferentes regiões do país haviam sido auditados.

De acordo com o Departamento de Investigações da Ucrânia, foram abertos 112 processos criminais contra representantes destes escritórios, 33 casos foram declarados suspeitos e ações judiciais estão sendo movidas contra 15 pessoas.

"Este sistema precisa ser administrado por pessoas que saibam exatamente o que é a guerra e por que o cinismo e o suborno durante a guerra constituem traição", disse Zelenski após uma reunião do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, onde a decisão foi tomada. O presidente anunciou que ex-combatentes irão ser os novos responsáveis pelo recrutamento.

 

Casos de suborno e atestados falsificados

Essa não é a primeira tentativa do presidente ucraniano de controlar a corrupção no país. Mas nas últimas semanas, os escândalos se acumularam em torno de vários chefes de escritórios de recrutamento.

O ex-comissário militar de Odessa, Yevhen Borisov, por exemplo, foi acusado de ter aceitado suborno e, assim, embolsado milhões de euros desde o início da guerra. Segundo a imprensa local, após a invasão russa, Borisov comprou imóveis de luxo na Espanha e carros de luxo para parentes. Após o caso vir à tona, ele foi demitido e preso.

A auditoria nos escritórios de recrutamento também revelou que o comissário militar na Transcarpátia, oeste da Ucrânia, recrutou soldados para uma obra em sua propriedade. Já em Rivne, no noroeste do país, houve até mesmo casos de abuso.

O chefe de um escritório na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, também foi preso. Segundo a investigação, ele enviou subordinados próximos a ele para uma brigada ucraniana. Apesar de nunca terem participado de combates, os enviados foram remunerados como tal. As quase 100 buscas em escritórios de recrutamento em Kiev e em 10 outras regiões também revelaram a evidência de venda de supostos atestados médicos para a dispensa do serviço militar.

 

Oposição pede mais transparência

Enquanto isso, a oposição no parlamento ucraniano pediu ao presidente que torne públicos os critérios usados ​​para demitir os todos comissários militares, e não apenas aqueles flagrados em violações. "Se todos aceitaram subornos e se envolveram em atividades ilegais, eles não devem apenas ser demitidos, e sim presos", escreveu disse Irina Herashchenko, da bancada Solidariedade Europeia.

Zelenski prometeu prisões, mas não em todos os casos. "As autoridades que confundem distintivos militares com favoritismo certamente serão levadas ao tribunal", disse o presidente. Ele destacou ainda que os oficiais demitidos contra os quais não houver indícios de crime ou violação deverão ir para o front, caso queiram manter a patente e provar sua dignidade.

 

Apelo público por demissões

Para o cientista político Volodimir Fesenko, do centro ucraniano de pesquisa política aplicada Penta, a substituição completa dos comissários militares é uma resposta ao apelo público. O especialista acredita que o presidente aposta agora em pessoas com experiência em combate que deverão se tornar "guardas morais contra a corrupção no sistema".

Fesenko ressalta, no entanto, que a mudança que não se trata de uma reforma e que o aparato estatal não oferece proteção total contra a corrupção. "Mesmo para os que entrarão agora, as tentações serão grandes. Trata-se de cargos lucrativos, pois muitos tentam comprar sua dispensa para não ir para a guerra".

Hlib Kanevski, do centro anticorrupção StateWatch, considera a substituição dos comissários militares necessária, mas não precisaria ter ocorrido todas ao mesmo tempo. Essa mudança, segundo ele, pode atrasar o sistema de recrutamento por pelo menos três meses. "Substituir todas as lideranças antigas por novas traz benefícios de curto prazo, pois o presidente atende ao anseio por justiça", pontua.

"Mas se o sistema perde muitas lideranças ao mesmo tempo, isso tem um impacto negativo nos trabalhos", avalia o especialista. Segundo Kanevski, simplesmente substituir as pessoas não é suficiente, pois os novos acabariam caindo no mesmo ambiente corrupto.

 

Na busca de soluções

Lyubov Halan, do centro de direitos humanos Prinzip, que oferece assistência jurídica a soldados, acredita que a corrupção — mesmo entre as novas lideranças — só pode ser combatida com transparência. "As investigações não devem ser limitar a casos individuais. O sistema precisa ser reformado, pois isso afeta muito a percepção da sociedade sobre a mobilização e os ânimos daqueles que estão lutando. Enquanto uns compram sua dispensa com meros trocados, outros estão em trincheiras, e isso é escandaloso, injusto e mina a confiança no Estado", disse Halan.

Para combater o problema, a especialista sugere uma gestão eletrônica eficiente de documentos no sistema de recrutamento, permitindo assim a troca de dados.

A Agência Nacional de Prevenção da Corrupção da Ucrânia elaborou um plano visando especificamente o cruzamento das fronteiras do país por cidadãos ucranianos. "O abuso mais comum nas repartições de recrutamento é o atestado de incapacidade para o serviço militar. As certidões emitidas permitem a saída do país", conta Oleksandr Novikov, chefe do órgão. Conforme seu plano, deverão ser alteradas as regras de cruzamento de fronteira e emissão dos respectivos documentos. As bases de dados do serviço fronteiriço e as dos serviços de recrutamento devem estar interligadas. Segundo Novikov, isso garantiria mais transparência em todo o processo.

O presidente ucraniano já havia anunciado que intensificaria as ações contra a corrupção no país. Uma das razões é promover o avanço das negociações sobre uma possível adesão à União Europeia e à Otan, já que tais reformas são uma condição da UE para a adesão ao bloco.

 

 

 

Autor: Lilia Rzheutska / DW BRASIL

MOSCOU - A Rússia afirmou nesta sexta-feira (18) que destruiu drones ucranianos aéreos e navais em Moscou e no Mar Negro, alvos frequente das tropas de Kiev nas últimas semanas.

"Esta noite, em uma tentativa de atacar Moscou, as forças de defesa aérea destruíram um drone", afirmou o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.

"Os destroços do drone caíram na área do Centro de Exposições e não provocaram danos significativos ao edifício ou vítimas", acrescentou o prefeito.

O Ministério da Defesa atribuiu a ação Kiev. Um comunicado afirma que o ataque aconteceu às 4H00 (22H00 de Brasília, quinta-feira) contra "alvos em Moscou e sua região".

O Centro de Exposições, na zona oeste da cidade e a apenas cinco quilômetros do Kremlin, recebe vários congressos profissionais.

A agência estatal de notícias TASS informou que uma das paredes do pavilhão desabou parcialmente. O espaço aéreo nas proximidades do aeroporto de Vnukovo foi fechado por alguns minutos.

Os ataques com drones da Ucrânia contra territórios russos controlados pela Rússia aumentaram nas últimas semanas, mas geralmente não provocam vítimas ou danos.

A capital russa, que no início do conflito não sofreu com as hostilidades, virou um alvo frequente de ataques. No final de julho e início de agosto, a Força Aérea interceptou drones sobre o distrito financeiro de Moscou. Os destroços provocaram danos a um arranha-céu.

Em maio, dois aparelhos foram derrubados nas proximidades do Kremlin.

Há algumas semanas, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu que a "guerra" estava chegando à Rússia, "a seus centros simbólicos e a suas bases militares".

 

- Hostilidades no Mar Negro -

Outro foco de hostilidades é o Mar Negro, especialmente desde que a Rússia abandonou em meados de julho o acordo, mediado pela ONU e a Turquia, que permitia a exportação de grãos ucranianos.

Na quinta-feira à noite, as forças russas impediram um ataque com um drone naval contra sua frota na região, que também é um alvo recorrente de Kiev, informou o Ministério da Defesa.

O drone ucraniano tinha como alvos dois barcos de patrulha que "cumpriam tarefas de controle de navegação na parte sudoeste do Mar Negro, 237 km ao sudoeste de Sebastopol", afirmou o ministério.

"O aparelho inimigo sem tripulação foi destruído pelos disparos dos navios russos sem conseguir cumprir seu objetivo", acrescenta uma nota oficial.

Um dos alvos era o navio "Vassili Bykov", que no domingo disparou tiros de advertência contra um cargueiro de uma empresa turca que seguia para o porto ucraniano de Izmail.

Desde o fim do acordo de exportação de grãos, os dois lados ameaçam atacar os navios de carga que avançam em direção aos portos do lado considerado inimigo.

Apesar da tensão, na quinta-feira um cargueiro que zarpou da Ucrânia chegou a Istambul, segundo sites que monitoram o tráfego marítimo, o primeiro a completar o trajeto desde o fim do acordo.

Moscou intensificou nas últimas semanas os ataques contra as infraestruturas portuárias ucranianas no Mar Negro e no Danúbio.

As hostilidades acontecem de modo paralelo à contraofensiva militar iniciada em junho pela Ucrânia, que registra um avanço mais lento do que o esperado por Kiev, apesar dos novos equipamentos de defesa fornecidos pelos aliados ocidentais.

 

 

AFP

KIEV/KUPIANSK - A Ucrânia anunciou a retomada da vila de Urozhaine de tropas russas no sudeste do país nesta quarta-feira, mas alertou que a situação no fronte nordeste estava se deteriorando, em meio a contra-ataques russos.

Urozhaine, na beira da região de Donetsk, é a primeira vila que Kiev alega ter retomado desde 27 de julho, um sinal dos desafios que a Ucrânia encara para avançar pelas linhas defensivas russas fortemente minadas sem um poderoso apoio aéreo. 

"Urozhaine está libertada", disse a ministra da Defesa, Hanna Maliar, no aplicativo de mensagens Telegram. "Nossos defensores estão entrincheirados nos arredores."

A vila é um dos muitos pequenos assentamentos rurais perto do rio Mokri Yaly, que a Ucrânia declarou libertado desde o começo de junho, quando lançou uma contra-ofensiva contra tropas russas que ocupam faixas do sul e do leste.

Sua retomada aproximaria Kiev de ameaçar a vila de Staromlynivka, a vários quilômetros ao sul, que analistas militares dizem ser um bastião russo na região.

O Ministério da Defesa da Rússia não confirmou a perda de Urozhaine em um comunicado no Telegram, mas disse que sua artilharia e aviões de guerra estavam atacando forças ucranianas na região de Urozhaine.

 

 

(Reportagem de Max Hunder e Pavel Polityuk em Kiev e Vitaliy Hnidyi em Kivsharivka; reportagem adicional de Lidia Kelly em Varsóvia) REUTERS

Kiev – A Rússia voltou a atacar infraestrutura do setor de grãos na região de Odessa, sul da Ucrânia, afirmaram autoridades locais nesta quarta-feira, 16. Moscou usou drones em ataques à noite a instalações de estoque e a portos ao longo do rio Danúbio, que Kiev tem cada vez mais usado para transporte de grãos à Europa, após os russos romperem um acordo de exportações pelo Mar Negro.

A economia ucraniana, penalizada pela guerra, é muito dependente do setor agrícola. Suas exportações nesse segmento, que ocorriam para a Rússia inclusive, são apontadas como cruciais para a oferta global de trigo, óleo de girassol, cevada e outros alimentos importantes, sobretudo para várias nações em desenvolvimento. Há um mês, porém, o Kremlin recuou de um acordo feito no último verão local para permitir à Ucrânia exportar com segurança grãos pelo Mar Negro. Em outras vias, pelo Danúbio ou por ferrovias, o custo de transporte é bem maior. Fonte: Associated Press.

 

 

ESTADÃO CONTEÚDO

ISTOÉ DINHEIRO

UCRÂNIA - A Ucrânia derrubou mísseis e drones russos direcionados contra Odessa, informou o Exército nesta segunda-feira (14), no mais recente de uma série de ataques contra a região sul do país, na costa do Mar Negro.

“O inimigo atacou a região de Odessa três vezes durante a noite, com duas ondas de drones de ataque, em um total de 15, e oito mísseis marítimos do tipo Kalibr”, anunciou o Comando Operacional Sul no Telegram.

A Força Aérea de Defesa impediu todos os ataques, mas os escombros danificaram uma residência estudantil e um supermercado. Três trabalhadores ficaram feridos”, afirmou o Exército.

“A onda expansiva danificou janelas e varandas em diversos edifícios, assim como carros estacionados nas proximidades”, acrescentou a nota. Os bombeiros lutavam contra dois incêndios.

Rússia e Ucrânia intensificaram os ataques no Mar Negro desde que Moscou abandonou, no mês passado, um acordo que permitia a Kiev exportar grãos por corredores seguros.

Desde que saiu do acordo, Moscou bombardeia com frequência os portos da região de Odessa, no sul da Ucrânia, que foram cruciais para as exportações doe cereais.

No dia 2 de agosto, a Rússia atacou as estruturas portuárias de Izmail, na região de Odessa, próximo do rio Danúbio. Próxima da fronteira com a Romênia, esta é uma das principais rotas para o trânsito de produtos agrícolas ucranianos.

Os ataques noturnos com mísseis e drones aconteceram um dia após Moscou afirmar que um navio de guerra russo executou disparos de advertência contra um cargueiro que seguia para o porto de Izmail.

O navio russo avistou o cargueiro Sukru Okan, com bandeira de Palau, e executou disparos de advertência depois que seu capitão não respondeu aos pedidos de interromper a viagem para uma inspeção.

Após a inspeção, o cargueiro foi autorizado a prosseguir a viagem.

O Kremlin afirmou que consideraria os cargueiros com destino à Ucrânia através do Mar Negro como alvos militares potenciais.

 

 

AFP

Kiev - Um míssil russo atingiu o terreno de uma casa em Ivano-Frankivsk, oeste da Ucrânia, nesta sexta-feira, matando um menino de oito anos, disseram a governadora da região e promotores estaduais.

"Há (pessoas) feridas, incluindo uma criança que foi levada ao hospital em estado crítico. Os médicos fizeram todo o possível, mas infelizmente a criança não pôde ser salva", escreveu a governadora Svitlana Onyshchuk no aplicativo de mensagens Telegram.

 

 

Por Pavel Polityuk / REUTERS

UCRÂNIA - As autoridades da cidade ucraniana de Kupiansk, no nordeste da Ucrânia, recomendaram aos seus habitantes mais vulneráveis, na quinta-feira (10), que deixem o local, antes do avanço do Exército russo, que há vários dias reivindica progressos nesta área.

"Levando-se em conta a difícil situação de segurança e o aumento dos bombardeios (...) eles têm a possibilidade de serem levados para um local mais seguro", informou a administração da cidade pelo Telegram.

Os moradores podem se reacomodar na cidade de Kharkiv, cerca de 90 quilômetros a oeste, de onde podem ser transferidos para regiões mais seguras.

"Não negligenciem sua segurança, ou a de seus entes queridos", acrescentaram as autoridades ucranianas.

À tarde, o Exército ucraniano disse que "a situação continua sendo difícil, mas se mantém sob controle".

"Os russos estão tentando se impor e penetrar nas nossas defesas", reforçou, no Telegram, o porta-voz do Exército ucraniano no setor leste da frente.

O Ministério russo da Defesa anunciou, por sua vez, que o Exército "melhorou suas posições" na linha de frente perto de Kupiansk, após relatar avanços nesta área durante a semana.

 

- 'As pessoas estão em perigo' -

"Parece que os russos estão destruindo lugares na área de Kupiansk", afirmou Rostislav Melnikiv, acadêmico da Universidade de Kharkiv.

"As pessoas estão correndo risco de perder a vida, não apenas suas casas", disse ele à AFP.

Uma moradora da localidade de Kivsharivka, na periferia de Kupiansk, contou que estava se preparando para fugir com os filhos, mas que seu marido se recusou a deixar o lugar para ficar com a mãe idosa.

"É duro deixá-los para trás", desabafou Anna Koresh, de 36 anos, em conversa por telefone com a AFP.

A Ucrânia iniciou uma contraofensiva em junho, após receber um significativo reforço militar de potências ocidentais, mas tem reconhecido dificuldades em avançar, ante a resistência das tropas russas que invadiram o país no final de fevereiro de 2022.

 

- Ataques em território russo -

Nas últimas semanas, a Ucrânia multiplicou os ataques com drones aéreos, ou navais, contra territórios russos ou controlados pelas tropas russas, assim como na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Na região russa de Briansk, perto da fronteira com a Ucrânia, duas pessoas morreram, e duas ficaram feridas, em um bombardeio que as autoridades atribuíram às forças ucranianas.

A Rússia anunciou, ainda, que abateu 11 drones ucranianos perto da Crimeia e outros que se dirigiam para Moscou.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou em 30 de julho que a "guerra" estava chegando à Rússia.

 

- Perto do 'front' -

Na quarta-feira (9), as autoridades ucranianas informaram que pelo menos duas pessoas morreram, e sete ficaram feridas, em um ataque russo a Zaporizhzhia (sul).

Essa cidade, às margens do rio Dnieper, é uma posição estratégica, a pelo menos 44 quilômetros de uma das frentes do conflito.

Nadiya, uma moradora de 71 anos de Zaporizhzhia, disse à AFP nesta quinta que tinha ido se deitar, quando o bombardeio começou.

"Ouvi um 'bang'. Tinha fumaça preta. Vidro por toda parte. Comecei a gritar", contou.

 

 

AFP

RÚSSIA - O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nesta quinta-feira (10) que derrubou 11 drones ucranianos perto da península da Crimeia e dois aparelhos que seguiam em direção a Moscou, nas ações mais recentes de Kiev contra os territórios controlados pelo Kremlin.

"Dois veículos aéreos não tripulados que voavam em direção à cidade de Moscou foram destruídos", anunciou o ministério no Telegram.

Um aparelho foi neutralizado pela defesa aérea na região de Kaluga, ao sudoeste da capital, e o segundo no distrito de Odintsovsky, já na região moscovita.

Perto da cidade de Sebastopol, na Crimeia, dois drones "foram atingidos pelos equipamentos de defesa antiaérea e nove foram suprimidos por meio de guerra eletrônica", acrescentou o ministério.

O comunicado indica que não há informações de danos ou vítimas nas regiões afetadas.

A Ucrânia intensificou os ataques de drones aéreos ou navais nas últimas semanas contra os territórios controlados pela Rússia, em particular em Moscou e na península da Crimeia, anexada em 2014.

Na quarta-feira, as autoridades russas anunciaram que derrubaram dois drones de combate ucranianos direcionados contra Moscou.

Em quase uma semana, a capital russa foi alvo de pelo menos quatro ataques.

Moscou permaneceu à margem das hostilidades provocadas pelo conflito na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, até recentemente.

 

- "Resposta rápida" às ameaças -

A Crimeia é alvo recorrente das ações das tropas ucranianas, que se tornaram mais intensas nas últimas semanas.

No sábado, a Rússia afirmou que neutralizou um drone perto de Sebastopol, base de sua frota no Mar Negro.

Em julho, ataques com drones ucranianos contra a Crimeia provocaram a explosão de um depósito de munições e danificaram uma grande ponte no Estreito Kerch que liga a península com o território continental russo.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu em 30 de julho que a "guerra" estava chegando à Rússia, "a seus centros simbólicos e suas bases militares".

Os ataques aéreos contra os territórios controlados por Moscou aumentaram desde o início da contraofensiva de Kiev em junho, que, no entanto, registrou avanços modestos diante da grande resistência das tropas russas.

Na quarta-feira, as autoridades russas anunciaram que uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas em um bombardeio ucraniano contra a localidade de Gorkovski, perto da fronteira na região sul de Belgorod.

Em um discurso para comandantes militares, o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, mencionou a "multiplicação das ameaças sobre a segurança militar" nas fronteiras do país.

"As ameaças exigem uma resposta rápida e adequada", afirmou.

No outro lado da frente de batalha, um depósito de petróleo na região ucraniana de Rivne foi destruído por um "ataque de drones em larga escala" nesta quinta-feira, informou o governador local Vitaliy Koval.

Duas pessoas morreram e sete ficaram feridas em um ataque russo na quarta-feira contra a cidade ucraniana de Zaporizhzhia (sul), informou o ministro do Interior, Igor Klimenko.

No âmbito da contraofensiva, o Exército de Kiev reivindicou "avanços parciais" em alguns setores da frente de batalha. De modo paralelo, as tropas de Moscou anunciaram progressos no cerco a Kupiansk, no nordeste da Ucrânia.

 

 

AFP

UCRÂNIA - Novos bombardeios russos, desta vez contra a cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, deixaram pelo menos sete mortos e 67 feridos. Kiev acusa Moscou de usar armas químicas contra seus soldados e de atacar equipes de resgate, aumentando ainda mais o número de vítimas.

Apenas na segunda-feira (7), o centro de Pokrovsk, cidade localizada bem próxima da linha de frente na região de Donetsk, foi alvo duas vezes das investidas russas. As operações de resgate, interrompidas durante a noite devido ao risco de novos bombardeios, foram retomadas na madrugada de terça-feira (8), informou o ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou na segunda-feira que a Rússia havia atingido “um prédio residencial”. “Dois mísseis. Um prédio residencial atingido. Infelizmente, há vítimas”, postou o chefe de Estado ucraniano na rede social X (antigo Twitter).

Na publicação, Zelensky veicula um vídeo mostrando pessoas removendo os escombros de um prédio de cinco andares, ainda da era soviética, em que o último andar foi completamente destruído pelo bombardeio.

O local atacado é um complexo residencial, onde se encontra um restaurante muito popular, frequentado por jornalistas ucranianos e estrangeiros, além de voluntários, soldados em dias de folga e famílias com crianças.

O exército russo, por sua vez, afirmou nesta terça-feira ter atingido um centro de comando militar ucraniano em Pokrovsk: “Na área da localidade de Krasnoarmeïsk (nome soviético de Pokrovsk) (...) O centro do grupo ucraniano ‘Khortytsia’ foi atingido”, declarou o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov.

 

Estratégia russa

Os ataques de segunda-feira foram particularmente traumáticos para a população por utilizar, pelo menos duas vezes, um método muitas vezes usado pelos russos, principalmente em Kherson, mas também em seus ataques na Síria: um primeiro ataque contra civis, seguido por uma pausa para aguardar a chegada de resgate, e então um novo ataque, fazendo muitas vítimas entre os socorristas.

Das 67 pessoas feridas no ataque a Pokrovsk, duas são crianças, 27 são policiais, além de sete paramédicos. Entre os 7 mortos estaria o delegado-chefe de resgate da região de Donetsk, coronel Andriy Omelchenko.

 

Cloropricina, gás venenoso

A Ucrânia também afirma que armas químicas foram usadas por forças russas contra soldados ucranianos. De acordo com Kiev, houve o uso de cloropricina, um gás venenoso desenvolvido pela Rússia e usado nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial.

“O inimigo continua a usar munições químicas, violando todas as convenções", denunciou o general Oleksandr Tarnavskyi, comandante do grupo operacional estratégico em Tavria.

De acordo com o comandante ucraniano, o gás foi lançado durante duas sequências de ataque contra Novovasylivka, cidade da região de Zaporíjia. O cloropricina é uma arma proibida pelo direito internacional, lembrando que a Rússia é signatária da convenção contra o uso de armas químicas, o que proíbe o país de possuir ou produzir o produto, e principalmente de utilizá-lo.

 

Contraofensiva

O bombardeio ocorre após ataques ucranianos a duas pontes rodoviárias importantes às vias terrestres russas que ligam a Crimeia e a região de Kherson. Os ataques levaram as forças russas a redirecionarem o tráfego rodoviário das rotas de curta distância no leste para rotas mais longas no oeste, o que deve comprometer a logística da região.

Ainda assim, o avanço da contraofensiva ucraniana continua sendo fortemente questionado. Para Lukas Aubin, diretor de pesquisa do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas da França (IRIS), as manobras da contraofensiva ainda seriam “insignificantes” no contexto do conflito.

 

 

(Com informações da AFP)

Emmanuelle Chaze, correspondente da RFI 

SÍRIA - Dez membros das forças de segurança do regime sírio morreram na segunda-feira à noite em um ataque do grupo extremista Estado Islâmico (EI) na província de Raqa, norte da Síria, afirmou nesta terça-feira (8) o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

“O EI atacou posições e postos de controle de integrantes das forças do regime e incendiou veículos militares”, afirmou OSDH.

Seis soldados ficaram feridos, alguns deles gravemente, segundo a ONG.

As forças governamentais controlam setores no leste e sul da província de Raqa. Milícias curdas controlam a maior parte do norte.

A cidade de Raqa foi durante anos a capital do “califado” autoproclamado do Estado Islâmico, até a expulsão do grupo da localidade em 2017.

Na semana passada, o EI anunciou a morte de seu líder, Abu al Husein al Huseini al Qurashi, em confrontos no noroeste da Síria.

Desde o fim do ano passado, o EI intensifica os ataques na Síria, onde perdeu seus últimos redutos em 2019, derrotado pelas forças curdas e a coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos.

No domingo passado, seis militares sírios morreram em ataques do EI, informou o OSDH.

 

AFP

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