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FLÓRIDA — O helicóptero experimental Ingenuity, da Nasa (Agência Aeroespacial dos Estados Unidos), subiu da superfície de Marte para o ar rarefeito do planeta nesta segunda-feira, 19, realizando o primeiro voo motorizado em outro planeta.

O triunfo foi saudado como um momento dos Irmãos Wright. O mini helicóptero de 1,8 quilo, na verdade, carregava um pouco do tecido da asa do Wright Flyer 1903, que fez história semelhante em Kitty Hawk, Carolina do Norte.

"Dados do altímetro confirmam que o Ingenuity realizou seu primeiro voo, o primeiro voo de uma aeronave motorizada em outro planeta", disse o piloto-chefe do helicóptero na Terra, Havard Grip, com a voz embargada enquanto seus companheiros explodiam em gritos de alegria.

Os controladores de voo da Califórnia confirmaram o breve salto do Ingenuity depois de receber dados através do rover (um veículo espacial) Perseverance, que ficou vigiando a mais de 65 metros de distância. O Ingenuity chegou em Marte acoplado no Perseverance.

A demonstração do helicóptero de US$ 85 milhões (R$ 475 milhões) foi considerada de alto risco, mas trouxe uma alta recompensa.

A gerente de projeto MiMi Aung e sua equipe tiveram que esperar mais de três horas excruciantes antes de saber se o voo pré-programado teve sucesso a 287 milhões de quilômetros de distância. Para aumentar a ansiedade, um erro de software impediu o helicóptero de decolar uma semana antes e fez com que os engenheiros lutassem para encontrar uma solução.

Aplausos, gritos e risos explodiram no centro de operações quando o sucesso foi finalmente declarado e quando a primeira foto em preto e branco do Ingenuity apareceu nas telas, mostrando sua sombra enquanto pairava sobre a superfície de Marte. Em seguida, vieram as impressionantes imagens coloridas do helicóptero descendo de volta à superfície, tiradas pelo Perseverance, "o melhor hospedeiro que o pequeno Ingenuity poderia esperar", disse Aung, agradecendo a todos.

A NASA estava planejando um voo de 40 segundos e, embora os detalhes fossem inicialmente escassos, a nave atingiu todos os seus alvos: girar, decolar, pairar, descer e pousar.

Para realizar tudo isso, as pás gêmeas do rotor em contra-rotação do helicóptero precisavam girar a 2.500 rotações por minuto - cinco vezes mais rápido do que na Terra. Com uma atmosfera de apenas 1% da espessura da Terra, os engenheiros tiveram que construir um helicóptero leve o suficiente - com as lâminas girando rápido o suficiente - para gerar essa elevação de outro mundo. Ao mesmo tempo, tinha que ser forte o suficiente para resistir ao vento marciano e ao frio extremo.

Depois de mais de seis anos de construção, o Ingenuity é um barebones de 0,5 metros de altura, um helicóptero esguio de quatro patas. Sua fuselagem, contendo todas as baterias, aquecedores e sensores, é do tamanho de uma caixa de lenços de papel. Os rotores de fibra de carbono e preenchidos com espuma são as peças maiores: cada par se estende por 1,2 metro ponta a ponta.

O helicóptero é coberto por um painel solar para recarregar as baterias, crucial para sua sobrevivência durante as noites marcianas de 90ºC negativos.

A NASA escolheu uma área plana e relativamente livre de rochas para o campo de aviação do Ingenuity, medindo 10 metros por 10 metros. Descobriu-se que ficava a menos de 30 metros do local de pouso original na cratera de Jezero. O helicóptero foi liberado do rover para o campo de aviação no dia 3 de abril.

Comandos de voo foram enviados no domingo, depois que os controladores enviaram uma correção de software para a rotação da pá do rotor.

O pequeno helicóptero com um trabalho gigante atraiu a atenção de todo o mundo, desde o momento em que foi lançado com o Perseverance em julho passado até agora.

Até mesmo Arnold Schwarzenegger se juntou à diversão, torcendo pela Ingenuity no fim de semana via Twitter. "Vá para o helicóptero!", gritou, reencenando uma linha de seu filme de ficção científica de 1987 "Predator".

Estão planejados até cinco voos de helicóptero, cada um mais ambicioso que o outro. Se for bem-sucedida, a demonstração poderá abrir caminho para uma frota de drones marcianos nas próximas décadas, fornecendo vistas aéreas, transportando pacotes e servindo como batedores para astronautas. Helicópteros de alta altitude aqui na Terra também podem se beneficiar — imagine os helicópteros navegando facilmente no Himalaia.

A equipe do Ingenuity tem até o início de maio para concluir os voos de teste. Isso porque o rover precisa continuar com sua missão principal: coletar amostras de rochas que possam conter evidências de vida marciana passada, para retornar à Terra daqui a uma década.

Até então, o Perseverance zelará pelo Ingenuity. Os engenheiros de voo os chamam carinhosamente de Percy e Ginny. "A irmã mais velha está assistindo", disse Elsa Jensen da Malin Space Science Systems, a principal operadora de câmera dos robôs./AP

 

 

*Por: ESTADÃO

EUA - O espaço em volta da Terra está cada vez mais povoado. São cada vez mais satélites enviados para a órbita terrestre, quer pelas agências espaciais dos vários países, quer pelas companhias privadas com essa capacidade tecnológica. A SpaceX, de Elon Musk, é neste momento a principal protagonista dessa ocupação, com a constelação Starlink.

Projetada para fornecer internet a partir do espaço, a Starlink tinha, no início (2017/18), o objetivo de colocar em órbita terrestre cerca de 10 mil minissatélites que, implementados num sistema em rede, poderiam fornecer o sinal de internet para qualquer parte do globo. A construção e colocação em órbita tornou-se tão simples e eficaz, que esse número rapidamente foi ampliado, podendo a ambição deste projeto atingir uma rede de 30 mil satélites.

A ideia é bem-vinda, mas torna-se um problema quando esses satélites podem formar uma barreira “invisível” a todos os outros engenhos em órbita. Além da SpaceX, que pretende instalar a constelação de 15 mil a 30 mil minissatélites, também a Amazon anunciou recentemente planos para lançar uma constelação de mais de 3 mil satélites com o mesmo objetivo da SpaceX: fornecer conexão à internet em estratégia concorrencial. Mas não só. Estão em marcha novas constelações de satélites de internet russa e de orientação GPS europeu (Galileo).

O anúncio desse acordo foi divulgado na última quinta-feira (18) em comunicado da Nasa, a agência espacial norte-americana, revelando que o objetivo é “formalizar o forte interesse de ambas as partes no compartilhamento de informações para manter e melhorar a segurança espacial”.

“Com as empresas comerciais a lançar mais e mais satélites, é fundamental que aumentemos as comunicações, troquemos dados e estabeleçamos as melhores práticas para garantir um ambiente espacial seguro”, diz Steve Jurczyk, administrador interino da Nasa, citado no comunicado.

Pelo acordo, e para que não haja uma eventual dúvida, ficou estabelecido que a SpaceX usará o recurso de prevenção de colisão autônoma de seus satélites Starlink para os mover, no caso de qualquer aproximação com um engenho da Nasa, com clara colaboração das empresas visadas. O acordo não é novidade para a agência, pois outros semelhantes têm sido estabelecidos com várias entidades.

 

Constelação Starlink

Desde fevereiro de 2018, data em que foram lançados os primeiros dois minissatélites de teste (Tintin A e B), a constelação Starlink já cresceu muito além das expectativas iniciais do projeto. Atualmente, essa rede da SpaceX já soma 1.200 minissatélites em órbita, sendo que 310 foram lançados só este ano.

Se for considerado que, com a aprovação da Federal Communications Commission, agência reguladora de telecomunicações nos Estados Unidos, a SpaceX tem carta branca para instalar cerca de 12 mil satélites em diversas altitudes e inclinações, rapidamente o espaço vai ficar “recheado” de objetos artificiais. À falta de uma coordenação eficaz, esse quadro pode se tornar verdadeira bomba-relógio, caso exista uma colisão no espaço

Além disso, a Estação Espacial Internacional e o lixo espacial que envolve as várias camadas da órbita terrestre se deslocam a velocidades elevadíssimas, podendo atingir em média os 21 mil quilômetros por hora. Uma colisão entre objetos a essa velocidade poderia comprometer as vias de comunicação entre os diversos pontos da Terra, além das estações de vigilância e controle científico, meteorológico e de navegação.

 

Internet para todos

Na página do grupo SpaceX, podemos ler que o fornecimento e serviço de internet Starlink já funciona numa versão “beta inicial”, em nível internacional, e pretende continuar a expansão até a cobertura global ainda este ano.

Durante esta versão beta, usuários já contam com velocidade de dados a variar entre os 50 megabytes por segundo (MB/s) e 150 MB/s e a latência de 20 milissegundos(ms) a 40 ms na maioria dos locais. Há também alertas para breves períodos sem conectividade.

“À medida que lançamos mais satélites, instalamos mais estações terrestres e melhoramos nosso software de rede, a velocidade de dados, a latência e o tempo de atividade melhorarão drasticamente”, diz a SpaceX.

Com esses valores, a internet por fibra, fornecida pelas operadoras terrestres, tem clara vantagem. Mas a questão aqui é fazer chegar logo a internet a qualquer parte da superfície do planeta, sem precisar de grandes instalações.

Se a SpaceX conseguir concretizar esse projeto - e com provas do seu funcionamento com 1,2 mil minissatélites, com 10 mil já autorizados (com eventual ampliação para 30 mil) - o fornecimento do sinal internet global pelo espaço será uma realidade em curto prazo.

 

Perigos de colisão

Muitas vezes olhamos para cima e não nos damos conta do que paira sobre as nossas cabeças. Sabemos que existem satélites artificiais e são eles que nos fornecem muitos dos serviços que utilizamos. Mas será que nos apercebemos dos riscos, caso ocupemos demais o céu?

Podemos sempre pensar que o céu “é tão grande e os satélites tão pequenos”. Contudo, se se considerar que desde a década de 60, ano em que foi lançado o primeiro satélite artificial (Sputnik I), já foram enviados para a órbita terrestre milhares de satélites, fora o lixo que está por lá, essa visão pode mudar.

Segundo a Union of Concerned Scientists, que mantém uma lista de dados de satélites ativos em órbita, até 1º de abril de 2020 havia um total de 2.666 satélites no espaço, dos quais 1.918 estavam em órbita baixa da Terra.

Esses números, do ano passado, foram acrescidos de muitos mais lançamentos, entre eles as dezenas de satélites da SpaceX.

A empresa de pesquisa Euroconsult prevê que a década de 2020 seja dos pequenos satélites, com uma média de mil lançamentos por ano. Para colocar essa visão em perspectiva, em 2019 foram lançados 385 minissatélites. Só a SpaceX, entre 2020 e a data atual, já lançou mais de 750 minissatélites.

Os 3,5 mil satélites estimados em órbita atualmente são apenas os considerados ativos, pois há mais do que o dobro desse número perdidos, desativados e incomunicáveis.

Além disso, há outro mundo de engenhos espaciais: a Estação Espacial Internacional, o Telescópio Espacial Hubble, estágios de foguetes, ou mesmo porcas, parafusos e ferramentas deixados ou perdidos pelos astronautas, sem mencionar os milhões de objetos menores e mais difíceis de rastrear, como manchas de tinta e pedaços de plástico.

Estima-se que o número total de objetos na órbita da Terra fique próximo dos 29 mil para tamanhos maiores do que dez centímetros, 670 mil para tamanhos maiores do que um centímetro e mais de 170 milhões para tamanhos maiores que um milímetro.

 

 

*Por Nuno Patrício - Repórter da RTP

EUA - Sabemos que exoplanetas são comuns na nossa galáxia, mas questões de vida alienígena e civilizações extraterrestres são tema de especulação desde sempre. Dado que ainda não encontramos evidências de nenhum dos dois, os astrônomos estão atualmente interessados ​​em como podemos encontrá-los. Uma nova pesquisa sugere um método peculiar: procurar poluição.

O trabalho foi aceito para publicação no Astrophysical Journal, e nele a equipe responsável por esta pesquisa discute como o dióxido de nitrogénio (NO2) pode ser utilizado para encontrar civilizações alienígenas. Na Terra, o gás é um subproduto da combustão, e poderia ser visível nas observações da atmosfera de planetas distantes com os telescópios de última geração.

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Os astrônomos procuram alguns marcadores de vida na atmosfera desses exoplanetas. Estas são bioassinaturas. Mas agora também exploram as “tecnossignaturas” – moléculas que estariam presentes no ar daqueles mundos distantes na presença de civilizações industrializadas.

Descobrir dióxido de nitrogénio fora da Terra não seria assim tão linear. O gás também é produzido naturalmente, então os astrônomos terão que estimar se o sinal que observam é suficiente para ser produzido por uma sociedade tecnológica.

“Na Terra, cerca de 76% das emissões de NO2 são devidas à atividade industrial”, explicou Giada Arney, da NASA Goddard, coautor do artigo. “Se observarmos mais NO2 do que os nossos modelos sugerem ser plausível de fontes não industriais, então o restante do NO2 pode ser atribuído à atividade industrial”.

Nuvens e outros aerossóis também podem criar falsos positivos. Para a próxima etapa deste projeto, a equipa deseja criar modelos melhores para a atmosfera dos planetas, para que possa ter uma abordagem mais realista de como seria um sinal de dióxido de nitrogénio.

 

 

*Por: ISTOÉ DINHEIRO

MUNDO - Sobre a América do Sul e o sul do Oceano Atlântico, o campo magnético que fica ao redor da Terra tem um ponto especialmente fraco, nomeado de Anomalia do Atlântico do Sul.

A Nasa, agência espacial americana, monitora essa anomalia e percebeu que tem ocorrido uma evolução nessa região. O problema disso? O fato do campo magnético ser mais fraco pode causar grandes problemas para satélites e espaçonaves.

Os problemas da Anomalia do Atlântico do Sul

O campo magnético que envolve a Terra é responsável por guiar bússolas e gera influência na migração de animais, mas, principalmente, ele protege a Terra ao repelir partículas energéticas que vêm do Sol.

A existência da Anomalia do Atlântico do Sul faz com que algumas dessas partículas solares se aproximem mais que o normal da superfície terrestre, podendo derrubar computadores de bordo e atrapalhar a coleta de dados de satélites.

Um satélite, por exemplo, pode entrar em curto-circuito caso seja atingido e sofrer danos permanentes.

E apesar dessa anomalia não causar impactos diretos na vida na Terra, o fato dela estar crescendo e se expandindo para o oeste pode causar mais dificuldades para missões de satélites.

Além disso, a região mais fraca também começou a se dividir em dois lobos.

É por isso que um grupo de cientistas da Nasa tem monitorado a Anomalia do Atlântico do Sul, para prever mudanças futuras e ajudar o mundo a se preparar para os desafios que podem surgir em relação a satélites e humanos nos espaço.

 

 

*Por: VIX.com

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