UCRÂNIA - A Ucrânia vai receber armas e munições necessárias para todos os meses do próximo ano para lutar contra a invasão russa, disse hoje o ministro da Defesa do governo de Kyiv, Oleksii Reznikov.
Durante um programa especial emitido pelas cadeias de televisão ucranianas, citado pela Interfax-Ucrânia, o responsável pela pasta da Defesa adiantou que a Ucrânia assinou vários contratos com outros países sobre aquisição de armamento durante os próximos meses.
"A indústria militar norte-americana já está a funcionar. Quero dizer, um dos temas chave de cada reunião sob o 'formato Ramstein' [denominação sobre os encontros da Defesa ucraniana com outros países] é executar as capacidades dos outros países que apoiam a Ucrânia nesta guerra", disse Reznikov.
"Já se fizeram pedidos, e não apenas aos Estados Unidos, mas também, à Alemanha, França, Eslováquia, República Checa, Roménia e outros países", disse.
"Digo-o com franqueza, sem revelar segredos. Tenho muitos contratos assinados para nos abastecermos das armas necessárias e as munições correspondentes. Sei, com toda a certeza, que os ministros da Defesa de vários países vão confirmar-me que também assinaram contratos (com a Ucrânia)", acrescentou.
A agência de notícias ucraniana recorda que Lloyd Austin, secretário para a Defesa dos Estados Unidos, já disse em novembro que, pelo menos, seis países anunciaram mais ajuda militar à Ucrânia, na sétima reunião sob o "formato Ramstein".
Hoje, o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, desloca-se aos Estados Unidos na primeira visita ao estrangeiro desde o início da invasão russa, em fevereiro, para obter mais ajuda para a defesa da Ucrânia.
Durante a visita, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve anunciar o novo pacote de ajuda militar à Ucrânia e que ascende aos dois mil milhões de dólares, incluindo uma bateria de mísseis Patriot, um sistema de defesa que Kyiv tem vindo a solicitar a Washington nos últimos meses.
por Lusa
RÚSSIA - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (20) que a situação nas quatro regiões da Ucrânia que Moscou afirma ter anexado é “extremamente difícil”.
“A situação nas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia é extremamente difícil”, declarou Putin ao Serviço Federal de Segurança.
O chefe de Estado se dirigiu em particular aos agentes de segurança que vivem nas “novas regiões da Rússia”.
“As pessoas que moram nestas regiões, os cidadãos da Rússia, dependem de vocês, da sua proteção”, declarou.
Putin também disse que precisa da “máxima compostura e concentração das forças” nas operações de contra-inteligência da Rússia.
“É necessário suprimir rigorosamente as ações dos serviços de inteligência estrangeiros, identificar rapidamente os traidores, espiões e sabotadores”, acrescentou.
Em setembro, Putin anunciou a anexação de quatro territórios ocupados do sul e leste da Ucrânia, depois que as autoridades designadas por Moscou organizaram referendos, considerados uma farsa por Kiev e seus aliados ocidentais.
Mas as tropas russas não controlam de maneira completa nenhuma destas regiões e no mês passado foram expulsas da capital regional de Kherson, que tem o mesmo nome, depois de uma contraofensiva ucraniana.
Após vários reveses na frente de batalha, Moscou mudou de estratégia e passou a concentrar os esforços em uma campanha de bombardeios aéreos contra instalações militares e do setor de energia da Ucrânia.
UCRÂNIA - As Forças Armadas ucranianas destruíram pelo menos dois depósitos de munições e posições do sistema antiaéreo russo durante os combates no leste do país.
Os soldados ucranianos da aviação realizaram seis ataques a áreas de concentração de pessoal militar russo, armas e equipamento, bem como três ataques a posições das Forças Armadas russas de sistemas de mísseis antiaéreos, informou a comunicação social "Unian".
No entanto, o Estado-Maior-Geral ucraniano não forneceu pormenores sobre os locais afetados, de acordo com um relatório do Estado-Maior-Geral ucraniano publicado no domingo à noite, tal como relatado pela agência dpa.
A Rússia sofreu perdas nos combates em torno da cidade de Donbas em Bajmut, onde uma unidade russa de entre 400 e 800 homens foi emboscada e "posta fora de ação", disse o conselheiro presidencial Oleksiy Arestovich.
A cidade de Donetsk, controlada pela Rússia, também esteve sob fogo de artilharia ucraniana várias vezes durante o dia. Um hospital foi atingido e as autoridades dizem que há muitos feridos, como noticiado pela agência noticiosa russa TASS.
Fonte: (EUROPA PRESS)
por Pedro Santos / NEWS 360
UCRÂNIA - Um presente da Ucrânia explodiu no principal centro de comando da polícia polonesa em Varsóvia na última quarta-feira (14/12), ferindo duas pessoas. A Polônia, um dos aliados mais próximos de Kiev, pediu explicações à Ucrânia sobre o incidente. O caso está sendo investigado.
O comandante de polícia polonês, Jaroslaw Szymczyk, recebeu o pacote em uma visita de trabalho a Kiev no começo da semana, informou o Ministério do Interior da Polônia na quinta-feira.
Com a explosão, Szymczyk sofreu ferimentos leves e foi levado a um hospital, onde permanece internado em observação. Um funcionário civil também ficou ferido, mas não precisou de atendimento médico.
A explosão aconteceu em uma sala ao lado do escritório de Szymczyk. O presente foi dado pelo chefe de uma autoridade ucraniana.
Segundo o Ministério do Interior polonês, durante a viagem ao país vizinho, Szymczyk reuniu-se com líderes do Serviço de Situações de Emergência da Polícia da Ucrânia no domingo e na segunda-feira. As autoridades não divulgaram o que havia dentro do pacote.
No início de dezembro, uma carta-bomba foi detonada na embaixada ucraniana na Espanha. A polícia espanhola desarmou outros envelopes, entre eles, um que havia sido enviado para o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Após o incidente, 31 pacotes suspeitos ou com ameaças foram recebidos por missões diplomáticas ucranianas em diferentes países – eles continham olhos de animais e foram apelidados de "pacotes sangrentos".
O ministro do Exterior da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que eles parecem ter sido enviados a partir da Alemanha e que trabalha nas investigações com homólogos internacionais em vários países. A suspeita é que esses incidentes estariam ligados à guerra na Ucrânia.
Há exatamente um mês, um míssil caiu na Polônia, a menos de 10 quilômetros da fronteira com a Ucrânia. Dois cidadãos poloneses morreram.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a explosão foi provavelmente resultado de um míssil de defesa aérea da Ucrânia e que não havia nenhum indício de um ataque deliberado.
Aliados próximos
A Polônia é um dos aliados mais próximos da Ucrânia e tem fornecido a Kiev ajuda militar e humanitária. Além disso, é o país que mais acolheu refugiados ucranianos desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em maio, o presidente polonês,Andrzej Duda, foi o primeiro chefe de Estado estrangeiro a falar ao Parlamento ucraniano desde o começo da guerra, demonstrando solidariedade e a apoio para a entrada da Ucrânia na União Europeia.
le/bl (Lusa, Reuters, AFP, ots)
UCRÂNIA - A Vice-Ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, reconheceu na quarta-feira que um novo decreto de mobilização para reforçar as forças armadas no contexto da invasão russa poderia ser anunciado já em 2023.
Segundo Maliar, existe uma "necessidade" de substituir os soldados que foram feridos, bem como de dar alívio aos que lutam desde as primeiras fases da guerra, que a Rússia começou no final de Fevereiro.
Falando ao canal de televisão 1+1 e reportado pela agência UNIAN, o vice-ministro reconheceu que ainda é "difícil prever" quando a mobilização será anunciada, e se será finalmente levada a cabo, uma vez que a medida depende sempre da situação na frente.
As declarações de Maliar chegam um dia depois do Ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano Dimitro Kuleba ter alertado para a possibilidade de a Rússia poder lançar uma nova ofensiva em grande escala nos primeiros meses do próximo ano.
por Pedro Santos / NEWS 360
UCRÂNIA - O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, informou nesta quarta-feira,14, cedo que ocorreram explosões na capital ucraniana.
Klitschko disse também que vários dos ataques com drones foram repelidos pela defesa antiaérea, como foi posteriormente confirmado pelo chefe da Administração Militar Regional de Kiev, Oleksiy Kuleba.
"A manhã na capital e na região de Kiev começou com um ataque de zangões russos. A maioria dos drones foi abatida pelas forças de defesa aérea da região", disse Kuleba.
"O alerta aéreo continua. O perigo permanece (...) A Rússia continua a aterrorizar o país com energia, mas estamos a ficar cada vez mais fortes", disse o chefe da administração militar da região.
Contudo, de acordo com informações preliminares das autoridades, dois edifícios administrativos foram alegadamente danificados, enquanto as informações sobre possíveis baixas estão a ser esclarecidas.
Instou também os cidadãos a permanecerem em abrigos e lugares seguros por enquanto.
Por volta das 06.00 horas, as autoridades ucranianas anunciaram um alerta aéreo nas regiões de Kiev, Yitomir e Vinitsia, relata o Unian.
Pedro Santos / NEWS 360
KIEV – As forças russas atingiram alvos no leste e no sul da Ucrânia com mísseis, drones e artilharia, disse o Estado-Maior da Ucrânia nesta segunda-feira, enquanto milhões permaneciam sem energia em temperaturas abaixo de zero após novos ataques a infraestruturas importantes.
Em uma onda de diplomacia no fim de semana, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, conversou com os líderes de Estados Unidos, França e Turquia antes das reuniões planejadas do Grupo dos Sete (G7) e da União Europeia na segunda-feira, que podem acordar novas sanções contra a Rússia.
Não há negociações de paz e não há fim à vista para o conflito mais mortífero na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, que Moscou descreve como uma “operação militar especial” e a Ucrânia e seus aliados chamam de ato de agressão não provocada.
A Rússia ainda não vê uma abordagem “construtiva” dos Estados Unidos sobre o conflito na Ucrânia, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Vershinin, segundo a agência de notícias RIA. Os dois países têm mantido uma série de contatos na Turquia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse a Zelenskiy durante uma ligação no domingo que Washington estava priorizando os esforços para aumentar as defesas aéreas da Ucrânia, afirmou a Casa Branca. Zelenskiy disse que agradeceu a Biden pela ajuda “de defesa e financeira sem precedentes” que os EUA têm fornecido.
Na Ucrânia, o porto de Odessa, no Mar Negro, retomou nesta segunda-feira as operações que haviam sido suspensas depois que a Rússia usou drones fabricados no Irã no sábado para atingir duas instalações de energia. A energia elétrica está sendo restabelecida lentamente para cerca de 1,5 milhão de pessoas, disseram autoridades.
Zelenskiy disse que outras áreas que enfrentam condições “muito difíceis” com o fornecimento de energia incluem a capital Kiev e a região de Kiev e quatro regiões no oeste da Ucrânia e a região de Dnipropetrovsk no centro do país.
Não houve relatos de novos ataques ou apagões na segunda-feira.
Em sua atualização diária sobre a situação militar em todo o país, o Estado-Maior da Ucrânia disse que suas forças repeliram ataques russos a quatro assentamentos na região de Donetsk, no leste, e a oito assentamentos na região adjacente de Luhansk.
A Rússia manteve seus ataques contra Bakhmut, que agora está em ruínas, Avdiivka e Lyman, e lançou dois ataques com mísseis contra a infraestrutura civil em Kostyantynivka, todos na região de Donetsk – uma das quatro que Moscou afirma ter anexado da Ucrânia depois de ” referendos” considerados ilegais por Kiev.
Em outros lugares, as forças russas realizaram mais de 60 ataques de sistemas de foguetes visando a infraestrutura civil em Kherson, a cidade do sul libertada pelas forças ucranianas no mês passado, e tropas ucranianas baseadas lá, segundo o Estado-Maior.
A Rússia também bombardeou assentamentos ao longo da linha de frente de Zaporizhzhia, no centro-sul da Ucrânia, afirmam os militares da Ucrânia, enquanto as forças ucranianas atingiram pontos de controle russos, depósitos de munições e outros alvos.
A Reuters não pôde verificar de forma independente os relatos do campo de batalha.
Por Nick Starkov / REUTERS
DONETSK - As autoridades pró-russas na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, disseram nesta segunda-feira, 12, que cerca de 4.400 civis foram mortos pelas forças armadas ucranianas na região desde que a invasão russa começou em Fevereiro.
"Durante os 298 dias de escalada, 4.376 pessoas, incluindo 132 crianças, foram mortas. Nos territórios dentro das fronteiras estabelecidas antes do início da operação militar especial, foram feridos 2.247 civis e 153 menores", disse o Centro Conjunto de Controlo e Coordenação de Questões de Crimes de Guerra da Ucrânia.
No total, as autoridades pró-russas registaram 87 casos de violações dos direitos humanos, incluindo quatro contra menores, e alertaram para a presença de minas anti-pessoal. Observaram também que 9.000 edifícios residenciais foram danificados, bem como 2.143 instalações civis, incluindo 111 centros médicos, 431 estabelecimentos de ensino e 59 infra-estruturas "críticas".
"Neste momento é impossível estabelecer definitivamente os dados sobre danos e destruição de edifícios residenciais e infra-estruturas civis nos territórios libertados durante a operação militar especial", afirmou numa mensagem na sua conta Telegrama, antes de detalhar que as forças ucranianas realizaram mais de 13.250 ataques do exército ucraniano, "incluindo 12.944 com armas pesadas".
por Pedro Santos / NEWS 360
PERTO DE BAKHMUT – As forças russas bombardearam toda a linha de frente na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, disseram autoridades ucranianas, parte do que parece ser a ambição reduzida do Kremlin de assegurar apenas a maior parte do território que tem reivindicado.
Os combates mais violentos ocorreram perto das cidades de Bakhmut e Avdiivka, disse o governador da região, Pavlo Kyrylenko, em entrevista à televisão. Cinco civis foram mortos e dois feridos no dia anterior em partes de Donetsk controladas pela Ucrânia, disse ele nesta sexta-feira.
“Toda a linha de frente está sendo bombardeada”, declarou ele, acrescentando que as tropas russas também estão tentando avançar perto de Lyman, que foi recapturada pelas forças ucranianas em novembro, um dos vários reveses no campo de batalha sofridos pela Rússia nos últimos meses.
Em Bakhmut e em outras partes da região de Donetsk vizinhas à província de Luhansk, as forças ucranianas responderam com uma série de foguetes, disse uma testemunha da Reuters.
“Os russos intensificaram seus esforços em Donetsk e Luhansk”, disse o conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych em um post de vídeo.
“Eles estão agora em uma fase muito ativa de tentar conduzir operações ofensivas. Não estamos avançando para lugar nenhum, mas sim defendendo, destruindo a infantaria e o equipamento do inimigo onde quer que ele tente avançar.”
Em um relatório nesta sexta-feira, o Estado-Maior ucraniano disse que suas forças atacaram posições russas e pontos de concentração de tropas em pelo menos meia dúzia de cidades no sul da Ucrânia.
As perdas russas totalizaram cerca de 240 feridos, com três depósitos de munição e vários equipamentos militares destruídos, acrescentou.
A Reuters não conseguiu verificar os relatos do campo de batalha.
OBJETIVOS DE GUERRA MUDADOS?
O presidente Vladimir Putin deu declarações conflitantes sobre os objetivos da guerra, mas agora está claro que os objetivos incluem alguma expansão das fronteiras da Rússia. Isso contrasta com os comentários no início da “operação militar especial” da Rússia em fevereiro, quando ele disse que seus planos não incluíam a ocupação de terras ucranianas.
Putin repetiu nesta sexta-feira sua acusação de que o Ocidente está “explorando” a Ucrânia e usando seu povo como “bucha de canhão” em um conflito com a Rússia, e que o desejo do Ocidente de manter seu domínio global está aumentando os riscos de conflito.
“Eles deliberadamente multiplicam o caos e agravam a situação internacional”, disse Putin em uma mensagem de vídeo para uma cúpula de ministros da Defesa da Organização de Cooperação de Xangai e um grupo de ex-estados soviéticos.
O Kremlin afirmou na quinta-feira que estava decidido a garantir pelo menos a maior parte dos territórios no leste e no sul da Ucrânia, mas parecia desistir de tomar outras terras no oeste e nordeste que a Ucrânia recapturou.
A Rússia proclamou em outubro que havia anexado quatro províncias logo após realizar os chamados referendos que foram rejeitados como falsos e ilegais pela Ucrânia, o Ocidente e a maioria dos países nas Nações Unidas.
Por Vladyslav Smilianets / REUTERS
RÚSSIA - A guerra de Vladimir Putin na Ucrânia tem criado fatos inéditos na geopolítica e na economia global. Aqui vão três deles. O primeiro: uma guerra mundial não declarada, em que o Ocidente (leia-se Otan) dá dinheiro, treinamento e armamento para os ucranianos lutarem contra a poderosa Rússia. O segundo: um propósito de guerra nebuloso. Não está claro se o presidente russo quer incorporar o território vizinho, controlar o governo de Kiev ou supostamente libertar regiões de maioria russa, Donetsk e Luhansk, da opressão nazista (esse foi um dos argumentos para a invasão). O terceiro e mais recente fato: é o comprador que decide quanto pagar pelo petróleo da Rússia. Mais exatamente US$ 60 o barril. Desde a segunda-feira (5), esse é o teto que 27 países da União Europeia (UE), do G7 e da Austrália decidiram oferecer pelo óleo do país de Putin, segundo maior exportador mundial do combustível, atrás apenas da Arábia Saudita. O valor é bem abaixo do preço de mercado. Hoje, o tipo Brent é negociado acima de US$ 76.
O que isso significa? Na teoria, é mais uma arma financeira para estrangular a máquina de guerra da Rússia, pressionando o país a desistir da agressão ao vizinho. O governo russo, além de sofrer com sanções no comércio internacional, vai lucrar menos com sua principal fonte de receita. Por consequência, o presidente Putin terá menos dinheiro para gastar. Mas na prática não é bem assim. Os russos já rejeitaram a limitação do preço do petróleo e dizem que a estratégia militar contra a Ucrânia não será afetada. Segundo o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov, o país analisa suspender a venda de combustíveis para mercados que façam parte do boicote, priorizando nações como China e Índia. “Não aceitaremos o teto. Estamos avaliando como reagir a essa provocação.”
O problema é que a Rússia depende tanto do dinheiro do petróleo quanto o mundo depende do petróleo russo. A questão energética é fundamental para a Europa, dependente do combustível russo para abastecer carros, movimentar a indústria e até aquecer as casas durante o inverno. E o protagonismo da energia na guerra tem ficado evidente nas últimas semanas. Os mais recentes bombardeios russos contra as infraestruturas do setor de energia da Ucrânia deixaram milhões de famílias sem luz, água e calefação, em um momento de temperaturas baixas com a aproximação do inverno.
NEGOCIAÇÃO
A definição de um teto para o petróleo russo não foi capaz de barrar a guerra, mas movimentou as peças no tabuleiro da diplomacia. Na semana passada, Putin ligou para o chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz, para reclamar do apoio financeiro e militar da Otan à Ucrânia. Segundo agências internacionais, o presidente russo teria reconhecido que o exército russo sofreu derrotas humilhantes em território ucraniano, com as maiores baixas desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia (e eleita a mulher mais poderosa do mundo em 2022 pela Forbes) também tem mantido firme a ideia de sustentar as retaliações financeiras aos russos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também entrou em cena. Ele afirmou que está disposto a conversar com Putin, mas condicionou a negociação a uma postura mais flexível do presidente russo e se houver disposição de acabar com a guerra e retirar as suas tropas da Ucrânia. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, reforçou que a Rússia rejeita as condições de Biden. “A operação militar vai continuar”, afirmou. Diante dos últimos acontecimentos, o petróleo entrou definitivamente para o centro da guerra, mas não há sinais de que o conflito irá esfriar.
por Jaqueline Mendes / ISTOÉ DINHEIRO
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