UCRÂNIA - O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu na terça-feira (25) ajuda financeira à comunidade internacional para cobrir um futuro déficit orçamentário de 38 bilhões de dólares causado pela invasão russa, enquanto os combates continuavam no sul e no leste do país, especialmente em Bakhmut.
Em discurso gravado em vídeo, Zelensky pediu aos participantes de uma conferência sobre a reconstrução da Ucrânia em Berlim que tomassem "uma decisão para eliminar o rombo no déficit orçamentário ucraniano" até 2023. "É uma quantia muito importante, de 38 bilhões de dólares, são os salários dos professores, dos médicos, benefícios sociais, aposentadorias."
O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, disse que a reconstrução da Ucrânia será um "trabalho de gerações" que deveria começar imediatamente. "O que está em jogo é nada menos do que a criação de um novo Plano Marshall para o século XXI", afirmou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que também compareceu à reunião, chamou de "desconcertante" o alcance da destruição. "O Banco Mundial estima que o custo dos danos será de 350 bilhões de euros, e isso é mais do que um país ou uma união pode fornecer por conta própria. Precisamos de todos."
- Presidente alemão em Kiev -
A conferência em Berlim começou assim que o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, chegou a Kiev para a sua primeira visita à Ucrânia. Ele disse que estava "ansioso pelo encontro" com Zelensky e "com o povo do norte do país", para onde se dirigiu a fim de "ter uma ideia da vida em meio à guerra", segundo o texto enviado por seu porta-voz, Cerstin Gammelin.
A visita de Steinmeier, inicialmente planejada para uma semana atrás, foi cancelada por motivos de segurança. Desde 10 de outubro, a capital ucraniana tem sido alvo de mísseis e drones russos de fabricação iraniana, que visam principalmente a infraestruturas de energia e já causaram uma dezena de mortes.
A série de atentados levou a operadora nacional Ukrenerho a impor "restrições ao consumo de energia em todas as regiões".
- Civis mortos em Bakhmut -
No terreno, após oito meses de conflito, os combates continuam intensos, principalmente em Bakhmut, na província de Donetsk, leste da Ucrânia, que o Exército russo tenta conquistar. Sete civis morreram e três ficaram feridos na cidade ontem, publicou o governador provincial, Pavlo Kyrylenko, no Telegram. Também foram encontrados três corpos de civis em duas localidades da província, informou.
Na terça-feira, em um bairro residencial de Bakhmut, havia manchas de sangue no chão, após o que os moradores descreveram como um ataque letal ocorrido no dia anterior.
"Aqui encontrei um corpo sem cabeça. Estou em choque", contou Serhiy, 58 anos, que preferiu não informar seu sobrenome. "Era um homem. Ele estava apenas andando na rua", acrescentou.
Pela manhã, muita fumaça emanava da cidade. "Houve avanços à noite, mas não podemos dar detalhes no momento, a situação é complicada", contou à AFP um soldado ucraniano envolvido na defesa do município.
No sul da Ucrânia, autoridades pró-Rússia na cidade de Melitopol, controlada pelas forças de Moscou, anunciaram que um carro-bomba explodiu perto de escritórios de veículos de comunicação locais, ferindo seis pessoas. Kiev não confirmou nem negou a responsabilidade de suas forças na explosão.
Na província de Kherson, sul da Ucrânia, diante do avanço das forças de Kiev, os civis continuavam sendo retirados nesta terça-feira, segundo autoridades pró-Rússia. "Até 24 de outubro, 22.367 habitantes haviam sido transferidos para a margem esquerda do rio Dnieper", informou a administração de ocupação, acrescentando que prevê que "cerca de 50.000 pessoas" deixarão a região "em um futuro próximo".
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o novo premiê do Reino Unido, Rishi Sunak, tiveram uma primeira conversa na terça-feira (25), na qual concordaram em trabalhar juntos para apoiar a Ucrânia e fazer frente à China, informou a Casa Branca.
Os dois líderes conversaram apenas horas depois de Sunak se tornar o terceiro primeiro-ministro britânico em exercício neste ano. O ex-ministro das Finanças de Boris Johnson terá que lidar com uma crise econômica após a renúncia de Liz Truss, que permaneceu apenas 49 dias no cargo.
Biden e Sunak refirmaram a "relação especial" entre Estados Unidos e Reino Unido, e se comprometeram a trabalhar juntos para avançar em segurança global e prosperidade, informou a Casa Branca no comunicado oficial sobre a conversa.
"Os líderes estiveram de acordo sobre a importância de trabalharem juntos para apoiar a Ucrânia e responsabilizar a Rússia" pela invasão da ex-república soviética iniciada em fevereiro. O Reino Unido tem sido um aliado-chave de Washington na Europa para fornecer armas e apoio ao exército ucraniano.
Além do conflito na Ucrânia, a Casa Branca assinalou que Biden e Sunak concordaram com a necessidade de "abordar os desafios apresentados pela China", um país que os Estados Unidos identificam atualmente como o seu principal rival econômico e geopolítico no cenário mundial.
UCRÂNIA - Sete civis morreram e três ficaram feridos na segunda-feira (24) em Bakhmut, na região de Donetsk (leste de Ucrânia), cenário de intensos combates entre as forças ucranianas e o exército russo, informou o governador da região.
Além disso, os corpos de três civis mortos anteriormente foram encontrados em outras duas localidades da região, anunciou o governador, Pavlo Kyrylenko, no Telegram.
O exército ucraniano anunciou que as tropas russas avançaram contra Bakhmut, ao norte da região, e contra contra Adviivka, 50 km ao sul.
Na segunda-feira, as tropas ucranianas impediram ataques russos em quase 10 localidades, incluindo Bakhmut, nas regiões de Donetsk e Lugansk.
Em setembro, o exército ucraniano retomou milhares de quilômetros quadrados no nordeste e sul do país como parte de uma contraofensiva. Desde então, os combates se concentram em particular no leste do país, assim como ao redor da cidade de Kherson (sul).
RÚSSIA - A Rússia continua usando veículos aéreos não tripulados iranianos contra alvos em todo o território ucraniano, disse o Ministério da Defesa britânico nesta segunda-feira, 24.
A Rússia provavelmente está usando drones iranianos Shahed-136 para se infiltrar nas defesas aéreas ucranianas e como substituto para armas de precisão de longo alcance fabricadas na Rússia que estão se tornando cada vez mais escassas, afirmou o ministério em sua atualização no Twitter.
Os esforços ucranianos para conter os drones têm sido bem-sucedidos, disse o ministério.
Reportagem de Rittik Biswas / REUTERS
RÚSSIA - Segundo Zelenski, Moscou planeja explodir represa de usina hidrelétrica no sul do país. Ruptura da estrutura pode causar "desastre de grandes proporções", alerta o presidente.O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, alertou a comunidade internacional de que a Rússia planeja explodir a barragem de uma usina hidrelétrica na região de Kherson, no sul do país. Kiev lançou uma ofensiva na área, depois de nas últimas semanas ter recuperado diversos assentamentos ocupados por tropas russas.
Em um vídeo divulgado na noite de quinta-feira (20/10), Zelenski afirmou que militares russos colocaram minas na barragem da usina hidrelétrica de Kakhovka, localizada no rio Dnipro. Segundo ele, uma explosão da represa faria o canal do norte da Crimeia desaparecer, num "desastre de grandes proporções", afetando cerca de 80 comunidades, incluindo a capital regional, Kherson.
A represa de Kakhovka tem 2,1 mil km² de extensão e foi construída na década de 1950. O canal do norte da Crimeia é a principal fonte de abastecimento de água da península.
"A Rússia está deliberadamente criando as bases para um desastre de grandes proporções no sul da Ucrânia", afirmou Zelenski num apelo direcionado aos líderes da União Europeia (EU), que estavam reunidos em Bruxelas.
De acordo com Zelenski, Kiev tem informações de que, além de colocar minas no local, Moscou está planejando um ataque de bandeira falsa. No vídeo aos líderes europeus, o presidente disse ainda que a Rússia transformou a estrutura energética da Ucrânia num campo de guerra, cujo objetivo, segundo ele, seria, ao causar problemas de aquecimento e apagões, obrigar o maior número possível de ucranianos a deixar o país no inverno.
Ataques à infraestrutura civil
As acusações surgem num momento em que a Rússia lançou uma série de bombardeios à infraestrutura civil da Ucrânia. Os ataques levaram o país a restringir nesta quinta-feira o fornecimento de energia. A empresa responsável pelo setor anunciou cortes de energia de até quatro horas em todas as regiões do país e disse que não descarta outras restrições com a chegada do frio.
Os recentes ataques russos destruíram cerca de 40% do sistema de energia elétrica da Ucrânia, segundo uma autoridade ucraniana do setor. De acordo com Zelenski, desde 10 de outubro, 30% das usinas de geração de energia do país foram destruídas em bombardeios.
A Rússia vem ainda perdendo territórios ocupados após a invasão em fevereiro. Diante do sucesso da ofensiva ucraniana em Kherson, Moscou iniciou a evacuação da região e vem alegando que a Ucrânia está atacando alvos civis na área – algo que Kiev nega. Cerca de 15 mil moradores já foram retirados da região. No total, as autoridades pró-russas pretendem retirar entre 50 mil e 60 mil habitantes em seis dias.
Nesta sexta-feira, a administração pró-russa de Kherson acusou as tropas ucranianas de matar quatro e ferir 10 num bombardeio à ponte Antonovsky, uma das principais rotas de abastecimento para as forças russas no sul da Ucrânia.
Mais de 400 crianças mortas
A Procuradoria-Geral da Ucrânia afirmou nesta sexta-feira que, desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, 429 crianças morreram na Ucrânia em decorrência da guerra, e mais de 800 ficaram feridas. Os ataques russos danificaram ainda 2.663 instituições de ensino em todo o país.
A ofensiva militar lançada em fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de ucranianos, destes, 7,7 milhões fugiram para outros países europeus. Segundo a ONU, o conflito causou a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
De acordo com a ONU, em apenas quase oito meses, a guerra já deixou mais de 6,3 mil civis mortos e 9,6 mil feridos.
cn (AP, DW, Lusa)
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UCRÂNIA - As autoridades pró-Rússia da região de Kherson, sul da Ucrânia, afirmaram nesta sexta-feira (21) que as forças ucranianas mataram quatro pessoas em bombardeios contra a ponte Antonivskiy, sobre o rio Dnipro, utilizada nas operações de retirada da população.
"Quatro pessoas morreram", afirmou o dirigente pró-Rússia Kirill Stremousov no Telegram.
"A cidade de Kherson, como uma fortaleza, está preparando sua defesa", acrescentou.
Uma porta-voz militar ucraniana, Nataliya Gumenyuk, negou que as tropas do país mataram quatro civis.
"Não atacamos infraestrutura crítica. Não atacamos localidades pacíficas ou a população local", disse.
As tropas pró-Moscou pediram aos civis que seguissem para a margem esquerda do rio Dnipro diante do avanço da contraofensiva da Ucrânia, que chamou a operação de "deportação" de seus cidadãos.
A administração pró-Rússia de Kherson afirmou durante a madrugada de sexta-feira que as forças ucranianas dispararam "12 foguetes HIMARS durante a passagem de civis pelas proximidades da ponte Antonivsky".
Um canal estatal de televisão russo exibiu imagens de um veículo danificado e do tráfego aguardando para atravessar a ponte.
Na quinta-feira, Stremousov disse que quase 15.000 pessoas passaram pela ponte nas operações de retirada organizadas pelas forças apoiadas por Moscou.
Ele insistiu que a Rússia não entregará Kherson, a primeira grande cidade ucraniana a cair, em março, durante a ofensiva russa iniciada em fevereiro.
"Kherson resisitirá até o último (homem). Acreditem, ninguém está pensando em entregar a cidade", disse.
RÚSSIA - As autoridades autonomeadas apoiadas por Moscovo, na região de Kherson, território ucraniano ocupado ilegalmente, começaram, na quarta-feira, a mover civis para o território russo, citando receios de uma contraofensiva ucraniana.
O chefe da administração de ocupação local, Vladimir Saldo, instalado na Rússia, falou dos planos de transportar até 60 mil pessoas através do rio Dnieper para a Rússia nos próximos seis dias – a uma cadência de 10 mil pessoas por dia. "Não vamos entregar a cidade", disse numa entrevista na televisão nacional, citado pelo Guardian.
As autoridades ucranianas descreveram os anúncios da Rússia como "um show de propaganda" e disseram às pessoas para não atenderem aos pedidos de evacuação. Vários relataram ter recebido mensagens de texto em massa a avisar que a cidade seria bombardeada e a informar que os autocarros sairiam do porto a partir das 7h da quinta-feira, conta o mesmo jornal.
Uma correspondente do Washington Post partilhou o vídeo do momento em que várias pessoas se juntam perto do porto para serem transportados.
Evacuation from Kherson region in full swing — Kremlin-installed officials say they are preparing for battle, aim to move 50-60K people "deeper into Russia" in a week, and entry into the region has been banned to civilians. Putin also plans to meet Sec Council today ? pic.twitter.com/2SborTue66
— Mary Ilyushina (@maryilyushina) October 19, 2022
Kherson é uma das quatro regiões recentemente anexadas pela Federação Russa – as outras são Donetsk, Lugansk e Zaporíjia –, na sequência da realização de pretensos referendos, considerados ilegais e fraudulentos pelo governo ucraniano e por praticamente toda a comunidade internacional.
KIEV – O novo comandante das forças russas na Ucrânia fez um raro reconhecimento das pressões sofridas pelas ofensivas ucranianas para retomar áreas do sul e do leste que Moscou afirma ter anexado há apenas algumas semanas.
E em outro sinal de preocupação da Rússia com a situação no campo de batalha, oito meses após a invasão, o chefe da região estratégica de Kherson, no sul, instalado pelo Kremlin, anunciou nesta terça-feira um “deslocamento organizado e gradual” de civis de quatro cidades no rio Dnipro.
As forças russas em Kherson foram repelidas em 20-30 km nas últimas semanas e correm o risco de ficarem travadas contra a margem ocidental do rio Dnipro que corta a Ucrânia.
“A situação na área da ‘operação militar especial’ pode ser descrita como tensa”, disse Sergei Surovikin, general da força aérea russa nomeado este mês para assumir o comando, ao canal de notícias estatal Rossiya 24.
Sobre Kherson, Surovikin declarou: “A situação nesta área é difícil. O inimigo está atacando deliberadamente a infraestrutura e os edifícios residenciais em Kherson”.
Tanto a Ucrânia quanto a Rússia negam atacar civis, embora Kiev tenha acusado as forças de Moscou de crimes de guerra.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o que chama de “operação militar especial” em 24 de fevereiro porque disse que queria garantir a segurança russa e proteger os falantes de russo na Ucrânia.
A Ucrânia e seus aliados acusam Moscou de uma guerra não provocada para tomar território.
As posições das tropas russas em Kupiansk e Lyman, no leste da Ucrânia, e na área entre Mykolaiv e Kryvyi Rih, na província de Kherson, foram citadas por Surovikin como sob ataque contínuo.
Ele pareceu admitir que há o perigo de as forças ucranianas avançarem em direção à cidade de Kherson, que fica perto da foz do Dnipro na margem oeste, e é difícil para a Rússia reabastecer a partir do leste porque a ponte principal sobre o Dnipro foi seriamente danificada por bombardeio ucraniano.
A Rússia capturou a cidade em grande parte sem oposição nos primeiros dias da invasão, e continua sendo a única grande cidade ucraniana que as forças de Moscou tomaram intacta.
Kherson é uma das quatro províncias ucranianas parcialmente ocupadas que a Rússia afirma ter anexado, e sem dúvida a mais estrategicamente importante. Controla a única rota terrestre para a península da Crimeia que a Rússia apreendeu em 2014 e a foz do Dnipro.
Tom Balmforth / Reuters
KIEV - As autoridades ucranianas afirmaram nesta terça-feira que várias instalações de energia foram atingidas em diversas cidades do país, incluindo a capital, Kiev.
Na capital foram registrados "três ataques contra uma central de energia na margem esquerda da cidade", afirmou Kirilo Timoshenko, vice-chefe de gabinete da presidência.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, citou explosões no distrito de Desnianski, ao nordeste da capital, que atingiram uma "infraestrutura crítica".
Timoshenko também relatou dois bombardeios contra uma instalação na cidade de Dnipro, centro do país, que provocou "danos graves".
Vários distritos da cidade ficaram sem energia elétrica, segundo o governador da região.
Também foram registrados ataques contra uma instalação de energia em Yitomir, cidade ao oeste de Kiev, informou Timoshenko. O prefeito da localidade afirmou que isto provocou um corte no fornecimento de energia e água.
No leste do país, uma indústria foi atacada em Kharkiv, segundo o prefeito, Igor Terekhov, que citou "duas séries de explosões" em um período de cinco minutos.
UCRÂNIA - A ofensiva russa sobre a capital e outras cidades da Ucrânia, nesta segunda-feira (17), não "vai destruir os ucranianos", afirmou o presidente Volodymyr Zelensky, após uma série de ataques a Kiev nesta manhã, que deixaram, até agora, um morto e pelo menos três feridos.
"O inimigo ainda pode atacar nossas cidades, mas não conseguirá nos destruir", disse o presidente ucraniano nas redes sociais. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que duas pessoas ainda estavam "debaixo dos escombros" de um dos imóveis atingido no centro da cidade, onde foram ouvidas fortes explosões às 6h35,6h45 e 6h58 no horário local.
"A capital foi atacada por drones kamikazes", confirmou, no Telegram, o chefe do gabinete da presidência ucraniana, Andrii lermak. A ofensiva visou o bairro residencial de Chevchtchenko, no centro, e "infraestruturas cruciais" em três regiões do país. Vários locais estão sem eletricidade.
As sirenes de alerta soaram pouco antes da primeira explosão e o prefeito pediu à população que se protegesse em abrigos subterrâneos. Segundo Andrii Iermak, os ataques russos foram um "ato de desespero".
O prefeito de Kiev pediu apoio imediato à defesa antiaérea ucraniana e "mais armas para proteger o céu e destruir o inimigo", sem confirmar se as armas russas foram interceptadas. Após as explosões, um imóvel vazio pegou fogo e vários outros edifícios sofreram estragos, declarou.
Segunda semana de ataques
Na segunda-feira (10) passada, uma série de bombardeios russos já havia atingido Kiev e outras cidades da Ucrânia, deixando pelo menos 19 mortos e 105 feridos e gerando indignação internacional. A ofensiva ocorre em represália a uma enorme explosão que destruiu parcialmente a ponte da Crimeia, que liga o território russo à península, anexada em 2014 por Moscou. O governo ucraniano não desmentiu e nem confirmou o ataque.
Segundo a presidência ucraniana, os drones cedidos pelo Irã à Rússia foram usados nos bombardeios da semana passada. Em resposta, os aliados ocidentais prometeram o envio de um número maior de sistemas de defesa antiaereo.
Na sexta-feira (14), em Astana, no Cazaquistão, o presidente russo, Vladimir Putin se disse "satisfeito" com os ataques massivos, julgando que novos bombardeios não eram necessários "por hora". A Rússia está perdendo terreno nos combates na Ucrânia e recua desde o mês de setembro no norte, no leste e no sul. Por isso, Putin pediu, no final de setembro, a mobilização de milhares de reservistas civis para atuar nos combates.
Fronteira volta a ser bombardeada
A região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, voltou a ser bombardeada neste domingo (16), em ataques que, segundo seu governador, Vyacheslav Gladkov, deixaram quatro feridos. Dois deles tiveram de ser hospitalizados. Além disso, o governador indicou que houve "danos em mais de 20 casas" na região e que um idoso sofreu uma "concussão".
Cerca de 16 explosões foram registradas em Belgorod, segundo o Comitê de Investigação da Rússia, que investiga crimes graves. A cidade, com cerca de 330 mil habitantes, fica a cerca de 40 quilômetros da fronteira com a Ucrânia. A Rússia denunciou na semana passada um "aumento considerável" nos bombardeios ucranianos em várias de suas regiões fronteiriças.
Na sexta-feira, um ataque atingiu uma subestação elétrica em Belgorod, causando falta de energia. No sábado (15), dois homens armados abriram fogo em um campo de treinamento militar nesta mesma região, matando onze pessoas que se voluntariavam para lutar na Ucrânia, um incidente descrito como um ato "terrorista" pelo Ministério da Defesa russo.
(Com informações da AFP)
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