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RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu na quarta-feira (5) que a situação militar nos territórios ucranianos que Moscou anexou se "estabilizará", depois de sofrer uma série de derrotas no campo de batalha e ver várias cidades serem retomadas pelas forças de Kiev.

"Partimos do princípio de que a situação nos novos territórios se estabilizará", disse o mandatário russo a um grupo de professores durante uma chamada de vídeo transmitida pela televisão.

Putin também assinou um decreto pelo qual a Rússia se apropria formalmente da central nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pelas tropas russas, mas gerida até então por funcionários ucranianos.

Após o anúncio, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, informou que viajava para a capital ucraniana para discutir a implementação de uma zona de proteção ao redor da usina nuclear.

A usina, a maior da Europa, encontra-se em Zaporizhzhia, uma das quatro regiões oficialmente anexadas por lei pela Rússia nesta quarta-feira. As outras três são Lugansk e Donetsk, no leste, e Kherson, no sul.

Apesar da anexação destes territórios, Moscou vem sofrendo várias derrotas militares no último mês. Um alto funcionário do Parlamento russo pediu aos militares que parassem de "mentir" e dissessem a verdade sobre a evolução da situação na Ucrânia.

"Os relatórios do Ministério da Defesa não mudam. O povo sabe disso. Nosso povo não é burro. Isso pode levar à perda de credibilidade", criticou o presidente da Comissão de Defesa da Câmara Baixa, Andrei Kartapolov.

 

- "Desocupação de Lugansk" -

Enquanto isso, Kiev reivindica novas vitórias, tanto no sul quanto no leste do país. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, informou que três novas aldeias foram retomadas na região de Kherson (sul) e que a contra-ofensiva "continua".

Horas antes, o governador ucraniano da região, Serguei Gaidai, indicou no Telegram que as tropas de Kiev iniciaram a retomada de cidades em Lugansk, até então controlada quase integralmente pela Rússia e bastião dos separatistas pró-Moscou desde 2014.

Agora é oficial. A desocupação da região de Lugansk começou", declarou.

A Ucrânia já havia reivindicado na terça-feira avanços no norte da região de Kherson (sul). Além disso, quase toda a região de Kharkiv (nordeste) está novamente sob controle ucraniano.

O exército russo, por sua vez, afirmou nesta quarta-feira ter bombardeado nas últimas 24 horas territórios perto de Lyman, um centro ferroviário estratégico na região de Donetsk retomado por Kiev no fim de semana passado. A cidade, localizada na região de Donetsk, foi recapturada no fim de semana por tropas ucranianas.

Na região de Kherson, as forças de Moscou "mantêm suas posições e repelem ataques de forças inimigas superiores em número", acrescentou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que os territórios serão russos "para sempre" e prometeu que Moscou vai recuperar as áreas perdidas.

Há alguns dias, Putin prometeu que usaria todos os meios disponíveis para defender as zonas anexadas, inclusive armas nucleares, mas isto não impediu o avanço da contraofensiva ucraniana nem as entregas de armas pelos países ocidentais.

Na terça-feira, o exército russo reconheceu parcialmente suas derrotas ao publicar mapas que ilustram os êxitos mais recentes da contraofensiva ucraniana.

 

- "Pelo menos há silêncio" -

Autoridades da ocupação russa afirmaram, no entanto, que a retirada russa no sul era tática e temporária.

"O reagrupamento no fronte nas condições atuais permite reunir forças e dar um golpe nas tropas ucranianas", disse Kirill Stremooussov, designado comandante em Kherson, à agência russa Ria Novosti.

Embora as autoridades russas tentem minimizar os reveses, os correspondentes de guerra da imprensa russa enfatizam sua magnitude e muitos analistas pró-Kremlin criticam o exército russo.

"Não haverá boas notícias no futuro próximo. Nem da frente de Kherson, nem da frente de Lugansk", comentou Alexander Kots, do jornal Komsomolskaïa Prava.

Em Lyman, para onde os jornalistas da AFP viajaram nesta quarta-feira, Tatiana Slavuta, 62, não sabe se a "situação é melhor ou pior" desde que Kiev recuperou a cidade. "Pelo menos agora há silêncio e nenhum bombardeio", disse.

Na frente diplomática, a União Europeia (UE) chegou a um acordo nesta quarta-feira para uma nova série de sanções contra instituições e personalidades russas.

E Moscou exigiu participar na investigação sobre os vazamentos no gasoduto Nord Stream, depois que a Suécia, responsável pela investigação, bloqueou o acesso à área da suposta sabotagem no Mar Báltico.

A Rússia insinua que o governo dos Estados Unidos estaria por trás da sabotagem dos gasodutos que são cruciais para o fornecimento de energia da Europa, enquanto o Ocidente suspeita de Moscou.

 

 

AFP

SUÍÇA - Na quarta-feira, Espanha e Portugal anunciaram a incorporação da Ucrânia (que atualmente enfrenta um conflito geopolítico com a Rússia) na candidatura para sediar a Copa do Mundo de 2030. De acordo com comunicado oficial, a proposta conta com apoio incondicional da Uefa e busca transmitir uma mensagem de unidade, solidariedade e generosidade.

"A Real Federação Espanhola de Futebol e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) incorporaram a Federação Ucraniana de Futebol (UAF) na Candidatura Ibérica para organizar o Mundial de 2030. A proposta conta com o apoio incondicional da UEFA num projeto global e transformador do futebol europeu em situação excepcional", anuncia o comunicado.

"Luis Rubiales e Fernando Gomes, dirigentes máximos da RFEF e da FPF, entendem que nada melhor do que uma Copa do Mundo para transmitir com força uma mensagem que servirá de fonte de inspiração no futuro", continua.

"Com o total apoio de Aleksander Ceferin, a Candidatura Ibérica incorpora a federação presidida por Andriy Pavelko para construir pontes e transmitir uma mensagem de unidade, solidariedade e generosidade de todo o futebol europeu", acrescenta a nota.

O comunicado também esclarece que a proposta estabelecida inicialmente, com 11 sedes na Espanha e três em Portugal, segue sem alterações. Os países da península ibérica anunciaram a candidatura oficial para receber a Copa do Mundo de 2030 no dia 5 de junho de 2021.

Além de Espanha, Portugal e, agora, Ucrânia, a América do Sul tem quatro países buscam receber o torneio de 2030 em conjunto: Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. A decisão final será oficializada no 74º Congresso da Fifa, em 2024.

 

 

GAZETA ESPORTIVA

UCRÂNIA - Autoridades russas de ocupação no sul da Ucrânia pediram na terça-feira (4) que não cedam ao "pânico", embora as forças de Moscou tenham recuado diante de uma contraofensiva das tropas ucranianas na região de Kherson.

Desde o início de setembro, as forças ucranianas já infligiram uma série de reveses aos russos no nordeste e leste.

O governador da ocupação imposto pelas Rússia em Kherson, Vladimir Saldo, admitiu um "avanço" dos ucranianos, especificamente mencionando a perda do controle da cidade de Dudchany, embora tenha afirmado que a aviação russa freou as tropas de Kiev, segundo uma entrevista publicada na segunda-feira em seu canal do Telegram.

Seu adjunto Kirill Stremousov disse nas redes sociais nesta terça-feira que o avanço ucraniano foi contido e que não há que entrar em "pânico".

O canal russo Rybar, que acompanha os movimentos das tropas de Moscou, revelou que os ucranianos estão avançando em Arkhanguelske e Dudchany com o objetivo de "cortar o abastecimento dos grupos russos que estão na margem direita do rio Dnieper".

Segundo estimativas ocidentais e ucranianas, cerca de 20.000 soldados russos teriam sido mobilizados nesta área.

Nas últimas semanas, as forças ucranianas concentraram suas forças contra as posições e depósitos russos na margem direita do Dnieper e nas pontes deste rio para cortar as linhas de abastecimento.

 

- Novas cidades libertadas -

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou em seu discurso de segunda-feira à noite que "novas cidades foram libertadas em várias regiões".

"Cada vez mais os ocupantes procuram fugir, mais e mais perdas são infligidas ao inimigo", acrescentou.

Há dias, vídeos de soldados ucranianos levantando sua bandeira em cidades do norte da região de Kherson são publicados na Internet.

No início da invasão contra a Ucrânia, as tropas russas controlavam a cidade de Kherson, que é a única capital regional que conseguiram capturar. Estima-se que 80% da região esteja sob o controle dos russos.

Após uma série de contratempos no norte e no leste, o presidente russo Vladimir Putin decidiu anunciar a anexação de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, quatro regiões ucranianas que estão sob controle parcial da Rússia, e decretou a mobilização de centenas de milhares de reservistas.

No dia seguinte à cerimônia de oficialização da anexação, Zelensky anunciou que suas forças haviam retomado o controle de Lyman, um local estratégico por ser um importante nó ferroviário no leste da Ucrânia.

A mobilização de reservistas na Rússia desenvolveu-se de forma caótica, gerando críticas à convocação de pessoas que deveriam ter sido dispensadas por motivos de saúde ou familiares.

Além disso, essa convocação gerou protestos na Rússia e um êxodo de homens em idade de servir, o que levou dezenas de milhares de pessoas a fugir para países como Cazaquistão, Mongólia ou Finlândia.

 

- Mais de 200 mil soldados recrutados -

Por sua vez, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, elogiou o processo, afirmando que desde que a ordem de alistamento foi emitida no dia 21, mais de 200.000 soldados se juntaram ao exército.

"Até hoje, mais de 200.000 pessoas se alistaram no exército", disse Shoigu em uma reunião, citado por agências de notícias russas.

De acordo com Shoigu, as tropas mobilizadas estão sendo treinadas em cerca de 80 campos militares e seis centros de treinamento.

Putin, por sua vez, prometeu defender os territórios anexados, com a ameaça de até mesmo recorrer ao uso de armas nucleares e instando a Ucrânia a cessar os combates.

De sua parte, Zelensky respondeu na sexta-feira afirmando que não negociará com a Rússia enquanto Putin for presidente.

Enquanto isso, os ocidentais reiteraram seu compromisso de apoiar a Ucrânia, enviando armas e munições modernas que infligiram grandes perdas às forças russas.

 

 

AFP

UCRÂNIA - A Ucrânia parece estar a caminho de alcançar vários de seus principais objetivos no campo de batalha, à medida em que Kiev avança para fortalecer sua posição militar contra a Rússia antes da chegada do inverno, disse uma alta funcionária do Pentágono nesta segunda-feira.

A avaliação otimista de Celeste Wallander, secretária assistente de Defesa para Assuntos de Segurança Internacional, veio no mesmo dia em que as forças ucranianas alcançaram seu maior avanço no sul do país desde o início da guerra.

As tropas ucranianas atravessaram as linhas russas e avançaram rapidamente ao longo do rio Dnipro, ameaçando as linhas de abastecimento de milhares de tropas russas.

Wallander destacou os últimos esforços em andamento na região sul de Kherson, como os sucessos recentes em Kharkiv e Donetsk.

"A Ucrânia parece estar no caminho certo para alcançar esses três objetivos agora", disse Wallander ao Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um think tank de Washington.

Um oficial militar dos EUA, informando repórteres do Pentágono sob condição de anonimato, disse, no entanto, que Washington - que está armando e aconselhando os militares da Ucrânia - ainda não viu um reforço russo em grande escala de suas tropas na Ucrânia.

"Em termos gerais, vimos números relativamente pequenos (de reforços russos)... mas nada de grande escala nesta fase do jogo", disse o funcionário.

Kiev deu poucas informações sobre seus últimos ganhos no sul, mas fontes russas reconheceram que uma ofensiva de tanques ucranianos avançou dezenas de quilômetros ao longo da margem oeste do rio, recapturando várias aldeias ao longo do caminho.

"O objetivo da Ucrânia é empurrar para trás a cabeça de ponte russa na margem ocidental do Dnipro em Kherson", explicou Wallander.

Isso, segundo ela, representaria "uma grande derrota para a Rússia".

"Porque isso afasta ainda mais a ambição da Rússia de tomar Odessa, que era um dos objetivos declarados no início deste ano", disse Wallander.

"Fica muito mais difícil e dá à Ucrânia uma posição defensiva muito melhor para enfrentar o que provavelmente será uma contenção dos combates quentes durante o inverno".

 

 

Phil Stewart; reportagem adicional de Tom Balmforth / REUTERS

UCRÂNIA - As forças ucranianas alcançaram seu maior avanço no sul do país desde o início da guerra, rompendo a linha de frente e avançando rapidamente ao longo do rio Dnipro, nesta segunda-feira, ameaçando cercar milhares de soldados russos.

Kiev não confirmou os ganhos de forma oficial, mas fontes russas reconheceram que uma ofensiva de tanques ucranianos avançou dezenas de quilômetros ao longo da margem oeste do rio, recapturando vários vilarejos pelo caminho.

O avanço reflete os recentes sucessos ucranianos no leste que mudaram a maré na guerra contra a Rússia, mesmo quando Moscou tenta aumentar as apostas anexando território, ordenando mobilização e ameaçando retaliação nuclear.

"A informação é tensa, vamos colocar dessa forma, porque, sim, houve de fato avanços", disse Vladimir Saldo, líder instalado pela Rússia em partes ocupadas da província de Kherson, na Ucrânia, à televisão estatal russa.

"Há um assentamento chamado Dudchany, bem ao longo do rio Dnipro, e ali mesmo, naquela região, houve um avanço. Há assentamentos ocupados por forças ucranianas", afirmou ele.

Dudchany fica cerca de 40 km ao sul de onde o front estava apenas um dia antes, indicando um dos avanços mais rápidos da guerra e de longe o mais rápido no sul, onde as forças russas foram colocadas em posições fortemente reforçadas ao longo de uma linha de frente em grande parte estática desde as primeiras semanas da invasão.

Embora Kiev tenha mantido um silêncio quase completo, como no passado durante grandes ofensivas, algumas autoridades descreveram o que chamaram de relatos não confirmados de ganhos.

Anton Gerashchenko, assessor do Ministério do Interior da Ucrânia, postou uma foto de soldados ucranianos posando com sua bandeira cobrindo uma estátua dourada de um anjo. Ele disse que era a vila de Mikhailivka, cerca de 20 km além do front anterior.

O avanço no sul reflete as táticas que trouxeram grandes ganhos a Kiev desde o início de setembro no leste da Ucrânia, onde suas forças rapidamente tomaram território para ganhar o controle das linhas de suprimentos russas e forçando soldados a recuar.

Poucas horas depois de um show na Praça Vermelha de Moscou na sexta-feira, onde o presidente russo Vladimir Putin proclamou as províncias de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia como território russo para sempre, a Ucrânia recapturou Lyman, o principal bastião russo no norte da província de Donetsk.

Isso abre caminho para avançar profundamente na província de Luhansk, ameaçando as principais rotas de abastecimento para o território que Moscou capturou em algumas das batalhas mais sangrentas da guerra em junho e julho.

 

 

Por Tom Balmforth / REUTERS

RÚSSIA - O Kremlin disse nesta sexta-feira que ataques contra qualquer parte da faixa da Ucrânia que o presidente Vladimir Putin está prestes a anexar serão considerados agressões contra a própria Rússia, acrescentando que a Rússia lutará para tomar a totalidade da região de Donbas, no leste ucraniano.

O presidente Vladimir Putin deve proclamar a anexação de quase um quinto da Ucrânia nesta sexta-feira, intensificando sua guerra de sete meses e levando-a a uma nova fase imprevisível.

Moscou está declarando que as regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, em grande parte ou parcialmente ocupadas por forças russas ou apoiadas pela Rússia, fazem parte da Rússia.

Questionado por repórteres se um ataque da Ucrânia aos territórios que a Rússia reivindica como sua terra seria considerado um ataque à Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse: "Não seria outra coisa".

Putin afirmou na semana passada que estava disposto a usar armas nucleares para defender a "integridade territorial" da Rússia.

A Rússia está agindo para anexar as regiões depois de realizar o que chamou de referendos nas áreas ocupadas da Ucrânia. Governos ocidentais e Kiev disseram que as votações organizadas às pressas violam a lei internacional e são coercitivas e não representativas.

 

(Reportagem da Reuters)

RÚSSIA - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta sexta-feira (30/09) tratados para anexar quatro regiões ucranianas parcialmente ocupadas pelas forças russas. A medida – ilegal e duramente condenada pela comunidade internacional – marca uma escalada no conflito e dá início a uma fase imprevisível, sete meses após a invasão da Ucrânia por Moscou.

Em um discurso que antecedeu a cerimônia de assinatura, Putin disse que usaria "todos os meios disponíveis" para proteger o território que a Ucrânia e seus aliados ocidentais afirmam estar sendo reivindicado ilegitimamente por Moscou e em violação do direito internacional.

O líder russo pediu que o governo ucraniano "cesse imediatamente as hostilidades" e se sente à mesa de negociação a fim de encerrar o conflito – mas alertou que a Rússia nunca abrirá mão das regiões recém-anexadas e as protegerá como parte de seu território soberano.

"Quero dizer isto ao regime de Kiev e seus mestres no Ocidente: as pessoas que vivem em Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia estão se tornando nossos cidadãos para sempre", disse Putin, perante centenas de dignitários na sede do Kremlin, em Moscou.

O presidente argumentou que "referendos aconteceram e seus resultados são bem conhecidos". "Esta é a vontade de milhões de pessoas", afirmou. "O povo fez sua escolha. Este é um direito inalienável."

A anexação, que viola o direito internacional, ocorre dias depois da realização de pseudorreferendos organizados por Moscou nas regiões ucranianas de Zaporíjia, Kherson, Lugansk e Donetsk.

As autoridades pró-Rússia nesses territórios reivindicaram uma vitória esmagadora do "sim" à anexação, mas o resultado não foi reconhecido pela comunidade internacional.

Em 2014, a Rússia já havia usado o resultado de um chamado referendo, realizado sob ocupação militar, para legitimar a anexação, também em violação do direito internacional, da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.

 

 

dw.com

RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência de duas regiões no sul da Ucrânia, Zaporizhzhia e Kherson, segundo decretos presidenciais publicados na noite desta quinta-feira (29), antes de concluir a anexação destes territórios ocupados.

"Ordeno reconhecer a soberania do Estado e a independência" das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, informou Putin nestes decretos.

Está prevista para a sexta-feira a anexação formal à Rússia destes dois territórios, assim como os de Donetsk e Lugansk, no leste, sob controle parcial de separatistas pró-russos desde 2014.

Moscou havia admitido a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk no fim de fevereiro, pouco antes de iniciar sua intervenção militar na Ucrânia.

Em setembro, as regiões de Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Lugansk organizaram "referendos" de anexação denunciados como ilegítimos pela Ucrânia e seus aliados ocidentais.

As autoridades pró-russas nestas regiões ocupadas asseguraram que a grande maioria dos eleitores apoiou a anexação, resultados não reconhecidos por Kiev, nem pelas potências ocidentais.

Na tarde desta sexta-feira, o Kremlin organiza uma cerimônia para formalizar sua incorporação à Rússia.

 

 

AFP

Filas de russos que tentam escapar à mobilização militar continuam a entupir as estradas para fora do país.

 

RÚSSIA - As longas filas de russos que procuram escapar à mobilização militar continuavam na quarta-feira a 'entupir' as estradas para fora do país, enquanto Moscovo terá estabelecido gabinetes de recrutamento nas fronteiras, para interceptar alguns destes.

A Ossétia do Norte, região russa que faz fronteira com a Geórgia, decretou estado de "alerta máximo" e anunciou que comida, água, equipamentos de aquecimento e outras ajudas devem ser trazidas para aqueles que passam dias em filas.

No outro lado da fronteira, na Geórgia, voluntários também estão a mobilizar água, cobertores e outros tipos de assistência.

Aquela região russa restringiu a entrada de muitos carros de passageiros no seu território e montou um gabinete de recrutamento na fronteira de Verkhy Lars, referiram agências de notícias russas.

10 mil russos em fuga por dia

De acordo com o Ministério do Interior da Geórgia, cerca de 10.000 cidadãos russos estão a atravessar diariamente a fronteira.

Alguns meios de comunicação divulgaram fotos junto à fronteira, onde era visível uma carrinha preta com as palavras: gabinete de alistamento militar.

Outro gabinete deste género foi estabelecido no lado russo junto à fronteira com a Finlândia, segundo a agência de notícias russa independente Meduza.

O anúncio de Moscovo da mobilização de 300 mil reservistas, feito na semana passada, está a desencadear o êxodo de um grande número de homens russos em idade militar que se recusam a lutar na Ucrânia, alvo de uma ofensiva militar russa desde fevereiro passado.

Embora o Presidente russo, Vladimir Putin, tenha anunciado em 21 de setembro uma mobilização "parcial", muitos russos temem que seja muito mais amplo e arbitrário.

Homens sem formação militar

Na Rússia surgem inúmeros relatos de homens sem formação militar e de todas as idades a receberem avisos para serem mobilizados.

Aleksandr Kamisentsev, que deixou a sua casa em Saratov e fugiu para a Geórgia, descreveu a situação no lado russo da fronteira como "muito assustadora".

“É tudo muito assustador, lágrimas, gritos, um grande número de pessoas. Há um sentimento de que o governo não sabe como organizá-lo. Parece que eles querem fechar a fronteira, mas ao mesmo tempo têm medo de que os protestos aconteçam e deixam as pessoas saírem”.

Manifestantes munidos de bandeiras georgianas e ucranianas e cartazes como "Russia Kills" [Rússia Mata, em português] saudaram os russos na fronteira esta quarta-feira.

Os russos têm atravessado a fronteira de carro, mota, bicicleta ou a pé. Também há longas filas na fronteira com o Cazaquistão, que recebeu mais de 98 mil russos desde a semana passada. A Rússia tem fronteiras terrestres com 14 países.

 

 

LUSA

SIC NOTÍCIAS

RÚSSIA - A Rússia elevou ainda mais o grau de ameaça nuclear na Guerra da Ucrânia na terça-feira (27), afirmando pela primeira vez com todas as letras que pode atacar o país vizinho com a bomba atômica, "se for forçada".

As palavras, como sempre, partiram de um aliado linha-dura de Vladimir Putin, Dmitri Medvedev, presidente da Rússia de 2008 a 2012 e protegido do chefe que agora é número 2 dele no Conselho de Segurança.

Em seu canal no Telegram, Medvedev foi explícito sobre o emprego de artefatos nucleares contra a Ucrânia —algo antes apenas sugerido por ele e pelo próprio Putin não contra o vizinho, mas contra forças externas que interviessem de forma mais decisiva na guerra iniciada por Moscou em fevereiro.

"Vamos imaginar que a Rússia seja forçada a usar a mais assustadora arma contra o regime ucraniano, que cometeu atos de agressão de larga escala que são perigosos para a própria existência do nosso Estado", disse.

"Eu acredito que a Otan [aliança militar ocidental] não vai interferir diretamente no conflito mesmo nesse cenário. Os demagogos do outro lado do oceano e na Europa não vão morrer num apocalipse nuclear."

O cenário descrito por Medvedev é exposto após os Estados Unidos fazerem suas próprias ameaças em resposta à fala da semana passada de Putin, quando anunciou a mobilização de 300 mil reservistas enquanto promove a anexação de território ocupado na Ucrânia. O movimento visou conter a crise na campanha russa, após a perda de áreas no nordeste do vizinho para Kiev.

O presidente sugeriu que um ataque às novas terras que considera suas será considerado uma ação contra a soberania russa. Dentro da doutrina nuclear do Kremlin, isso ensejaria a resposta com armas nucleares, mesmo que a Rússia seja vítima de um ataque feito com armamento convencional. Putin já vinha fazendo ameaças atômicas desde o início da guerra.

O que Medvedev fez foi dar nome aos bois, repetindo que "certamente isso não é um blefe", como Putin já afirmara. No domingo (25), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, havia dito que deixou explícito ao Kremlin que o emprego da bomba teria consequências "horríveis" —ou seja, retaliação nuclear.

Na segunda (26), o Ministério da Defesa da Rússia fez sua parte no show e divulgou um exercício com parte da frota de bombardeiros estratégicos Tu-160, que podem empregar armas nucleares, com reabastecimento aéreo e testes de prontidão.

Por óbvio, tanto Medvedev quanto Putin blefam um tanto ao falar de apocalipse, já que na origem do conceito de um ataque nuclear está a ideia de que você não o anuncia, justamente para ter alguma janela de tempo e evitar um contra-ataque letal.

Mas suas falas abrem a possibilidade preocupante de preparar terreno para o emprego de armas nucleares táticas, aquelas de menor poder destrutivo e capacidade de contaminar o ambiente, para vencer batalhas contra alvos militares. As especulações apocalípticas são para as bombas estratégicas, aquelas que obliteram cidades inteiras, visando acabar com guerras.

O problema apontado por especialistas é a fronteira entre o uso de uma e de outra arma, algo que não está na doutrina militar russa ou americana. Uma escalada imprevisível é a primeira opção na mesa.

Mesmo o uso de bombas táticas é controverso, pois depende muito do terreno para ter eficácia sem exigir muitas detonações —aí sim amplificando o risco de desastre ambiental. Bombas táticas têm capacidade destrutiva variável, usualmente em torno de 5 quilotons, um terço da potência da ogiva lançada sobre Hiroshima em 1945.

Mas há modelos com um décimo disso, acomodáveis em maletas. Pensando num conflito centrado na Europa na Guerra Fria, a URSS acumulou um arsenal que especialistas creem ser de até 2.000 bombas táticas, ante 200 americanas. Só que isso não é controlado por acordos, então ninguém sabe exatamente.

Já as armas estratégicas são reguladas, com cerca de 1.600 para cada lado signatário do tratado Novo Start, ironicamente assinado pelos russos por Medvedev em 2009. EUA e Rússia controlam 90% do arsenal nuclear do mundo.

 

 

IGOR GIELOW / FOLHA de S. PAULO

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