SÃO CARLOS/SP - O vereador Azuaite Martins de França criticou a falta de políticas públicas de ação social na cidade ao comentar o crescimento da população de vendedores de balas e pedintes nos semáforos, portas de supermercados e padarias da cidade, inclusive com presença de crianças nessa atividade.
Ao mesmo tempo, ressaltou que a Prefeitura realiza campanhas contra o trabalho infantil, dando a impressão de que “a administração vive em dois mundos distintos e há uma desconexão entre o real e o ilusório”. “Alguns acham que administrar é meramente tirar foto, fazer vídeo, colocar no jornal, na rede social”.
“Quando vemos crianças vendendo balas nas ruas, não sabemos se será melhor ou pior para essas crianças se denunciarmos, como recomenda a propaganda contra o trabalho infantil. Porque não há em São Carlos uma ação concreta para resolver o problema. Ação concreta é ter política pública voltada para a maior chaga deste país que é a questão social: gente que passa fome, não tem moradia, não tem esperança no futuro”, afirmou o vereador na tribuna da Câmara.
“Governar de fato é resolver o problema dessas pessoas, não é resolver o problema do banqueiro, mas daquele que não nem entrar numa agência bancária porque não tem dinheiro”, acrescentou.
Azuaite lamentou a ausência de políticas públicas voltadas para a sociedade no município. “A política pública de assistência social tem se resumido a entregar cesta básica, porque distribuir cesta básica, da forma como é feita, significa um processo de dominação, subordinação e escravização do ser humano. Ao receber a cesta básica, a pessoa está entregando a parcela do poder chamada voto para aqueles que vão manter essa política injusta para continuar dominando as pessoas e infelicitando-as”, analisou.
“Onde estão as políticas sociais desta cidade? Inexiste isso. Eu gostaria de conversar com as pessoas que dirigem a secretaria responsável. Se não sabem fazer, existe quem sabe e os conselhos - que os administradores tanto temem – representam uma das instâncias para ajudar a resolver esse tipo de problema”, concluiu.