ITIRAPINA/SP - Nesta terça-feira (6/9), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deu cumprimento a cinco mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Predador, que investiga uma banca de advogados da cidade de Itirapina, identificada como um forte núcleo de advocacia em massa, conhecida também como advocacia predatória. As diligências desta terça, focadas estritamente na apreensão de eletrônicos, documentos e quantias em espécie, foram lideradas por oito promotores de Justiça e contaram com o apoio da Comissão de Prerrogativas da OAB/SP – Rio Claro e do BAEP de Piracicaba.
O Gaeco já havia oferecido denúncia no caso por associação criminosa e por vários crimes de receptação, em concurso material. A Justiça acolheu o pedido, suspendendo, cautelarmente, três acusados de suas atividades profissionais e estabelecendo fianças que superam 1.500 salários mínimos.
Segundo se apurou, os profissionais, por vários anos, receptaram dados sigilosos de grandes instituições, sobretudo financeiras, e passaram a formar parcerias com escritórios do Brasil inteiro, compartilhando tais listas sigilosas, a fim de que o escritório parceiro assediasse os clientes com a promessa de recebimento de quantia proveniente de ação judicial, causando imenso prejuízo não só ao Poder Judiciário, mas também à própria classe, cujos integrantes foram tolhidos da oportunidade de atuar em inúmeros processos judiciais pela informação privilegiada obtida pelos investigados.
Apenas contra o Banco do Brasil, os investigados ajuizaram mais de 20.000 demandas em mais de 468 comarcas.
Por conta disso, o Gaeco já havia obtido o bloqueio de R$ 97 milhões, uma estimativa do lucro conseguido por meio de atuação predatória, baseada em documentos sigilosos receptados. O bloqueio também servirá para garantir a indenização por dano moral requerida à Ordem dos Advogados do Brasil, num total de R$ 12 milhões.