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RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, acusou na terça-feira (21) os países ocidentais de usar o conflito na Ucrânia para “acabar” com a Rússia e os responsabilizou pela escalada, em seu discurso anual à nação.

“As elites do Ocidente não escondem seu objetivo: infligir uma derrota estratégica à Rússia, ou seja, acabar conosco de uma vez por todas”, disse ele, em discurso três dias antes do primeiro aniversário da ofensiva russa na Ucrânia.

“A responsabilidade por alimentar o conflito ucraniano, por sua escalada, pelo número de vítimas (…) recai inteiramente sobre as elites ocidentais”, disse Putin, reiterando que o Ocidente apoia forças “neonazistas” na Ucrânia para consolidar um Estado anti-russo.

Um alto funcionário dos EUA chamou as acusações de Putin de “absurdas”.

“Ninguém está atacando a Rússia. É absurdo pensar que a Rússia está sob qualquer tipo de ameaça militar da Ucrânia ou de qualquer outro país”, disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

Em seu discurso, o presidente russo afirmou ainda que continua determinado, um ano após o início da ofensiva na Ucrânia, a continuar.

 “Vamos resolver passo a passo, cuidadosa e sistematicamente, os objetivos diante de nós”, disse Putin.

Diante da elite política do país e dos militares que lutaram na Ucrânia, ele também agradeceu “a todo o povo russo por sua coragem e determinação”.

Referindo-se às sanções internacionais que afetam a Rússia, Putin avaliou que os ocidentais “não alcançaram nada e não alcançarão nada”, já que a economia russa resistiu melhor do que os especialistas previam.

“Garantimos a estabilidade da situação econômica, protegemos os cidadãos”, disse Putin, avaliando que o Ocidente não conseguiu “desestabilizar” a sociedade russa.

 

 

ISTOÉ 

RÚSSIA - A Rússia acusou de crimes de guerra 680 funcionários da segurança ucraniana, comandantes das Forças Armadas e dirigentes do ministério da Defesa, disse o presidente do Comité de Investigação da Rússia, numa entrevista publicada hoje pela imprensa russa.

"Atualmente, 680 pessoas estão a ser processadas. Foram também determinadas medidas para acusar 403 pessoas (...)", declarou Alexander Bastrikin numa entrevista divulgada hoje pela agência de notícias oficial TASS.

De acordo com Bastrikin, entre os acusados de usar meios e métodos de guerra proibidos estão 118 pessoas que são comandantes e líderes das Forças Armadas da Ucrânia e do Ministério da Defesa da Ucrânia.

O presidente do Comité de Investigação da Rússia - subordinado diretamente ao Kremlin - sublinhou que para 136 pessoas foi decretada a detenção à revelia.

Segundo Bastrikin, as ações das forças de segurança ucranianas estão a ser criminalizadas com base no artigo do Código Penal da Federação Russa sobre o uso de armas com propriedades altamente lesivas contra a população civil, incluindo aquelas com ogivas de fragmentação.

Este artigo prevê igualmente a responsabilidade "por maus-tratos à população civil".

O Comité de Investigação da Rússia abriu também mais de 150 processos criminais por informações que "desacreditam" as Forças Armadas russas desde o início da guerra na Ucrânia, há quase um ano, e acusou 136 pessoas no âmbito de este tipo de crime.

"Foram iniciadas 152 acusações criminais, das quais foram processadas 136 pessoas (...)", disse Bastrikin à TASS, acrescentando que "16 sentenças já foram proferidas".

 

 

por Lusa

NOTÍCIAS AO MINUTO

CHINA - A China negou nesta segunda-feira (20) que esteja estudando fornecer armas à Rússia para apoiar a sua ofensiva na Ucrânia, como alegou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, no fim de semana. O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, está em Moscou para negociações sobre um possível plano de paz na Ucrânia, segundo jornal russo.

“O objetivo desta visita é fortalecer o papel de Pequim na resolução da questão ucraniana", escreve Kommersant em sua edição de hoje. De acordo com a publicação, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, já teria desembarcado em Moscou, nesta segunda-feira (20), para negociações de um futuro plano de paz na Ucrânia.

Uma fonte diplomática, no entanto, disse que Wang Yi ainda não havia chegado à capital russa, mas que ele era esperado em breve.

Na conferência anual de segurança de Munique, no fim de semana, Wang Yi reiterou o apelo ao diálogo e convidou os países europeus a "pensar com calma" em como acabar com a guerra na Ucrânia. Sem citar nomes, ele denunciou "certas forças que, aparentemente, não querem que as negociações sejam bem-sucedidas ou que a guerra termine rapidamente".

 

China acusa EUA de espalhar informações falsas

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, disse que a China "não admite que os EUA critiquem as relações entre Pequim e Moscou, muito menos que exerçam pressão e coerção", acusando Washington de "espalhar informações falsas".

“Pedimos aos Estados Unidos que reflitam seriamente sobre suas próprias ações e façam mais para acalmar a situação, promover a paz e o diálogo, parar de culpar os outros e espalhar informações falsas”, disse o porta-voz chinês, nesta segunda-feira. .

"A posição da China no caso da Ucrânia pode ser resumida em uma frase, que é encorajar a paz e promover o diálogo", insistiu. "São os Estados Unidos e não a China que constantemente enviam armas para o campo de batalha", acrescentou.

No domingo, depois de se encontrar com o seu colega chinês, Wang Yi, em Munique, à margem da Conferência de Segurança, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, alertou que a China estava considerando fornecer armas à Rússia. "Conversamos sobre a guerra liderada pela Rússia e as preocupações que temos de que a China esteja planejando fornecer apoio letal à Rússia", disse Blinken à emissora americana CBS. Questionado sobre o que isso implicaria concretamente, o chefe da diplomacia americana respondeu: "Principalmente armas".

Blinken alertou sobre "implicações e consequências" para a China se for descoberto que o país está fornecendo "apoio material" à Rússia para a guerra na Ucrânia ou ajudando Moscou a escapar das sanções ocidentais, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price.

Nesta segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia Joseph Borrell advertiu que o fornecimento de armas da China à Russia é um limite para o bloco que não deve ser ultrapassado.

Presente em Munique no sábado, a vice-presidente americana, Kamala Harris, também questionou a neutralidade demonstrada pela China. Os Estados Unidos estão "preocupados com o fato de Pequim ter aprofundado suas relações com Moscou desde o início da guerra", sublinhou ela. "Qualquer movimento da China para fornecer apoio letal à Rússia apenas recompensaria a agressão, continuaria a matança e minaria ainda mais uma ordem baseada em regras", alertou a vice-presidente.

 

 

 

(Com informações da AFP)

por RFI

UCRÂNIA - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse nesta sexta-feira que é "óbvio" que a Ucrânia não será a última parada da invasão do presidente russo, Vladimir Putin, e que é vital que o Ocidente não atrase as entregas de armas para ajudar a repelir as forças russas.

O líder ucraniano afirmou à Conferência de Segurança de Munique por videoconferência que, enquanto o Ocidente negociava o fornecimento de tanques para Kiev, o Kremlin pensava em maneiras de "estrangular" a ex-república soviética da Moldávia, que fica a oeste da Ucrânia.

"É óbvio que a Ucrânia não será sua última parada. Ele continuará seu movimento por todo caminho... incluindo todos os outros Estados que em algum momento fizeram parte do bloco soviético", disse Zelenskiy.

Ele instou o Ocidente a manter entregas rápidas de armas.

"Atrasar sempre foi e ainda é um erro", declarou Zelenskiy.

Ele fez seus comentários iniciais em inglês ao discursar na conferência de segurança, uma reunião anual de políticos, autoridades militares e diplomatas, dias antes de a Ucrânia marcar o primeiro aniversário da invasão em grande escala da Rússia em 2022.

Apesar de seus alertas, Zelenskiy disse que não achava que a Rússia pudesse vencer.

Ele comparou a Ucrânia a Davi e a Rússia a Golias no conto bíblico em que o oprimido Davi vence. Ele afirmou que Davi derrotou Golias pela ação, e não pela conversa, e que Golias "não tem chances".

"Precisamos da velocidade, velocidade de nossos acordos, velocidade de entrega... velocidade de decisões para limitar o potencial russo", disse ele.

 

 

Reportagem de Max Hunder / REUTERS 

UCRÂNIA - Colocado em evidência pela crise dos óvnis entre Estados Unidos e China, o uso militar de balões tem se intensificado na Guerra da Ucrânia. Só na quarta (15), seis artefatos espiões usados pelos russos foram abatidos no céu de Kiev.

Não há nenhuma correlação entre o episódio e a derrubada de balões pelos EUA em seu território e no Canadá, que disparou uma crise diplomática com Pequim —dona de pelo menos um dos flutuantes, que disse ser apenas de uso meteorológico e fora de sua rota.

No caso ucraniano, a função dos balões era bem específica. "Esse objetos carregam refletores de radar e algum equipamento de inteligência. O propósito [dos artefatos] era possivelmente detectar e exaurir nossas defesas antiaéreas", afirmou no Telegram a Administração Militar da Cidade de Kiev.

Refletores de radar são instrumentos muito simples, criados em 1945 nos EUA e usados extensivamente na Guerra Fria. São objetos desenhados para devolver uma onda de radar para a fonte de emissão, reforçando seu sinal e posição —assim, os russos podem detectar onde estão os radares de baterias antiaéreas ucranianas para futuro bombardeio.

Além disso, por consistirem em uma ameaça baratíssima, são ideais para fazer os ucranianos desperdiçarem munição antiaérea tão necessária nesta fase aguda da guerra, que completa um ano no próximo dia 24.

O episódio se soma ao avistamento de balões na Moldova e na Romênia, de origem desconhecida mas que os governos locais assumiram como russos, nesta semana. No caso moldavo, o espaço aéreo do pequeno país chegou a ser fechado.

Apesar do burburinho devido à crise EUA/China, não há nada de novo sobre uso de balões em conflitos e espionagem. Nos anos 1960, os soviéticos passaram a enviar sistemas antiaéreos para Cuba, ilha que adotou o comunismo e alinhamento com Moscou após a revolução liderada por Fidel Castro ser atacada pelos EUA com embargo e uma invasão frustrada.

A CIA (Agência Central de Inteligência) criou as chamadas operações Paládio, na qual submarinos soltavam balões com refletores justamente para ajudar seus sensores a localizar o sinal de radar das baterias antiaéreas soviéticas.

Os refletores também são usados para confundir radares e sensores inimigos. Na guerra atual, os russos criaram uma solução engenhosa para evitar o bombardeamento de pontes estratégicas usadas para envio de reforços, como mostrou o site The War Zone.

Quando a principal ponte da região de Kherson ficou sob fogo de artilharia guiada americana usada por Kiev, a Rússia instalou boias com refletores no rio Dnieper para criar uma ponte fantasma para os radares, dificultando a mira dos ucranianos.

Acabou não sendo suficiente para evitar que os russos deixassem a margem oeste do rio, e a capital homônima da região, mas demonstra que a ideia simples segue tendo validade no campo de batalha.

 

 

por IGOR GIELOW / FOLHA de S.PAULO

UCRÂNIA - Rússia voltou hoje,16, a bombardear a Ucrânia, com o lançamento de 36 mísseis, dos quais 16 foram destruídos pela defesa antiaérea, disseram as autoridades ucranianas.

O chefe do gabinete presidencial da Ucrânia disse que os alvos tinham sido atingidos no norte, oeste e sul do país.

Uma mulher de 79 anos morreu e pelo menos sete outras pessoas ficaram feridas quando os mísseis atingiram a cidade de Pavlohrad, informou o governador local, Serhiy Lysak.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 

 

por Lusa

Notícias ao Minuto

 

UCRÂNIA - Frente à ameaça de uma nova ocupação russa de Kupiansk, no leste da Ucrânia, Galena decidiu ir embora: colocou tudo que tinha em duas grandes sacolas de plástico e esperou o ônibus para encontrar sua filha em Kharkiv, no nordeste do país.

"São três horas de ônibus. Quero ir para lá para ficar a salvo", disse à AFP essa mulher de 62 anos, em um ponto de ônibus em frente a uma igreja.

"Vivi aqui durante a ocupação russa e tenho medo de outro ataque", acrescentou.

Kupiansk, que antes da guerra tinha cerca de 30 mil habitantes, foi ocupada pelos russos nos primeiros dias da invasão, há um ano. Os ucranianos retomaram à localidade em setembro, após uma contraofensiva relâmpago.

Vários dias depois, porém, as tropas de Moscou, reforçadas com a mobilização de centenas de milhares de reservistas, voltaram ao ataque naquele setor, despertando o medo em seus habitantes.

Com o Exército russo a apenas 15 quilômetros a nordeste, as forças ucranianas estão em alerta.

Os tanques rugem pela cidade com um estrondo metálico, enquanto os soldados erguem postos de controle e revistam os passageiros de cada veículo que se aproxima.

Há bandeiras ucranianas penduradas nos faróis ao longo do eixo principal da cidade. Por toda parte, há sinais de combates passados: prédios destruídos, ou com marcas de balas, restos carbonizados de veículos caídos aqui e ali.

"Todo o mundo está falando de um novo ataque russo", disse Olga, de 62 anos, ao descrever os ataques russos que atingem a cidade com frequência.

“Houve bombardeios na frente da minha casa que quebraram as janelas. Há explosões todos os dias, dá muito medo”, afirmou.

Olga continua na aldeia, porque seu filho Andrei, de 37 anos, tem deficiência e precisa de cuidados especiais.

 

- "Não é vida" -

Além da violência e do medo de um retorno dos ocupantes russos, os habitantes que permanecem em Kupiansk devem lidar com problemas cotidianos.

Os terminais de pagamento digital não funcionam nas lojas, o que obriga os moradores a sacarem dinheiro nos caixas eletrônicos. Como apenas dois deles estão funcionando na cidade, longas filas se formam.

Oleksandre Timochenko, de 47 anos, relembra a ocupação russa: "Havia postos de controle por toda parte, não deixavam você sair".

Ele explicou que há tensões entre os habitantes que não querem o retorno dos russos e os que não seriam contra. Em Kupiansk, "muitas pessoas apoiam a Rússia", afirmou.

Apesar de tudo, ele diz estar confiante na capacidade das forças ucranianas de repelirem qualquer ataque russo à cidade.

"Falei com os soldados e eles dizem que não estão preocupados. A situação está sob controle", disse.

"Há bombardeios de vez em quando, mas estão bem", acrescentou, com otimismo.

Ainda assim, Victoria Garnaia, de 45 anos, não quer correr riscos. Ela deixou Kupiansk para se instalar em Kharkiv com seu filho de 13 anos. Voltou apenas porque sua mãe havia morrido dois dias antes.

Lutando contra as lágrimas, ela conta que seu marido e seu pai ainda moram em Kupiansk, mas já fizeram as malas e estão prontos para deixar a cidade, se os russos se aproximarem.

"Isso não é vida", lamenta.

"Quando você constrói uma casa, você junta muitas coisas e depois sai com apenas algumas sacolas", desabafa.

 

 

AFP

RÚSSIA - “Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial”. Com estas palavras, o presidente russo, Vladimir Putin, inicia, em 24 de fevereiro de 2022, a invasão da vizinha, Ucrânia, desencadeando o pior conflito no continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

Em um contexto de tensões crescentes com o Ocidente, o presidente russo lança as hostilidades pouco antes das 06h locais (00h de Brasília), com um anúncio surpresa pela televisão.

O objetivo é a “desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, afirma, em um tom duro, o chefe do Kremlin, reiterando as acusações infundadas de um “genocídio” orquestrado pela Ucrânia no leste russófono do país e denunciando uma política “agressiva” da Otan.

Dois dias antes, Putin havia declarado a “independência” de territórios separatistas ucranianos no Donbass, que Kiev combate com armas desde 2014.

O presidente russo ameaça o Ocidente com “consequências nunca vistas” em caso de interferência.

 

– “Invasão de grande amplitude” –

Fortes explosões são ouvidas nos céus da ex-república soviética. Os ataques têm como alvo a capital, Kiev, Kramatorsk (quartel-general do exército ucraniano no leste) e Kharkiv, a segunda maior cidade do país, situada perto da fronteira russa. Também em Odessa, na costa do Mar Morto, e Mariupol, o principal porto.

De uma ponta a outra do país ouvem-se sirenes de alertas aéreos.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, denuncia o início de uma “invasão de grande amplitude”.

Desde o amanhecer, os ucranianos se aglomeram no metrô de Kiev, transformado em abrigo. “Acordei com o barulho das bombas. Arrumei umas sacolas e parti”, contou à AFP Maria Kashkoska, de 29 anos, encolhida, em estado de choque.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, promete “vencer”, proclama a lei marcial e pede, em um vídeo no Facebook, que seus 40 milhões de concidadãos “não entrem em pânico”.

 

– Às portas de Kiev –

Na primeira hora da manhã, blindados russos entram em solo ucraniano pelo norte – vindos de Belarus, aliada de Moscou -, sul e leste.

Com uma “superioridade aérea total” sobre a Ucrânia – limitada em recursos antiaéreos apesar da crescente ajuda militar do Ocidente -, o exército russo avança rumo a Kiev, onde se impõe um toque de recolher.

A Rússia quer “decapitar o governo ucraniano” e instalar dirigentes favoráveis a Moscou, segundo análise de fontes militares ocidentais.

Forças russas transportadas de helicóptero atacam o aeroporto militar de Gostomel, às portas da capital ucraniana.

Com o passar das horas, tropas procedentes da península ucraniana da Crimeia – anexada em 2014 por Putin – avançam no sul e tomam o controle de Genishesky, na região de Kherson.

No nordeste, ocorrem violentos combates em Kharkiv, aonde chegam paraquedistas russos.

“Não achei que isto fosse acontecer enquanto estivesse viva”, disse à AFP Olena Kurilo, de 52 anos, o rosto coberto por vendas, devido aos ferimentos sofridos em um ataque. “Farei tudo pela Ucrânia, tanto quanto puder”, assegurou esta professora de Chuhuiv, perto de Kharkiv.

 

– Putin, “pária” internacional –

Críticas chovem nos países ocidentais.

O presidente americano, Joe Biden, anuncia um arsenal de sanções econômicas e financeiras com o objetivo de transformar o líder do Kremlin em “um pária no cenário internacional”.

Os Estados Unidos, diz Biden em tono solene, vão defender “a menor polegada de território da Otan”, mas não vão enviar tropas à Ucrânia, que não é membro da Aliança Atlântica. O Pentágono anuncia o envio de 7.000 soldados adicionais à Alemanha, elevando a 90.000 o número de militares americanos na Europa.

As Forças Armadas dos países da Otan são colocadas em prontidão.

Dirigentes da União Europeia (UE) adotam sanções financeiras “maciças” contra a Rússia.

A China, rara voz dissonante e que mantém vínculos estreitos com Moscou, diz “entender as preocupações” da Rússia.

 

– Zelensky, o comandante-em-chefe –

À noite, a Ucrânia denuncia que a usina nuclear de Chernobyl, perto de Belarus, cenário do pior acidente nuclear da história, em 1986, caiu nas mãos dos invasores.

A Rússia afirma ter destruído mais de 70 instalações militares, entre elas 11 aeródromos. A Ucrânia diz ter derrubado cinco aviões russos e um helicóptero.

Ao final deste primeiro dia de guerra, Volodimir Zelensky lamenta a morte de “137 heróis” ucranianos e decreta mobilização militar.

O presidente apresenta seu país como o “escudo da Europa” frente à Rússia e aponta para a falta de ajuda de seus aliados ocidentais. “Quem está pronto para lutar conosco? Não vejo ninguém”, diz, lamentando a recusa da Otan de enviar tropas à Ucrânia.

Assumindo o papel de comandante-em-chefe, usando roupas militares, o ex-comediante de 44 anos jura que permanecerá na capital com seu governo e inicia, assim, um poderoso movimento de resistência militar.

 

– Pânico nos mercados –

As bolsas europeias caem até 5% e os preços das commodities disparam. Os investidores se preocupam com possíveis interrupções no fornecimento de gás e petróleo, dos quais a Rússia é um os principais produtores.

Os temores com as exportações russas e ucranianas fazem os preços do trigo dispararem em um nível inédito.

 

– Fluxo de refugiados –

A ofensiva russa força cerca de 100.000 ucranianos a deixarem suas casas. Vários milhares correm para as fronteiras da UE, especialmente com Polônia, Hungria e Romênia.

O conflito provoca o êxodo mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial.

 

 

 

O post Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia de Vladimir Putin invade a Ucrânia apareceu primeiro em ISTOÉ Independente.

UCRÂNIA - "Fique perto da parede. Mova-se rápido. Fila única. Apenas alguns de cada vez."

As curtas instruções vêm da escolta do exército ucraniano, que está nos levando a uma base militar em Bakhmut, uma cidade que já foi famosa por vinhos espumantes e hoje é marcada pela batalha.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou a cidade no leste do país de "nossa fortaleza". As forças russas passaram os últimos seis meses tentando capturar Bakhmut. Agora, eles intensificaram o ataque — acredita a Ucrânia — para derrubá-la antes do aniversário de um ano da invasão.

Seguimos as ordens, disparando por uma rua coberta de gelo e entulho, com um céu azul claro acima — um cenário ideal para drones russos.

Logo depois de atravessarmos a rua, dois projéteis russos caem atrás de nós. Nos viramos para ver fumaça preta subindo e continuamos a correr.

O bombardeio foi aleatório ou direcionado a nós? Não podemos ter certeza, mas tudo que se move em Bakhmut é um alvo, seja soldado ou civil.

Durante horas, não há trégua no bombardeio. Um caça ruge acima de nossas cabeças. As tropas russas mais próximas estão a apenas dois quilômetros de distância.

Há combates de rua em algumas áreas, mas as forças ucranianas ainda controlam a cidade — apesar das temperaturas abaixo de zero e da diminuição dos estoques de munição.

"Temos escassez de munição de todos os tipos, especialmente de artilharia", diz o capitão Mykhailo, da 93ª Brigada Mecanizada, cujo codinome é 'poliglota'.

"Também precisamos de dispositivos de comunicação criptografados de nossos aliados ocidentais e alguns veículos blindados para mover as tropas. Mas ainda assim conseguimos nos manter. Uma das principais lições desta guerra é como lutar com recursos limitados."

Dá para ter uma ideia dos problemas de munição quando as tropas ucranianas atacam uma posição russa com morteiros de 60 mm. A primeira rodada de bombas voa do tubo com um estrondo. A segunda rodada não ejeta.

Há um silvo de fumaça e um grito de "falha de tiro", fazendo com que a unidade de morteiros procure cobertura. Os soldados nos dizem que a munição vem de um estoque antigo, enviada do exterior.

A batalha por Bakhmut é uma guerra dentro da guerra. Algumas das lutas mais ferozes da invasão ocorreramaqui. E agora as forças russas estão ganhando terreno, metro a metro, corpo a corpo. Várias ondas de mercenários do notório grupo Wagner foram enviados para a batalha neste lugar. Há relatos de campos cheios de cadáveres russos.

Moscou agora tem controle efetivo das duas estradas principais que levam à cidade, e deixam livre apenas uma rota secundária — uma estreita linha de abastecimento.

“Eles tentam tomar a cidade desde julho”, diz Iryna, assessora de imprensa da 93ª Brigada. "Pouco a pouco, os russos estão ganhando. Eles têm mais recursos, portanto, se jogarem o jogo longo, vão ganhar. Mas não posso dizer quanto tempo vai demorar."

"Talvez eles fiquem sem recursos. Eu realmente espero que sim", completa Iryna.

 

Passamos de posições de tiro cuidadosamente escondidas para bunkers cheios de geradores e aquecidos por fogões. As tropas tomam cuidado para esconder qualquer fumaça que possa revelar a localização da base — isso faz parte da administração da guerra. Entre aqueles que encontramos, há uma determinação calma por lutar.

"Eles estão tentando nos cercar para que deixemos a cidade, mas isso não está funcionando", diz Ihor, um dos comandantes.

"A cidade está sob controle. O transporte se move, apesar dos constantes ataques de artilharia. Temos, claro, perdas do nosso lado, mas estamos aguentando. Nós só temos uma opção: continuar rumo à vitória."

Existe outra alternativa: retirar-se de Bakhmut antes que seja tarde demais. Mas entre os defensores do terreno parece haver pouca vontade de fazer isso. "Se tivermos tal ordem de nosso quartel general, tudo bem. Ordem é ordem", diz o capitão Myhailo.

"Mas qual o sentido de segurar todos esses meses se você precisa se retirar desta cidade? Não, nós não queremos fazer isso."

Ele lembra aqueles que deram suas vidas por Bakhmut, os quais classifica como "homens bons e corajosos que simplesmente amam este país".

E se os defensores de Bakhmut se retirassem, isso abriria um caminho para a Rússia avançar para cidades maiores no leste da Ucrânia, como Kramatorsk e Slovyansk.

Moscou intensificou os ataques em outras áreas da linha de frente na região de Donbass, pelo leste e pelo sul. Autoridades ucranianas dizem que uma nova ofensiva russa já está em andamento.

O governo russo corre contra o relógio, pois faz a contagem regressiva para o aniversário de um ano da invasão, em 24 de fevereiro. "Eles são loucos por datas e os chamados 'dias da vitória'", diz Mykhailo.

Mas a batalha por Bakhmut pode desgastar os russos, de acordo com Viktor, um comandante ucraniano alto e magro que coletou e mantém revistas russas em uma prateleira de seu bunker.

"Eles não defendem, apenas atacam. E até tomam alguns metros, mas estamos tentando garantir que avancem o mínimo possível sobre nossas terras. Estamos segurando o inimigo aqui e desgastando-o."

Ainda há alguma vida em Bakhmut, se você souber onde encontrá-la.

Uma explosão de calor e luz surge quando você passa pela porta do "centro de invencibilidade", ao passar por caixas de alimentos doados. Trata-se de um clube de boxe que virou um complexo de suporte à vida, onde a população local pode recarregar a energia dos celulares e de si mesma, com comida quente e companheirismo.

Quando visitamos o local, ele estava lotado, com mulheres idosas agrupadas em torno de um fogão e dois meninos sentados no ringue de boxe, grudados na tela da TV enquanto brincavam com um jogo de guerra.

Cerca de 5 mil civis permanecem em Bakhmut sem água encanada ou energia — muitos são idosos e pobres.

"Alguns são pró-Moscou. Eles estão esperando pelos russos", murmura um ucraniano de forma sombria.

Todos aqui travam suas próprias batalhas, diz Tetiana, uma psicóloga de 23 anos que está no centro comunitário para cuidar de seus irmãos mais novos. Ela ainda está em Bakhmut porque a avó de 86 anos não consegue se mover e depende dela.

"A maioria das pessoas lida com isso orando a Deus", diz Tetiana.

"A fé ajuda. Alguns esquecem que são pessoas, enquanto outros outros mostram agressividade e começam a se comportar pior do que animais."

De volta para fora, a batalha por Bakhmut continua, com mais um bombardeio enquanto partimos.

 

 

BBC NEWS

RÚSSIA - A Rússia lançou uma onda de ataques à infraestrutura ucraniana nas cidades de Kharkiv e Zaporizhzhia na manhã desta sexta-feira, quando autoridades ucranianas disseram que uma ofensiva russa há muito esperada estava em andamento no leste.

Pelo menos 17 mísseis atingiram a cidade de Zaporizhzhia, no sudeste do país, em uma hora, afirmou o prefeito interino Anatolii Kurtiev. A operadora de rede estatal disse que instalações de alta tensão em todo o país foram atingidas e o fornecimento de eletricidade foi interrompido.

A Rússia tem atacado repetidamente a infraestrutura civil longe das linhas de frente nos últimos quatro meses, deixando milhões de ucranianos nas principais cidades sem energia, aquecimento ou água por dias no meio do inverno.

As sirenes de ataque aéreo soaram em todo o país durante a hora do rush da manhã e as autoridades locais pediram aos civis que prestassem atenção e se abrigassem.

A administração da cidade de Kiev disse que as defesas aéreas estavam funcionando enquanto explosões eram ouvidas na capital.

O governador regional de Kharkiv, Oleh Synehubov, relatou cerca de 10 explosões e disse que a energia foi cortada em algumas áreas.

Infraestrutura vital também foi atingida em Khmelnitskyi, no oeste, e na região de Dnipropetrovsk, no centro da Ucrânia, disseram autoridades regionais.

O porta-voz da Força Aérea Yuriy Ihnat afirmou à televisão ucraniana que as defesas aéreas ucranianas derrubaram cinco dos sete drones e cinco dos seis mísseis Kaliber.

No entanto, a Força Aérea também disse que a Rússia lançou 35 mísseis S-300, que as defesas aéreas da Ucrânia não conseguem abater, nas regiões de Kharkiv e Zaporizhizhia.

A Ucrânia tem se preparado para uma nova ofensiva russa na crença de que, após meses de reveses, o presidente Vladimir Putin quer obter sucesso no campo de batalha antes do aniversário da invasão que ele lançou em 24 de fevereiro do ano passado.

O foco principal da Rússia tem sido a cidade de Bakhmut na província de Donetsk, no leste, uma região cuja captura é uma das prioridades declaradas de Moscou desde o início da guerra.

Depois de meses de batalhas de artilharia estáticas que se tornaram conhecidas por ambos os lados como "moedor de carne", as forças russas, incluindo o exército mercenário da empresa Wagner, que recrutou dezenas de milhares de condenados com a promessa de indultos, finalmente começaram a cercar a cidade.

O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que as forças da Wagner parecem ter avançado de dois a três quilômetros ao norte de Bakhmut desde terça-feira -- um avanço notavelmente rápido em uma batalha em que as linhas de frente mal se moviam há meses.

 

 

 Por Olena Harmash / REUTERS

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